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1 A EDUCAÇÃO DO BRASIL: REALIDADE ATUAL

1.3 Indicadores da Educação no Mercosul, na América do Norte

1.3.1 Educação no Mercosul

O Mercado Comum Sul é composto por seis países (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Venezuela) e tem por objetivo fortalecer, aumentar a integração e unificar a política setorial e macroeconômica dos países-membros.

Os dados educacionais fornecidos pelo MERCOSUL Educacional (2007) são de extrema importância no sentido de que pontuam determinadas “fragilidades” do sistema de ensino de cada país integrantes, para que eles possam a partir daí, criar mecanismos que impulsionem a melhoria da qualidade da educação na América do Sul, por exemplo. Na área da educação básica, o tratamento integral dos objetivos estratégicos do SEM (Sistema Educacional Mercosul) dá ênfase aos problemas fundamentais compartilhados e às políticas educativas nacionais que a elas se referem.

Portanto, faz sentido, reverter o fracasso escolar que afeta especialmente os primeiros anos de escolaridade e os correspondentes à transição de ciclos e/ou níveis, constitui o desafio comum da área.

O Brasil mostra situação desfavorável na comparação com outros países da América Latina com relação às taxas de aprovação, reprovação e abandono, segundo a síntese do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Enquanto Chile, Paraguai e Venezuela têm

taxas de aprovação superiores a 90% no ensino fundamental e médio, o Brasil apresenta taxas de 85,8% e 77% respectivamente.

Isso é percebido quando os dados do país como a Argentina tem 92,3% e 74,3% e o Uruguai, 92% e 72,7%, respectivamente. Já no Brasil as taxas de abandono são de 3,2% no ensino fundamental e 10% no ensino médio.

Nos demais países como o Chile, Paraguai e Venezuela, esses índices ficam abaixo de 3%, bem diferente da Argentina que tem entre 1,3% e 7% e o Uruguai, 0,3% e 6,8%, respectivamente.

Em relação à taxa de reprovação, o Brasil, como foi visto anteriormente, possui uma taxa de 11% no ensino fundamental e 13,1% no ensino médio. Comparando com Chile, Paraguai e Venezuela, os índices ficam abaixo de 8%, e com a Argentina, são 6,4% e 18,8% e no Uruguai 7,7% e 20,4%, respectivamente.

Portanto, em se tratado de países de mesmo continente, porém de políticas públicas alternadas de educação, as taxas são bem diferentes.

Tabela 1.3.1

- Distribuição percentual da população de 17 anos de nível de escolaridade, por país – 2007

Países Total EscolarizadosNão Escolarizados

Primário Secundário1º ciclo Secundário2º ciclo Terciário/Superior MÉDIA %

Argentina 100 30,9 1,2 11,0 56,8 2,6 20,5 Brasil 100 4,8 3,5 19,8 69,7 2,2 20 Chile 100 58,5 0,1 0,5 40,8 0,1 20 Paraguai 100 44,9 2,4 7,3 45,3 0,0 19,98 Uruguai 100 35,6 0,5 12,8 50,6 0,4 19,98 Venezuela 100 71,9 0,2 4,5 23,4 - 25

Fontes: Inep / MEC - Censo Escolar 2007 e do Censo 2007 da Educação Superior.

Dentre os países do Mercosul, a Venezuela atinge o maior percentual de não escolarizados na faixa etária inicial da juventude, sendo de 71,9% do total de estudantes o que representa em média de 25% em todos os segmentos da educação.

Percebeu-se que em se tratando de discentes escolarizados, o Brasil alarmou um índice baixíssimo, de apenas 4,8%. Porém, a Argentina consegue obter maior taxa da população com 17 anos de escolaridades com ensino superior, ou seja, os jovens estão entrando mais cedo nas universidades neste país. O Brasil perde apenas 0,1% do total dos argentinos. Os estudantes brasileiros com essa faixa de idade estão concentrados no ensino médio, como bem demonstra os 69,7% do total.

Tabela 1.3.2

- Taxa líquida de matrículas no ensino superior por país – 2007

Países EscolarizaçãoTaxa de

Argentina 26,4 Brasil 13,2 Chile 27,2 Paraguai 14,2 Uruguai 19,9 Venezuela 8,4

Fontes: Inep / MEC - Censo Escolar 2007 e do Censo 2007 da Educação Superior.

