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3.2 Centro Médico MEDVIE

3.2.2 Elementos Físico Funcionais

Aqui serão analisadas as partes físicas do complexo e sua relação com o funcionamento deste, assim este subcapítulo analisará as circulações, acessos, anatomia, estrutura, zoneamento e conforto ambiental, além de seus elementos construtivos e materialidade.

3.2.2.1 Acessos

O terreno da edificação é localizado na esquina da Rua Isidoro Mary com a Rua Viscondi de Pelotas, na cidade de Caxias do Sul. Por possuir um terreno plano, a distribuição dos acessos usou os fluxos e hierarquia das vias como critério para a sua disposição.

O acesso principal para pedestres se dá na esquina, pela parte nordeste da edificação, levando os pacientes deambulantes direto ao lobby, é marcado pela volumetria existente e possui área de desembarque de passageiros. Também existe mais um acesso para pedestres na Rua Isidoro Mary, ao lado do acesso de veículos, que dá acesso direto aos elevadores e ao corredor que leva ao lobby central. O acesso de veículos possui área de desembarque de passageiros, inclusive acessível, também liga ao estacionamento do empreendimento, que possui mais de 400 vagas para carros e ao subsolo do complexo médico. O acesso técnico e emergências, é feito pela fachada leste na Rua Viscondi de Pelotas, que liga ao centro da edificação, próximo ao lobby, porém com acesso às circulações horizontais e verticais que ligam o mesmo aos setores de ortopedia e ao hospital dia, respectivamente.

Figura 3.18 – Análise de acessos

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3.2.2.2 Fluxos e Circulações

Os fluxos e circulações vistos aqui, possuem diferença entre os acessos públicos e privados na edificação. Por se tratar de um centro médico, as circulações públicas ligam os espaços com as circulações verticais e as áreas de convívio, deixam os fluxos e circulações privados para os ambientes que possuem circulação interna própria, como a radioterapia, ortopedia e hospital dia, por exemplo.

Mesmo com circulações privadas e públicas, as hierarquias das circulações se mostram adequadas e funcionando de forma integrada, garantindo o uso e funcionalidade desse aspecto físico funcional.

Figuras 3.19 – Análise de fluxos e circulações

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

Figuras 3.20 – Análise de fluxos e circulações

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

3.2.2.3 Volume e Massa

O volume principal da edificação possui um formato em “L”, com predominância vertical e volumetricamente simétrico, além de seus dois primeiros pavimentos serem mais rígidos, com uma forma retangular fechada. A fachada é rica em elementos envidraçados, onde junto com a volumetria passam o aspecto de acolhimento aos pacientes externos. Pode-se perceber ritmo nas fachadas nos volumes salientes em concreto, dispostos a camuflar os sistemas externos de ar

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condicionado. Esses volumes trazem um diferencial opaco a grande

quantidade de elementos transparentes.

Figura 3.21 – Perspectiva do projeto

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

3.2.2.4 Conforto Ambiental e Sustentabilidade

A volumetria proposta favorece a iluminação e ventilação natural de forma adequada no volume em “L”, principalmente a partir do terceiro pavimento, onde se localizam as clínicas e consultórios privados.

Em boa parte dos pavimentos inferiores, existe a captação de luz e ventilação pelo amplo vão aberto no lobby central, porém algumas

das áreas privadas, como o hospital dia e área ortopédica, acabam não recebendo ventilação e luz natural, nem por aberturas zenitais, dependendo apenas de iluminação e ventilação artificial.

Ainda assim, a preocupação com o conceito de humanização é claramente vista. O conforto proposto, contato com elementos vivos, aspectos de hotelaria no empreendimento e também a proposta de um jardim no terraço, reforça e favorece esse conceito.

Figura 3.22 – Análise bioclimática

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

A volumetria é beneficiada com a incidência de luz solar, principalmente usa esta no átrio principal. A predominância de ventos na cidade é de norte e nordeste na maior parte do ano.

O L

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3.2.2.5 Zoneamento Funcional

O zoneamento do complexo médico foi disposto de forma com que os ambientes funcionem individualmente em seu específico local, assim, poucos ambientes possuem integração entre si, onde a maioria dos espaços tem contato com as circulações ou áreas comuns (figuras 3.23, 3.24 e 3.25). Desse modo, as clínicas e as demais facilidades independentes não sofrem com a demanda do hospital dia.

Figuras 3.23, 3.24 e 3.25, respectivamente – Análise de zoneamento funcional

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

3.2.2.6 Estrutura e Técnicas Construtivas

A estrutura do empreendimento é feita em concreto armado, possui uma modulação estrutural de forma a comportar os diferentes pavimentos, inclusive o estacionamento.

Além do aspecto estrutural, a marcação da estrutura dos pilares é vista internamente nas circulações comuns e no lobby (figura 3.26). Já na parte externa, além da volumetria, um grande vão em concreto é visto marcando o acesso principal.

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Figura 3.26 – Perspectiva interna do projeto

Fonte: Censi Empreendimentos

3.2.3 Relações

Aqui serão analisados os critérios de relações da edificação. Dessa maneira, serão analisadas as diferentes formas que o edifício pode se relacionar com seu entorno, com a cidade, com as pessoas e suas ligações próprias, sendo essas as hierarquias e espaços internos e externos.

