• Nenhum resultado encontrado

2017 - Informativo Corrente 93 No. 8

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "2017 - Informativo Corrente 93 No. 8"

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

Fundado a Serviço da A

Fundado a Serviço da A

∴∴

 A

 A

∴∴

C O R R E N T E 9 3

C O R R E N T E 9 3

INFORMATIVO

INFORMATIVO

No. 08

No.

08

An V3,

An V3,QQ in 10° in 10°,,RR in 21° in 21° 

An. CXIII da Era Thelêmica An. CXIII da Era Thelêmica

________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________

Colegiado da Luz Hermética

Colegiado da Luz Hermética

(2)

A

A

∴∴

A

A

∴∴

Publicação em Classe B

Publicação em Classe B

Imprimatur

Imprimatur

N. Fra: A

N. Fra: A

∴∴

A

A

∴∴

(3)

A

A

∴∴

A

A

∴∴

Publicação em Classe B

Publicação em Classe B

Imprimatur

Imprimatur

N. Fra: A

N. Fra: A

∴∴

A

A

∴∴

(4)

Editorial

Editorial 44

Imagens & Oráculos de Nicolas Furlan

Imagens & Oráculos de Nicolas Furlan,, Nicolas Furlan MoraesNicolas Furlan Moraes 99 Projetando o Corpo de Luz

Projetando o Corpo de Luz,, Fernando LiguoriFernando Liguori 1515  A Magia & o Misticismo dos Tattvas

 A Magia & o Misticismo dos Tattvas,, Fernando LiguoriFernando Liguori 2020 Notícias da Linha de Frente

Notícias da Linha de Frente 2828

Colegiado da Luz Hermética

Colegiado da Luz Hermética 4343

Expediente: Expediente:

Informativo Corrente 93 No. 8. Informativo Corrente 93 No. 8. © 2017 Fernando Liguori © 2017 Fernando Liguori

© 2017 Sociedade de Estudos Thelêmicos © 2017 Sociedade de Estudos Thelêmicos Realização:

Realização:

Sociedade de Estudos Thelêmicos Sociedade de Estudos Thelêmicos

Av. Barão do Rio Branco, 3652/14 Passos

Av. Barão do Rio Branco, 3652/14 Passos –– Juiz de Fora Juiz de Fora –– MG MG 36 025020 36 025020 (32) 3026 0638 | 9112 3590 (32) 3026 0638 | 9112 3590 E-mail: E-mail: srikulacara@gmail.com srikulacara@gmail.com Conselho Editorial: Conselho Editorial:

Fernando Liguori (Juiz de Fora) Fernando Liguori (Juiz de Fora)

Nícolas Furlan Moraes (Rio Grande do Sul) Nícolas Furlan Moraes (Rio Grande do Sul) Priscila Pesci (Juiz de Fora)

Priscila Pesci (Juiz de Fora)

Publicação registrada sob o nº 135.749 no Publicação registrada sob o nº 135.749 no Escritório de Direitos Autorais do Ministério Escritório de Direitos Autorais do Ministério da Cultura/Biblioteca Nacional. Todos os da Cultura/Biblioteca Nacional. Todos os direitos reservados e protegidos pela lei direitos reservados e protegidos pela lei 9610 de 19/02/1998. Nenhuma parte desta 9610 de 19/02/1998. Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida publicação pode ser utilizada ou reproduzida –– em qual- quer meio  em qual- quer meio ou forma, seja mecânicoou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc.

ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. –– nem nem apropriado ou estocado em sistema de banco apropriado ou estocado em sistema de banco de dados ou mídia eletrônica, sem a expressa de dados ou mídia eletrônica, sem a expressa autorização do editor.

autorização do editor.

Contribuições e comunicações com o Contribuições e comunicações com o edi-tor podem ser enviadas para Sociedade de tor podem ser enviadas para Sociedade de Estudos Thelêmicos.

Estudos Thelêmicos.