Inferir quem tem a maior ou menor taxa de matrícula no ensino superior nos países do MERCOSUL é deixar de comentar sobre a importância do acesso e da qualidade de ensino nessa etapa educacional, pois é comum observar jovens esforçando-se bastante para ingressar numa universidade, e o pior, de que forma saiu. No entanto, vale ressaltar que o Chile e a Argentina possuem os maiores índices de acesso ao ensino superior.

É preocupante a situação do Brasil, que mesmo com diversos programas para o ingresso às universidades, o país fica em 5.º lugar com 13,2% dos que entram no nível superior de ensino.

Tabela 1.3.3

- Percentual de estudantes que freqüentam instituições do setor público por nível de ensino, por país - Ano 2007.

Países Inicial

Nível de Ensino

Primário Secundário1º ciclo Secundário2º ciclo Terciário/Superior MÉDIA %

Argentina 69,1 77,6 77,8 69,3 74,1 73,6 Brasil 75,6 89,8 91,2 87,2 25,6 73,9 Chile 42,1 47,0 51,4 42,7 23,3 41,3 Paraguai 70,3 83,2 80,3 75,2 31,7 68,1 Uruguai 66,6 85,9 87,9 89,1 88,6 83,6 Venezuela 85,2 84,5 74,7 71,8 - 79,1

Fontes: Inep / MEC - Censo Escolar 2007 e do Censo 2007 da Educação Superior.

Observa-se nos dados acima que, o índice no ensino público do Brasil continua sendo maior no nível fundamental, representado pelo 1.º ciclo. Também é válido comentar que a situação da educação possui a terceira colocação mais baixa dos países sul-americanos, com uma média de 73,6%. Diferentemente da Argentina e Uruguai que revelaram as maiores taxas do ensino superior dos estudantes que frequentam o setor público, sendo um percentual de 74,1% e 88,6% respectivamente.

Percebe-se que nos países do MERCOSUL o ensino público ainda está bastante desnivelado, isso pode ser explicado por falta de programas sociais, investimento em educação e políticas públicas voltadas para melhoria da qualidade de ensino nestes países. Tabela 1.3.4

- Taxa de aprovação, reprovação e abandono por nível de ensino, por país – 2007.

TAXA Primário Secundário1.º ciclo

Ensino

Básico Secundário2.º ciclo MÉDIA

% Taxa de Aprovação Argentina 93,3 75,6 87,1 72,9 82,23 Brasil 85,8 79,8 83,1 74,1 80,70 Chile 95,2 94,3 94,9 87,4 92,95 Paraguai 93,4 89,4 92,3 92,4 91,88 Uruguai 92,0 72,7 86,2 -- 83,63 Venezuela 91,4 91,8 -- 91,9 91,70 Taxa de Reprovação Argentina 6,4 17,8 9,9 19,8 13,48 Brasil 11,0 13,5 12,1 12,7 12,33 Chile 3,5 4,4 3,7 8,1 4,93 Paraguai 4,7 7,3 5,4 6,4 5,95 Uruguai 7,7 20,4 11,5 -- 13,20 Venezuela 6,3 10,0 -- 4,4 6,90 Taxa de Abandono Argentina 1,3 6,6 3,0 7,3 4,6 Brasil 3,2 6,7 4,8 13,2 7,0 Chile 1,3 1,3 1,3 4,5 2,1 Paraguai 1,9 3,3 2,3 1,2 2,2 Uruguai 0,3 6,8 2,3 -- 3,1 Venezuela 2,3 -1,8 -- 3,7 1,4

Fontes: Inep / MEC - Censo Escolar 2007 e do Censo 2007 da Educação Superior.

Dos países do MERCOSUL, o Chile é quem vem apresentando a maior média de aprovação no ensino de modo geral, seguido de Paraguai e Venezuela. E o Brasil possui a menor média de aprovação entre os países.

A retenção é percebida de forma sistemática, a partir de que se levando em consideração a dinâmica que os países adotam como método de aproveitamento e recuperação dos rendimentos escolares e a forma de final de aprovação-reprovação.

O Chile foi o que apresentou a menor média de retenção escolar, já a Argentina, o Uruguai e o Brasil foram os que obtiveram maiores taxas, respectivamente.