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Em Nome da Besta: O Melhor do Jornal Corrente

No documento 2017 - Informativo Corrente 93 No. 8 (páginas 34-40)

Estes ensaios também contam a história da evolução de minha compressão sobre os Arcanos iniciáticos de Thelema. Até 2014 E.V. eu acreditava veementemente que o Sagra- do Anjo Guardião era uma parte de minha consciência ou a Chispa Divina do Espírito. Mas devido algumas experiências que aconteceram em 2014 e 2015 E.V. eu fui levado a uma conclusão muito distinta: o Sagrado Anjo Guardião não é uma parte de minha consciência, o Eu Superior, mas uma criatura espiritual objetiva. Essas experiências me conduziram a uma pesquisa mais profunda na obra de Crowley em busca de respostas e eu as encontrei.

No ocultismo moderno, inúmeros autores têm utilizado o termo Eu Superior em co- nexão com o Sagrado Anjo Guardião, o que dificulta a compreensão de ambos.

Àqueles que afirmam que o Sagrado Anjo Guardião é o Eu Superior, reforçam o en- tendimento equivocado de que o Anjo representa simbolicamente uma parte silente de nós que permanece oculta, esperando o momento ou evento correto para despertar . Quer dizer, o Anjo representa a Chispa Divina no interior de cada homem e de cada mulher e ter aces- so a essa Chispa Divina através do Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião é uma metáfora para a conquista da consciência cósmica solar. Mas não é nada disso!

O termo Sagrado Anjo Guardião não teria sido conhecido e utilizado na magia mo- derna se não fosse por Aleister Crowley. O material de peso e relativamente significante sobre o tema tem sido produzido por thelemitas que aprenderam diretamente com Cro- wley ou com seus discípulos mais íntimos. Ele decidiu utilizar o termo Sagrado Anjo Guar- dião para se distinguir dos ocultistas de sua época que usavam termos como Eu Superior ,  Adonai, daimon, augoeides ou Verdadeiro Eu indiscriminadamente e, às vezes, negligente-

mente.

Crowley deplorava o ocultismo aguado dos teósofos que diziam que quando a hu- manidade alcançasse o Eu Superior ela se tornaria imortal. Ele também acreditava que a filosofia promulgada pela Ordem Hermética da Aurora Dourada, da qual ele fez parte, também falhava nesse mesmo ponto. Quando um Neófito desta Ordem, Crowley estudou o documento intitulado Z1: O ENTRANTE NOUMBRAL. Nessa instrução ele aprendeu que o obje-

tivo mais importante da iniciação era levar o Neófito ao Conhecimento de seu Eu Superior .1 Ele lamentou que essa superstição levava os membros da Ordem a agirem como idiotas na iniciação, fazendo com que muitos deles falhassem completamente em realizar o verdadei- ro objetivo iniciático da Grande Obra. Isso o levou a revolta.

Crowley teve a ideia de utilizar toda estrutura da Ordem Hermética da Aurora Dou- rada em seu sistema, no entanto, ele percebeu que teria de gastar muito tempo e energia explicando os erros de seus antecessores. Mas para evitar isso bastaria construir um sis- tema genuinamente original, no entanto, ele não estava em condições para isso. Assim, ele decidiu fazer mudanças na estrutura original da Ordem. Um dos pontos foi este: usar o termo Sagrado Anjo Guardião – e seu obscuro conceito – ao invés de usar o termo Eu Supe- rior para vestir  o ponto de vista que ele defendia. No entanto, ao utilizar o termo Sagrado  Anjo Guardião parece que ele não levou suas considerações históricas e culturais que en- volviam o ponto de vista da tradição grega, neoplatônica e cristã-primitiva acerca do dai- mon. O que Crowley fez de verdade foi pegar emprestado o termo Sagrado Anjo Guardião da tradução de Mathers do LIVRO DAMAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN, OMAGO, fazendo tam-

bém uma má utilização dele.

No entanto, em nenhum lugar do LIVRO DAMAGIASAGRADA DEABRAMELEIN, O MAGO e-

xiste a expressão Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Essa expres- são foi cunhada por Crowley. Isso não significa que o conceito por trás da frase não esteja no livro. A ideia de Conhecimento dos Anjos Sagrados está presente no livro, no sentido de conhecimento de que eles existem. O termo conversação também é encontrado no livro e 1 Israel Regardie, AURORADOURADA. Madras, 2008.

implica em estabelecer um diálogo com os Anjos. O próprio Abramelin relata o seu contato com os Anjos e como gozava de sua companhia. Crowley se inspirou nas palavras de Mc- Gragor Mathers que em sua introdução do LIVRO DAMAGIASAGRADA DEABRAMELEIN, OMAGO

diz: através dessa arte sagrada é possível obter o conhecimento e a conversação com o Anjo Guardião.

