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Tendo discorrido sobre as formas pelas quais American Stories/American Solutions reproduz os regimes de significação racial típicos de filmes com Negros Encantados, encerraremos nossa análise falando sobre uma última característica desse personagem poderoso e carismático do cinema hollywoodiano.

Ao longo da história dos Estados Unidos, durante diferentes gerações, existiram autores dedicados a produzir romances que, de uma maneira ou de outra, retratavam a realidade do sul do país antes e durante a era Jim Crow. Essas obras, produzidas por autoras e autores brancos, refletem as maneiras pelas quais a experiência da escravidão e do racismo, vivida pelo negro americano no período anterior ao Movimento dos Direitos Civis, eram concebidas no imaginário social branco. Livros como Uncle Tom’s Cabin (A Cabana do Pai Tomaz, 1852), Gone with the Wind (E o Vento Levou, 1936) e To Kill a Mokingbird (O Sol é para Todos, 1960), retratam, de maneira direta ou indireta, o sofrimento e os maus tratos sofridos pelos negros antes e depois da Guerra Civil americana.

Ainda que essas histórias sejam carregadas de representações estereotipadas da identidade afro-americana, elas são notadamente marcadas pela presença de personagens

negros capazes de manter a fé, a dignidade e a tenacidade diante das injustiças e das atrocidades produzidas no seio de uma sociedade brutalmente racista. Esses clássicos da literatura americana, assim como os filmes hollywoodianos originados a partir dessas histórias58, ajudaram a produzir no imaginário social branco uma percepção sobre os afro- americanos como sendo indivíduos convictos de suas crenças, capazes de dispensar conselhos que tocam o íntimo daqueles que os escutam e de falar com autoridade, segurança e compaixão em meio a situações de crise.

Assim como os personagens negros desses romances, os Negros Encantados hollywoodianos são representados como membros de uma “raça” cuja história de dor e sofrimento suportados por seus antepassados os transformou em seres portadores de uma sabedoria ancestral, que os tornou capazes de curar as feridas psíquicas dos que deles se aproximam em busca de ajuda.

Em determinada sequência de American Stories/American Solutions, Obama dirige-se diretamente ao espectador para falar sobre a importância de se defender a liberdade e do seu compromisso com a proteção dos Estados Unidos, apresentando a sua estratégia para lidar com a guerra e o terrorismo. Mas, o tom pragmático com o qual a sequência inicia é substituído por um apelo emocional carregado de pessoalidade. Obama continua a sua fala afirmando lembrar de uma mulher que conheceu no Estado de Iowa, cujo filho fora enviado ao Iraque na mesma época em que um amigo próximo do candidato teria sido, também, recrutado para lutar na guerra.

O plano inicial é substituído pela cena de Obama em meio a uma pequena multidão. O candidato democrata aproxima-se de uma senhora branca, dispensando-lhe algumas palavras e tocando-a, carinhosamente, no ombro. A admiração diante do candidato negro transparece através do olhar e do sorriso da mulher branca. A cena é acompanhada por uma melodia angelical e uma sucessão de acordes maiores que irão continuar por toda a sequência. A música, as expressões faciais e a linguagem corporal dos dois personagens, assim como o fato desta senhora ser nitidamente muito mais velha do que o candidato democrata, deslocam as ansiedades históricas dos brancos americanos em relação às interações entre homens negros e mulheres brancas, substituindo-as por sentimentos de conforto e admiração diante da compaixão expressa por esse poderoso homem negro diante de uma frágil senhora branca. Ao final da cena, Obama abraça a mulher, que parece esboçar um choro emocionado ao ouvi- lo dizer: “Eu estarei rezando por você”. A comoção e o fascínio expressos no rosto desta

senhora são os mesmos que vemos, durante todo o comercial, nos semblantes de outros personagens brancos que se encontram diante de Obama.

Ainda na mesma sequência, numa cena de comício, ouvimos Obama dizer, de maneira enfática e contagiante, que todo americano possui uma história feita de sonhos, trabalho, lutas e conquistas, e que essas histórias constituem a História da América. A cena do discurso dá lugar ao depoimento de Bill Richardson, Governador do Estado do Novo México, que emite as seguintes impressões em relação ao candidato democrata:

“Este cara é especial, porque eu acho que ele pode unir as pessoas. Porque ele é um homem bom e decente, que entende o mundo através de sua história. Ele é um homem que pode

curar este país. Que pode trazer bipartidarismo. Há aspectos bons e positivos incomuns

neste homem e que nós necessitamos na atual conjuntura em nossa história (grifos nossos)”. Seguindo o mesmo padrão que vemos ao longo de todo o comercial, a fala de Bill Richardson é ilustrada por cenas de Obama interagindo com americanos comuns, durantes as quais americanos brancos, mais uma vez, encontram-se em primeiro plano, ocupando um lugar de destaque e formando a maioria esmagadora daqueles que compõem as cenas.

