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Acrónimo Descrição

2.2. Voto eletrónico

Presencialmente ou não, o voto eletrónico tem vindo a ganhar terreno em eleições burocráticas. Não só por ser um método moderno, mas também por assegurar um processo mais eficaz, seguro e credível. Por outro lado, o voto eletrónico veio proporcionar uma maior comodidade aos eleitores e assim evitar abstinências.

Atualmente, são utilizados alguns sistemas eletrónicos para contabilizar votos. Entre eles estão: os contadores óticos, as urnas eletrónicas e as soluções integradas.

O contador eletrónico é utilizado nas eleições em países como Canadá e Estados Unidos da América. A máquina de votação consiste numa junção entre um leitor ótico e uma caixa de escrutínio. Cada uma destas máquinas tem inserida um módulo de memória que regista todos os detalhes de cada boletim lá colocado e, de modo a manter a confidencialidade, os boletins vão sempre dentro de um envelope próprio e adequado. Quando a mesa de voto é fechada, o módulo de memória imprime um papel com os respetivos resultados. No final, o módulo é desencaixado da caixa de forma a se poder comparar e confirmar os resultados que se imprimiram.

Ballotmaster é o nome da primeira urna portátil e carregada a bateria. Ela foi construída com vista numa mesa de voto com cerca de 1500 eleitores. Também no ano de 2000, foi apresentada, na Polónia, a Touchvote, no âmbito da conferência “Information Tecnology in Elections”. Shoup Voting Solutions é um fabricante de urnas que permite deslocações fáceis, redes sem fios, grandes ecrãs táteis e o uso de baterias.

As soluções integradas constituem um conjunto de sistemas que colaboram nas eleições. A Global Election Systems disponibiliza diversos mecanismos para a realização de eleições. Exemplos disso são: accuvote, accuvote-ts e GEMS (Global Election Management System). O accuvote-ts consiste numa pequena máquina semelhante a um computador que contém um smart card que permite o aparecimento do boletim no ecrã e, posteriormente, o voto de forma tátil. Já o GEMS é responsável por todo o processo de votação, desde a candidaturas e desenho de boletins, até ao voto e resultados finais. Entre outros sistemas, o Eletronic 1242 Voting System reflete a eficácia e segurança durante votações. (CNE, 2017)

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2.2.1. Projetos Experimentais

Neste ponto irá ser falado sobre alguns projetos experimentais, tais como:

 Experiência Norte Americana: No canada, a primeira experiencia relacionada ao voto eletrônico foi realizada no ano de 1995. Foram utilizadas máquinas de votar com o sistema de leitura ótica implementado nas eleições municipais desse ano. Por essa altura, o interior dos módulos de memória eram extraídos para o gabinete central de eleições através de modens. A partir dai já não se usaria qualquer votação em papel, como foi o caso das eleições de 2003 em que forma utilizadas eleições eletrónicas por telefone ou internet.

 Experiencia Sul Americana: também em 2000, o partido Acción Nacional, do México, tomou a iniciativa de recorrer, pela primeira vez, a votação eletrónica. Aqui, foi introduzido um sistema de reconhecimento facial para elimina duplos registos de eleitores. Metadata foi a empresa responsável pela experiencia e contruiu o processo de identificação, usando a tecnologia facelt2 pertencente a

Visionics3.

 Experiencia Europeia: O primeiro teste na União Europeia realizou-se em março de 2002. O mesmo destinou-se a eleger a comissão representativa dos estudantes de cada pais membro. O sistema de voto selecionado para a experiencia foi o predileto da empresa Election.com, outrora testado para suportar quatrocentos milhões de transações num processo eleitoral único. Um outro projeto juntou a empresa Siemens, a France Telecom, a região francesa Aquitaine, o ministério do interior Italiano, Ancitel, a sociedade informática Sopra Et Municipium e um organismo polaco. Assim, juntaram-se mesas de voto modernas e cerca de oito mil utentes de hospitais em França experienciaram este processo. Desta forma, o conjunto de urnas com os respetivos cartões eletrónicos permitiu aos votantes autentificarem-se e realizarem o voto. A segurança e a mobilidade destes equipamentos ajudaram, aos poucos, a transportar este inovador sistema a grande parte da União Europeia, continuando, assim, a criar outros projetos dentro do mesmo conceito como foi o caso do cyvervote, patrocinado pela comissão europeia primou pela confidencialidade e privacidade durante o processo de voto.

2 Sistema de reconhecimento facial: http://valy.1ka.eu/ruzne/tash/tash.gn.apc.org/Visionics_Tech1.pdf 3 http://www.visionics.a.se/

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Em Portugal, o voto eletrónico começa a ser mencionado e o principal argumento a favor foi combater o abstencionismo, pois, desta forma, a meteorologia, o cansaço, deslocações, entre outros motivos deixariam de ser desculpa, visto que o processo eleitoral estaria a um clique de distância. Através de uma palavra-passe pessoal, reconhecimento da impressão digital ou identificação da íris, cada pessoa era capaz de realizar este dever quer estivesse em casa, na praia, no trabalho, no jardim. “Será normal a relação do cidadão com o estado através do telemóvel. A internet dá a conectividade e o telemóvel a mobilidade” disse José Luis Moutinho, diretor da Tinta Invisível, empresa responsável pelo portal.pt. O certo é que, posteriormente, organizou-se o colóquio “A comunicação e o marketing político na era da internet” em que José Luis Moutinho defendeu o ato de votar eletronicamente.

Foram desenvolvidos alguns projetos para experienciar o voto eletrónico. Nos anos de 1997 e 2001, o Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE) foi responsável pelas inovadoras tentativas em eleições para autárquicas locais. As experiências de 2004 e 2005 foram realizadas pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento e pelo STAPE, sendo que a Comissão Nacional de Eleições e Comissão Nacional de Proteção de Dados coordenaram as mesmas. A experiência de 2004 realizou-se unicamente com o voto eletrónico presencial, nas eleições para o Parlamento Europeu. Neste ano foram testadas três diferentes tecnologias de votação eletrónica vindas de dois fornecedores multinacionais: Indra e Unisys e Multicert / PT Inovação. Ambos os sistemas eram compostos por máquinas de voto com ecrãs táteis. Quando colocado o smartcard, era permitido, ao eleitor, votar uma vez e no final este era devolvido ao presidente da assembleia de voto. Já em 2005 o processo concretizou-se de forma presencial e não presencial em eleições para a Assembleia da República. O processo de voto eletrónico não presencial esteve acessível aos portugueses emigrantes através de uma plataforma online. Com a colaboração das universidades portuguesas, a nível tecnológico, o voto eletrónico veio dar liberdade as pessoas invisuais que votaram por si mesmas sem que para isso precisassem de uma segunda pessoa a acompanhar. (UMIC, 2010; UMIC, 2011)

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