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Capítulo III: Anatomia foliar de espécies de Dyckia (Bromeliaceae): complexos D macedoi e D saxatilis

MATERIAL E MÉTODOS 1 Análise morfométrica

1. Teste Kruskall Wallis (KW)

O resultado da comparação dos caracteres mostrou diferenças significativas entre as populações naturais. No anexo I são fornecidos os valores mínimo e máximo, e a média de cada variável em cada uma das 14 populações analisadas. As letras representam as populações que diferem significativamente entre si, apresentando p < 0,05 no teste H. O valor p de cada variável é fornecido ao final do anexo e corresponde a distância entre as populações comparadas em relação à característica considerada.

Analisando de um modo geral, a população E3 se distingue das demais populações por apresentar os menores valores para 12 dos 30 caracteres analisados (Fig. 1. A-L). Também apresenta os menores valores médios para o diâmetro da roseta (DIR), comprimento da bráctea floral (CBFL), largura da sépala (LSP), altura do anel pétalo- estamínico (APE) e comprimento do ovário (COV) (Fig. 2. A-E).

O comprimento da conação dos filetes acima do anel pétalo-estamínico (CCFT) mostra-se importante na separação das populações em dois grupos (Figura 3), que correspondem às áreas geográficas em que as populações ocorrem: Quadrilátero e

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Espinhaço propriamente dito (Grossi Sad et al. 1997). Assim, as populações analisadas encontradas no Quadrilátero apresentam filetes conatos acima do anel pétalo- estamínico, enquanto as populações do Espinhaço apresentam os filetes completamente livres acima deste anel.

No Quadrilátero, as populações Q1 e Q2 destacam-se por apresentar os maiores valores para a altura e diâmetro da roseta (ALR, DIR), comprimento da folha (CFL) e comprimento dos acúleos (CAC) (Fig. 4. A-D). Além disso, podem se diferenciar das outras populações por apresentarem valores médios maiores para altura da planta (ALP), comprimento dos entrenós (CEP), comprimento da parte fértil da inflorescência (CIF), número de flores (NFR), comprimento da conação dos filetes acima do anel pétalo-estamínico (CCFT) e comprimento do estilete (CET) (Fig. 1A; 1F; 1G; 3). Entretanto Q1 e Q2 apresentam variáveis que as distinguem, como: largura da folha (LFL), distância dos acúleos (DAC), comprimento dos acúleos da folha externa (CAC), comprimento do pedúnculo da inflorescência (CPI), largura da bráctea superior do pedúnculo (LBSP), comprimento da bráctea floral (CBFL), largura da bráctea floral (LBFL), comprimento da flor (CFR), largura da sépala (LSP), comprimento e largura da pétala (CPT; LPT) e comprimento do ovário (COV) (fig.: 1B; 1H; 1J; 2E).

Outro grupo que se apresenta no Quadrilátero Ferrífero é formado pelos menores valores encontrados nas populações Q3 e Q4, para diâmetro da roseta (DIR) (Fig. 2A) e distância entre os acúleos (DAC). Eles também se destacam por apresentarem os menores valores médios para altura da planta (ALP), altura da roseta (ALR), comprimento da folha (CFL), número de flores (NFR), comprimento da conação dos filetes acima do anel pétalo-estamínico (CCFT) e comprimento do ovário (COV) (Fig. 1A, 1G, 2E, 4C e 4D). Estas duas populações se diferenciam pelo número de folhas, com Q3 apresentando mais folhas que Q4, e pelos valores médios da largura das folhas (LFL) e comprimento das flores (CFR) (Fig. 1H).

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Figura 1. A-L: Box-plots mostrando as medianas (quadrado pequeno), primeiro e terceiro quartis (caixa maior), e valor mínimo e máximo das variáveis ALP, CPI, DPI, LBIP, CBSP, CIF, NFR, CFR, CSP, CPT, LPT e CFT, obtidas das populações do complexo Dyckia saxatilis. Q: Quadrilátero Ferrífero; E: Espinhaço.

