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2.2. E STRATÉGIAS DE I NTERVENÇÃO

2.2.2. E QUIPAMENTOS D ESPORTIVOS , DE R ECREIO E L AZER

2.2.1.2. S KATE P ARQUE

O Skate Parque resultou da materialização de um velho sonho dos praticantes locais. Foi projectado por Francisco Lopez, arquitecto, praticante de skate e autor de vários recintos do mesmo tipo. Foi concebido para a prática de Skate, BMX Freestyle e Inline (Patins em Linha).

A sua localização privilegiada permite que seja uilizado por praticantes das várias áreas da zona centro, nomeadamente Torres Vedras, Peniche, Bombarral, Santa Cruz, Areia Branca, Caldas da Rainha,e até mesmo, Leiria e Marinha Grande, cidades que reúnem grandes comunidades de praticantes destas modalidades. Além disso, o Skate Parque apresenta-se como mais uma excelente alternativa para os jovens turistas que todos os anos visitam o concelho da Lourinhã e que procuram actividades desportivas ao ar livre.

Sendo a Lourinhã um concelho que conta com inúmeros praticantes de Surf e

BodyBoard, o aparecimento desta infra-estruturapermitiu estabelecer novas ligações e intercâmbio de experiências entre os praticantes dos desportos aquáticos, e os que ali se praticam, pois em comum partilham o gosto pela prática de desportos de aventura.

Acima de tudo, o Skate Parque pretende fomentar na Lourinhã o espírito dos desportos de acção não convencionais, cada vez mais procurados pelos jovens.

Partindo do pressuposto que o aparecimento de um novo parque gera sempre novos praticantes na área onde é implantado, este espaço foi criado para que se possam desenvolver acções locais de formação para os jovens do Concelho.

FIG.38–SKATE PARQUE,2011[FOTO:CHAGAS] Fonte: http://antchagas.com

O Skate Parque da Lourinhã está dividido em duas zonas distintas, mas interligadas entre si.

Uma zona é destinada à prática de Rampa, onde se encontram os Bowl‟s, obstáculos únicos em todo o País e muito procurados pelos praticantes de

Surf, já que são os que mais se assemelham aos movimentos tubulares das ondas. A outra zona é dedicada aos praticantes de Street e, tal como o nome indica, as suas rampas procuram simular os obstáculos do meio urbano que deram origens a estas modalidades (escadas, corrimãos, muros, etc.). Neste espaço será possível realizar competições nacionais ou internacionais de Skate, InLine ou BMX Freestyle.

Segundo o autor do projecto71, a sua concepção teve em atenção o nível médio dos

praticantes das zonas que serve, pelo que a forma e dimensão dos seus obstáculos permite a sua utilização pelos melhores, sem, no entanto, excluir os menos dotados.

À semelhança do Parque Infantil e do Polidesportivo, é vontade expressa dos promotores desta iniciativa não proceder de momento a qualquer alteração a este equipamento. De qualquer forma, atendendo ao tipo de soluções existentes, a sua alteração ou a introdução de novos obstáculos revela-se de fácil e relativamente económica implementação, não implicando intervenções de fundo, pelo que, caso se entenda virem a ser necessárias, poderão ser executadas em qualquer altura.

No entanto, e não obstante a opinião geralmente positiva relativamente a este equipamento – quer por parte dos praticantes, quer por parte de organizadores de competições72

–, existem algumas lacunas que urge colmatar.

A inexistência de instalações sanitárias públicas no parque é naturalmente a mais grave. A ausência de balneários públicos e instalações de apoio, principalmente aquando da realização de competições ou eventos que envolvam praticantes que não os da zona, é outra das lacunas do parque.

Por outro lado, e segundo a opinião do Eng.º Luís Maneira73“…a iluminação específica do skate parque, obtida a partir de postes demasiado elevados que produzem uma iluminação

71 Francisco Lopez, arquitecto (contactado pessoalmente, em Outubro de 2011).

72 Conclusão após conversas informais com os diversos intervenientes (em várias ocasiões).

73 Engenheiro electrotécnico, especialista da Lledó em sistemas de iluminação, gestão e monitorização (em

visita ao local em Setembro de 2011).

FIG.39–SKATE PARQUE,ZONA DE BOUL‟S,2011[FOTO:CHAGAS]. Fonte: http://antchagas.com

demasiado feérica (banhando os planos horizontais e não os planos verticais – como é o caso da cara das pessoas), produz uma acentuação demasiado marcada, o que dificulta a comunicação entre os presentes. No entanto prevalece o baixo custo energético, bem como proporciona os níveis recomendados para as áreas dedicadas à prática deste tipo de desporto. A poluição luminosa produzida nas fachadas dos prédios confinados ao parque é igualmente um factor que este tipo de iluminação produz, colidindo não só com o direito ao descanso dos moradores vizinhos, como devassando a sua privacidade”.

