• Nenhum resultado encontrado

19 a) Percurso Histórico

E CONOMIA DO CONHECIMENTO

MODELO DE PRODUÇÃO Economia de escala Flexível

RECURSOS HUMANOS Mão-de-obra especializada Empreendedores e adaptáveis

TEMPO Grandes tempos de resposta Tempo real

ESPAÇO Limitado Ilimitado

VALOR PREPONDERANTE Tangível Intangível Fonte: Adaptado de Cavalcanti, Gomes e Pereira (2001).

O comércio dos bens intangíveis representa hoje uma percentagem considerável no comércio total e com grande peso no Produto Interno Bruto (PIB). O desenvolvimento dos países pode ser explicado pelos diferenciais de conhecimento acumulado.

Uma boa gestão assenta nas boas práticas, que segundo Drucker (2008), têm a ver com: - Estabelecer objetivos e missão específicos das instituições.

16 As organizações do terceiro setor são uma referência a ter em conta no que respeita à sustentabilidade social; a RSE está na sua natureza, pois faz parte dos seus objetivos básicos, o bem-estar dos seus membros e da sociedade.

17

A economia do conhecimento é aquela em que a criação e uso do conhecimento são o aspeto que presidem à tomada de decisão.

20

- Tornar o trabalho produtivo e o colaborador eficaz. - Gerir os impactos e responsabilidades sociais.

Em síntese, a sustentabilidade das Empresas e da sociedade em geral passa por ter em conta, entre outros parâmetros, os seguintes: economia do conhecimento, corporate governance, indicadores de desempenho, dimensão e indicadores de desenvolvimento sustentável e um novo modelo de sociedade.

b) - Economia do conhecimento

Não inovar é a grande razão do declínio das organizações. «Entramos de novo numa era de inovação que não está, de modo algum, confinada à “alta tecnologia” ou à tecnologia em geral» (Drucker, 2008, p. 21). Segundo este mesmo autor, a inovação social pode ter uma maior importância e um maior impacto que qualquer outra invenção (técnica/científica); nessa base, a gestão passa por alguns princípios, tais como:

- A gestão tem a ver com seres humanos, potenciando os pontos fortes e tornando as fraquezas irrelevantes.

- A gestão lida com a integração das pessoas na cultura da empresa. - Todos os empreendimentos exigem um compromisso partilhado. - A gestão exige formação constante.

- A gestão passa pelo trabalho em equipa e complementaridade de saberes.

- A gestão implica medição de resultados (nas empresas e organizações com ou sem fins lucrativos).

- Os resultados existem apenas no exterior; no interior existem apenas custos (Ibid. pp. 22-24).

A inovação e o conhecimento passam pela investigação e esta não tem que ser feita nas empresas; parcerias com as universidades deve ser o caminho, donde saem todos a ganhar. As Instituições do Ensino Superior (IES) têm um papel social determinante na sociedade. A sustentabilidade das empresas e da sociedade em geral implica um investimento sério e afincado na formação de todos, mas sobretudo dos jovens, empresários e gestores; pesa cada vez mais nas tomadas de decisão e as IES têm uma missão específica a cumprir e que tem a ver essencialmente com a formação a todos os níveis.

Admite-se que a RSE tem ganho protagonismo nos meios empresariais, sociais e académicos. Acreditamos que as práticas e as políticas de RSE conduzem a maiores níveis de inovação interna e externa. A inovação é um caminho que oferece garantia para um desenvolvimento sustentável. Constitui-se um motor de busca de novas áreas de negócio e sustentabilidade global.

Mas, que tipo de inovação? O conceito de inovação que surge imediatamente é o tecnológico. Nas conceções mais atuais, este conceito terá que ser mais abrangente, integrando novas formas de inovação assente em questões sociais e ambientais. As empresas serem criativas e inovadores na sua área de atuação ou noutra qualquer é uma forma de fazerem face à concorrência. Inovar é ter um novo olhar constante, atento e questionante sobre o que se vai fazendo. A inovação é fonte de

21

vantagem competitiva sustentável. A vantagem é competitiva quando consegue obter taxa de rentabilidade mais elevada que a concorrência; é sustentável se dura no tempo.

A gestão da inovação passa por perceber muito bem os sinais da mudança e estar preparado para avançar para novas áreas, adquirindo competências próprias para novos rumos, novos desafios (Leite et al., 2007).

A monitorização da envolvente (interna e externa) é fundamental para decidir, projetar e implementar um novo plano estratégico para a empresa fazer face à concorrência e caminhar no sentido da sustentabilidade.

