Representações da nação na narrativa latinoamericana contemporânea
1. El dilema de los próceres: literatura e história
Isis Milreu (UFCG)
Jorge Fernández Díaz é um reconhecido escritor e jornalista argentino. É autor de oito romances e de vários contos, crônicas, artigos e ensaios. Entre suas obras, destacase o romance El dilema de los próceres que foi publicado em 1997 e reeditado em 2009. A referida narrativa tem como protagonistas Sherlock Holmes e Borges, os quais tentam resolver uma conspiração que envolve cartas apócrifas de José de San Martín e Juan Manuel de Rosas. Em sua investigação, os personagens entram em contato com os escritores Victoria Ocampo, Evaristo Carriego, Leopoldo Lugones e Horacio Quiroga. Percebemos que o autor não só ficcionaliza personagens históricos, mas também reflete sobre acontecimentos marcantes da história argentina e discute temas literários, além de dialogar com a poética borgeana. Desse modo, as fronteiras entre a literatura e a história são desconstruídas. Tendo em vista essas considerações, analisaremos a citada ficção a partir de sua problematização da relação entre a literatura e a história e nos apoiaremos nos trabalhos de Esteves (2010) e Weinhardt (2011), entre outros estudiosos que examinaram esta temática.
Desvendando algumas imagens significativas de dom Quixote e Sancho Pança
Italo Oscar Riccardi León (UNIFALMG) A presente proposta tem como objetivo principal uma aproximação a dom Quixote e Sancho Pança, enquanto figuras/personagens principais do consagrado texto cervantino, com a intenção de interpretar e analisar imagens significativas apresentadas por alguns autores como Olavo Bilac, Vargas Llosa, Vladimir Nabokov, Jorge Luís Borges e Milan Kundera entre una diversidade de possibilidades existentes. Os autores mencionados traçam aspectos configurativos de interesse ao se referirem ao renomado cavaleiro andante e seu fiel escudeiro, o que possibilita, de forma análoga, que se possam enunciar reflexões instigantes por meio das imagens que retratam e expõem suas visões. Pensar a imagem hoje permite abrir novas perspectivas discursivas de apreensão do fenômeno literário/estético (ROJO, 2012) e sua relação com a percepção do mundo sensível e a contemplação de quem a vê ou observa (DIDIHUBERMAN, 2010). Deste modo, tomando por base a conceituação de Samain
(2012), quem considera as imagens “portadoras de pensamento”, no contexto do trabalho, as imagens são concebidas como “formas polissêmicas que pensam e recriam o ser” (PAZ, 2010). Apoiado nas considerações precedentes, se tem a intenção de revisitar a obra cervantina e desvendar algumas imagens concebidas de dom Quixote e Sancho, a partir do olhar enunciativo dos escritores selecionados e da perspectiva assinalada por Vieira (2012) no sentido de que se trata de uma obra permeável às mais diversas culturas e às mais variadas interpretações cujo mérito radica na capacidade de aliar inseparavelmente arte e pensamento.
O romance gráfico e o resgate da memória histórica: a Guerra Civil Espanhola em Paseo de los canadienses e Un médico novato
Ivan Rodrigues Martin (UNIFESP) Observase, nos últimos anos, uma produção intensa de romances gráficos, cujas temáticas relacionamse à Guerra Civil Espanhola e suas consequências. Esse novo modo de representação do conflito se constitui pela multiplicidade de fontes e de recursos narrativos. Em conjunto, a roteirização dos diálogos, o traço do desenho, o manejo das cores e a inserção de documentos originais diversificam o resgate da memória histórica e atualizam as feridas que o tempo não cicatrizou. Evidenciase, nos romances gráficos, que os traumas que a Guerra produziu não se circunscrevem àqueles que a viveram diretamente, mas estendemse às gerações que os sucedem. Nesta comunicação, discutiremos de que forma se reconstitui a memória histórica em dois romances gráficos que têm como matriz relatos de pessoas que viveram diretamente o conflito: Un médico novato, roteirizado e desenhado por Sento e colorido por Elena Uriel, a partir do relato No se fusila en domingo, de Pablo Uriel; e Paseo de los canadienses, de Carlos Guijarro, que teve como matriz narrativa o relato do médico canadense Norman Bethume que integrou as Brigadas Internacionais e presenciou o massacre dos republicanos que cruzaram quase duzentos quilômetros a pé rumo a Almeria, após a entrada do exército franquista em Málaga.
