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2.2. E STRATÉGIAS DE I NTERVENÇÃO

2.2.1. E QUIPAMENTO DE R ESTAURAÇÃO E B EBIDAS ( ERB )

2.2.1.3. S ISTEMAS E S OLUÇÕES C ONSTRUTIVAS

2.2.1.3.8. E QUIPAMENTOS E FICIENTES

Qualquer actividade numa sociedade moderna só é possível com o uso intensivo de formas de energia. Essas energias são usadas em aparelhos simples (lâmpadas, motores eléctricos, etc.) ou em sistemas mais complexos que encerram diversos outros equipamentos (frigoríficos, automóveis, unidades fabris, etc.). Estes equipamentos e sistemas transformam formas de energia, sendo que uma parte dela é sempre perdida para o meio ambiente durante esses processos. Numa perspectiva de sustentabilidade, o custo real da produção, distribuição e utilização das diferentes formas de energia é muito elevado.

O grande contributo que todos podemos dar para minorar esse custo está, sem dúvida, na forma como utilizamos essa energia. Assim, o uso de equipamentos energeticamente eficientes constitui um factor determinante para o balanço global do desempenho dos edifícios, contribuindo para minorar essa factura que, mais cedo ou mais tarde, todos pagaremos.

No caso concreto do edifício em estudo várias foram as medidas tomadas no sentido da melhoria da qualidade e eficiência de equipamentos.

Assim, no que a instalação de redes técnicas diz respeito (águas, esgotos, gás, instalações eléctricas, climatização, sistemas mecânicos), a localização relativa dos diversos componentes potenciou a concentração espacial de cada tipo de sistema. Foi com este objectivo que na redefinição funcional houve o cuidado em concentrar espacialmente os usos por tipo de consumo a eles associados, ao mesmo tempo que se procurou que os diversos sistemas complementares tivessem uma disposição física comum. Esta medida permite minorar as perdas inerentes à extensão dos percursos e, consequentemente, canalizar custos para a utilização de componentes de melhor qualidade e mais eficientes. Por outro lado, a escolha criteriosa do tipo de equipamentos correspondeu a uma intenção explícita de optimização de meios, promovendo a sua articulação e consequente eficiência, tanto ao nível dos consumos e rendimentos, quanto ao nível da funcionalidade e gestão operativa. Os exemplos concretos mais significativos do exposto são os já descritos sistemas de águas quentes sanitárias e climatização, ventilação e qualidade do ar interior.

Por outro lado, será definida uma rede de águas para sanitas, mictórios, lavagem das zonas exteriores e regas, alimentada a partir do sistema de recolha de águas pluviais e do resultante da reciclagem de águas cinzentas67. Estes serão sistemas comuns às necessidades do complexo,

diminuindo significativamente o consumo de água potável. Os sistemas de recolha e tratamento desses efluentes deverão ficar localizados no novo edifício (ver Lago).

67 Não fazendo parte do universo dos sistemas pormenorizados por não serem equipamentos específicos do

ERB (Equipamento de Restauração e Bebidas) e por comportarem custos elevadíssimos decorrentes da sua significativa envergadura, fica aqui a sugestão da sua implementação enquanto sistemas de inegável valor para o comportamento sustentável do Parque da Várzea.

Ainda em relação à utilização e consumo de água, será definido um conjunto de equipamentos e acessórios que fomentem a redução de consumos. Assim, todas as torneiras utilizadas na função de água corrente serão equipadas com dispositivos de redução do fluxo de água, ou seja, serão utilizadas torneiras misturadoras monocomando em lava-loiças e equipamentos de higienização, as sanitas estarão equipadas com comandos de descarga selectiva e os lavatórios e mictórios estarão equipados com sistemas automáticos. No caso dos lavatórios e mictórios, por questões de custo – tanto no investimento inicial quanto na manutenção –, foram previstos sistemas de temporização mecânica. Pretende-se, assim, não só diminuir os consumos, como optimizar a sua eficiência, nomeadamente em relação à sua durabilidade e baixa necessidade de manutenção.

Não menos importante é a recolha separativa de resíduos com o objectivo de reutilização e reciclagem. Para além dos dispositivos exigidos pela legislação referente à manipulação e confecção de produtos alimentares, serão implantados, em locais estratégicos das zonas públicas, equipamentos de recolha separativa de lixos. Convém ressaltar que já existe no local um ecoponto.

De referir ainda, por ter sido uma opção de base, a substituição de toda a instalação eléctrica, com a particularidade de todo o sistema passar a incorporar soluções de baixo consumo, concebidas de forma integrada, para maximizar a sua eficiência e economia. Deverão ser definidos, também, sistemas mistos de iluminação68, quer recorrendo a tecnologia LED, quer valendo-se de

equipamentos mais tradicionais. Aqui a ideia é, ao optimizar eficiência e consumo, possibilitar a existência de ambientes específicos, alguns deles só possíveis com iluminação convencional.

Segundo o Eng.º Luís Maneira69 “…a implementação de todo o sistema terá de passar por

uma análise exaustiva das soluções e objectivos em concreto, uma vez que a utilização de tecnologias de vanguarda acarreta riscos decorrentes, por um lado do estado de ebulição do mercado que pressupõe a não estabilização de parâmetros de referência que tenham como consequência uma regulamentação eficaz e que, consequentemente, permita uma percepção real das vantagens e desvantagens de um ou outro equipamento e, por outro, da desinformação veiculada pelos circuitos comerciais que, aproveitando-se disso mesmo, bombardeiam a opinião pública com uma série de falsas maravilhas da tecnologia…”.

Estes critérios na procura da eficiência, compatibilização e interdependência estiveram presentes em todas as opções já preconizadas. Os incontornáveis contributos de cada especialista terão necessariamente de as respeitar e optimizar, tanto na fase de especificações técnicas de projecto quanto na fase de produção.

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Sistemas de Iluminação – http://www.lledosa.com/pt/ [Consult. 2011-08-11].

69 Engenheiro electrotécnico, especialista da

Lledó em sistemas de iluminação, gestão e monitorização (em consulta pessoal sobre o tema a 07 de Outubro de 2011).