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5.2 Etapas da pesquisa

5.2.5 Elaboração do instrumento de pesquisa

Foram produzidas versões preliminares das lições apreendidas pelo autor da dissertação, a partir da revisão da literatura a revisão documental, sob a ótica do observador participante - essas lições consistiram em um enunciado de duas ou três linhas encerrando uma assertiva que

teve como principal característica a antecipação de um resultado. Esse enunciado foi sucedido por um texto explicativo, fundamentado em fatos e evidências, obtidas inicialmente a partir da revisão da literatura e levantamento documental, que deram suporte à assertiva inicial.

Para a elaboração das lições aprendidas preliminares foi realizada a revisão da literatura em experiências anteriores de gestão de resíduos orgânicos, análise dos relatórios produzidos entre junho de 2014 a outubro de 2018. Foram catalogadas ações realizadas, controles internos de processo, como medição de temperatura, recebimento dos resíduos e melhorias nos procedimentos operacionais que permitiram a evolução do sistema. A observação participante do autor foi importante na elaboração da versão preliminar das lições aprendidas por estar inserido na gestão e operação do pátio de compostagem, no período objeto de análise deste.

As lições formuladas estão focadas nos aprendizados genuinamente aprendidos pela equipe que participou do projeto, identificando: paradigmas na gestão de resíduos em áreas urbanas; descentralização na gestão de resíduos; processo de compostagem e principais elementos de controle; legislação na gestão de resíduos urbanos.

Versões preliminares das lições aprendidas

Nº Revisão da literatura análise do processo Justificativa lição aprendida preliminar

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A diferença entre o RSU produzido pelos países desenvolvido e em desenvolvimento resulta em comportamentos químicos, de engenharia e potenciais de poluição diferentes (Yang et al., 2018). Muitos entendem a compostagem como um simples processo, e a falta de entendimento da complexidade do processo em que a atividade biológica afeta e é afetada pelas forças químicas e físicas resultou em grandes falhas e retrocessos na prática de compostagem no tratamento de resíduos orgânicos. (Epstein, 2017).

A viabilidade de projetos de compostagem está associada a demanda por composto da região, avaliação econômica da compostagem e lições aprendidas com experiencias anteriores (Zurbrügg et al., 2002).

O modelo foi escolhido após visita a outros projetos que utilizam a mesma técnica e observada a presença de matéria prima disponível na cidade de São Paulo.

Experiências passadas de compostagem na cidade foram discutidas pela equipe de planejamento e foram realizados ensaios em menor escala para validar a metodologia. Método "UFSC" de compostagem utilizado em Santa Catarina, funcional em processos menores, foi adaptado ao tratamento de 10 toneladas/dia resíduos.

Foi definido no momento de implantação utilizar apenas resíduos vegetais: frutas, legumes e verduras, para reduzir os riscos de emissão de odores e presença de animais sinantrópicos.

Apenas experiências bem-sucedidas de

aplicação de modelo tecnológico de

compostagem em outras regiões não foram suficientes para garantir a aplicação da técnica na cidade de São Paulo.

Fez-se necessário submeter a tecnologia as condições locais: tipo de resíduo disponível e passível de uso, local de implantação, condições de entorno, índice pluviométrico, disponibilidade de mão de obra e utilização do composto foram variáveis analisadas.

Projetos de compostagem em

áreas urbanas exigem

planejamento e análise

criteriosa do modelo de operação

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Há maior percepção da população a perigos ambientais presentes no seu cotidiano (Marandola Jr & Modesto, 2012).

Relatório do SNIS-2016, aponta que 0,3% dos resíduos coletados no Brasil no ano de 2016 são compostados (Brasil, 2017).

Centrais de compostagem devem prezar segregação da fração orgânica na origem e utilização de um processo adequado, evitando a produção de odores, bioaerossóis ou poeiras que causem distúrbios na população de entorno (Cerda et al., 2018; Wei et al., 2017).

O projeto comunitário “Revolução dos Baldinhos”, desenvolvido na Comunidade Chico Mendes em Florianópolis também adota o sistema de leiras estáticas na coleta dos resíduos domiciliares (Zambom & Luna, 2016).

Em projeto realizado na USP de São Carlos, a prática da compostagem provoca discussão quanto ao consumo e destinação dos resíduos, promovendo difusão de conhecimentos a sociedade (Zanette, 2016).