Portanto, quando Crowley decidiu usar o termo Sagrado Anjo Guardião, ele o fez pensando em expressar suas ideias e concepções sobre o Eu Superior . Quando ele optou por utilizar esse nome, Crowley não concebia uma entidade objetiva independente da consciência humana. Ele só veio a mudar de ideia sobre isso no fim de sua vida. Contudo, a Magia de Abramelin trata da experiência com uma entidade independente, o Anjo que po- de auxiliar o magista a executar com eficiência sua Verdadeira Vontade ou objetivo por trás da encarnação. Na fraseologia do LIVRO DAMAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN, a obtenção

do auxílio de um Anjo para auxiliar o magista a seguir a Vontade de Deus ao invés dos di- tames dos demônios malignos. Portanto, a visão de Crowley sobre o Sagrado Anjo Guardi- ão é completamente distinta da visão da Magia de Abramelin. A visão de Crowley implica um objetivo subjetivo concernente ao Eu Superior enquanto que a visão de Abranelin im- plica no contato com uma entidade objetiva, independente da consciência humana.

Assim, infelizmente nós temos de agradecer a Aleister Crowley por ter fomentado essa confusão e ter levado muitos thelemitas e outros praticantes da magia moderna a cair nesse mesmo erro por confundir o Sagrado Anjo Guardião com o Eu Superior. Isso irá dei- xar muitos seguidores de Aleister Crowley que pensam que não existem falhas em seus escritos furiosos. Mas é uma ignorância medonha pensar que Crowley não errava e que todos os seus escritos, desde o dia que começou a escrever até sua morte, são pérolas que refletem todo e qualquer ângulo da verdade absoluta. Como qualquer um de nós, o pensa- mento de Crowley sobre muitos temas evolui, se transformou. Este aqui é um caso notório: no início ele pensava que o Sagrado Anjo Guardião era o Eu Superior, mas depois mudou de ideia. No entanto, inúmeros thelemitas e comentadores famosos muitas vezes citam Crowley fora do contexto ou mesmo não entendem o que ele queria transmitir.

Em 1901 Crowley publicou uma coleção de poemas conhecida como A ALMA DEOSÍ- RIS. Um dos poemas dessa coleção chamava-se O ATANOR e incluía a seguinte linha: O Anjo

de meu desejo espiritual . Quando esse poema foi reimpresso em suas OBRAS COMPLETAS

alguns anos depois, ele adicionou uma nota a essa linha explicando que o Anjo se refere ao Gênio de Sócrates, o Sagrado Anjo Guardião de Abramelin e o Eu Superior dos teósofos . No início de sua carreira ela reunia termos como Eu Superior, Verdadeiro Eu etc. sobre a al- cunha de Sagrado Anjo Guardião. Mas isso se parece mais como uma abreviação do que com um erro, pois quando ele diz que o Sagrado Anjo Guardião é apenas uma parte de nossa consciência, a Chispa Divina que vem de Eu Sou, ele tentava aproximar o termo ao conceito grego de mikro kosmos que com referência na Árvore da Vida, se encontra dentro de cada um de nós e representa o foco de nossas aspirações mais sinceras.

No período da Abadia de Thelema, Crowley ainda acreditava que o sagrado Anjo Guardião era o Eu Superior. Foi nessa época que ele escreveu seu comentário mais popular sobre O LIVRO DALEI. Em seu livro MAGIACERIMONIAL, Israel Regardie, que por um tempo foi

amigo e secretário de Crowley, disse: Crowley sempre colocava ênfase no significado do termo Sagrado Anjo Guardião. Em seu comentário sobre O LIVRO DALEI  , publicado com o no-

me de A LEI É PARAT ODOS  , não existem equívocos. O Eu Superior é o Sagrado Anjo Guardião, é

isso! Não existe ambiguidade ou qualquer outra interpretação. É um fato claro que se apre- senta.

