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EM BUSCA DE CAMINHOS PARTILHADOS Um olhar estrangeiro constante

Dali ele via os meninos rodando arcos de barril ao modo que bicicleta. Via os meninos em cavalo de pau correndo ao modo que montados em ema. Via os meninos que jogavam bola de meia ao modo que de couro. E corriam velozes pelo arruado ao modo que tivessem comido canela de cachorro. Tudo isso mais os passarinhos e os andarilhos era a paisagem do meu avô. Chegou que ele disse uma vez: Os andarilhos, as crianças e os passarinhos têm o dom de ser poesia. Dom de ser poesia é muito bom! Manoel de Barros (2010a)

Neste capítulo contarei como foi esse viver dentro da escola, como iniciei sendo uma professora com o compromisso de manter sempre um olhar estrangeiro. Evidenciarei — através dos dados produzidos e do que, eventualmente, não apareça nestas produções, mas esteja guardado na minha memória — o caminho que fui construindo junto com outros ao tentar compreender como me inventava professora durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2010 e os anos de 2011 e 2012. Importante deixar claro que as informações disponíveis não foram produzidas para a pesquisa. O que aqui chamo de informação são produções minhas, referentes ao trabalho com as turmas dos anos já referidos, das crianças, e as interlocuções com outras profissionais e com as crianças. A partir dos atos de olhar para essas informações, vislumbrar quais me faziam pensar a minha constituição como professora-pesquisadora-iniciante e de narrar, começo a produzir os dados. Os dados da pesquisa são, portanto, tudo o que me diz algo sobre o meu percurso na docência. São dados porque dentre o material/reflexões produzidas na época da pesquisa, estes foram os que elegi para me ajudarem a pensar na questão da pesquisa. Mais adiante discorrerei sobre como se deu a produção de cada "tipo" do que aqui denomino como dado.

É importante ressaltar que, a princípio, o período em que trabalhei com as turmas dos Autores de Aventuras e dos Leões — dois segundos anos do ensino fundamental, respectivamente em 2010 e 2011 — seria o tempo ao qual a pesquisa se circunscreveria. No entanto, no decorrer da investigação, notava que na narrativa da pesquisa não apareciam somente os anos de 2010 e 2011, mas que pensava em todos os anos em que fui professora e, ainda, que com a Turma dos Heróis e com a

Turma das Onças — 2012 e 2013 respectivamente —, alguns saberes docentes

antes consolidados foram colocados em prática e outras questões eram retomadas em minhas reflexões, mostrando assim possíveis mudanças durante os anos. Assim, o ano de 2012 também passou a fazer parte da minha pesquisa narrativa. No entanto, 2013, como é um ano em que só fiquei com a turma até junho, pois fui para a Universidade de Granada fazer o estágio investigativo, como foi o ano em que mudei de escola e como não tenho, atualmente, produções das crianças que poderiam me auxiliar a pensar compreensões para os acontecimentos em nossa turma, achei por bem não inseri-lo nesta pesquisa.

Narro este percurso já cuidando para que a narração esteja comprometida com a questão: como me constituo professora no início da docência e como o outro me constitui? Julgo importante atentar aqui para o fato de que já trouxe no memorial a informação de que mesmo ingressando no mestrado42 durante o ano de 2012, a pesquisa iniciou-se em outubro de 2010, juntamente com o meu ingresso na escola, quando passei a ocupar o lugar de professora e, concomitantemente com esse lugar, incorporei ainda o lugar de professora-pesquisadora.