Os impactos ambientais e sociais locais fazem parte das tratativas a serem abordadas antes da implantação e durante a operação com a população de entorno (Kuznetsova et al., 2019).

O Projeto Feiras e Jardins Sustentáveis, idealizado para avaliar tecnicamente o método UFSC recebeu no período do projeto do projeto piloto 628 pessoas interessadas em conhecer mais sobre o projeto.

O tema passou a figurar nas estatísticas go Google trends para o Estado de São Paulo. O local foi inserido na programação da Virada Sustentável de 2017, evento que promove a conscientização sobre sustentabilidade no Brasil.

Houve mudança de postura dos feirantes da região no acondicionamento dos resíduos, refletindo em uma feira livre mais limpa e organizada.

Durante o período de agosto de 2015 a julho de 2018, não houveram reclamações quanto ao funcionamento do espaço.

O modelo de compostagem, quando inserido em área urbana, teve como premissa a não geração de inconvenientes para a população de entorno.

Existia uma demanda na cidade de São Paulo por ações destinadas ao tratamento adequado de resíduos. A adoção de uma prática adaptada ao espaço urbano aliada a um planejamento ciente das dificuldades enfrentadas no passado, ofereceram a população um modelo em menor escala, mas de menor impacto local.

A participação dos feirantes no projeto piloto foi fundamental para o sucesso, visto que eram os responsáveis diretos pela segregação do FLV.

A ausência de reclamações na prefeitura durante o período do projeto foi indicador de que houve baixo impacto na vizinhança.

Projetos de compostagem em áreas urbanas podem mudar a relação da população com os resíduos orgânicos

Nº Revisão da literatura análise do processo Justificativa lição aprendida preliminar

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Lei Estadual nº 1.817 (1978): estabelece os objetivos e as diretrizes para o desenvolvimento industrial metropolitano e disciplina o zoneamento industrial, a localização, a classificação e o licenciamento de estabelecimentos industriais na região metropolitana da Grande São Paulo.

Lei Federal nº 11.445 (2007), tipifica e aborda a tarifação, serviços de varrição e conservação, coleta, tratamento e disposição dos resíduos no âmbito das cidades (Lavnitcki et al., 2018)

Resolução CONAMA nº 481 (2017): estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos.

A ausência de instrumentos de regulação mais efetivos dificultam a integração, mensuração e cumprimento das metas previstas nas políticas nacionais (FADE-UFPE ,2014).

O Projeto Piloto Feiras e Jardins Sustentáveis está localizado em área onde há imóveis residenciais e comerciais.

De acordo com a Lei Estadual 1.817/78, projetos de compostagem devem estar instalados em áreas predominantemente industrial na cidade, fato que inviabiliza a descentralização da gestão de resíduos orgânicos na cidade.

Foi observado, após a análise do composto produzido, que o produto possui qualidade agronômica e atende as determinações do Ministério da Agricultura. O fato de ser proveniente de RSU é fator limitante para valorização do produto comercialmente, visto que é classificado de acordo com a IN nº25 (2009) do MAPA como resíduo classe “C”.

Para estimular programas de compostagem em áreas urbanas para tratamento de até 10 toneladas por dia na cidade de São Paulo e outras cidades, faz-se necessário a revisão da legislação para emissão de licença ambiental no Estado de São Paulo.

No âmbito federal, é necessário rever os critérios para utilização do composto produzido a partir de RSU.

Conforme observado no pátio de compostagem da Lapa, quando há segregação na origem do material, uso de modelo tecnológico adequado e local de operação adaptado, é possível realizar o tratamento de resíduos orgânicos em áreas urbanizadas.

A legislação ambiental para

tratamento de resíduos

orgânicos necessita contemplar processos onde há segregação de resíduos aliado a modelos tecnológicos que permitam a operação em áreas urbanas

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Para a gestão integrada e sustentável de resíduos, é necessário a participação efetiva do governo local na viabilização de práticas sustentáveis (Cointreau, 2001; Ravi & Vishnudas, 2017).

O cenário brasileiro no período 2017-2030, classificou o setor de resíduos sólidos, como repleto de desafios e oportunidades para desenvolver-se, destacando-se a necessidade de planejamento e regulação do setor para tornar o setor atrativo para captação de investimentos (Puga & Castro, 2017).

