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Elementos Meteorológicos

PARTE III – Contribuição para uma visão estratégica

Capítulo 6 – Factores operacionais relevantes

6.2 Importância dos elementos meteorológicos

6.2.2 Elementos Meteorológicos

Devem ser estudados os elementos meteorológicos das áreas próximas às possíveis futuras localizações de uma nova infraestrutura aeroportuária. Os elementos meteorológicos

são vários, os mais relevantes para este caso são: o vento, a visibilidade, a nebulosidade, a humidade do ar, a temperatura do ar, a precipitação e a trovoada.

Vento

O vento é a componente horizontal do movimento do ar junto à superfície terrestre e é caracterizado pelos seguintes parâmetros para um determinado local: rumo (direcção e sentido) indicado pela rosa dos ventos de onde ele sopra; e intensidade, velocidade expressa em quilómetros por hora (Km/h) (a nível aeronáutico são utilizados também os nós ( Kts) ou metros por segundo (m/s)) (Anexo 12).

Visibilidade, nevoeiro e neblina

Em climatologia utiliza-se o termo visibilidade horizontal para caracterizar a transparência da atmosfera a qual é função da humidade, pureza e estabilidade do ar. Para sermos mais específicos em relação ao tema em causa, em aeronáutica entende-se por visibilidade horizontal como sendo a maior distância, medida na horizontal, à qual um observador com vista normal e sem auxílio de meios ópticos consegue observar e identificar objectos de dimensões apreciáveis por contraste com o fundo, durante o dia ou um foco luminoso, durante a noite (num lugar onde haja restrições ou obstruções é a visibilidade mais baixa observada). É de referir que existem outros tipos de visibilidade, mas para este estudo esta é a mais relevante. A visibilidade é expressa em metros.

A redução da visibilidade pode verificar-se quer pela condensação do vapor de água dando origem a nevoeiro ou neblina (Anexo 12), quer pela existência de partículas sólidas em suspensão na atmosfera (bruma, fumos, etc).

Para o estudo de nevoeiros existe um facto de extrema importância: a existência de núcleos de condensação, isto é, partículas higroscópicas de sais marinhos, de produtos resultantes das combustões, etc. Isto leva a analisar em melhor detalhe a região da futura infraestrutra, pois o facto de haver indústria na área envolvente contribuirá para a formação ou não, das partículas em suspensão na atmosfera, que por sua vez reduzirão a visibilidade.

Nebulosidade

Uma nuvem é um conjunto de partículas no estado líquido ou sólido em suspensão na atmosfera. Por isso, pode dizer-se de uma forma um pouco grosseira que o nevoeiro é uma nuvem que toca na superfície.

A nebulosidade é a quantidade de nuvens no céu, vistas do local à hora da observação. Representa-se por N e os seus valores exprimem-se em décimos de céu encoberto (por nuvens).

A quantidade de nuvens deve ser avaliada supondo que as nuvens se encontram juntas umas às outras, formando uma camada contínua. Primeiro divide-se o céu em quadrantes, por meio de diâmentros perpendiculares. Avalia-se separadamente a quantidade existente em cada quadrante e depois somam-se as quatro quantidades.

Para além da quantidade também é igualmente importante avaliar o tipo de nuvens e a que altura se encontra a sua base.

Outro conceito a ter em conta na aeronáutica é o de tecto. Define-se como uma camada de nuvens abaixo de 6000 metros cobrindo mais de metade do céu (cinco oitavos ou mais) (CFMTFA, 2006).

Humidade do ar

Para descrever o grau de humidade do ar utiliza-se a humidade relativa. Assim define- se humidade relativa do ar como sendo a razão entre a massa real de vapor de água contida na unidade de volume de ar e a massa de vapor que seria necessária para que este volume de ar ficasse saturado à mesma temperatura. É geralmente expressa sob a forma de percentagem.

As variações da humidade relativa estão em regra associadas às variações da temperatura do ar no mesmo local, podendo admitir-se que uma variação de temperatura provoca uma variação da humidade relativa em sentido contrário, ou seja, um aumento da temperatura provoca uma diminuição da humidade relativa e vice-versa.

Em linguagem meteorológica entende-se por temperatura do ar à superfície a temperatura do ar livre a uma altura acima do nível do solo compreendida entre 1,25 e 2 metros. A escala internacional de temperatura é em graus Celsius (°C).

Este elemento é de extrema importância, uma vez que a distribuição espacial da temperatura do ar numa região limitada é principalmente condicionada pelos factores fisiográficos, como sejam o relevo (altitude e exposição), a natureza do solo e do seu revestimento, a proximidade de grandes superfícies de água e o regime dos ventos.

Precipitação

O elemento climático precipitação é a designação meteorológica genérica dos hidrometeoros constituídos por partículas de água provenientes das nuvens, que caem no solo nos estados líquido ou sólido, sob a forma de chuva, chuvisco, neve, granizo ou saraiva.

A unidade de precipitação mais usada é o “milímetro de precipitação”, que corresponde a 1 litro de água líquida por metro quadrado e representa-se por R.

Trovoada

As trovoadas são manifestações de instabilidade da atmosfera e de grande quantidade de vapor de água que em conjunto com um processo que eleve o ar (ascensão orográfica, convergência do ar ou ascensão frontal) proporcionam a sua formação.

A trovoada é composta pelo relâmpago e pelo trovão. O relâmpago forma-se pela separação de cargas nos cristais de gelo, existentes nas nuvens, nomeadamente cumulonimbos, provocados pela diferença de potencial entre a atmosfera e a Terra. Como a Terra é ligeiramente positiva comparativamente com a atmosfera, as cargas positivas vão para o topo e as negativas para a base das partículas e logo que exista um diferencial de potencial de 1000 volts por metro, dá-se uma descarga eléctrica a que chamamos relâmpago. O trovão é o som resultante da expansão violenta e rápida do ar aquecido a temperaturas aproximadamente iguais a 10 000°C, num pequeno canal de apenas alguns centímetros de diâmetro no espaço percorrido pelo relâmpago (CFMTFA, 2006).