Arrecife, de Juan Villoro: un canal expresivo del sentido y la función de la narrativa Latinoamericana contemporánea
Ivana Ferigolo Melo (UNEMAT)
En la narrativa latinoamericana de las últimas décadas, el escritor y periodista mexicano Juan Villoro viene conquistando significativo reconocimiento crítico. Las obras de Villoro, como es notable en las producciones de muchos autores latinoamericanos que empiezan a escribir en las últimas décadas del pasado siglo, ya no se engendran impulsadas por un deseo de deslinde y expresión de una identidad latinoamericana vasta, pero particularizante en términos subcontinentales, tal como pretendía el boom al apropiarse de los experimentalismos europeos para dar forma a las variadas maneras de leerse e interpretar el mundo en ese lado del Océano Atlántico. Además, las obras del referido autor tampoco tienden a alimentarse del prurito emancipador y progresista oriundo de las ideologías positivistas burguesas que estimularan los escritores a tomar la pluma para expresar las
arbitrariedades subcontinentales, construir y afirmar presuntas soluciones sociales, étnicas, humanas y culturales como lo hizo, desde el siglo XIX, la narrativa realista y naturalista de tesis. Partiendo de esos presupuestos, en este trabajo (resultado de una investigación financiada por CNPq), se analiza la obra Arrecife, de Villoro, buscando deslindar cuál la importancia y el sentido narrativo de las novelas de ese autor, si ya no apuntan caminos transcendentales de dimensiones amplias ni se proponen sostener una identidad local a partir de experimentalismos como solía ocurrir en las narrativas del boom.
O poder sugestivo e relativizador do humano e da vida da obra La casa pierde, de Juan Villoro
Norma Gisele de Mattos (UNEMAT) Ivana Ferigolo Melo (UNEMAT)
A obra La casa pierde, do escritor mexicano Juan Villoro, está constituída de dez contos em que é recorrente a presença de personagens pouco densas, cujas relações representadas são um tanto obscuras, o que agrega a essas narrativas contísticas um alto poder de sugestão em detrimento da veiculação de sentidos claros, consistentes e polarizados. Tal indefinição de sentidos confere à obra grande potencial de problematização da natureza humana, de convenções e comportamentos individuais e sociais. Partindo de tal constatação, buscase nesse trabalho, que faz parte de um projeto de pesquisa financiado pelo CNPq, analisar o conto “Campeón ligero”, presente na referida obra, com o intuito de mostrar que o alto poder de sugestão característico desse conto corresponde a uma estratégia compositiva responsável por viabilizar uma representação de homem capaz de desestabilizar perspectivas e visões de mundo polarizadas e definidas. Defendese, ainda, que essa inclinação à relativização de valores presente nesse conto o vincula a uma tendência da narrativa latinoamericana contemporânea: a da desconstrução de identidades e sentidos definidos e estáveis.