Na Índia, a empresa de saneamento local desenvolveu um programa de reaproveitamento de resíduos baseado em ações com catadores e segregação na origem. O sucesso do programa foram fundamentais a participação do poder público, inserção de programa de educação ambiental, integração com grande gerador e parcerias com o setor privado (Mohan & Yadav, 2019).

Para a implantação do Projeto Piloto Feiras e Jardins Sustentáveis, AMLURB (poder público) e INOVA (iniciativa privada) atuaram em conjunto para definir o modelo tecnológico adequado para o tratamento dos resíduos de frutas, legumes e verduras (FLV) de feiras livres e podas de árvores.

Em uma segunda etapa, a Subprefeitura Lapa fez a cessão da área e passou a participar do projeto de implantação. Na operação do pátio de compostagem, considerando o modelo de operação dos serviços públicos na cidade de São Paulo, foi necessário atuar de forma conjunta AMLURB, INOVA e Subprefeitura Lapa para que os resíduos de FLV, de responsabilidade da AMLURB e INOVA e poda de árvore picada, de responsabilidade da Subprefeitura Lapa estivessem no local diariamente e disponível para a operação. A atuação da estrutura pública dentro do processo permitiu a apropriação da tecnologia pela gestão pública enquanto o setor privado colaborou trazendo maior agilidade na gestão e operação, visto que sua estrutura é mais ágil e menos burocrática.

Em cidades em que a operação de diversos serviços públicos é terceirizada, como a cidade de São Paulo, a operação descentralizada de resíduos orgânicos baseada no modelo adotado no Projeto Feiras e Jardins Sustentáveis demandou o alinhamento das ações com todos os envolvidos no processo, considerando que a

entrada de resíduos estava sob a

responsabilidade de dois ou mais órgãos e a viabilidade da operação foi determinada pela participação de todos os envolvidos.

A perpetuação do projeto e melhoria dos procedimentos operacionais ocorreram pela participação direta do corpo técnico e da gestão do poder público e da empresa responsável pela coleta e transporte dos resíduos das feiras livres.

A integração entre os órgãos do poder público e o setor privado

na gestão dos resíduos

orgânicos é fundamental para a consolidação de iniciativas como o Pátio de Compostagem da Lapa

Nº Revisão da literatura análise do processo Justificativa lição aprendida preliminar

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Ausência de segregação na origem e geração de odores foram marcas nos processos de tratamento de resíduos orgânicos na cidade de São Paulo (Barreira, 2005).

Nos Estados Unidos, a geração de odores gerou o fechamento de Usinas no passado (Epstein, 2017).

Na China é a principal barreira a implantação de novos projetos (Cheng et al., 2018).

Dentre as dificuldades para se realizar a compostagem, a geração de odores é o principal desafio a ser superado. Emissão de gases e bioaerossóis são preocupações a serem superadas em plantas de compostagem (Wei et al., 2017).

A escolha do modelo utilizado no pátio de compostagem da Lapa foi definida pelo método UFSC por possuir experiências anteriores em menor escala dentro da área urbana, com o Projeto Revolução dos Baldinhos, em Florianópolis.

A escolha de trabalhar apenas frutas, legumes e verduras das feiras livres, não utilizando proteína animal buscava reduzir a possibilidade de geração de odores durante a implantação do projeto.

A realização de apenas uma revira, em condições normais de operação, ao final do processo de alimentação, reduzem a possibilidade de dispersão de gases e bioaerossóis que podem gerar desconforto a população de entorno.

A alimentação diária, sem acúmulo de resíduo no local sem tratamento e a assepsia do espaço permitiram que após 3 anos de projeto piloto o pátio de compostagem não recebesse notificações de produção de odores indesejados.

O controle de odores é um problema para implantação de projetos de tratamento de resíduos encontrado na literatura em países como Estados Unidos, China e no continente europeu. Na cidade de São Paulo, pelas experiências passadas, implantar o projeto piloto na Lapa também encontrou resistência da população. Durante o Projeto Piloto Feiras e Jardins Sustentáveis, conhecendo o histórico da cidade, as experiências em outras regiões que tratam resíduos orgânicos e a manifestação das pessoas durante as visitas monitoradas no pátio, observou-se a necessidade de classificar a emissão de odores como principal fator limitante ao se planejar a criação de um projeto de compostagem em área urbana.

