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2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, CIDADANIA E DIREITO

2.2 A EJA NO CAMPO

A Educação do Campo6 surge na perspectiva de uma política pública estratégica para o desenvolvimento e a sustentabilidade do campo brasileiro. Uma educação destinada a cumprir um papel de contribuição na construção de um projeto de sustentabilidade local, na construção da memória coletiva das comunidades, democratizando a cultura na busca da humanização das pessoas, que, deveriam aprender a diversidade do cotidiano escolar do campo, sem perder a unidade com as diretrizes gerais.

Desta forma, guardando os princípios identitários de ética da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, assim como, os princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à democracia, sem esquecer os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade, da qualidade e da diversidade cultural. Levando em consideração o papel da escola junto à construção do projeto alternativo de desenvolvimento rural sustentável, e de interdisciplinaridade a qual a construção do conhecimento precisa ser visto de forma integrada e interdisciplinar e a partir do contexto local.

Enquanto princípio pedagógico deve respeitar e valorizar os diferentes saberes na construção do conhecimento e da organização escolar tendo como referência o mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura vivida pela população do campo. A Educação do Campo representa uma concepção político

6 A Educação do campo deve ser construída a partir da diversidade dos múltiplos sujeitos do campo:

comunidades negras rurais, quilombolas, bóias frias, assalariados rurais, posseiros, meeiros, arrendatários, acampados, assentados, reassentados atingidos por barragens, agricultores familiares, vileiros rurais, povos das florestas, indígenas, pescadores, ribeirinhos, entre outros.

pedagógica voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com as condições da existência social, sua relação com a terra, o meio ambiente, os diversos saberes, e vivência nos movimentos sociais.

Para tanto, a LDB, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 37 versa sobre a Educação de Jovens e Adultos para pessoas que não tiveram acesso a escola em tempo regular para sua formação básica. Este acesso deverá ser gratuito e em local apropriado levando em consideração as características do alunado, inclusive dando ênfase ao conhecimento e habilidades adquiridas por meios informais. Porém não diferencia a modalidade de educação urbana da rural.

Existe uma alusão ao sistema de ensino para promoção de adaptações da educação à vida do campo, com uma metodologia diferenciada e direcionada à situação campesina, percebendo necessidades diversas da educação urbana para a rural.

Art. 28º. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. (LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996)

Sendo assim, de 1996 a 2001 as pressões dos movimentos sociais do campo resultaram na elaboração do Parecer nº 36/2001, com o entendimento de uma educação voltada para realidade do campo. O Parecer nº 36/2001 MEC/CNE/CEB trouxe em seu bojo uma mudança no posicionamento das políticas educacionais, com um olhar mais apropriado para a educação dos trabalhadores rurais do país. Calcado no respeito às diferenças e perseguindo uma política de igualdade numa perspectiva e educação inclusiva, propondo medidas de adequação à vida do campo. Trata-se de uma política que coloca a educação do campo como educação rural discriminando seus espaços demonstrando a potencialidade e dinamismo dos territórios rurais ressaltando sua importância no contexto geral de nossa sociedade.

A educação do campo, tratada como educação rural na legislação brasileira, tem um significado que incorpora os espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura, mas os ultrapassa ao acolher em si os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas. O campo, nesse sentido, mais do que um perímetro não urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições da existência social e com as realizações da sociedade humana. (BRASIL, Parecer nº 36/2001 MEC/CNE/CEB)

Esta tentativa de corrigir desigualdades teve intentos de não subestimar a luta da gente camponesa pelos seus direitos, sobretudo referente à posse de terras e reforma agrária, desmistificando o campo em relação às suas condições materiais, não de forma temporária e evolutiva, mas condições reais de existência diferenciada da visão urbana. O campo é local heterogêneo, de multiculturalidades e suas demandas por uma educação básica deveriam se constituir de forma condizente com tal realidade na busca da cultura letrada.

Para tanto, as Diretrizes Operacionais para Educação Básica no Campo (2001)7 tenta atender esta demanda da sociedade e oferece subsídios para o desenvolvimento de propostas pedagógicas que contemplem a mencionada diversidade e heterogenia, unindo esforços das instituições públicas e sociedade civil para o desenvolvimento social mais justo e igualitário no campo.