Por volta de 1929, quando apareceu sua magna obra, o MAGIA EM TEORIA & PRÁTICA,

sua visão sobre o assunto permanecia a mesma. Nas linhas que abrem o Capítulo 1 ele diz: Existe uma única definição geral do propósito de qualquer Ritual Mágico: é a união do Mi- crocosmo com o Macrocosmo. O Supremo e Completo Ritual é, portanto, a Invocação do Sa-

 grado Anjo Guardião; ou na linguagem do misticismo, União com Deus. Embora profundo, quando levamos toda a obra em consideração, Crowley acreditava que o sucesso com o Sagrado Anjo Guardião se tratava de conquistar o contato ou alcançar  o Eu Superior, quer dizer, alcançar a Consciência Solar. Nesse mesmo livro, o MAGIA EMTEORIA& PRÁTICA, Cro-

wley publicou um ritual poderoso que ele construiu – ou restaurou – na Abadia de Thele- ma conhecido como LIBERSAMEKH, que ele dizia ser o ritual para se obter o Conhecimento

& Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. O objetivo deste ritual, portanto, é colocar o Adepto em contato com o Eu Superior e não invocar o Sagrado Anjo Guardião ou daimon como entidade objetiva a parte da consciência humana.

No entanto, Crowley deu um salto quântico no fim de sua vida. Não se sabe ao certo quando aconteceu, mas ele percebeu que o Eu Superior não era o Sagrado Anjo Guardião, pois se tratava de duas aspirações espirituais distintas. É possível que Crowley tenha per- cebido isso quando se devotou com mais atenção ao seu próprio Sagrado Anjo Guardião, Aiwass, questionando se ele era o seu Eu Superior ou uma entidade objetiva a parte.

Embora ambíguo em muitas passagens sobre essa questão, é possível notar que quando ele escreveu o EQUINÓCIO DOSDEUSES Crowley já acreditava que Aiwass como seu

Sagrado Anjo Guardião era uma entidade objetiva e não seu Eu Superior. É nesse livro que ele levanta a questão da autoria de O LIVRO DA LEI com a indagação: quem escreveu essas

 palavras?

Ele responde dizendo: Eu mesmo as escrevi, é claro, com tinta no papel, no sentido material; no entanto não eram minhas palavras, a menos que consideremos Aiwaz como uma parte de meu subconsciente. Neste caso, minha consciência sendo completamente igno- rante da Verdade do Livro e hostil a maior parte da ética e filosofia dele, Aiwaz seria uma  parte severamente suprimida de mim. Essa teoria deveria implicar que eu sou, embora in-

consciente disso, possuidor de toda sorte de conhecimento e poder sobrenatural . O que Cro- wley não conseguiu perceber é que aceitando a condução e inspiração de seu Sagrado Anjo Guardião, ele lhe dotou com extraordinário poder criativo e discriminação intelectual, o que os romanos da antiguidade chamavam de o despertar do gênio. Como afirmei no Capí- tulo 2 de meu livro CORRENTE93: A CORRENTESOLAR DONOVOAEON, os romanos acreditavam

que o contato com esta entidade, o Gênio, dotava o homem com capacidade além da mente humana condicionada. Essa capacidade além da mente humana condicionada nós chama- mos de Verdadeira Vontade. Aiwass como seu Sagrado Anjo Guardião atuou, dessa manei- ra, como um mensageiro intermediário que possibilitou Crowley a alcançar a condição dos deuses, exatamente como os antigos gregos previam.

Já em MAGICKWITHOUT TEARS, pouco antes de sua morte, Crowley escreveu: Nós po-

demos concluir que o Augoeides, o Gênio de Sócrates e o Sagrado Anjo Guardião de Abranelin são idênticos. Mas não podemos incluir aqui o Eu Superior, pois o Anjo é um indivíduo objeti- vo com seu próprio universo, da mesma maneira que o homem. Ele não é uma mera abstra- ção, seleção ou exaltação das qualidades inerentes em uma pessoa como o Eu Superior pare- ce ser . Ele continua: Ele [o Anjo] é algo mais do que um homem, possivelmente um ser que já  passou pelo estágio de humanidade. E sua relação peculiarmente íntima com o seu cliente é o da amizade, da comunidade. De fraternidade, ou paternidade. Ele não é, deixe-me dizer com ênfase, uma mera abstração de si mesmo, e é por isso que tenho insistido antes fortemente que o termo Eu Superior implica uma heresia condenável e uma ilusão perigosa. E se assim não fosse, não haveria nenhum ponto em A M  AGIAS  AGRADA DE ABRAMELIN  , OM  AGO.