Controle de odores é o principal fator limitante à implantação de projetos de compostagem em áreas urbanas

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Modelos de reutilização e reciclagem, ainda dentro da área urbana, aliados a redução de custos na separação de resíduos resultam em menos desperdícios ao longo do processo de coleta e disposição, proporcionando reduções de custos e mitigando problemas ambientais (Sabeen et al., 2016). A compostagem produz ganhos ecológicos e sociais e, nas cidades menores, onde há ausência de recursos, pode ser uma alternativa aos lixões ainda em operação no Brasil (Teixeira, de Oliveira, Furlan Júnior, Cruz & Germano, 2000). O aumento da geração de RSU pelas cidades exigem frotas de caminhões cada vez maiores, que contribuem para o aumento dos engarrafamentos e poluição local (Yukalang et al., 2017). A tendência nas cidades é a evolução do sistema de gerenciamento de resíduos dos atuais modelos centralizados nas regiões periféricas para unidades de tratamento de resíduos de menor capacidade integradas diretamente ao meio urbano (Xiong et al., 2016).

Por possuírem teor de umidade elevado, o transporte a grandes distâncias impacta nos custos de transporte. Neste sentido, estratégias descentralizadas de gerenciamento podem ser interessantes ambientalmente e economicamente, fortalecendo a economia circular e a autossuficiência das áreas urbanas na oferta de recursos (Pleissner, 2016)

Para a execução do projeto piloto, a Prefeitura de São Paulo forneceu a área para implantação da compostagem. A empresa INOVA realizou a obra para adequação do espaço, forneceu mão de obra e equipamentos para o projeto e fez o custeio da consultoria do CEPAGRO Coube também a empresa INOVA a adequar a roteirização dos caminhões que realizam a coleta de resíduo nas feiras livres, realizar o treinamento dos colaboradores nas feiras livres e distribuir os sacos para os feirantes onde seria depositado o FLV.

O projeto piloto não estava inserido no contrato de prestação de serviços entre AMLURB e INOVA. Durante o processo, a empresa INOVA realizou melhorias e promoveu a ampliação do projeto, que passou seu atendimento de 26 para 52 feiras livres.

Ao término do projeto piloto, em julho de 2018, a Prefeitura passou a inserir a operação do pátio de compostagem no contrato de prestação de serviços.

A INOVA não forneceu para a pesquisa os valores investidos e impactos econômicos na operação do pátio de compostagem.

Os ganhos ambientais, foram descritos por Ricci-Jurgensen em relatório emitido pela ISWA em 2016, que atribui ao pátio de compostagem a redução de 87% nas emissões de GEE quando comparado a deposição em aterro sanitário.

A análise da literatura e os relatórios elaborados durante o período do projeto

piloto não forneceram indicadores

financeiros para implantação e operação do modelo adotado no Projeto Feiras e Jardins Sustentáveis.

Considerando ser um projeto pioneiro e sem referências na mesma escala de operação, a análise da viabilidade está baseada no interesse da empresa em investir e ampliar o projeto.

Para o poder público, a inserção da operação do pátio de compostagem em novos contratos demonstra que a operação do pátio de compostagem não promoveu impactos financeiros que inviabilizem o projeto.

A compostagem permitiu a utilização do composto em projetos de plantio de árvores, reforma de praças e de agricultura urbana, reduzindo a necessidade de aquisição de fertilizante pela prefeitura.

Quanto aos ganhos ambientais, há relatório fornecido pela ISWA demonstrando aos ganhos ambientais para a cidade.

Pátios de compostagem

descentralizados podem trazer

ganhos econômicos e

Nº Revisão da literatura análise do processo Justificativa lição aprendida preliminar

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A operação de usinas de compostagem em São Paulo eximindo a população de alterar hábitos acabaram por transformar esses espaços em lixões (Siqueira & Assad, 2015).

Resíduos com estrutura física inadequada, elevada salinidade e elevadas concentrações de amônio e metais pesados afetam o objetivo de se produzir um composto de qualidade (Casco, 2008).