Em relação as populações intermediárias Q5 se diferencia de Q6 pelos maiores valores do número de flores (NFL), largura da bráctea superior do pedúnculo (LBSP), comprimento da bráctea floral (CBFL), comprimento das sépalas (CSP), largura das sépalas (LSP) e comprimento dos filetes (CFT) (Fig. 1I; 1L; 2B; 2C) e pelos maiores valores médios de largura da bráctea inferior do pedúnculo (LBIP), comprimento da bráctea superior do pedúnculo (CBSP), largura da bráctea floral (LBFL), comprimento da flor (CFR) e comprimento da pétala (CPT) (Fig. 1D; 1E; 1H; 1J).Por sua vez, Q6 apresenta os maiores valores médios para altura da planta (ALP), altura da roseta (ALR), diâmetro da roseta (DIR), comprimento da folha (CFL), distância dos acúleos (DAC), comprimento dos acúleos (CAC), comprimento dos entre-nós (CEP), comprimento da parte fértil da inflorescência (CIF) e número de flores (NFR) (1A; 1G; 2A; 4D).

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Já a população Q7, pode ser diferenciada das demais populações do Quadrilátero por apresentar os maiores valores para LFL (Fig. 5A) e CPT (Fig. 1J) e os menores valores para NFL (Fig. 5B). Quanto aos valores médios, apresenta os maiores valores para CEP e CBIP (Fig. 5, C-D) e os menores para APE (Fig. 2D).

Figura 2. A-E: Box-plots mostrando valores importantes na separação das populações do complexo Dyckia saxatilis do Quadrilátero Ferrífero e do Espinhaço.

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No Espinhaço, a população E5 forma um grupo separado das demais por apresentar os maiores valores para altura da planta (ALP), altura da roseta (ALR), diâmetro da roseta (DIR), comprimento das folhas (CFL), distância entre os acúleos (DAC), comprimento do pedúnculo da inflorescência (CPI), comprimento da bráctea inferior do pedúnculo (CBIP), largura bráctea inferior do pedúnculo (LBIP), comprimento da parte fértil da inflorescência (CIF) e número de flores (NFR) (ie. Fig. 1A; 1D; 1F; 2A; 4C; 5D). Além disso, também apresenta os maiores valores médios para diâmetro do pedúnculo da inflorescência (DPI), comprimento da bráctea superior do pedúnculo (CBSP), largura da bráctea superior do pedúnculo (LBSP) e comprimento da bráctea floral (CBFL) (Fig. 1C; 1E). Já a população E6,excetuando-se E3, apresenta os menores valores para número de flores (NFL), diâmetro do pedúnculo da inflorescência (DPI), comprimento da bráctea superior do pedúnculo (CBSP) e largura da bráctea superior do pedúnculo LBSP (Fig. 1C; 1E; 4B). A população E6 também apresenta os menores valores médios para altura da planta (ALP), altura da roseta (ALR), diâmetro da roseta (DIR), comprimento das folhas (CFL), largura das folhas (LFL), distância entre os acúleos (DAC), largura da bráctea floral inferior do pedúnculo (LBIP), comprimento da parte fértil da inflorescência (CIF), comprimento da bráctea fl (CBFL), número de flores (NFR), comprimento da sépala (CSP), largura da sépala (LSP) e altura do anel pétalo-estamínico (APE) (Fig. 1A; 1D; 1I; 2A; 2B; 4C; 5A).

Um grupo intermediário a E3, E5 e E6 é formado no Espinhaço, composto pelas populações E1/E2/E4/E7. Deste grupo podemos distinguir E7 por apresentar os maiores valores para comprimento dos acúleos (CAC) (Fig. 4D) e os menores valores para comprimento das flores (CFR), comprimento do pedicelo (CPC), comprimento da pétala (CPT) e comprimento do filete (CFT) (Fig. 1H; 1J; 1L). Além disso, a população E7 compartilha os maiores valores das variáveis comprimento da bráctea floral (CBFL), largura da bráctea floral (LBFL), comprimento da sépala (CSP), largura da sépala (LSP), largura da pétala (LPT), distância entre os acúleos (DAC) e comprimento da bráctea superior do pedúnculo (CBSP) (Fig. 1I; 1K; 2B) com a população E4, em contraste com E1/E2.

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Figura 3: Box-plots mostrando a variável ―comprimento da conação dos filetes acima do anel pétalo-estamínico‖ (CCFT), importante na separação das populações em dois grupos: Espinhaço e Quadrilátero.

Figura 4. A-D: Box-plots mostrando variáveis com maiores valores (CFL e CAC), importantes na distinção das populações Q1 e Q2 das demais populações do complexo Dyckia saxatilis do Quadrilátero Ferrífero.

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Figura 5 A-D. Box-plots mostrando variáveis que distinguem a população DTE das demais populações do Quadrilátero Ferrífero.