O estado brasileiro no início de sua formação convive com uma economia eminentemente agrária e desde sempre não se ateve com uma educação que contemplasse a gente do campo. A educação rural não tinha assento nas seguidas constituições federais de 1824 a 1891, resquícios de matrizes culturais apoiada no latifúndio e no trabalho escravo. A educação voltada para as humanidades e as letras e desta forma, visava os interesses privados e não públicos. A educação brasileira estava pautada pela classe média emergente que vislumbravam educação como forma de ascensão social e aquisição de postos de trabalho frente o processo de industrialização urbano, que ora iniciava-se, fato que silenciou seguidas constituições sobre educação rural.

7 As Diretrizes são lei de operacionalização da educação composta por um conjunto de princípios e

de procedimentos para serem observados nos projetos das instituições que integram os diversos sistemas de ensino e que visam adequar o projeto institucional das escolas do campo nos diferentes níveis e modalidades as leis nacionais de educação (Brasil, Diretrizes Operacionais para Educação do Campo, Art. 1º e 2º).

A introdução desta preocupação somente se deu nas primeiras décadas do Séc. XX, período de efervescência social e mudança de pensamento por força do processo de industrialização e, consequentemente, intenso êxodo rural para as grandes cidades. Inicializou-se uma preocupação da manutenção da gente do campo, no campo, e a garantia de sua produtividade, mascarando um controle das elites sobre os trabalhadores rurais.

A educação oferecida no campo era uma bricolagem do formato urbano, ancorado em valores, hábitos e costumes da cidade, em detrimento da valorização da cultura camponesa. Com a Constituição de 1934 sob forte influência do Manifesto dos Pioneiros8 de 1932 denotou forte relação de forças e pressões sociais para uma mudança na estrutura educacional em todo país, tornando-se um marco na discussão sobre as relações instituições de ensino e sociedade civil. E, desta forma, foi-se tratando da interiorização do ensino, de uma população que a época era a maior parcela do povo brasileiro e base da economia nacional, mas, não atendida de forma satisfatória pelo governo das províncias que subjazia, ocultava, um intento de controle das tensões e conflitos de um modelo civilizatório exacerbado de poder nas relações com o campo.

O Decreto-Lei 9.613, de 20 de agosto de 1946, do Governo Provisório, chamado de Lei Orgânica do Ensino Agrícola, tinha como objetivo principal a preparação profissional para os trabalhadores da agricultura, conforme o demonstrado em seu primeiro artigo: “Art. 1º Esta lei estabelece as bases de organização e de regime do ensino a agrícola, que é o ramo do ensino até o segundo grau, destinado essencialmente à preparação profissional dos trabalhadores da agricultura”. Tendo como finalidade atender os interesses dos trabalhadores rurais no que se refere à preparação técnica e formação humana.

8 O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova", datado de 1932, consolidava a visão de um segmento

da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. Redigido por Antônio Ferreira de Almeida Júnior, Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais, entre os quais Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles. Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. O movimento reformador foi alvo da crítica forte e continuada da Igreja Católica, que naquela conjuntura era concorrente do Estado na expectativa de educar a população, e tinha sob seu controle a propriedade e a orientação de parcela expressiva das escolas da rede privada.

Art. 2º O ensino agrícola deverá atender: 1. Aos interesses dos que trabalham nos serviços e misteres da vida rural, promovendo a sua preparação técnica e a sua formação humana. 2. Aos interesses das propriedades ou estabelecimentos agrícolas, proporcionando-lhes, de acordo com as suas necessidades crescentes e imutáveis, a suficiente e adequada mão de obra. 3. Aos interesses da Nação, fazendo continuamente a mobilização de eficientes construtores de sua economia e cultura.

Art. 3º O ensino agrícola, no que respeita especialmente à preparação profissional do trabalhador agrícola, tem as finalidades seguintes: 1. Formar profissionais aptos às diferentes modalidades de trabalhos agrícolas. 2. Dar a trabalhadores agrícolas jovens e adultos não diplomadas uma qualificação profissional que lhes aumente a eficiência e produtividade. 3. Aperfeiçoar os conhecimentos e capacidades técnicas de trabalhadores agrícolas diplomados.