A heterogeneidade da massa de RSU pode ser um fator considerado na geração de odores (Gutiérrez et al., 2017).

Materiais utilizados no Projeto Feiras e Jardins Sustentáveis chegam ao pátio de compostagem segregado.

Poda de árvores chega sem contaminantes. Resíduo de feira chega com baixos níveis de fitilhos plásticos, sacos plásticos e garrafas pet, que não comprometem a qualidade do composto.

Trabalho desenvolvido pela INOVA de instrução aos feirantes, com equipe de conscientização ambiental específica, na separação dos resíduos orgânicos dos demais resíduos resultou no fornecimento de um insumo (FLV) de qualidade.

Varredores das feiras livres passaram a atuar como agentes ambientais, instruindo feirantes e usuários na disposição dos resíduos orgânicos. A ausência de materiais incompatíveis com o processo de compostagem permitiu a produção de composto orgânico que atenda as legislações vigentes:

Projetos anteriores na cidade de São Paulo trabalharam com resíduos não segregados, o resultado foi a produção de um material de baixa qualidade.

Operar pátios descobertos e em áreas urbanizadas, sem segregação na origem,

poderia gerar odores no processo,

inviabilizando o projeto.

Insumos utilizados no pátio de compostagem, sem contaminantes, permitiram a produção de um composto de qualidade, em atendimento a legislação.

A qualidade do composto produzido no pátio de compostagem da Lapa atende a legislação vigente, no tocante ao uso na horticultura.

Segregação na origem determina viabilidade técnica do uso do composto em projetos em solo urbano e na agricultura

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A compostagem termofílica exerce papel importante na eliminação de organismos patogênicos, eliminando organismos indesejados (Miller & Inácio, 2009).

É na fase termofílica onde há o processo de sanitização, com a eliminação dos organismos patogênicos (Herbets, Coelho, Miletti, & Mendonça, 2005).

Processos onde a compostagem em termofílica contínua (> 55ºC) durante todo o processo, concluindo que processos contínuos de compostagem podem ser usados para gerencias riscos à saúde pública (Qian et al., 2016).

Para a operação do pátio de compostagem método UFSC na cidade de São Paulo, instituiu-se a prática da medição da temperatura diariamente, manualmente, em 6 pontos da leira de compostagem. Esta prática permitiu aferir o bom funcionamento da leira e corrigir eventuais anomalias de forma pontual.

O modelo de aferição de temperatura permite o cumprimento da Resolução CONAMA nº481 (2017). Cabe ressaltar que o modelo de controle diário da temperatura era executado antes da publicação da Resolução.

O funcionamento do método UFSC,

considerando seu uso mais abrangente em menores escalas de volume de alimentação diário, não previa o controle rigoroso da temperatura como aplicado no pátio de compostagem na cidade de São Paulo. Metodologia funcionou como excelente indicador do funcionamento do pátio de compostagem, indicando possíveis falhas pontuais no processo aeróbio, apenas em um determinado ponto da leira, permitindo correções rápidas pela equipe operacional.

O controle diário da temperatura em processos de compostagem permite aferir o correto funcionamento do sistema de leiras estáticas com alimentação contínua.

No Quadro 4, está sintetizado como a revisão da literatura aliada a análise do processo de implementação e operação do pátio de compostagem justificaram a elaboração das lições aprendidas preliminares. A revisão da literatura forneceu argumentos lastreados em fatos históricos e experiências descritas por outros autores. A análise do processo de compostagem do Projeto Feiras e Jardins Sustentáveis, considerando ser um projeto único no país com capacidade de operar 10 ton/dia nesta tecnologia, forneceu elementos específicos deste modelo de operação. A reunião das informações permitiu a elaboração de 8 lições aprendidas preliminares, para replicações do método de leiras estáticas de aeração passiva – método “UFSC”.

As lições aprendidas formuladas, contidas no Apêndice C, foram encaminhadas por e- mail aos entrevistados, Apêndice B, para possibilidade de contato prévio e leitura do material apresentado. Em uma segunda etapa, foi agendado entrevista presencial ou por chamada de vídeo e as lições aprendidas foram apresentadas com o seguinte questionamento:

No seu entendimento, o enunciado apresentado pode ser validado como lição aprendida? ( ) Sim

( ) Não ( ) Parcial

Justifique sua avaliação.