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ELIANE ALVES DA SILVA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR

BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, que concorriam para sua conduta

ao prestarem auxílio moral e material, passou a tratar com o então prefeito municipal de Londrina, HOMERO BARBOSA NETO, bem como com

MARCO ANTONIO CITO, FÁBIO CESAR REALI LEMOS e KARIN SABEC VIANA, além de outros, a respeito de como seriam feitas as novas

contratações ilícitas das empresas pertencentes ou representadas por

MARCOS, bem como a maneira como estabeleceriam os valores de tais

contratos de tal modo que permitissem incluir uma parcela considerável de dinheiro público a ser desviado em proveito dos particulares. Além disso,

MARCOS, com apoio de JOSÉ LEMES DOS SANTOS e WILSON MAKOTO YOSHIDA, estabeleceu com BARBOSA NETO a promessa de vantagem

indevida pela utilização dos cargos públicos do prefeito e dos secretários denunciados.

Assim, em data não especificada precisamente, porém em dezembro de 2011, em Londrina, o denunciado MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso de vontades com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA,

ELIANE ALVES DA SILVA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, levando em conta as vinculações

criminosas que estavam sendo estabelecidas, notadamente para novas contratações irregulares da G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA., da CAPRICÓRNIO S/A LTDA., da CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e/ou da IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, pelo Município de Londrina, afirmou a HOMERO BARBOSA NETO que poderia entregar vantagem indevida – em dinheiro – para este e para os demais integrantes do primeiro escalão da Administração Municipal que prestassem auxílio para a consecução dos objetivos do grupo, com o fim de que o então prefeito e seus subordinados praticassem atos de ofício, consistentes em contratar mais uma vez a G8, CAPRICÓRNIO, CDF e/ou IRIDIUM para fornecer materiais para o Município, fixando preços que incluíssem quantias de dinheiro público a serem desviadas em proveito dos particulares, bem como efetuassem os pagamentos correspondentes e permitissem o enriquecimento ilícito destes.

Interessado nos ganhos ilícitos, indicados nas tratativas com MARCOS

DIVINO RAMOS e com outros particulares do grupo, HOMERO BARBOSA NETO estabeleceu contatos, separada ou conjuntamente, com seus

comparsas, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA e FÁBIO

CESÁR REALI LEMOS, e lhes informou que deveriam proceder como

proposto por MARCOS, isto é, deveriam praticar atos de ofício em proveito dos particulares, consistentes em contratar novamente a G8, CAPRICÓRNIO, CDF e/ou IRIDIUM para fornecer materiais para o Município com a fixação de valores que incluíssem quantias de dinheiro público a serem desviadas em benefício das empresas e de seus representantes, bem

GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Promotoria de Defesa do Patrimônio Público

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como deveriam efetuar os pagamentos correspondentes e permitir o enriquecimento ilícito destes, em troca do recebimento de vantagem indevida em dinheiro, que se destinaria a BARBOSA NETO e a alguns outros de seus comparsas, os quais manifestaram sua integral anuência e disposição para agir como sugerido.

Por tal razão, HOMERO BARBOSA NETO sinalizou positivamente para

MARCOS DIVINO RAMOS, concordando em receber vantagem indevida que

lhe estava sendo prometida, pelo objetivo de determiná-lo – e a MARCO

ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA e FÁBIO CESÁR REALI LEMOS –

a praticarem atos de ofício, isto é, contratar outra vez a G8, CAPRICÓRNIO, CDF e/ou IRIDIUM para fornecer materiais para o Município em valores que incluíssem quantias de dinheiro público a serem desviadas em proveito dos particulares. Em decorrência disso, HOMERO BARBOSA NETO orientou, dolosamente, ainda no mês de dezembro de 2011, que seus asseclas

MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA e FÁBIO CESÁR REALI LEMOS dessem início ao processo de contratação da G8, CAPRICÓRNIO,

CDF e/ou IRIDIUM por meio de procedimento de licitação absolutamente ilegal, o que de fato aconteceu no dia 23 de dezembro de 2012, quando, por meio da Solicitação para Aquisição de Material nº 003266/2011, a então Secretária de Educação KARIN SABEC VIANA solicitou a autorização para o Registro de Preços, para a aquisição de uniformes escolares, o qual acabou culminando no PREGÃO PRESENCIAL Nº 0021/201238 , instaurado em 06/02/2012, decorrente do Processo Administrativo PAL/SMGP 003/2012.

Assim, acabaram por chegar a um acordo, sendo que, dando sequência à atuação criminosa da quadrilha, em dezembro de 2011, em Londrina, o denunciado MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso com PAULINA

APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, por meio divisão de tarefas, identidade de propósitos e

atendendo aos interesses ilícitos dos integrantes do grupo e das empresas G8, CAPRICÓRNIO, CDF e/ou IRIDIUM, beneficiários da corrupção, ofereceu vantagem indevida a HOMERO BARBOSA NETO, na época prefeito municipal de Londrina, consistente em novo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em espécie, a fim de determiná-lo e a seus asseclas denunciados a praticarem ato de ofício, isto é, novas intervenções favoráveis à contratação e pagamento das aludidas empresas de modo irregular, notadamente através de processo licitatório que escolhesse uma delas para figurar como vencedora.