“Salir de la isla para ver la isla”: consideraciones sobre el trabajo con textos de dimensión argumentativa para el cuestionamiento de las nociones de identidad, alteridad e interculturalidad
Ivani Cristina Silva Fernandes (UFSM)
El objetivo de tal trabajo es discutir de qué modo las cuestiones de identidad, alteridad e interculturalidad se presentan en el trabajo docente con géneros periodísticos de dimensión argumentativa en las clases de español de la Enseñanza Fundamental y Media. Y, como consecuencia, la relevancia de este aspecto en la formación del profesor de E.L.E. en el ámbito del análisis lingüístico. Para lograr tal finalidad, presentamos, como muestras, textos de la sección de Opinión de los periódicos Folha de S. Paulo (Brasil) y El País (España), cuya temática enfoque la crisis económicapolítica brasileña. Como fundamentación teórica, tendremos las nociones pertenecientes a los estudios de la Lingüística de la Enunciación, de la Argumentación, de la Lingüística Textual. Además, forma parte de ese conjunto los documentos oficiales que orientan la enseñanza pública tales como los “Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) y las “Orientações Curriculares do Ensino Médio (OCEMs). Por otro lado, establecemos como guía metodológico las directrices del Paradigma Indiciario (GINZBURG, 1989). Pretendemos reflexionar sobre la (re)elaboración de nociones
identitarias a través de la mirada del otro y de sus estrategias de comprensión de la realidad brasileña actual. Pensamos que una perspectiva enunciativodiscursiva, combinada con un análisis estructural de las estrategias persuasivas, nos ofrece posibilidades de cuestionar cómo “concebimos y rotulamos” ciertas nociones referentes a la identidad y a la alteridad que nos permitan entender la práctica de la interculturalidad. Representações do “eu feminino” no romance La hora violeta de Montserrat Roig Izabel Sandra de Lima (UEPG)
Este trabalho busca apresentar um estudo sobre a representação do “eu feminino” por meio da personagemescritora Norma no romance La hora violeta (1981), escrito pela jornalista e escritora catalã Montserrat Roig (19461991). Nesta narrativa, os leitores acompanham como a memória individual das personagens: Judit, Kati, Patricia, Norma, Natália e Agnès contribuem para compreendermos a história/memória coletiva Espanhola, dentre outros acontecimentos importantes do século XX. O fazer literário coloca na prática da escrita temáticas que contemplam as problemáticas da humanidade, tais como: as violências, as catástrofes, os problemas sociais e econômicos, bem como, as questões relacionadas às distintas representações do “eu”, ainda no campo das reflexões muitas obras apresentam uma teorização sobre a literatura e o fazer literário. No romance de La hora violeta cabe à personagemescritora Norma dar voz à si mesma e à essas outras mulheres. O trabalho sobre a representação do “eu feminino” a partir composição da personagemescritora Norma nesse romance apoiase as nas teorias relacionadas ao dialogismo, ao pacto autobiográfico e nos artigos sobre metacrítica das críticas literárias Iris M. Zavala e M. DíazDiocaretz (1993). Ambas as críticas apresentam em seus respectivos artigos a trajetória da escrita de autoria feminina que coloca em debate as questões do “eu feminino” por meio da representação de personagens com voz e vez na literatura escrita em língua castelhana.
Victoria Ocampo e a revista "Sur": a importância da atuação feminina no contexto intelectual latinoamericano
Jacicarla Souza da Silva (UEL)
Victoria Ocampo, como é sabido, foi uma personalidade bastante polêmica por desafiar os padrões femininos de seu tempo e por estar à frente do audacioso projeto da revista "Sur", um periódico de grande influência em que foram publicados autores como Rabindranath Tagore, Keyserling, Paul Valéry, Pablo Neruda, Octavio Paz, Federico García Lorca, Gabriela Mistral, Jorge Luis Borges entre outros. Como uma grande apreciadora das Artes, Ocampo escreveu ao longo de sua vida diversos textos críticos sobre as diferentes expressões artísticas, em especial, a Literatura. Os temas presentes em sua produção são os mais diversos que vão desde textos de crítica literária a relatos destinados a passagem de alguma renomada personalidade da época na mansão da Villa Ocampo em San Isidro, Argentina. Dentro dessa pluralidade temática, o que chama a atenção e merece destaque são, por um lado, seus textos destinados à emancipação da mulher e a produção de autoria feminina e, por outro, suas reflexões sobre a literatura de uma maneira mais geral. Tendo em vista a importância da obra e da atuação de Ocampo dentro do contexto cultural do século XX, pretendese nesta comunicação destacar a representatividade de Ocampo principalmente no que diz respeito aos seus textos que discutem os direitos da mulher e a produção de autoria feminina. Esperase ainda ressaltar o papel desempenhado pela escritora argentina, por meio do projeto da revista
"Sur", que procurou estabelecer o diálogo entre as produções intelectuais europeia e americana daquele período.