Além disso, algumas experiências extremamente formativas para mim (já mencionadas no memorial dessa pesquisa) possibilitaram que começasse a pesquisa levando em conta alguns pressupostos, não só teóricos, mas também experienciais e porque teóricos, experienciais e porque experienciais, teóricos; já que acredito que a prática e a teoria são produzidas num movimento dialético em que uma pressupõe a outra. Julgo importante, mais uma vez, destacá-los aqui, para que seja possível acompanhar meu início na docência de forma contextualizada. Para isso, os pontuarei rapidamente. Os pressupostos que levava comigo eram:

o Já sabia que a escrita permitia reflexões e tomadas de consciências;

o Compreendia que pesquisar a própria prática, ser uma professora

pesquisadora, possibilitava um desenvolvimento profissional e a produção de conhecimento sobre e através da prática de ensino;

o Compreendia a criança como produtora de conhecimento e autora de suas

aprendizagens;

o Ia percebendo, como dizia Paulo Freire (2006), que quem ensina, aprende ao

ensinar; e quem aprende, ensina ao aprender;

o Acreditava que para alcançar cada criança a escola teria que responder à

vida;

o Entendia que somos constituídos também pelos outros e pelo meio, assim

como também os constituímos;

o E alcançava que para que tudo isso fosse possível deveria colocar-me num

lugar exotópico, para ter acesso a diferentes olhares e escutas acerca do

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Como já explicado anteriormente, quando me referir ao mestrado é pelo motivo dessa pesquisa se tratar de uma investigação que se iniciou no mestrado e teve indicação para o doutorado direto. Assim, depois do exame de qualificação do mestrado, passou a ser uma pesquisa de doutorado.

ocorrido, devendo me deslocar para outros espaços e enxergar diferentes pontos de vistas, assim como construir outras compreensões.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, pude perceber que nessa minha trajetória três dimensões de consciência43 iam sendo produzidas. Isso através das reflexões constantes e partilhadas sobre a minha própria prática de ensino e sobre as relações estabelecidas principalmente com os estudantes, mas também com outras pessoas; a partir do movimento de olhar para o que aqui nesta pesquisa foi produzido como dados que me auxiliam a pensar a questão e construir compreensões; e, ainda, a partir do próprio movimento de narrar investigando e investigar narrando (SIMAS, 2012; PRADO e SIMAS, 2014).

Explicarei. Quando estava trabalhando no cotidiano escolar, construindo caminhos com as crianças, agindo em resposta a seus atos e necessidades e percebendo atos delas responsivos aos meus, tinha uma dimensão de consciência — a da professora iniciante. Ao voltar para a minha casa, refletir sobre o vivido, escrever e partilhar as narrativas, tomava consciência de coisas antes inconscientes e, assim, construía uma segunda dimensão de consciência que se relacionava com a primeira — a dimensão de consciência possibilitada pelo lugar que me colocava de professora-pesquisadora. E, por último, ao olhar para todo o material produzido, ao produzir dados a partir da reflexão e escrita, dos diálogos possíveis e dos materiais das crianças e ao escrever a narrativa da pesquisa durante a pesquisa, surgia uma terceira dimensão de consciência, que se relaciona com a primeira e a segunda — possibilitada pelo lugar de pesquisadora. Assim, as três dimensões de consciência surgem junto com os diferentes lugares em que eu me colocava, bem como com as diferentes interlocuções que estabelecia nesses lugares. Essas três dimensões não são excludentes entre si, elas se relacionam sempre, não deixava de ser uma para ser outra. Mas opto por chamá-las por três dimensões para revelar como me colocar em diferentes lugares, com diferentes interlocuções, possibilitavam diferentes conscientizações.

Essa rápida explicação se faz necessária aqui porque neste capítulo em que conto como foi o início da profissão, muitas vezes aparecerão esses diferentes lugares. Contarei de como era em sala de aula, trarei narrativas reflexivas e

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reflexões da professora pesquisadora e mais, tomadas de consciência e reflexões da pesquisadora acerca do vivido também surgirão, mesmo que em quantidade pequena aqui.

Em determinados momentos haverá uma coluna ao lado de trechos sublinhados na narrativa, dividindo a página em duas colunas. Essa opção foi feita para que o diálogo com autores não torne a narrativa, nesse momento, muito densa, para que o início, aqui contado, flua.