A Sociedade de Estudos Thelêmicos é uma A Sociedade de Estudos Thelêmicos é uma organização da sociedade civil com sede em organização da sociedade civil com sede em Juiz de Fora, Minas Gerais. Tem como Juiz de Fora, Minas Gerais. Tem como objeti-vo promover o desenobjeti-volvimento humano vo promover o desenvolvimento humano através das atividades realizadas por seus através das atividades realizadas por seus movimentos organizados. Através de nosso movimentos organizados. Através de nosso trabalho, promovemos atividades para trabalho, promovemos atividades para eleva-ção da consciência por meio da realizaeleva-ção de ção da consciência por meio da realização de projetos sociais sustentáveis, pesquisas, aulas projetos sociais sustentáveis, pesquisas, aulas

extensivas, seminários e cursos intensivos, extensivas, seminários e cursos intensivos, preparação e divulgação de estudos e preparação e divulgação de estudos e relató-rios, edições e publicações.

rios, edições e publicações. Corrente 93

Corrente 93  é uma publicação da SETh,  é uma publicação da SETh, Sociedade de Estudos Thelêmicos, em nome Sociedade de Estudos Thelêmicos, em nome da

da AA∴∴AA∴∴, que aborda temas sobre Magia,, que aborda temas sobre Magia,

Tarot, Qabalah, Filosofia de Thelema, Tarot, Qabalah, Filosofia de Thelema, Tradi-ção Tântrica, Yoga, Āyurveda e

ção Tântrica, Yoga, Āyurveda e temas conec- temas conec-tados como Ocultismo Thelêmico.

tados como Ocultismo Thelêmico.

Os recursos gerados com a venda de Os recursos gerados com a venda de e-xemplares são integralmente reinvestidos no xemplares são integralmente reinvestidos no projeto, promovendo seu desenvolvimento projeto, promovendo seu desenvolvimento organizacional e técnico, buscando sempre organizacional e técnico, buscando sempre oferecer melhor conteúdo.

oferecer melhor conteúdo.

Citações de trechos desta publicação Citações de trechos desta publicação po-dem ser usadas, desde que mencionada à dem ser usadas, desde que mencionada à fonte e que tenham autorização escrita dos fonte e que tenham autorização escrita dos autores.

autores.

O copyright © de todo material de autoria O copyright © de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O.

de Aleister Crowley pertence à O.T.O. –– (http://oto.org/). (http://oto.org/).

Imagem de capa:

Imagem de capa: O NeófitoO Neófito por Nícolas F. por Nícolas F. Moraes.

Moraes.

Conteúdo

Conteúdo

(5)

Care Frateres et Sorores, Care Frateres et Sorores,

Faz o que tu queres há de

Faz o que tu queres há de ser tudo da Leiser tudo da Lei.. em vindo a edição No. 14 do J

em vindo a edição No. 14 do JORNALORNAL CCORRENTEORRENTE 93. Esse é um projeto do93. Esse é um projeto do OuterOuter

College Brasil 

College Brasil , linha da A, linha da A∴∴AA∴∴  transmitida por Frater ON120 e  transmitida por Frater ON120 e Colegiado da LuzColegiado da Luz

Hermética

Hermética através da SETh, órgão oficial de  através da SETh, órgão oficial de divulgadivulgação dos trabalhos desses doisção dos trabalhos desses dois Colegiados Thelêmicos. A presente edição traz dois estudos em progresso: 1. Colegiados Thelêmicos. A presente edição traz dois estudos em progresso: 1. uma avaliação pormenor do trabalho mágico

uma avaliação pormenor do trabalho mágico do Neófito 1°=10do Neófito 1°=10 da A da A

∴AA∴∴ e do e do Colegiado daColegiado da

Luz Hermética

Luz Hermética. 2. uma introdução ao trabalho mágico da Mulher Escarlate. Eu pretendo. 2. uma introdução ao trabalho mágico da Mulher Escarlate. Eu pretendo desenvolver esses dois temas nesta e nas próximas edições do J

desenvolver esses dois temas nesta e nas próximas edições do JORNALORNAL CCORRENTEORRENTE93. O as-93. O

as-sunto é muito extenso e envolve o estudo de instruções paralelas escritas por mim na sunto é muito extenso e envolve o estudo de instruções paralelas escritas por mim na for-ma de epístolas e instruções oficiais da A

ma de epístolas e instruções oficiais da A∴∴AA∴∴ e O.T.O. escritas por Mestre Therion. Essas e O.T.O. escritas por Mestre Therion. Essas

instruções dão suporte ao estudo que estamos propondo neste momento. instruções dão suporte ao estudo que estamos propondo neste momento.