Na mesma ocasião, o denunciado HOMERO BARBOSA NETO, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, contando com o concurso de

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MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA e FÁBIO CESÁR REALI LEMOS, os quais assentiram em cooperar com os seus propósitos

criminosos e com a realização de atos de ofício que ensejassem o recebimento de propinas, aceitou, em seu nome e no de seus asseclas, a oferta de vantagem indevida, consistente na quantia em dinheiro que seria paga por MARCOS DIVINO RAMOS e outros particulares, a fim de que os citados agentes públicos praticassem atos de ofício concernentes aos seus cargos. Para tanto, HOMERO BARBOSA NETO estabeleceu que KARIN

SABEC VIANA deveria receber pessoalmente os valores oferecidos como

vantagem indevida, evitando que ele, BARBOSA NETO, como prefeito municipal, tivesse que receber a propina diretamente dos particulares, bem como que tais valores deveriam ser produto de transações bancárias sucessivas, culminando com saque em espécie, de maneira a dissimular e ocultar a origem e a destinação desses recursos, isto é, que se referiam a pagamento de corrupção e eram provenientes de crime de peculato.

Dessa forma, no dia 22 de dezembro de 2011, MARCOS DIVINO RAMOS, com apoio de PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES

DA SILVA, todos com a finalidade de ocultar e dissimular a origem e a

natureza dos recursos, promoveu o depósito de R$50.000,00, proveniente do crime de peculato descrito acima,39 na conta nº 02010637-3, do Banco Mercantil do Brasil, pertencente à empresa IRIDIUM – IND. CONFECÇÕES LTDA., de propriedade de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA

INUMARU YOSHIDA, porém tendo como sócia formal a secretária destes, CLAUDIANE MANDELLI. Ato contínuo, no mesmo dia 22/11/2011, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, com apoio de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA INUMARU YOSHIDA, que eram seus empregadores de fato, bem

como de PEDRO VICTOR BRESCIANI, contador das empresas do grupo, e de CLAUDIANE MANDELLI, secretária das empresas do grupo, todos agindo em concurso com HOMERO BARBOSA NETO, MARCO ANTONIO CITO,

KARIN SABEC VIANA e FÁBIO CESÁR REALI LEMOS, que haviam pedido

que houvesse dissimulação da origem e natureza dos valores a serem pagos como propina, emitiu e descontou o cheque nº 00003040 da mesma conta nº 02010637-3, do Banco Mercantil do Brasil, em igual valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), sacando tal quantia em espécie, importância esta que era proveniente de crime contra a administração pública – peculato descrito anteriormente, ocultando e dissimulando, com todo o procedimento acima, a origem e a natureza de tais recursos.

Na sequência, como ajustado com os demais denunciados, JOSÉ LEMES

DOS SANTOS se encontrou, no interior da Prefeitura Municipal de Londrina,

nas imediações do próprio gabinete do prefeito, e ofereceu (entregou)

39 Pelo qual a importância de R$ 3.119.240,49 (três milhões, cento e dezenove mil, duzentos e quarenta reais e

quarenta e nove centavos),39 pertencente ao Município de Londrina, foi desviada em proveito dos particulares

denunciados

40 Que conforme se observa é imediatamente posterior aos cheques 028 e 029, emitidos em maio de 2011,

GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Promotoria de Defesa do Patrimônio Público

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vantagem indevida, correspondente àquela quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) sacada em espécie, para KARIN SABEC VIANA, a qual, agindo com dolo, em decorrência dos ajustes criminosos com os demais agentes públicos, HOMERO BARBOSA NETO, MARCO ANTONIO CITO e

FÁBIO CESÁR REALI LEMOS, recebeu dita importância, tudo com o fim de

determinar estes últimos a praticarem ato de ofício, isto é, intervenções favoráveis a nova contratação e pagamento das aludidas empresas de modo irregular, notadamente através de procedimento licitatório fraudulento a ser levado a cabo pelos mesmos.

Ato contínuo, KARIN SABEC VIANA, então secretária de Educação, entregou ocultamente a importância de R$ 50.000,00 para HOMERO

BARBOSA NETO, a fim de que este a empregasse no interesse da

organização criminosa liderada por ele e, principalmente, no seu próprio enriquecimento ilícito.

Em consequência da oferta e entrega da vantagem indevida de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), os denunciados HOMERO BARBOSA NETO, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, e os denunciados MARCO

ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA e FÁBIO CESÁR REALI LEMOS,

cada qual em sua função pública, praticaram atos de ofício infringindo dever funcional, isto é, defenderam os interesses ilícitos das empresas G8, CAPRICÓRNIO, CDF e/ou IRIDIUM junto à Prefeitura Municipal de Londrina, para que fossem contratadas e pagas irregularmente, notadamente através de procedimento licitatório fraudulento, no qual uma das empresas constaria como vencedora, o que de fato foi providenciado por tais agentes públicos ao contratarem a G8 e a CAPRICÓRNIO por meio de procedimento de licitação absolutamente ilegal, desencadeado no dia 23 de dezembro de 2012, quando, valendo-se da Solicitação para Aquisição de Material nº 003266/2011, a então Secretária de Educação KARIN SABEC VIANA solicitou a autorização para o Registro de Preços, para a aquisição de uniformes escolares, o qual acabou culminando no PREGÃO PRESENCIAL Nº 0021/201241, instaurado em 06/02/2012, decorrente do Processo Administrativo PAL/SMGP 003/2012, vencido por ditas empresas.