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4. RESULTADOS AMOSTRAIS E DISCUSSÕES

4.3. Rio do Carmo e Alto Rio Doce

4.3.1.2. Elementos Litófilos

A Figura 4-60 mostra correlação positiva entre as concentrações de alumínio (Al) e manganês (Mn) ao longo do Rio do Carmo, o que é coerente com a origem litológica desses elementos na bacia.

123 Figura 4- 60- Correlação entre as concentrações de alumínio e manganês em água do Rio do Carmo.

Fonte da autora.

As Figuras 4-61 a 4-64 apresentam os resultados amostrais dos pontos com as maiores concentrações de alumínio e manganês em comparação com os padrões brasileiros, canadenses, estadunidenses e australianos de qualidade de água no Córrego Tripuí, Rio do Carmo e Alto Rio Doce.

124 Na Figura 4-61 observa-se que o alumínio atinge concentrações impróprias a todos os usos da água com padrões normatizados desde o Córrego Tripuí até o baixo Rio do Carmo, tendo atingido o pico histórico de 152,50 mg/L no ponto P1A1 amostrado em 2003. Apesar de as concentrações no baixo curso do Rio do Carmo serem significativamente menores do que as do alto curso, ainda assim as concentrações amostradas no Alto Rio Doce são maiores que os padrões de qualidade das águas considerados (Figura 4-62).

Figura 4-61 - Pontos com as maiores concentrações de alumínio em água no Córrego Tripuí e Rio do Carmo.

125 Figura 4-62 - Pontos com as maiores concentrações de alumínio em água no Alto Rio Doce.

126 Observa-se na Figura 4-63 que as maiores concentrações históricas de manganês amostradas no Córrego Tripuí são muito superiores às do Rio do Carmo, com o pico histórico de 1438,00 mg/L quantificado no ponto P2A1 em 2002. Isso ocorre devido às características geológicas da bacia drenada pelo referido córrego. Essa característica faz com que as águas do Córrego Tripuí sejam impróprias para todos os usos com padrões normatizados. Já no Rio do Carmo, as concentrações encontradas só não prejudicam o uso para irrigação de curso prazo de acordo com o padrão da DEC (2010).

Figura 4-63 - Pontos com as maiores concentrações de manganês em água no Córrego Tripuí e Rio do Carmo.

127 Apesar do processo de atenuação natural pelo qual as concentrações de manganês passam ao longo do Rio do Carmo, conforme observado na Figura 4-63, no alto curso do Rio Doce o ponto J4 ainda apresentou concentração superior à maioria dos usos com padrões normatizados, sendo adequado apenas para a irrigação de curso prazo. Já no ponto KFRC18 a concentração aferida em fevereiro de 2016 só apresentou inadequado para o uso pecuário (Figura 4-64).

Figura 4-64 - Pontos com as maiores concentrações de manganês em água no Alto Rio Doce.

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4.3.1.3. Elementos Siderófilos

As Figuras 4-65 a 4-68 apresentam os pontos com as maiores concentrações de ferro e níquel em água no Córrego Tripuí, Rio do Carmo e Rio Doce em comparação com os padrões brasileiros, canadenses, estadunidenses e australianos de qualidade de água.

As concentrações de ferro amostradas historicamente no Córrego Tripuí (Figura 4-65) são muitas vezes superiores às amostradas no Rio do Carmo (APÊNDICE C). Enquanto ao longo do Córrego Tripuí as concentrações foram sempre superiores a todos os limites das normas consideradas para uso das águas, no Rio do Carmo as concentrações se mostraram proibitivas apenas para a irrigação de longo prazo ao longo de todo o curso d’água, tendo se mostrado também superior às classes 1 e 2 e fator de risco à proteção da vida aquática nos pontos KFRC06, KFRC07, KFRC13 e KFRC14.

Figura 4-65 - Pontos com as maiores concentrações de ferro em água no Córrego Tripuí - afluente do Alto Rio do Carmo.

Fonte da autora.

Já no Alto Rio Doce as maiorres concentrações de ferro em água foram encontradas no ponto J4, que apresentou níveis acima de todos os padrões tanto em dezembro de 2015 quanto em abril de 2016 (Figura 4-66).

129 Figura 4-66 - Pontos com as maiores concentrações de ferro em água no Alto Rio Doce.

Fonte da autora.

Na Figura 4-67 observa-se que tanto o Córrego Tripuí quanto o alto curso do Rio do Carmo apresentam altas concentrações históricas de níquel, muitas vezes superiores aos padrões normatizados para uso das águas. Percebe-se ainda, a ocorrência de uma anomalia no ponto J3que se situa a jusante da confluência com os Rios Gualaxo do Norte e Gualaxo do Sul. Como visto na Figura 4-16, as concentrações de níquel aferidas no Rio Gualaxo do Norte se mantiveram iguais ou inferiores a 0,02 mg/L, e portanto três vezes inferiores a encontrada no ponto J3. Já no Rio Gualaxo do Sul esse elemento não foi quantificado (APÊNDICE C). Isso indica que essa anomalia se deve às características do curso do próprio Rio do Carmo.

Já no Alto Rio Doce, a concentração de níquel encontrada no ponto J4 em dezembro de 2015 foi superior aos padrões das classes 1 e 2 , para irrigação e para a proteção da vida aquática (Figura 4-68).

130 Figura 4- 67 - Pontos com as maiores concentrações de níquel em água no Córrego Tripuí e Rio do Carmo.

131 Figura 4- 68 - Ponto com a maior concentração de níquel em água no Alto Rio Doce.

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4.3.1.4. Índice de Qualidade das Águas – IQA

A Figura 4-69 apresenta o Índice de Qualidade das Águas do Rio do Carmo e Alto Rio Doce referente às amostragens realizadas em agosto de 2015 (antes do rompimento da barragem de Fundão) e fevereiro de 2016 (após o rompimento da barragem), cujos resultados amostrais dos parâmetros constituintes são encontrados no APÊNDICE C. Observa-se que o IQA amostrado no período seco foi melhor do que no período chuvoso, e apresentou variações significativas a partir da confluência do Rio Gualaxo do Norte com o Rio do Carmo. Ainda assim, analogamente ao observado e discutido com relação ao Rio Gualaxo do Norte (Figura 4-19), esse índice não se mostrou capaz de retratar a gravidade da situação pós- rompimento da referida barragem. O IQA não é, portanto, suficiente para indicar a qualidade das águas de forma global, se restringindo a indicar apenas o grau de contaminação fecal. Figura 4- 69 - Índice de Qualidade das Águas do Rio do Carmo e Alto Rio Doce antes e depois do rompimento da barragem de Fundão.

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