E, assim, narrando o inventar-me, ano após ano, no convívio com as crianças e com meus interlocutores, vou percebendo como em cada turma fui buscando novos caminhos, fui notando o que já havia construído e desconstruído. Ao narrar um ano vejo o que ele me faz pensar sobre os anos anteriores e como cada ano foi preparando o futuro. Um diz do outro, reconheço-me professora dos Autores de

Aventuras ao contar dos Leões e dos Heróis, reconheço-me professora dos Heróis

ao me lembrar das outras turmas e vice-versa.

(...) quanto mais se perdia em bairros desconhecidos de cidades distantes, melhor compreendia as outras cidades que havia atravessado para chegar até lá, e reconstituía as etapas de suas viagens, e aprendia a conhecer o porto de onde havia zarpado, e os lugares familiares de sua juventude, e os arredores de casa, e uma pracinha de Veneza em que corria quando era criança.

(...) aquilo que ele procurava estava diante de si, e, mesmo que se tratasse do passado, era um passado que se mudava à medida que ele prosseguia a sua viagem, porque o passado do viajante muda de acordo com o itinerário realizado, não o passado recente ao qual cada dia que passa acrescenta um dia, mas um passado mais remoto. Ao chegar a uma nova cidade, o viajante reencontra um passado que não lembrava existir: a surpresa daquilo que você deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos.

Afinal, “Ao chegar a uma nova cidade, o viajante reencontra um passado que

não lembrava existir: a surpresa daquilo que você deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos.” Além disso, há cidades onde o viajante encontra aqueles que ele não deixava existir, tem cidades que deixam o viajante se inventar e se reinventar... talvez, dependendo de como a cidade se deixa ser sentida, o viajante se deixa ser reinventado...

A escola

Assim que fui efetivada, fui à atribuição44 ver qual seria minha turma. Fui para a única escola que tinha vagas — uma que todos aconselhavam passar longe, devido ao problema de indisciplina que havia — ser professora de um segundo ano do ensino fundamental. As opções que havia eram ou ser professora com sede nessa escola, ou ser professora sem sede em outras escolas que poderia eleger.

Essa última opção significava que não teria um lugar meu, muito menos uma turma que a mim seria atribuída, ou seja, poderia estar no lugar de alguma professora em licença45, doente, ou em uma sala cuja professora estivesse desempenhando outro papel, como coordenadora por exemplo. No entanto, quando a professora da sala voltasse eu teria que sair de lá e ir para outro lugar, para onde determinasse a Secretaria de Educação. Essa ideia de não saber se ficaria até o final do ano letivo com uma turma não me era agradável. Interromper e começar o trabalho em várias escolas durante o ano não me parecia proveitoso para as crianças, tampouco para mim. Pelo contrário, me parecia muito doloroso.

Já, a primeira opção consistia em ir para a escola que me aconselharam a não ir e escolher uma turma. Tendo decidido ter sede, naquela hora da escolha, as opções de turma que eu tinha se diferenciavam uma da outra por letras: poderia escolher entre o 2ºD ou o 2ºE. Escolheria e logo em seguida seria uma colega, amiga minha, a escolher. Por isso perguntei se podíamos entrar juntas já que nos

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Atribuição de sala é o momento em que a professora junto à Secretaria Municipal de Educação ou à escola (caso já lhe tenha sido designada uma escola), faz a escolha da turma com a qual irá trabalhar no ano letivo.

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Licença é o direito que a professora tem de não comparecer ao trabalho em razão de tratamento de saúde, morte na família, casamento, acompanhamento de familiares enfermos, etc.

conhecíamos e pretendíamos trabalhar em parceria. Entramos na sala onde faríamos a escolha e ali que ficamos sabendo dessas duas opções que já mencionei. Pois a mim, me coube o 2º ano D e a professora Patrícia, o 2º ano E.