No mesmo livro, MAGICKWITHOUTTEARS, Crowley diz mais: lembre-se disso, acima de

qualquer coisa: ele [o Anjo] é objetivo, não subjetivo, ou eu não gastaria boa magia nele . No entanto, mesmo chegando a essa conclusão no fim de sua vida, Crowley não esclareceu o papel do Anjo nas duas Árvores da Vida, a interna e a externa.

E embora ele tenha percebido que o Sagrado Anjo Guardião não era o Eu Superior, ele ainda não considerou a própria dualidade do Anjo ou a possibilidade de um Anjo subje- tivo de tipo inferior ou daimon que, neste caso, muito provavelmente era Aiwass.

O importante aqui, chegando no fim de nossa jornada nessa apresentação é conside- rar o fato de que a mesma pessoa que disse que o Sagrado Anjo Guardião é o Eu Superior trata-se da mesma pessoa que disse que não: Aleister Crowley.

E os thelemitas se dão conta disso? Não! Eles continuam citando os primeiros escri- tos de Crowley quando ele fazia confusão entre os termos e conceitos, como se sua obra fosse um evangelho sagrado. Se o próprio Crowley mudou seu ponto de vista, por que não os thelemitas? Preguiça para se esforçarem e compreenderem direito a tradição!

Embora nós possamos dizer acertadamente que o Eu Superior não é o Sagrado Anjo Guardião, ainda sim os teósofos e a Ordem Hermética da Aurora Dourada não estavam completamente errados. O Eu Superior é a Chispa Divina presente em cada um de nós e ao entrarmos em contato com ele conquistamos a Consciência Solar. Assim, nasce outra inda- gação: se existem três complexos distintos, o Eu Superior e o Sagrado Anjo Guardião mi- crocósmico e macrocósmico, qual a relação entre eles? A resposta é simples: o Eu Superior é a ponte natural ou conexão entre eles.

Karl Germer (1885-1962), o sucessor natural de Crowley tanto na A∴A∴ quanto na

O.T.O., em uma instrução a Jane Wolfe (1875-1958) datada de 17 de janeiro de 1951 E.V., disse: Adonai é um estado que somente pode ser conquistado através do Sagrado Anjo Guar- dião como um intermediário. Aqui Germer se refere a Adonai – que ele menciona apenas como «65» – como o Eu Superior. Nessa mesma instrução ele diz: O mais importante que você precisa saber sobre o Sagrado Anjo Guardião é (1) ele não é o Eu Superior, mas uma entidade separada e distinta de nós mesmos; (2) é uma entidade que opera em altos planos de existência. Aleister Crowley analisou a questão inúmeras vezes e em uma carta enviada a mim ele disse que sempre sentiu a interferência do Sagrado Anjo Guardião vinda de fora de sua individualidade. Note que essa instrução de Germer a Jane Wolfe é datada de 1951, bem antes da publicação de MAGICKWITHOUTTEARS. Isso significa que Crowley já dissemi-

nava essa ideia anteriormente a publicação do livro, o que nos leva a perceber que sua compreensão acerca do Sagrado Anjo Guardião passou por profundas mudanças no curso de sua carreira iniciática.

Sobre a evolução na compreensão do Sagrado Anjo Guardião, em uma instrução en- viada a Phyllis Seckler (1917-2004) datada de 7 de julho de 1952 E.V., Germer escreveu: Na medida em que você progride na datilografia de LIBER418, descobrirá que a compreensão

do Sagrado Anjo Guardião cresce mais e mais. [...] Sua visão e conclusões sobre ele hoje não serão as mesmas que você terá no futuro. Você acha mesmo que a compreensão de Aleister Crowley sobre o assunto quando ele tinha 50 anos era a mesma compreensão quando ele tinha 70? «Empenhe-se sempre por mais! e se tu és verdadeiramente meu - e não duvides disso, e se tu estás sempre prazeroso! - morte é a coroa de tudo.»1 E na mesma instrução a Jane Wolfe de 1951 Germer escreveu: Eu resolvi esse problema em minha mente há vinte anos atrás ou mais. No início eu fazia muitas perguntas a Aleister Crowley sobre o Sagrado  Anjo Guardião, mas eu quase nunca compreendia suas respostas. Você deve procurar com-  preender o assunto de dentro para fora; cada um de nós «cresce no bosque dos horrores». A

solução vem por si mesma no fim das aspirações [...].