Art. 4º Ao ensino agrícola cabe ainda formar professores de disciplinas próprias desse ensino e administradores de serviços a esse ensino relativo, e bem assim aperfeiçoar-lhes os conhecimentos e competência. (Decreto- Lei 9.613, de 20 de agosto de 1946)

Disseminando os princípios de formação dentro de um período adequado que não reservasse uma adaptação profissional dentro de uma visão técnica específica voltada para a prática desses trabalhadores, assim como, um horizonte de aprendizagem de cultura geral e práticas educativas que fortalecessem os valores humanos dos camponeses, mas com uma brevidade preocupante. Em seu texto, o Decreto trazia a preocupação como o esforço para estabelecer a equivalência do ensino agrícola com as demais modalidades, e, denotava as restrições impostas aos que optavam por cursos profissionais destinados aos mais pobres.

Art. 5º Presidirão ao ensino agrícola os seguintes princípios gerais: 1. Evitar-se- á, nos cursos de formação de trabalhadores agrícolas, a especialização prematura ou excessiva, de modo que fique salvaguardada a adaptabilidade profissional futura dos operários, mestres e técnicos. 2. Nos cursos de que trata o número anterior, incluir-se-ão, juntamente com o ensino técnico, estudos de cultura geral e práticas educativas que concorrem para acentuar e elevar o valor humano do trabalhador agrícola. 3. As técnicas e os ofícios deverão ser ensinados com os processos de sua exata execução prática e também com os conhecimentos teóricos que lhes sejam relativos. Ensino prático e ensino teórico apoiar-se-ão sempre um no outro. 4. A informação científica exigir-se-á em todos os casos, mesmo no ensino dos cursos destinados a dar rápida e sumária preparação para os comuns trabalhos da vida rural, por forma que o ensino agrícola, com tornar conhecidos os processos racionais de trabalho, concorra para eliminar da agricultura as soluções empíricas inadequadas. (Decreto-Lei 9.613, de 20 de agosto de 1946)

Após este período do governo provisório, as Constituições somente retomavam as mesmas normas, transferindo para as empresas agrícolas9 a

9 Reproduzindo mais uma vez as obrigações e responsabilidades do governo para a iniciativa

responsabilidade da educação de funcionários e seus filhos até 14 anos, que poderiam o fazer por meio de um salário-educação, resultando em um possível não êxito nos objetivos elementares de cultura letrada dos trabalhadores do campo. Somente com a Constituição de 1988 que a educação é tida e garantida como direito de todos, sejam oriundos de áreas urbanas ou rurais, atingindo a todos os níveis e modalidades de ensino, finalmente tratando a educação do campo de forma igualitária e respeitando as diferenças. Fato que foi intensamente motivado pelos Movimentos Sociais do Campo em todo cenário nacional.

Foi desta forma que a educação do campo foi se tornando uma realidade mais próxima das necessidades da população rural, e com as Diretrizes Operacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo (2001), foram construídas, compostas por uma série de análises de antigas Constituições do Brasil e Constituições estaduais que versavam sobre educação do campo, porém tinham objetivos de educação compensatória, classificando a visão de local de atraso para o rural em relação ao urbano. Estaria proposta agora o respeito às especificidades de um ator que emergia numa realidade diferente da urbana, na tentativa de uma política includente de sujeitos sociais marginalizados do processo educativo, como é o caso dos trabalhadores rurais.

Significava o processo de debate e participação ativa de diferentes instituições, organizações e movimentos sociais que atuam no campo, sendo uma das primeiras políticas especificas para as escolas do campo, reconhecendo o modo próprio de vida social deste grupo de camponeses, enquanto elemento de constituição da identidade da população e a necessidade de definir estratégias próprias para garantir o acesso à Educação Básica e profissional. Valorizava-se, então, um movimento social, cultural e identitário que afirmava o direito à terra, ao trabalho, à dignidade, à cultura e à educação.

Na Resolução MEC nº 2, de 28 de abril de 2008, vem estabelecidas as diretrizes complementares, normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do Campo, determinando, assim, a competência de todos os entes da federação como co-responsáveis para execução e planejamento desta modalidade de educação, a qual fazia distinção da educação regular e educação de jovens e adultos, mas ressaltava os padrões mínimos de qualidade e também a participação da comunidade na elaboração do planejamento.

Art. 9º A oferta de Educação do Campo com padrões mínimos de qualidade estará sempre subordinada ao cumprimento da legislação educacional e das Diretrizes Operacionais enumeradas na Resolução CNE/CEB nº 1/2002.