Figura 21 – Planos fechados nos rostos de americanos brancos: As expressões faciais demonstram atenção, comoção e admiração diante da força, autoridade e compaixão com as quais se expressa o candidato democrata.

Em determinado ponto da fala de Richardson, vemos Obama em meio ao povo americano. Em plano fechado, Obama sorri para a multidão. Uma mão branca entra em quadro, tocando o ombro do candidato democrata no exato momento em que ouvimos o governador do Novo México dizer que Obama é “um homem que pode curar este país”. Para

aqueles familiarizados com a mitologia cristã, a cena pode remeter ao episódio no qual, sem ser vista, uma mulher doente toca a manta de Jesus, sendo instantaneamente curada pelo seu ato de fé.59

A cura pelo toque também está presente em The Green Mile (1999). Numa das sequências mais dramáticas do filme, Paul Edgecomb desaba no corredor do pavilhão onde encontram-se os detentos condenados à pena de morte, acometido por fortes dores causadas por uma grave infecção urinária. Ao presenciar a cena, John Coffey pede que Paul se aproxime de sua cela. Fortemente debilitado pela dor, Paul pergunta ao gigante negro, “O que você quer, John Coffey?”, ao que John responde, “apenas ajudar”, puxando Paul violentamente pela jaqueta, apertando-o fortemente contra as barras de ferro da sua cela e tocando com sua mão esquerda o órgão genital de Paul.

Aquilo que, inicialmente, aparenta ser uma agressão de contornos sexuais, revela-se como um dos momentos mágicos do filme, ao percebermos que o propósito do sugestivo toque desferido por John Coffey é curar a infecção urinária de Paul. Mais uma vez, as ansiedades raciais do espectador branco são deslocadas, para dar lugar ao êxtase emocional diante da constatação de que o amor dispensado por este poderoso homem negro a um dos responsáveis pela consumação do ritual de morte, ao qual ele será submetido, significa que a identidade branca sempre será digna de salvação.

Figura 22 – Cenas do comercial American Stories/American Solutions e do filme The Green Mile: Uma mão branca toca o ombro do candidato democrata, no exato momento em que ouvimos Bill Richardson dizer que Obama é um homem que pode curar esse país. Ao lado, no filme The Green Mile, o Negro Encantado John Coffey toca a região genital de Paul Edgecomb para curá-lo de uma infecção urinária.

Ainda que em American Stories/American Solutions haja um inversão no sentido do toque, em relação à cena de The Green Mile (1999) — é Obama quem é tocado por uma mão branca, e não o contrário —, o efeito de deslocamento das ansiedades raciais do espectador branco permanece o mesmo, na medida em que ouvimos a voz de Bill Richardson dizer que Obama é “um homem que pode curar este país”. A simbologia do toque em ambas as cenas

evoca conotações espirituais capazes de converter temporariamente Obama e John Coffey em repositórios de um poder sobrenatural, cujo único propósito é curar um “mundo branco” em dificuldades.

A sequência termina com uma série de fotografias em preto e branco. Nas imagens, Obama estabelece alguma forma de contato físico ou visual com pessoas brancas individualmente, com exceção de uma única foto, na qual, de costas para a câmera, ele segura nos braços uma criança negra. Sobre as fotografias, ouvimos a voz do candidato:

“Eu sou lembrado todos os dias que não sou um homem perfeito. Eu não serei um presidente perfeito. Mas eu posso lhes prometer uma coisa: eu sempre vou lhes dizer o que penso e qual a minha posição. Eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentaremos. Eu vou ouvir vocês quando discordarmos. E o mais importante é que vou abrir as portas do governo e pedir-lhes para se envolverem em sua própria democracia novamente”.

Certamente, num mundo branco-normativo, reproduzido cinematograficamente em American Stories/American Solutions, a própria identidade racial do candidato democrata o impede de ser um homem/presidente “perfeito”, ainda que ele possa ser “mágico”. Como a grande maioria dos Negros Encantados, Obama promete sempre dizer o que pensa e qual a sua posição. Negros Encantados, apesar de subalternos, são enfáticos e extremamente honestos ao dispensarem seus conselhos ao protagonista branco, expressando exatamente o que pensam, mesmo que isso possa causar algum desconforto ao herói. Este desconforto, por sua vez, não é produto da relação de poder existente entre os dois personagens, mas um elemento necessário ao processo de cura do herói, ou o efeito de uma espécie de tough love60 dispensado pelo Negro Encantado.

Obama finaliza a sua fala reforçando o único requisito imposto pelo Negro Encantado ao herói branco, ou o de que a ajuda por ele oferecida está condicionada a uma participação ativa do herói no seu processo de “cura”: “E o mais importante é que vou abrir as portas do governo e pedir-lhes para se envolverem em sua própria democracia novamente”. A sabedoria e os poderes desse anjo negro não serão suficientes para mudar o rumo da vida do herói branco, a não ser que ele mesmo assuma as rédeas da sua própria vida.

