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A classificação dos contratos se dá por diversas formas. A esse respeito, Martins (2010 apud POYER, 2014, p. 26) afirma que, ‘’no campo contratual, a classificação se mostra muito importante porque; a partir dela, se constrói toda aplicação das normas e interpretações”.

Para Venosa (2013, p. 412), ‘’a classificação dos contratos, portanto, serve para posicionar corretamente o negócio jurídico ao âmbito de exame de seu adimplemento e inadimplemento, questão crucial para o jurista”.

Tais classificações se aplicam em contratos nacionais e internacionais. Desse modo, Annoni (2012, p. 99) faz a seguinte afirmação:

[...] essa classificação aplica-se aos contratos nacionais e internacionais, já que o que difere um do outro são as partes envolvidas. Ou seja, se ambas as partes de um mesmo Estado ou residentes, ou, ainda, domiciliados em um determinado Estado, teremos um contrato nacional. Se, todavia, uma das partes for pessoa, empresa ou Estado estrangeiro, então teremos um contrato internacional, que também obedecerá à classificação aqui apontada. ‘’.

A principal característica dos contratos internacionais é a extraterritorialidade. Em decorrência disso, os contratos internacionais atingem mais de uma legislação e mais de uma jurisdição. E em posição de negociação, as partes têm que definir a que foro e/ou legislação se submeterão. É de livre escolha das partes a lei aplicável ao contrato internacional, pode-se optar por aquela lei que mais beneficie o objeto do contrato, ou ainda, escolher uma legislação neutra para regê-lo. As partes podem ainda escolher a jurisdição e o foro que serão competentes para dirimir eventuais conflitos. Pode-se escolher a jurisdição de uma ou outra parte, ou ainda uma terceira, que seja mais confiável para ambas as partes.

Esse tópico pretende proporcionar maior clareza do contrato, bem como facilitar seu estudo e elaboração. Deste modo, por haver diversas classificações contratuais, destacaremos os mais importantes entre eles.

Para Afonso (2008), em termos jurídicos, os contratos de compra e venda internacional são classificados como: consensual, bilateral, oneroso, comutativo, aleatório e típicos.

Quanto à constituição consensual, segundo Martins (2010 apud POYER, 2014, p. 28):

Entende-se por contratos consensuais aqueles que se tornam perfeitos pelo simples consentimento das partes. Os contratos, como acordos de vontades, exigem sempre o consentimento de ambas as partes para que possa existir. Assim, na sua origem, o contrato é sempre consensual.

Annoni (2012, p. 105) acrescenta que os contratos consensuais podem ser formais ou não, ou seja, ‘’não necessita de forma escrita e também independe da entrega da coisa, como por exemplo na venda de bens moveis, ocorrendo também no mandato, na locação, na compra e venda”.

Quanto à formação bilateral, são aqueles que possuem responsabilidades reciprocas, ambas as partes possuem direito e deveres. Segundo Annoni (2012, p. 101), ‘’a principal característica do contrato bilateral é o sinalagma, ou seja, a dependência recíproca de obrigações”.

A autora exemplifica os contratos bilaterais como, os de compra e venda, sendo que, impõe ao vendedor a obrigação de entregar a coisa, objeto do contrato e, ao comprador, a obrigação de pagar o seu preço, existindo assim, um consentimento mútuo das partes contratantes. Por outro lado, pode uma das partes ter um volume maior de deveres, mesmo assim, não retira a natureza bilateral do contrato. (ANNONI, 2012)

Em relação ao objeto, “nos contratos onerosos, as partes possuem vantagens e obrigações e a responsabilidade contratual é dividida entre elas, embora nem sempre em igual nível‘’. Ou seja, cada parte tem uma vantagem e também um sacrifício patrimonial. (ANNONI, 2012, p. 102)

Venosa (2013, p. 426) completa, ‘’as partes concedem-se reciprocamente direitos e reciprocamente contraem obrigações’’. Em vista disso, Anonni (2012, p. 103) faz a seguinte reflexão, ‘’todo contrato bilateral é oneroso e isso deve ao fato das responsabilidades serem distribuídas entre as partes‘’.

No mesmo diapasão, segue Venosa (2013, p. 426):

[...] todo contrato bilateral é oneroso, porque as responsabilidades dos negócios distribuem-se pelos contratantes. No entanto, existem contratos unilaterais que são onerosos, como acontece com o mútuo feneratício (empréstimo de dinheiro), por exemplo, em que se convenciona o pagamento de juros.

No que respeita ao momento de cumprimento das obrigações, os contratos podem ser classificados como aleatórios ou comutativos. Nas palavras de Martins (2010 apud POYER, 2014, p. 28), ‘’dizem comutativos os contratos em que as prestações são certas: é o caso de compra e venda em que são certas as prestações de ambas as partes”.

Annoni (2012) completa que os contratos comutativos são aqueles que as partes conhecem suas respectivas prestações, ou seja, elas possuem o conhecimento do que tem que dar e a receber. Salienta-se também, que os contratos comutativos são sempre onerosos e bilaterais.

A respeito dos contratos aleatórios, segundo Martins (2010 apud POYER, 2014, p. 28), ‘’aleatório é o contrato em que uma prestação pode deixar de existir em virtude de um acontecimento incerto e futuro”.

Annoni (2012, p. 104) destaca que:

Contratos aleatórios são aqueles em que ao menos o conteúdo da prestação de uma das partes é desconhecido quando da elaboração da avença, ou seja, depende de um risco futuro. O conhecimento do que deve conter a prestação ocorrerá no curso do contrato ou quando do cumprimento da prestação.

A autora afirma que o contrato pode ser aleatório pela própria natureza ou por vontade das partes. Esse tipo de contrato há expectativa das partes, no decorrer

dos acontecimentos, estas conhecerem o objeto da prestação. Portanto, os contratos aleatórios também são onerosos e bilaterais.

Por sua vez, em relação à previsão legislativa, os contratos podem ser típicos, para Annoni (2012), este termo se dá pelos contratos sofrerem tipificação ou não, por parte da lei.

Segundo Venosa (2013), os contratos típicos, também chamados nominados, são aqueles descritas e especificadas na lei. Martins (2010 apud POYER, 2014, p. 27) acrescenta que, ’’diz-se típicos ou nominados os contratos para os quais há regras jurídicas próprias e denominação estipulada em lei”.

Annoni (2012, p. 107) conclui o pensamento alegando que, ‘’se os contratos forem típicos, podem as partes valer-se das normas descritas na lei, se nem mesmo terem feito menção a ela’’. A autora exemplifica esses contratos como, os de compra e venda, troca, doação, locação, empréstimo, depósito, mandato, entre outros.

Concluído a caracterização dos contratos nessa seção, a seguir, será abordado pontos importantes para elaboração e a formação dos contratos internacionais.

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