“O aumento da intervenção das empresas no domínio da inovação social, passa a servir de base para as organizações realizarem inovações no campo social e ambiental, promovendo um ciclo virtuoso entre competitividades e sustentabilidade integrada”, refere Maria J. Santos e André A. Azevedo, in Costa et al. (2011, p. 594).

A diferenciação é cada vez mais conseguida pela introdução no mercado de produtos e serviços inovadores, criando assim vantagem competitiva sustentável. Segundo a COM (2001), a UE interessa-se pela questão da RSE tendo como principais objetivos:

- Uma economia baseada no conhecimento, mais dinâmica e competitiva de modo a garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhor emprego e maior coesão social;

- Incentivar práticas inovadoras e a sua avaliação e validação;

- E ainda preconizar a formação de parcerias com todas as partes interessadas (stakeholders).

c) - Corporate governance18

O governo das empresas constitui uma das preocupações da Comissão “As empresas deverão ser instadas a adoptar uma abordagem proactiva relativamente ao desenvolvimento sustentável nas operações que efetuam dentro e fora da UE” (COM, 2001, p. 5).

A RSE impõe limites no que respeita ao governo das Empresas/Organizações. “O gestor é um servo. O seu amo é a instituição a ser gerida e a primeira responsabilidade, portanto, tem de ser para com ela” (Drucker, 2008, p. 74). Acrescenta ainda este autor, que a sua primeira tarefa é fazer com que a empresa desempenhe a sua função.

Na gestão, a limitação da autoridade é importante. “A gestão tem de resistir à responsabilidade de um problema social que comprometeria ou prejudicaria a capacidade de desempenho do seu negócio” (Ibid., p. 78). A maior RSE do gestor é o desempenho da sua função. A ética da responsabilidade é a honestidade quotidiana. “Tudo o que é necessário é impor castigos pesados para aqueles – executivos ou outros – que caem em tentação” (Ibid. p. 79).

Hoje, a gestão é mais que a gestão do negócio e que o estrito cumprimento da lei; a gestão em toda e qualquer organização é o seu órgão distintivo. O que é apresentado como a “única

18

Corporate Governance é o sistema através do qual as organizações empresariais são dirigidas e controladas. (OCDE [Abril de 1999]) http://www.google.pt

22

organização certa” mudou: descentralização e trabalho em equipa são apontados como o caminho da gestão.

Em períodos de crise a hierarquia e a sua aceitação por todos na organização é a esperança da sua solução. Quanto à gestão das pessoas/colaboradores o mesmo autor diz que estes devem ser geridos como “parceiros”; as pessoas, mais do que gerir, devem liderar e para isso não há forma única.

Apesar de tudo, gestão ainda é definida por lei e aceite universalmente que seja assim. No entanto existe uma nova suposição que considera que a gestão terá cada vez mais de se basear num paradigma que vai muito mais além da legalidade; terá de ser cada vez mais definida operacionalmente e não politicamente, refere este mesmo autor.

De acordo com Vieira (2014) o gestor deve reunir as competências seguintes:

Quadro 5 - Perfil de competências de um gestor

Competências pessoais - Introspeção e aprendizagem.

- Resistência a pressões, energia e tenacidade.

Competências intelectuais: - Pensamento sistémico, capacidade de análise e de síntese.

Competências racionais: - Capacidade de liderança e gestão de grupos. - Capacidade para escutar e comunicar.

Competências administrativas: - Atenção ao ambiente e proatividade.

- Empreendedorismo, espírito de decisão, planificação e controlo.

Fonte: Adaptado de Vieira (2014, p. 47)

O bom governo das empresas passa por uma aposta equilibrada e dinâmica nas variáveis liderança e resultados. A liderança consiste na capacidade de fazer algo que os outros não conseguem ou têm dificuldade em fazer. Os resultados são obtidos no exterior da organização e nessa base temos que ter informação do cliente externo: clientes e não clientes, tecnologias e economia mundial, pois a globalização é uma evidência; é por aí que estão os resultados.

A inovação e o empreendedorismo são essenciais à sustentabilidade de uma organização, mas tem que ser feita com conhecimento profundo da área em causa; tornando esse conhecimento produtivo.

José M. Moreira e André A. Alves in Costa et al., (2011, p. 552) referem: “Como se compreende que tantos analistas financeiros – chamados ironicamente apátridas intelectuais – não se tenham poupado a denominar de muito responsáveis aos que agora chamamos de irresponsáveis?” A relação entre governo das empresas e o seu desempenho é muito importante.

O quadro seguinte faz o enquadramento, segundo o seu autor, do que considera uma gestão imoral, amoral e moral, pormenores relevantes a serem tidos em conta por um gestor.

23

Quadro 6 – A Gestão Moral perante Stakeholders Primários

TIPOS DE