A escolha não foi difícil, afinal o fato de poder trabalhar em parceria com uma amiga e de não acreditar na rotulação que fazem das crianças eram fatores que me tranquilizavam e me animavam para iniciar a minha profissão. Todavia, sobrava um pouco de receio, mas, além desses dois fatores, contava também com o apoio das colegas46 do GEPEC que estavam sempre abertas ao diálogo.

A escola era situada na periferia de uma cidade do interior de São Paulo. As crianças lá matriculadas eram, em sua maioria, crianças cujos pais haviam vindo do Nordeste trabalhar no estado de São Paulo. Muitas vezes, ficavam naquele município juntando dinheiro e voltavam para sua cidade natal. Depois de certo tempo, retornavam e passavam pelo mesmo processo. Portanto, muitas crianças entravam e saíam da escola durante o ano letivo.

Eram crianças cujos pais e mães trabalhavam. Esse era um requisito para que lá estudassem, pois era a única escola da cidade de educação integral.

Muitas moravam em quartos alugados, dividiam a casa, na qual cada família alugava um cômodo; outras moravam somente com a sua família em sua casa; outras não só com a família nuclear, mas também com tios e tias e avós e avôs; outras sem a mãe, outras sem o pai. As organizações familiares ali eram diversas, bem como as condições financeiras de cada família.

Como a escola funcionava em período integral, as crianças a frequentavam das 7h às 17h30min e os meus alunos tinham aula comigo das 12h30min às 17h30min. No período inverso, um dia tinham aula com professores especialistas, como no caso das aulas de artes, educação física e inglês; em outros, ficavam em uma sala de vídeo assistindo filmes ou iam para a área de esportes da escola e ficavam brincando. Isso acontecia com os alunos dos primeiros, segundos e alguns dos terceiros anos. Os maiores — alguns terceiros, quartos e quintos — tinham aula pela manhã e pela tarde tinham o restante das atividades. Nesse contexto, as

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Opto por usar o gênero feminino uma vez que a maioria que compõe o grupo é composta por mulheres.

crianças que estudavam no período da tarde — no caso as minhas — chegavam à aula, com a professora polivalente, já cansadas.

Algumas outras características do funcionamento da instituição colaboravam para o esgotamento dos pequenos como, por exemplo, o fato de não haver intervalo na escola. O intervalo que havia era para que se alimentassem e, depois que terminavam de comer, deveriam ficar sentados nos bancos do refeitório sem falar e sem levantar esperando os colegas, ou seja, não tinham tempo de brincar, não tinham recreio.

A prefeitura adotava um material apostilado e a escola nos colocava a necessidade de seguir tal material. Além disso, todas as professoras de um mesmo ano deveriam desenvolver as mesmas atividades com as turmas, estar no mesmo “lugar do conteúdo”, ter o mesmo planejamento semanal. Parecia-me que o intuito da coordenação era o de que as professoras estivessem sempre ensinando as mesmas coisas, que todas as turmas de um ano seguissem juntas, sem diferenças, atrasos ou avanços, umas em relação às outras, ou seja, prezava-se a homogeneidade.

Além disso, a Secretaria Municipal de Educação era bastante rígida, não dava autonomia às escolas, pelo menos era essa a ideia que chegava até mim. Uma hierarquização muito presente fundamentava as relações: o prefeito não dava autonomia para a Secretaria de Educação, que não permitia que as escolas tivessem autonomia; essas, por sua vez, através da gestão e coordenação47 controlavam os professores que seguiam as ordens ou tentavam fazer de maneiras outras sem que todos os anteriores tivessem algum conhecimento do que inventavam em suas salas de aula. Coisa estranha eu achava, mas lá isso tudo parecia muito normal, afinal todos deviam achar que

Escola é o lugar onde a gente vai quando não está de férias O chefe da escola é a diretora A diretora manda na professora A professora manda na gente A gente manda em ninguém Só quando manda alguém plantar batata (José Paulo Paes, 2005)