Art. 10 O planejamento da Educação do Campo, oferecida em escolas da comunidade, multisseriadas ou não, e quando a nucleação rural for considerada, para os anos do Ensino Fundamental ou para o Ensino Médio ou Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio, considerará sempre as distâncias de deslocamento, as condições de estradas e vias, o estado de conservação dos veículos utilizados e sua idade de uso, a melhor localização e as melhores possibilidades de trabalho pedagógico com padrão de qualidade.

§ 1º É indispensável que o planejamento de que trata o caput seja feito em comum com as comunidades e em regime de colaboração, Estado/Município ou Município/Município consorciados. § 2º As escolas multisseriadas, para atingirem o padrão de qualidade definido em nível nacional, necessitam de professores com formação pedagógica, inicial e continuada, instalações físicas e equipamentos adequados, materiais didáticos apropriados e supervisão pedagógica permanente. (BRASIL, Resolução nº 2, 2008).

Destacamos os limites para operacionalização desta política frente às dificuldades impostas pelas próprias localidades em termos de infra-estrutura e a permanência das séries multisseriadas o que poderia significar um possível entrave no que se refere á qualidade do desenvolvimento de um trabalho direcionado e específico no âmbito educacional. Esta Resolução, ratificava as Diretrizes Operacionais instituídas pela Resolução MEC/CNE/CEB nº 1/2002 e de acordo com estes princípios surgem algumas questões como a necessidade de um recorte no campo da EJA para camponeses, para que não se tornassem uma educação rural supletiva, equilibrando suas peculiaridades e particularidades, e também suas identidades e diversidades, respeitando o pluralismo e promovendo valores solidários em comunidade para propiciar condições para o controle de seus destinos e futuros dos trabalhadores rurais.

Neste momento, a EJA seria um plano de ação, prevista também nesta Resolução (2008), foi uma forma de concretizar as Diretrizes Operacionais (2002), para a geração de capacidade ao enfrentar os problemas de desenvolvimento local, levando em consideração os fatores econômicos (velocidade das mudanças tecnológicas onde exige flexibilidade e rápida transformação nas unidades produtivas); e políticos (sociedades locais situadas como espaços viáveis de intervenção de cidadania e de poder político).

Art. 1º A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais variadas formas de produção da vida – agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e outros.

§ 4º A Educação do Campo deverá atender, mediante procedimentos adequados, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, as populações rurais que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, em idade própria. (BRASIL, Resolução Nº 2, 2008)

Recuperando assim a noção de educação em sua dimensão construtiva do desenvolvimento rural combatendo o reducionismo do ensino na educação do campo, sem deixar de articular o local e o global, proporcionando mais qualidade de vida daquela população. Os assentamentos rurais, espaço local de articulação, são o espaço mais viável para desenvolver e efetivar as ações de EJA, propondo experiências na busca de um trabalho educativo no qual promova o sujeito, suas especificidades e suas demandas, observando a gestão democrática e cultura cidadã.

Contudo, existem objetivos de formar lideranças locais democráticas para desenvolver propostas educativas para gestão pública local trabalhando a dimensão pedagógica das estratégias políticas, que consequentemente perpassam pela visão da participação política dos assentados nas tomadas de decisão, locais e/ou globais, que Bordenaves classificaria como microparticipação e macroparticipação.

A prova de fogo da participação não é o quanto se toma parte mas como se torna parte. Possivelmente, a insatisfação com a democracia representativa que se nota nos últimos tempos em alguns países se deva ao fato de os cidadãos desejarem cada vez mais “tornar parte” no constante processo de tomada nacional de decisões e não somente em decisões periódicas. A democracia participativa seria então aquela em que os cidadãos sentem que, por, “fazerem parte” da nação, “tem parte” real na sua condução e por isso “tomam parte” – cada qual em seu ambiente – na construção de uma nova sociedade da qual se “sentem parte”. (BORDENAVES, 2007, p. 23). O que entendemos que ao se referir a uma educação do campo para jovens e adultos assentados devemos sempre estar preocupados com a qualidade do aprendizado necessários aos trabalhadores rurais, fazendo com que consigam ter acesso a saberes sistematizados e específicos para melhoria da sua participação

política dentro e fora de seus locais de vida e trabalho, numa visão realmente inclusiva dos camponeses.