A sequência termina com a imagem de uma silhueta. Ainda que saibamos se tratar da imagem do candidato democrata, não há como evitar por completo o ar de mistério que costuma pairar sobre qualquer imagem de contornos antropomórficos, cujo conteúdo é visualmente suprimido. A imagem desaparece gradualmente, dando lugar a uma tela escura, a

60 Expressão americana usada para descrever o ato de promover o bem-estar de uma pessoa pela imposição de

partir da qual emerge a cena da última sequência do comercial. Trata-se de um comício na Cidade de Sunrise, Estado da Flórida. No centro de uma grande arena, cercado por milhares de pessoas, Obama discursa:

“América, o tempo da mudança chegou. Para todos aqueles que se juntaram a nós, eu digo que em seis dias poderemos escolher uma economia que recompensa o trabalho, cria novos empregos e alimenta a nossa prosperidade, começando com a classe média. Em seis dias, poderemos escolher investir em saúde para nossas famílias, educação para nossas crianças e energia renovável para nosso futuro. Em seis dias, poderemos escolher a esperança ao invés

do medo, a união ao invés da divisão, e uma promessa de mudança sobre o poder do status quo. Em seis dias, podemos nos unir como uma só nação e um só povo, e mais uma vez

escolher nossa melhor história” (grifos nossos).

Figura 23: Sequência de fotografias de Obama, em preto e branco, exibidas ao final do comercial: Todas as pessoas com as quais Obama interage diretamente são brancas, com exceção de uma criança negra que ele carrega nos braços em uma foto na qual o candidato se encontra de costas para a câmera. Na última foto, vemos a silhueta do candidato democrata.

O último discurso do candidato democrata sintetiza os anseios de mudança e o sentimento de esperança aos quais o comercial apela ao longo dos seus trinta minutos. No entanto, pela perspectiva a partir da qual foi realizada a presente análise, as duas últimas

frases do trecho acima podem ser interpretadas por um viés metafórico de apelo a uma subjetividade branco-americana em relação ao problema racial nos Estados Unidos. A “união”, como expressão de um desejo de reconciliação racial, personificada e simbolizada pela figura de um homem, filho de pai negro e de mãe branca. A “esperança” de que os poderes concedidos a este homem negro-mestiço o permitam guiar o povo americano rumo à superação da crise. A “mudança sobre o poder do status quo”, ou a eleição deste homem negro como a prova incontestável de que os Estados Unidos encerram, definitivamente, o capítulo da supremacia branca, adentrando uma era “pós-racial”, unidos como “uma só nação e um só povo”.

A sequência continua com Obama pedindo aos presentes e, por consequência, àqueles que assistem ao comercial, que lutem ao seu lado e o ajudem a concluir sua campanha, fazendo ligações e batendo nas portas para que, juntos, candidato e eleitores, possam vencer as eleições. A multidão grita com uma euforia extasiante, enquanto uma música, que lembra os grand finales das superproduções hollywoodianas, impõe-se sobre as imagens. Obama pronuncia suas últimas palavras: “ Juntos, mudaremos este país. Nós mudaremos o mundo. Que Deus os abençoe. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América”.

Ao longo dos últimos trinta minutos, espectadores brancos emocionaram-se com os tons dramáticos de uma história que os coloca no centro da narrativa, vivenciando o fascínio e o êxtase de estar diante de um negro carismático e poderoso, cuja única razão de ser é ajudá- los a retomar as rédeas do seu próprio destino, contagiados por um “Efeito Negro Encantado”.

CONCLUSÃO

As formas como as interações entre personagens negros e brancos são retratadas nos filmes americanos, assim como as maneiras pelas quais essas identidades são cinematograficamente construídas, muitas vezes servem ao propósito de ajustar o público às realidades sociais, econômicas e políticas das relações raciais da vida real nos Estados Unidos. Dessa maneira, as representações da identidade negra no cinema hollywoodiano têm passado por uma série de mudanças significativas ao longo do tempo, desde os aviltantes tipos míticos identificados por Bogle (2016), até os poderosos e carismáticos Negros Encantados da década de 1990 e início do século XXI.

No entanto, a teoria pós-colonial e os estudos mais críticos sobre representações étnico-raciais em textos cinematográficos apontam para os problemas intrínsecos a qualquer abordagem baseada em julgamentos normatizantes sobre tais representações. Nesse sentido, torna-se fundamental superar a tendência de se reconhecer tais imagens como sendo meramente positivas ou negativas, e a sua redução a um conjunto limitado de fórmulas reificadas. Uma análise verdadeiramente crítica das representações de identidades étnico- raciais no cinema deve levar em consideração as condições histórico-sociais a partir das quais elas são produzidas, e que definem os processos de mutação, metamorfose, mudanças de valência e alterações de funções dessas representações. Somente dessa maneira, torna-se possível apreender os processos de subjetivação produzidos a partir das relações de poder e resistência, dominação e dependência, que constroem cinematograficamente o sujeito/objeto do discurso racial.