Quando fui admitido como Neófito da A

Quando fui admitido como Neófito da A∴∴AA∴∴ por Frater S.S. (Tarcísio de Oliveira Ara- por Frater S.S. (Tarcísio de Oliveira

Ara-újo), ele me enviou algumas palavras escritas em uma carta de 21 março de 1999, ano újo), ele me enviou algumas palavras escritas em uma carta de 21 março de 1999, ano no-vo thelêmico. Eu costumo enviar essas mesmas palavras escritas por ele a todo Neófito vo thelêmico. Eu costumo enviar essas mesmas palavras escritas por ele a todo Neófito admitido por mim na A

admitido por mim na A∴∴AA∴∴. Como nesta edição do J. Como nesta edição do JORNALORNAL CCORRENTEORRENTE 93 estamos abrindo93 estamos abrindo

com um estudo sobre o Grau do Neófito, decidi publicar as palavras de meu Superior. Que com um estudo sobre o Grau do Neófito, decidi publicar as palavras de meu Superior. Que elas possam ajudá-lo da mesma maneira

elas possam ajudá-lo da mesma maneira que no passado me proveram um incrível confor-que no passado me proveram um incrível confor-to espiritual. Ao anotar em meu diário mágico, entrada feita em 22 de março de 1999 às to espiritual. Ao anotar em meu diário mágico, entrada feita em 22 de março de 1999 às 9:00, eu escrevi:

9:00, eu escrevi: Tamano conforto espiritual encontrei nas palavras de Frater S.S. A sensa-Tamano conforto espiritual encontrei nas palavras de Frater S.S. A sensa-ção que tenho é que depois de muitas lutas, cheguei em minha Casa

ção que tenho é que depois de muitas lutas, cheguei em minha Casa . A expressão. A expressão muitas lu-muitas lu-tas

tas nessa entrada se referia aos três anos  nessa entrada se referia aos três anos que permaneci Probacionistque permaneci Probacionista da Aa da A∴∴AA∴∴..

Care Frater, Care Frater,

Faze o que tu queres há de ser

Faze o que tu queres há de ser tudo da Leitudo da Lei.. Sei que o único objetivo de vossa vida é servir a Fraternitas A

Sei que o único objetivo de vossa vida é servir a Fraternitas A∴∴AA∴∴, mas não vos esque-, mas não vos

esque-çais de que existem Graus superiores diante de vós

çais de que existem Graus superiores diante de vós e que o progresso na Senda requere que o progresso na Senda requer atenta vigilância. Não só deveis estar sempre pronto para servir, mas também estar atenta vigilância. Não só deveis estar sempre pronto para servir, mas também estar vigilante por oportunidades, ou melhor, criando oportunidades para serdes úteis nas vigilante por oportunidades, ou melhor, criando oportunidades para serdes úteis nas pequenas coisas, a fim de que, quando vos chegue a obra maior, não deixeis de pequenas coisas, a fim de que, quando vos chegue a obra maior, não deixeis de perce-bê-la.

bê-la.

Jamais, por um momento, vos esqueçais de vosso relacionamento oculto. Deve Jamais, por um momento, vos esqueçais de vosso relacionamento oculto. Deve ser-vos uma inspiração sempre presente, não só como um escudo contra os néscios vos uma inspiração sempre presente, não só como um escudo contra os néscios pen-samentos que flutuem em torno de vós, mas também como um estímulo constante á samentos que flutuem em torno de vós, mas também como um estímulo constante á atividade espiritual. A vacuidade e mesquinharia da vida comum hão de ser atividade espiritual. A vacuidade e mesquinharia da vida comum hão de ser impossí-veis para nós, conquanto não fora de nossa compreensão e paixão. Ainda não é vossa veis para nós, conquanto não fora de nossa compreensão e paixão. Ainda não é vossa aa inefável bem-aventurança do Adeptado, mas lembrai-vos de que já estais unidos inefável bem-aventurança do Adeptado, mas lembrai-vos de que já estais unidos àque-les que vivem essa vida superior; sois difusores de sua luz neste mundo inferior; assim les que vivem essa vida superior; sois difusores de sua luz neste mundo inferior; assim vós, também, em vosso nível, haveis de ser um exemplo de Amor, Vida, Luz e vós, também, em vosso nível, haveis de ser um exemplo de Amor, Vida, Luz e Liberda-de. Ainda que o mundo não aprecia nem compreenda, vosso dever é brilhar:

de. Ainda que o mundo não aprecia nem compreenda, vosso dever é brilhar: Cada ho-Cada ho-mem e cada mulher é uma estrela

mem e cada mulher é uma estrela..