Sobre la operación de reformulación explicativa: El uso de ‘o sea’ en el español de Santo Domingo
Jacqueline Vásquez Araujo (UFAL)
El español de la República Dominicana no difiere del resto del territorio hispanoparlante en sus aspectos fundamentales. Aun así, exhibe “una fisionomía propia, conformada por un conjunto de rasgos externos, superficiales, que permiten que sea reconocido como distinto de los demás” (Alba, 2009: 21). El presente estudio está enfocado hacia la reformulación explicativa, estrategia discursiva que permite reinterpretar proposiciones y, volviendo a éstas desde un acercamiento distinto, presentar una nueva, organizando así el discurso de manera que los objetivos comunicativos lleguen a buen fin. Analizamos un corpus oral de entrevistas semidirigidas realizadas a dominicanas de tres generaciones y tres niveles socioculturales. La alta frecuencia del reformulador explicativo prototípico o sea (Portolés: 1998), muestra clara intención de aportar en un segundo enunciado lo más importante, informativamente (Fuentes, 1993: 177); un “nuevo decir” que se acomoda a la intención de las hablantes, quienes introducen tantas explicaciones como juzgan necesario, para cumplir con las exigencias de la intercomprensión “en función de la inteligibilidad, de las creencias del interlocutor, del objetivo de la comunicación” (Casado Velarde, 1991: 113). Se describen estrategias de (re)organización discursiva vinculadas a: 1) la corrección frente al equívoco; 2) la explicación ante la necesidad de aclarar un enunciado confuso o ambiguo, y 3) la precisión o especificación, detallando, matizando alguna colocación anterior que amerite ser explicitada. Sabuesos a la caza de la verdad: escritores del siglo XXI ante la Guerra Civil española Javier LluchPrats (UV Universitat de València) La Guerra Civil española es uno de los tópicos recurrentes, y axial, de la literatura española contemporánea. Surgido en pleno conflicto, con el tiempo ha constituido tanto el tema primario del texto como el secundario, una suerte de escenario en donde la ficción se desarrolla. También los modos de abordar y contar la contienda han variado en estos últimos ochenta años. En esta ocasión, se manejarán textos de autores que, en el siglo XXI, enuncian cómo, casi por casualidad, un escritor se halla ante una historia del pasado ligada al conflicto bélico. Al encuentro, por lo general, le sigue una tarea de indagación propia de la narrativa posmoderna, de la que derivan las denominadas “novelas de investigación”, constitutivas de un auténtico fenómeno cultural. En ellas nucleares son temas como la obsesión por la verdad, sus limitaciones, las relaciones entre ficción y realidad, además del objetivo de narrar una historia que merece ser contada, con el fin de que no caigan en el olvido asuntos como los robos de niños durante el franquismo. En suma, se analizará cómo la literatura es otra forma
de contar la historia, y especialmente cómo una nueva generación se enfrenta con la recuperación de la memoria. Poesia nas aulas de E/LE: propostas didáticoculturais Jeferson Mundim de Souza (PMSFC)
O uso da poesia nas aulas de espanhol como língua estrangeira (ELE) vem aumentando progressivamente nos últimos anos. Vários estudos sobre o tema têm apresentado sua necessidade no ensino/aprendizagem do espanhol, depois que, durante décadas, os diferentes enfoques metodológicos que surgiram, na segunda metade do século XX recusaram sua presença nas aulas. Será com o método comunicativo, e especialmente com o enfoque por tarefas, quando o poema será visto como um texto autêntico e motivador para o aluno, gerador de atos comunicativos e com potencialidades para desenvolver a competência intercultural. Ainda que a poesia tenha uma maior presença nas aulas, normalmente somente é utilizada por professores em níveis avançados. Na presente comunicação, propomos a exploração didática de poemas espanhóis e hispanoamericanos para níveis iniciais e intermediários. Para isso faremos algumas reflexões sobre a exploração teóricodidática para este tipo de texto e uma parte prática na qual exploraremos alguns poemas de autores como Gloria Fuertes; Mario Benedetti e Pablo Neruda. O uso da poesia como arte, cultura e literatura desses autores, no contexto de aprendizagem de línguas estrangeiras poderá potencializar o desenvolvimento de competências comunicativas, linguística e literária, bem como conhecimentos socioculturais e culturais, desenvolvendo assim a capacidade de gostar e fazer uso da poesia em seu cotidiano.