Karl Germer não escreveu nenhum livro, no entanto, suas instruções pessoais na forma de cartas enviada a seus alunos e correspondentes são uma fonte rica de ensina- mentos thelêmicos e demonstram de forma muito clara que ele tinha uma compreensão acerca dos LIVROSSAGRADOS DETHELEMA que poucos possuíam. Sua maior contribuição so-

1 Aqui Germer citou LIBERAL, II:72. A referêncoia ao LIBER418 se tratava da cópia datilografada do manuscrito

bre o tema Sagrado Anjo Guardião é, quem sabe, seus apontamentos sobre a importância de desde cedo na caminhada thelêmica aprender a escutar o Sagrado Anjo Guardião. Ele cita as vezes que Crowley não escutou seu Sagrado Anjo Guardião quando deveria e fala também de sua própria experiência: embora ele tenha entrado em contato com seu Anjo ainda em 1927, ele só foi escutá-lo por volta de 1946. Em suas explicações sobre o assunto, Germer diz que ele não compreendia as mensagens de seu Anjo pelo fato de não ter de- senvolvido a capacidade de escutá-lo. Dessa maneira, Germer insistia que cada um de nós deve desenvolver as faculdades ideais que nos possibilitam escutar o Anjo, caso contrário continuaremos o ignorando, mesmo sabendo de sua existência.

Em suas instruções a Jane Wolfe Germer cita que o Anjo pode utilizar de vários arti- fícios para chamar nossa atenção e que nós devemos estar atentos para os seus sinais nas coisas mais triviais do dia-a-dia.

EM NOME DA BESTA chega em um momento muito especial. Estamos entrando no E-

quinócio de Áries – Outono – e um novo ciclo se renova na era thelêmica do Novo Aeon. Nas edições do JORNALCORRENTE93 eu venho me empenhando em publicar um outro livro

que estou escrevendo, o CORRENTE93, cujo objetivo é explicar a experiência central da mís-

tica thelêmica: o Conhecimento & Converesação com o Sagrado Anjo Guardião. Essa cole- tânea de ensaios nasce no meio desse movimento espiritual e sua intenção é esclarecer muitos pontos obscuros da Filosofia de Thelema, tanto nos Arcanos da O.T.O. quando nos Mistérios da A∴A∴.

A magia sexual de Aleister Crowley opera através de duas forças conhecidas como Caos e Babalon. Caos é a Força ou Energia Criadora Paterna primordial repre- sentada pelo Falo no homem. Ele é idendificado ao as- tro Sol como o Senhor na Missa Gnóstica. Babalon é a Força ou Energia Materna geratrix primordial repre- sentada pelos símbolos do Útero, a Vulva, a Mulher e a Terra. No sistema thelêmico de magia sexual, a Mulher é o veículo que nutre a Palavra do Genitor com seu Poder Gerador. Através da União de Caos e Babalon, nasce a Criança Mágica Baphomet.

Nós estamos entrando no Equinócio de Primavera de 2016 e.v. O ano 2012 e.v. foi muito importante para muitos iniciados, pois marcou o início de uma reifica- ção na Terra das forças espirituais do Novo Aeon. No entanto, o resgate espiritual dessas forças dentro de cada um de nós depende da aplicação de certas chaves

ou fórmulas mágicas. Uma dessas fórmulas, conhecida como Corrente Ofidiana, tem sido considerada das mais eficazes no estabelecimento das forças do Novo Aeon na consciência humana.

O livro A Lança & o Graal cumpre o objetivo de agregar em uma só publicação os textos acerca do sistema de magia sexual proposto por Aleister Crowley previamente publicados nas edições do Jornal Corrente 93 da Sociedade de Estudos Thelêmicos.

Entre os Ocultistas nos últimos cinquenta anos tem havido uma tentativa em estabelecer uma equivalên- cia entre as Sephiroth da Árvore da Vida e os cakras da cultura tântrica. Se a Árvore da Vida contém tudo em nosso Universo, tanto acima quanto abaixo, deve haver algum lugar nela que os represente. Uma vez que tenha se aceitado que existe uma equivalência entre as Sephiroth e os cakras, logo nasce a indagação acerca da relação entre os vinte e dois Caminhos – os Atus de Tahuti –  e as Sephiroth ou  zonas de poder . Estes Caminhos, entretanto, foram relacionados às nāḍīs dos ensinamentos tântricos. Nāḍī é um termo sânscrito que significa torrente ou  fluxo, quer dizer,

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