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Economia em tempos de Ditadura Militar: endividamento e obras faraônicas

No documento História (páginas 100-103)

Aula 17 Repressão e medo: a Ditadura Militar no Brasil

17.4 Economia em tempos de Ditadura Militar: endividamento e obras faraônicas

É óbvio que em uma ditadura a opinião popular ou de outros setores da sociedade é pouco utilizada, por isso, as coisas são realizadas com poucas discussões e com grande chance de erro, visto que poucas opiniões são consultadas sobre um determinado assunto.

Um exemplo claro dessa condição é a construção de enormes obras, consideradas faraônicas, tais como: rodovia transamazônica, usinas nucleares de Angra dos Reis, usina hidrelétrica de Itaipu, ponte Rio - Niterói, entre outras. Essas obras, que causaram impactos ambientais irrecuperáveis, hoje dificilmente seriam executadas. Na época causaram um endividamento gigantesco do país com bancos estrangeiros: a famosa dívida externa. A dívida estourou nos anos 80, e logo depois a ditadura acabou (1985). Mas quem teve que pagar a conta foram os governos civis (Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula). Por isso o Brasil demorou tanto para voltar a crescer: a dívida deixada pelos militares foi gigantesca.

Atividades de aprendizagem

Analise os textos abaixo:

Texto 1

Para não deixar cair no esquecimento casos de pessoas sequestradas, torturadas e desaparecidas durante a ditadura militar (1964-1985), a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) lançou hoje (21) o livro Habeas Corpus - A Busca dos Desaparecidos Políticos do Brasil.

Em 346 páginas, o livro aborda a Guerrilha do Araguaia, a estrutura das organizações de tortura no país, leis revisórias de anistia adotadas por outros países, como a Argentina, cemitérios clandestinos, além de histórias emblemáticas que ainda estão sem solução, como o caso do desaparecimento do deputado federal Rubens Paiva.

Durante o lançamento do livro, a filha de Rubens Paiva, Vera Paiva, afirmou que a iniciativa ajudará a “tornar pública a dor das pessoas que até hoje sofrem por não ter ido a fundo na memória, na verdade e na punição das pessoas que criaram e legitimaram a tortura nesse país”. Ela enfatizou que, precisamente nesta data, há 40 anos, viu o pai pela última vez.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasfotos/-/journal_content/56/19523/1125606 (Acesso em 31.12.2010)

Sugerimos três filmes com pro- duções em períodos diferentes, mas com a mesma temática. Per- ceba os diferentes olhares para os acontecimentos políticos da ditadura militar no Brasil. Filme 1: O que é isso compa- nheiro? Sinopse: Dirigido por Luiz Carlos Barreto, o filme mostra a forma como muitos jovens arriscaram a própria vida lutando por ideais de liberdade contra uma ditadu- ra que prendia e matava quem se posicionasse contra. O filme chegou a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Filme 2: Lula, o filho do Bra- sil. Sinopse: Dirigido por Fábio Bar- reto, o filme mostra a trajetória do ex-presidente Lula, menino pobre vindo do Nordeste que se transformou em um dos maiores líderes sindicais do país, enfren- tando inclusive os militares da

ditadura. Filme 3: Zuzu Angel. Sinopse: Sérgio Rezende mostra a luta de uma mãe para tentar encontrar seu filho que suposta- mente foi sequestrado e morto

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Aula 17 - Repressão e medo: a Ditadura Militar no Brasil

Texto 2

Brasília - (...) a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), ligada à Presidência da República, inaugura no Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro, o memorial em homenagem a Stuart Edgar Angel Jones, morto sob tortura em 1971 pelas forças de repressão política da ditadura militar (1964-1985). Stuart era estudante de economia, militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e foi campeão de remo pelo Flamengo (1964 e 1965). Ele era filho da estilista Zuzu Angel e o seu corpo nunca foi entregue à família. A procura da mãe pelo filho é contada no filme homônimo  Zuzu Angel, de Sérgio Rezende, e também inspirou Chico Buarque, que fez a letra da canção Angélica (com Miltinho, do MPB4). Zuzu, que morreu em um suposto acidente de carro no Rio em 1976, escreveu uma carta ao compositor dizendo que corria risco de morrer.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasfotos/-/journal_content/56/19523/1115651 (Acesso em 31.12.1971) Texto 3

Acusado pelo Ministério Público Federal de participar da morte de seis presos políticos e torturar outras 20 pessoas, entre elas a presidente eleita Dilma Rousseff, o tenente-coronel reformado do Exército Maurício Lopes Lima descreve a violência nos porões da ditadura como algo “corriqueiro”. Na mesma semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o torturador de sua sucessora hoje deve estar se torturando, a reportagem do iG encontrou o militar levando uma vida calma na praia das Astúrias, no Guarujá.

Hoje aposentado, ele fala tranquilamente sobre os acontecimentos relatados em 39 documentos que serviram de base para a ação civil pública ajuizada na 4ª Vara Cível contra ele. Questionado sobre o uso da tortura nos interrogatórios, comentou: “Era a coisa mais corriqueira que tinha”, afirmou. Embora negue ter torturado Dilma, ele admite que teve contato com a presidente eleita. Diz que na época não podia sequer imaginar que a veria na Presidência. “Se soubesse naquela época que ela seria presidente teria pedido: “Anota meu nome aí. Eu sou bonzinho””, afirma.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/entrevista-de-acusado-de-torturar-dilma (Acesso em 31.12.2010) Agora que você já leu os 3 textos recomendados acima, vamos pensar sobre eles?

História

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1. O país em que vivemos hoje já superou essa forma de violência?

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2. Quando se resgata a história da ditadura e sua violência, é importante para que os jovens conheçam melhor e reflitam sobre democracia e liber- dade. Por quê?

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3. Quando as histórias contadas acima ocorreram (anos 70) o que você estava fazendo? Trabalhava? Estudava? Ou tomava conhecimento dos assuntos políticos?

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Discuta com seus colegas, pois conversar sobre História coletivamente é muito importante para o aprendizado!!

Resumo

Nesta aula você estudou a ditadura brasileira (1964-1985) e com certeza constatou que sua vida hoje está muito melhor, sob o regime da democracia. Não é mesmo?

Apesar dos longos 21 anos de “chumbo” o Brasil superou a ditadura, sua violência e falta de liberdade. Hoje vive em regime democrático. Na época militar apenas dois partidos funcionavam (ARENA e MDB) e muitos brasileiros foram expulsos do país.

Você também descobriu que a volta da democracia foi uma luta de vários grupos sociais da sociedade brasileira e que ela começou a se concretizar com a volta das pessoas exiladas, a ANISTIA, e o retorno da liberdade democrática o PLURIPARTIDARISMO.

Aula 18 - Diretas Já e a Constituição

No documento História (páginas 100-103)