Assim, e ainda segundo a opinião daquele técnico, “…atendendo ao custo de substituição de lâmpadas, quer pelos associados à tecnologia das lâmpadas utilizadas – HIT 400W de iodetos metálicos – quer pela necessidade de recurso a meios mecânicos dispendiosos para aceder a 12 [m] de altura (há necessidade de intervenção de viaturas especiais com báscula), a solução passará pela implementação de um sistema que garanta, em simultâneo, a optimização dos níveis de iluminação exigidos por um espaço com estas características, e obvie os problemas já identificados.”

Este especialista defende também que “(…) por outro lado, o problema é, também, um problema de má gestão (…)”. Estas considerações reforçam a solução preconizada para a iluminação geral do parque (ver Zonas Verdes e Percursos Pedonais – pág. 102 e 103).

Ainda que seja o equipamento mais protegido dos ventos desagradáveis de NNW por via da existência das já referidas cortinas de abrigo (ver Sombreamentos e Controlo das Variáveis de Conforto Climático – pp. 84 e 85), o facto de estar encostado a elas e a existência de muros nos seus limites exteriores, evidencia a procura de mitigar os seus efeitos negativos.

De salientar que as citadas cortinas são compostas, de facto, por dois sistemas distintos. Um deles, o que ladeia a Av. Catanho Menezes (a Norte e com um desenvolvimento NW-SE) é constituído por choupos cinzentos de grande porte implantados no passeio desta mesma avenida. Entre estes e o Skate Parque existe um muro em alvenaria revestido a lajetas de pedra com cerca de um metro de altura. Entre o muro e os primeiros obstáculos do equipamento existe uma segunda barreira vegetal constituída por elementos de média altura e muito espaçados entre si. O segundo sistema de cortina de abrigo é constituído por elementos de diversas espécies e onde predominam os de baixa e média altura. Este sistema está implantado a uma cota inferior à geral do parque, num pequeno talude rematado, na sua base, por muros que separam o parque das vivendas a NW. Este sistema gera um ângulo (medido pelo interior do Parque) de cerca de 60º, ou seja, tem um desenvolvimento praticamente N-S.

Se tivermos em conta que uma cortina de abrigo é tão mais eficiente quanto mais perpendicular estiver em relação ao vento e, considerando a orientação destes dois conjuntos, concluímos que este sistema apresenta um baixo grau de eficiência. Por outro lado, uma cortina de abrigo muito densa exerce mais atrito, reduz mais a velocidade do vento mas, pelo facto de não

haver penetração de ar através dela, gera turbilhões, resultando numa menor e mais instável extensão de área sob a sua protecção.

Assim, se juntarmos o efeito, em conjunto, dos dois sistemas de cortinas de abrigo conclui- se que a sua eficiência é negativa. O seu efeito, praticamente, só se faz sentir no Skate Parque e, mesmo neste, a turbulência gerada por excesso de densidade no nível mais baixo provoca turbilhões que, para além de diminuírem a sua área de influência, resultam bastante desagradáveis em dias mais ventosos.

Em consequência – e no que aos ventos diz respeito –, a solução passará por aumentar e estabilizar a sua zona de influência. A opção foi a de, por um lado, demolir o muro existente a norte substituindo-o por uma sebe contínua de média densidade e baixa altura para promover a penetração do ar a esse nível, sem no entanto comprometer a sua função de segurança (evitando que os utilizadores daquele equipamento se apropriem da via pública – e vice-versa.). Por outro lado, foi previsto, igualmente, introduzir na cortina poente elementos de média e grande altura, mas de baixa densidade (tanto de folha persistente, quanto de caduca), reduzindo, em simultâneo, a densidade na cortina de baixa altura.

A solução preconizada pretende potenciar a diversidade de ambientes, o controlo da penetração solar de poente (altura em que o equipamento é mais usado), diminuir as turbulências e aumentar significativamente a estabilidade e a dimensão da sua zona de influência.

De notar que o plantio da cortina verde junto ao Lago, a nascente e sul do Skate Parque

(ver Zonas Verdes e Percursos Pedonais e também Sombreamentos e Controlo das variáveis de Conforto Climático – pág. 84 e 85) também vai ter uma influência bastante positiva neste espaço, principalmente porque gera zonas sombreadas e aumenta o potencial de diversidade de ambientes.

Em relação à grave lacuna de ausência de instalações sanitárias e balneários públicos, a solução encontrada propõe a construção de um novo edifício que os integre condignamente (ver

FIG.40–PARQUE DA VÁRZEA,2011[FOTO:VLÓIO].