B

B

Editorial

Editorial

(6)

Não descanseis em vossa escalada. Há picos ainda mais altos a conquistar. Não se deve olvidar a necessidade de desenvolvimento intelectual; e devemos cultivar em nós a simpatia, afeição e tolerância. Cada qual tem de compreender que há outros pontos de vista além do seu, e que igualmente merecem atenção. Devem desaparecer toda a-crimônia e rudeza de palavra, toda tendência de sofisticação; quem tenha propensão deve refrear-se ao despontar tal impulso; deve falar pouco, e sempre com delicadeza e cortesia. Nunca falar sem primeiro pensar se o que vai dizer é amável e sensato. Quem procurar desenvolver o amor em si mesmo estará livre de muitos equívocos. O amor é a maior das virtudes; sem ele, todas as demais qualidades serão apenas areia.

Os pensamentos e sentimentos de natureza indesejável devem ser rigorosamente eliminados; deveis combatê-los até se tornarem impossíveis para vós. Toques de irri-tabilidade agitam o mar calmo da Santa Ordem. O orgulho deve ser excluído, pois é um entrava sério para o progresso. É mister a esquisita delicadeza de pensamento e pala-vra; o raro aroma do tato perfeito que jamais magoa ou ofende. Essa é a conquista dif í-cil de se conseguir; todavia, podeis consegui-la se o quiserdes.

Serviço definido, e não mero divertimento, deve ser vossa meta; pensai, não no que desejais fazer, mas no que podeis fazer em auxílio de outrem, àqueles que a partir de agora seguirão suas instruções; não esquecei-vos completamente de vós, mas conside-rais os demais. O discípulo há de ser constantemente afável e prestativo; não de vez em quando, mas sempre. Lembrai-vos, para nós é perdido todo tempo não empregado no serviço (ou não empregado em preparar-se para o serviço a Santa Ordem).

Quando verificardes certos males em vós, enfrentai-os de maneira viril e efetiva. Perseverais, e sereis bem-sucedido. É uma questão de força de Vontade. Vigiai por o-portunidades e sugestões; sede eficiente. Eu estou sempre pronto para ajudar-vos, mas não posso fazer o serviço por vós; o esforço deve vir de sua parte. Procurai apro-fundar-vos sob todos os aspectos e viver uma vida inteiramente devotada ao serviço a santa Ordem A∴A∴.

Tendes feito bem, mas desejo que façais ainda melhor. Tenho-vos testado, dando-vos oportunidades para ajudar; e até agora as tendes aproveitado nobremente. Por-tanto, eu vos oferecerei mais e maiores oportunidades, e vosso progresso dependerá da maneira como as reconhecerdes e aproveitardes. Lembrais-vos de que a recom-pensa de um trabalho bem executado é sempre a oportunidade de executar outra maior, e que a fidelidade no desempenho de misteres que vos pareçam humildes con-duz ao vosso emprego em obras da mais alta importância. Espero que logo vos apro-ximareis cada vez mais de mim, e com isso podereis ajudar vossos irmãos na Senda que conduz ao topo da Montanha.

Quando procurais realizar a unidade, não basta atrair os outros para vós, envolve-los em vossa aura, unifica-envolve-los convosco. Fazer isso é um largo passo, mas cabe-vos ir ainda mais além, e unificar-vos com cada um deles; deveis penetrar nos próprios cora-ções de vossos Irmãos, e compreende-los, jamais por curiosidade, pois o coração de um Irmão que aspira com dignidade a Grande Obra é um lugar secreto e sagrado. Não se deve intrometer nele, argüi-lo, mas, antes, esforçar-se reverentemente por compre-ender, simpatizar, ajudar. É fácil criticar outros, de seu próprio ponto de vista; é mais difícil procurar conhece-lo e amá-los, mas esta é a única maneira de atrai-los a vós. Desejo que progridas rapidamente, dou-vos minha bênção e te aceito como um Neófi-to nessa casa, sob minha instrução e sob os auspícios e a auNeófi-toridade Mestre Therion.