3.2.3.1 Relação com o entorno

O empreendimento se encontra num centro bem consolidado e denso, rodeado por edificações de diferentes usos, gabaritos, estilos e anatomias (figura 3.27). Por se tratar de um terreno de esquina, os acessos e ligações do edifício com seu entorno são limitados, para

pacientes deambulantes são vistos apenas dois acessos e para carros somente um, remete um aspecto de segurança aos usuários internos, mas não acolhe diretamente o paciente externo.

Outro aspecto visto dessa relação, são as aberturas envidraçadas existentes nas fachadas do volume em “L”. Possui-se um vínculo visual dos usuários com a cidade, porém, nos pavimentos inferiores essa conexão não é tão rica, inclusive o paisagismo proposto evita que o paciente externo tenha uma ligação com o que acontece dentro do empreendimento. Essa relação é vista como aceitável, por se tratar de um estabelecimento privado.

A edificação se enquadra no entorno proposto, mesmo com muita variedade arquitetônica, o estilo e gabarito do projeto se molda as condições existentes.

Figura 3.27 – Imagem aérea da área

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3.2.3.2 Relação entre interior e exterior

Mesmo não possuindo uma relação aberta com as pessoas no espaço externo do edifício. A parte interna é disposta a captar o entorno existente, propondo humanização e conforto ao usuário interno (figura 3.28).

Assim, a relação do usuário com o que acontece fora do edifício é mais direcionada as condições climáticas e ao contato visual com a cidade quando o usuário estiver utilizando o volume em “L” (figura 3.29).

Figuras 3.28 e 3.29, respectivamente – Perspectiva interna do projeto

Fonte: Censi Empreendimentos

3.2.3.3 Hierarquias Espaciais

Quanto as hierarquias, o complexo médico possui algumas instalações privadas dentro do estabelecimento, porém ainda semi- públicas. Mesmo sendo um pouco diferente de um hospital geral, as áreas destinadas ao atendimento ambulatorial, às especialidades do

complexo e os consultórios, possuem um cuidado com o bem-estar dos pacientes de igual valor a de um hospital.

Os grandes corredores que ligam o lobby, o jardim externo no terraço e os demais estabelecimentos de saúde, possuem uma hierarquia considerada como semi-pública, assim como os espaços destinados à estabelecimentos privados. As especializações e atendimento ambulatorial e estacionamento são considerados como semi-privados, deixando como privados somente os serviços específicos do complexo médico (figuras 3.30, 3.31 e 3.32).

Figuras 3.30 – Análise de hierarquias

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

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Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

3.2.4 Ordem de ideias

Aqui serão vistos os critérios utilizados quanto ao desenvolvimento do projeto e as ideias dos arquitetos, avaliados os traçados, formas, alinhamentos, simetria e as demais composições que identificam e qualificam este referencial projetual.

3.2.4.1 Traçados reguladores

Nos primeiros pavimentos do complexo nota-se o uso de boa parte do terreno para criar uma massa volumétrica grande e imponente capaz de capacitar os usos desejados dentro dessa. Além desse volume retangular, um traçado formado por um quarto de círculo da forma ao lobby e aos corredores subjacentes que se liga ao volume principal e diferencial do projeto, o volume em “L” proposto.

Figura 3.33 – Análise de traçado

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3.2.4.2 Simetria e assimetria

Existe uma simetria bilateral vista em planta diretamente na parte em “L” da edificação, que também gera uma simetria volumétrica na fachada, mesmo seus elementos sendo diferenciados. Nos pavimentos inferiores a densidade do edifício é vista como assimétrica, por possuir alguns espaços fora do eixo e a volumetria com pouco ângulo, restando somete o volume principal como simétrico.

Figura 3.34 – Análise de simetria

Fonte: Censi Empreendimentos, graficado pelo autor.

3.2.5 Partido

Por se tratar de um estabelecimento elitizado e de assistência à saúde privada, o foco do empreendimento nos quesitos mais abrangentes de humanização é garantido em todo o projeto.

Além do aspecto humanizado, o estabelecimento é considerado luxuoso e imponente desde os mais simples detalhes. Em todos os tipos de usos no complexo médico, esse enfoque em beleza e humanização não prejudica a proposta de funcionalidade do complexo clínico. As cores, elementos e materialidade fazem jus a esse aspecto, defendendo ainda mais o partido.

No geral, esses aspectos trazem personalidade e excelência ao ambiente, gera conforto, alegria e cura aos pacientes, sem deixar de lado a qualidade de vida e a integração dos funcionários, possibilitando um ambiente de saúde extremamente benéfico à saúde privada.

3.2.6 Porquê da escolha? O que pretende usar?

O avançado conceito em humanização e a relação entre anatomia e o zoneamento, fazem jus a qualidade projetual hospitalar. A proximidade do CDI dos demais ambientes e também dos fluxos e circulações rápidos e diretos, acarretam no bom desempenho de um hospital.

A volumetria e materialidade também se mostram interessantes para o desenvolvimento do futuro anteprojeto, mesmo que o tema deste trabalho seja atender também a rede pública, as cores e materialidade rica geram conforto e qualidade visual aos usuários, independente de situação financeira ou classe social.

REFERENCIAIS PROJETUAIS / ESTUDO DE CASO

Além desses quesitos, o enfoque em algumas especialidades

médicas, tem semelhança direta com o tema proposto e a intenção projetual do acadêmico de fazer, além do atendimento público e privado, um hospital referencial em uma específica área médica.

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