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Talvez não fosse uma escola estranha aos outros, mas era uma escola estranha a mim, à minha ideia do que deveria ser uma escola, das relações que poderiam ali ser estabelecidas, do que poderiam viver os alunos, os professores, todos. Realmente o cotidiano escolar daquele lugar em que eu estava me parecia muito estranho. Sentia-me uma estranha ali dentro, pois apesar de pertencer àquela instituição, não concordava com muitos aspectos da organização da escola, e assim tinha um olhar estranhado para tudo o que via e o que ocorria — não era estrangeira, mas levava comigo um olhar estrangeiro.

Aos poucos ia descobrindo o meu modo de viver naquele lugar que não era meu lugar e, assim, construía junto com as crianças um lugar nosso. Estranhava tudo, a forma como as crianças tinham que andar na escola, o tempo que não tinham para brincar, conversar, correr, a maneira como os adultos tratavam os alunos... Estranhava a forma de avaliar, as aulas que “deveriam” acontecer a partir do que trazia a apostila, o que acontecia ou deixava de acontecer nos HTPCs48 (hora de trabalho pedagógico coletivo), o jeito como decidiam o futuro das crianças, o não lugar da infância na escola, a não luta dos profissionais para as crianças se expressarem, serem crianças e, nesse contexto, aprenderem.

Esse foi o olhar que tive para a escola quando cheguei. Muito da dinâmica que descrevi continuou, muito aos poucos foi mudando, mudança às vezes aparentemente pequena, mas que possibilitava grandes passos na busca por uma escola outra. Porque a escola é feita de gente, cada gente que chega e que fica leva junto o que deseja por uma escola melhor e, assim, age para que esse lugar se aproxime do que deseja. Não sei ao certo dizer se as mudanças que vejo em cada ano eram mesmo na escola ou somente em minha turma. Sei que a cada ano fui posicionando-me mais em relação ao que pensava daquela instituição, nos HTPCs e nos diálogos com as colegas. Em cada ano mudava mais, não só a rotina da aula e as diversificações que eram possíveis com cada grupo de crianças, mas ainda aspectos referentes à organização da escola como um todo que afetavam as crianças que tinha como alunos. Mas isso tudo vai aparecendo durante o texto, à medida que vou narrando como fomos buscando esse caminho partilhado.

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Reuniões semanais pré-agendadas, fora do horário de aula, entre professoras e coordenadora pedagógica para a discussão de assuntos pedagógicos.

(Imagem 6: Planejando o dia - Fonte: Acervo Pessoal)

2° ano de 2010

Pretendo descobrir No último momento Um tempo que refaz o que desfez, Que recolhe todo sentimento E bota no corpo outra vez.

2010 – Autores de Aventuras49

“... o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.” (Clarice Lispector)

Falava de quando tomei posse do cargo, pois bem: logo depois que soube qual seria a minha sala e a minha escola fui com a Patrícia, que seria a professora da sala da frente, também iniciando sua carreira, conhecer a escola. A coordenadora nos recebeu muito bem, me disse que minha turma era um pouco difícil, pois já havia passado por muitos professores. Falava dando “graças a Deus” que havíamos chegado. Falou do horário, do material adotado e nos deixou conhecer as turmas. Acompanhou- me até a porta e escutei a monitora, que estava responsável pela minha futura sala naquele dia, gritando lá dentro.

Entrei, falei oi, ao que todos responderam animados, conversei com a monitora que me apresentou o material didático – as apostilas que desde o momento que soube que teríamos que “segui-las” passei a odiá-las – e durante todo o tempo que lá fiquei as crianças continuaram muito agitadas: brigando, correndo, gritando. Ali eu pude imaginar o que viria pela frente.

Isso foi no começo de uma semana e eu iniciaria na escola no princípio da próxima. Durante toda a semana fiquei pensando em como seria a turma, a aula, nosso encontro, meu primeiro dia

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