As duas recepções de Delmira Agustini
Jessica de Figueiredo Machado (UFF)
Este trabalho faz parte de uma pesquisa que visa trabalhar a poeta uruguaia Delmira Agustini (18861914), analisando a recepção de suas poesias. Agustini se enquadra no modernismo hispanoamericano. Contudo, a historiografia literária demorou a reconhecêla e foi somente com o trabalho de Alberto Zum Felde, iniciado em 1921 (dez anos após sua morte) e reforçado em 1944, (ou seja, a partir de uma leitura vanguardista) que passou a integrar o corpus dos estudos sobre o modernismo. A partir disto, há um anacronismo, considerando que sua leitura e recepção são de fato motorizadas pela vanguarda, antes do que pela mínima recepção durante sua curta vida. Assim haveria dois momentos na recepção de Agustini, um modernista e um vanguardista. A primeira recepção modernista, tinha a visão de Agustini como infantilizada. Na revista Rojo y Blanco, se publica uma pequena nota antes da poesia da autora, que diz que “La autora de esta composición es una niña de doce años (...)” (Rojo y Blanco, 1902, p. 16). Porém a autora tinha não doze, mas dezesseis anos quando publicou nesta revista. Já a segunda recepção vanguardista tem sua figura principal com Alberto Zum Felde, que faz uma espécie de extração dos poemas de acordo com uma seleção que separa, em uma primeira parte, “lo mejor de su [de Delmira Agustini] creación poética”. Pretendese aqui analisar as diferenças entre estas duas recepções de Agustini e esboçar algumas hipóteses para explicar o interesse vanguardista nesta poeta.
Que retratos da América Latina Gabriel García Márquez nos traz em seus textos publicados na imprensa? Literatura, jornalismo e memória
Joana de Fátima Rodrigues (UNIFESP)
Na obra do escritor Gabriel García Márquez, o jornalismo ocupa um espaço significativo, uma vez que parte de sua trajetória foi compartilhada entre a literatura e os textos publicados na imprensa. Nessa produção jornalística, que compreende textos de colunas diárias, crônicas e grandes reportagens, um dos temas presentes é a América Latina, esse território geopolítico cultural igualmente contemplado nas páginas de sua obra de ficção. Escritos em diferentes épocas – durante o período de 1948 a 1995 – ,tais textos reunidos em Obra Jornalística 15 (Record), trazem um dos traços fundamentais da escrita de García Márquez, a sua conduta literária frente ao universo jornalístico. Da mesma forma, esses textos funcionam como mais um espaço de expressão para a atuação intelectual de García Márquez. É com a redação de colunas, crônicas e reportagens voltadas ao universo político que o escritor colombiano efetiva a divulgação de seu posicionamento ideológico de esquerda. Expressarse politicamente em textos que circulam por meios de comunicação de massa sem ser político é uma tarefa que cabe ao intelectual do século XXI, ou – como prefere o pensador Edward Said – um intelectual de seu tempo. Nesse conjunto de textos é possível também reconhecer como o autor, a partir de seus relatos jornalísticoliterários, portanto lançando mão de fatos reais e da ficção, tece a memória dessa América Latina, no sentido do que os autores Le Goff e Halbwachs afirmam a respeito da construção da memória coletiva, “aquela que ultrapassa o plano individual e não está deslocada da sociedade”. Desse conjunto de textos emergem figuras centrais de uma peculiar trajetória política de países como Chile, Nicarágua, Cuba e Argentina; aí estão os montoneros, um Che Guevara atuante em Angola e Éden Pastora no comando do Parlamento nicaraguense, entre outras. A leitura desse conjunto resulta em um retrato em alto relevo, imbricado entre a literatura, o jornalismo e a memória de um território que segue diverso e múltiplo, segundo as palavras de Ángel Rama.
Análise das fricativas, vibrantes e laterais do Português falado no Sertão Pernambucano e do Espanhol Cubano e Rioplatense
João Paulo Moraes Lima dos SantosIFSertãoPE
O presente trabalho é uma análise acústicoarticulatória das fricativas, vibrantes e laterais do português falado no Sertão de Pernambuco e de duas variedades do espanhol americano – o cubano e o rioplatense. Tratase de um estudo em fonética experimental, cujo objetivo é descrever os traços acústicoarticulatórios das consoantes e suas relações com os outros elementos na cadeia fônica. Para tanto, o trabalho toma como base o modelo teórico da geometria de traços, proposta por Clements e Hume (1995) e o modelo de sílaba autossegmental. Utilizase, para a análise acústica dos dados, o aplicativo computacional