É igualmente importante enfatizar que, embora atuem no campo do simbólico, tais representações, às quais somos diariamente expostos, são capazes de produzir efeitos reais nas vidas de pessoas reais. As maneiras como identidades étnico-raciais são representadas nos/pelos meios de comunicação influenciam as formas como percebemos a nós mesmos enquanto sujeitos racializados, assim como a nossos “Outros” raciais, ajudando a determinar as maneiras pelas quais relações sociais são construídas no mundo real. Não raro, os estereótipos utilizados para representar grupos étnico-raciais socialmente vulneráveis, são utilizados para justificar a violência e a opressão estrutural cotidianamente imposta sobre tais grupos. Nesse sentido, essas representações participam de um modelo de política social que, em última análise, determina diferentes possibilidades de existência para diferentes grupos humanos, com base nas características físicas e culturais de tais indivíduos.

moralidade superficial, capaz de fazê-lo incorrer no equívoco de adotar uma visão dualista diante das representações trabalhadas. Uma análise baseada em dualismos implica em ignorar as complexidades de todo um conjunto de dilemas e controvérsias contemporâneas que atravessam o tema da representação étnico-racial, incluindo questões como a natureza do racismo, as ambivalências que constituem os processos de representação de identidades étnico-raciais, e as interseccionalidades entre a raça, etnia e outros marcadores sociais, assim como outros regimes de construção da diferença que, não raro, produzem novas injustiças, formas de opressão e processos de subalternização.

Neste trabalho, optamos por uma análise crítica dos significados produzidos nos/pelos regimes de representação étnico-racial do comercial político American Stories/American Solutions. Como foi demonstrado, nossa investigação partiu de duas premissas fundamentais. A primeira delas baseia-se na hipótese de que os significados raciais produzidos no/pelo comercial são capazes de gerar um efeito de atenuação das ansiedades e temores raciais do eleitorado branco em relação à possibilidade de eleição do primeiro homem negro à presidência dos Estados Unidos.

Essa hipótese foi construída com base em investigações do âmbito da comunicação política, dedicadas ao estudo de apelos raciais implícitos em campanhas eleitorais americanas. Tais investigações chamam atenção para a recorrente referenciação a estereótipos raciais, no tratamento de determinados temas, durante campanhas eleitorais; a exemplo da associação entre imagens de afro-americanos e os temas da violência, da criminalidade e da dependência de políticas assistencialistas.

A associação deliberada entre grupos étnico-raciais não brancos e determinados temas, serve ao propósito de pré-ativar preconceitos, temores e ressentimentos raciais no eleitorado branco, de modo a influenciar seu julgamento sobre o candidato ao qual a mensagem se refere. Nesse sentido, argumentamos que a campanha do candidato Barack Obama é um caso sem precedentes para os estudos sobre apelos raciais implícitos em campanhas eleitorais, na medida em que a própria identidade étnico-racial do candidato afro-americano esteve em questão. Como foi sugerido, o fato de Obama ser um homem negro produz alguns problemas de ordem estratégica para sua campanha no que concerne à representação étnico-racial do candidato, os quais não se constituiriam como um “problema” caso Obama fosse um homem branco.

A segunda premissa, a partir da qual nossa análise foi construída, consiste na existência de uma relação de correspondência entre o uso de apelos raciais implícitos em campanhas eleitorais e os regimes de representação de identidades étnico-raciais

historicamente reproduzidos no/pelo cinema hollywoodiano. Esta correspondência se explica pela capacidade de circulação social e cultural do estereótipo e dos significados raciais por ele produzidos.

Mais uma vez, argumentamos em nome da excepcionalidade do nosso objeto de análise, na medida em que se pode considerar um paradoxo a possibilidade de haver uma correspondência entre os estereótipos negros historicamente reproduzidos no/pelo cinema hollywoodiano, considerados nocivos à identidade negra, e a construção da persona política de um afro-americano com pretensões de assumir a presidência dos Estados Unidos. Esta aparente incompatibilidade foi superada pela adoção de uma metodologia de análise que procurou se afastar de julgamentos normatizantes sobre tais representações para privilegiar a sua historicidade e o seu caráter ambivalente. Para isso, demonstramos as maneiras pelas quais American Stories/American Solutions reproduz os regimes de representação étnico- racial característicos dos filmes com Negros Encantados.

Se, aparentemente, filmes com Negros Encantados parecem indicar um progresso nas

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