Deves exercer tua influência a partir de agora para civilizar, até onde te for possí-vel, os toscos elementos que te rodeiam, e auxiliar as outras almas puras em sua cami-nhada para o topo da montanha. Esse labor será sempre uma brilhante estrela em tua coroa de glória. Continua a auxilia-las, e vê se não nenhuma outra estrela que possas presentemente acrescentar a essa coroa. O auxílio aos outros permite aproximar-te de mim muito mais cedo do que de outro modo o seria possível. Não existe método mais certo de progresso rápido do que dedicar-se a ajudar a avançar na Senda que vem logo abaixo de ti. Continua a seguir a mesma diretriz com presteza e segurança.

Estou satisfeito contigo, mas desejo que faças mais ainda. Porque tu tens a capaci-dade de fazer progresso rápido, e eu desejo que ponhas isto diante de ti, como uma

(7)

meta que estás determinado a realizar a todo custo. Alguns dos obstáculos que te ins-truíram para vencer podem parecer-te sem importância, mas em realidade não o são, porque são as indicações superficiais de uma condição interior que deve ser alterada. Isso significa uma transformação radical, que não te será fácil realizar, mas o esforço recompensa o tempo empregado.

Algumas regras que desejo que cumpras como Neófito a serviço da Santa Ordem:

1. Não lembre-se apenas de ti e dos desejos de tua personalidade, lembra-te também do serviço prestado aos Probacionistas, dedicando a isso tua energia, teu pensamento e teu entusiasmo.

2. Não ofereças uma opinião sobre qualquer assunto, a não ser que diretamente solicitada. Mantenha um Silêncio rigoroso sobre tuas conquistas espirituais e as compartilhe apenas comigo.

3. Antes de falar, considera o quanto o que vais dizer afetará outros.

4. Nunca divulgue, nem comentes, a fraqueza de um Probacionista.

5. Lembra-te que tens ainda muito que aprender e, portanto, podes frequente-mente errar; fala, pois, com conveniente modéstia. Mesmo no ensino de al-guns mais novos, tu ainda vós soi apenas um aluno ainda. Ensine, portanto, como tal.

Desejo aproximar-te mais de mim, e se quiseres observar estas regras e àquelas de seu Juramento e Tarefa de Neófito, logo poderei fazê-lo. Enquanto isso, que minha bênção esteja contigo.

 Amor é a lei, amor sob vontade.

Frater S.S. 2°=9 A ∴A∴

Talvez muitos se surpreendam pela extrema simplicidade das palavras de Frater S.S. que acabei de citar e isto pode leva-los a pensar que essas instruções não sejam suficientes para guiar e auxiliar a ninguém na obtenção do Adeptado. Contudo, aqueles que assim pensarem, esquecem-se de que é da essência da vida do Neófito que ele ponha de lado toda esta complexidade e, assim, penetre num mundo de pensamento em que a vida é simples e a direção retilínea, em que o certo e o errado estão claramente definidos e no qual as perspectivas que se abrem diante de nós são corretas e inteligíveis.

É a vida simples que o Neófito deve viver, é a própria simplicidade que ele alcança que lhe torna possível o progresso superior. O homem fez de sua vida um emaranhado de incertezas, de confusão, uma tormenta de correntes cruzadas, em que os fracos caem e naufragam. Mas cabe ao verdadeiro Neófito ser forte e são, deve tomar sua vida nas pró-prias mãos e torna-la simples como a divina simplicidade.

Deve o Neófito tirar de sua mente tudo o que ocasiona confusão e ilusão e dirigir-se como uma flecha para o seu alvo, o Sagrado. Portanto, compete ao Neófito eliminar os primeiros obstáculos à sua ascensão espiritual: a complexão e a ilusão; e a confusão delas decorrentes.

A irritabilidade é um outro obstáculo muito frequente. Vivemos numa época em que a tensão constante desequilibra o delicado equilíbrio nervoso. É normal que as pessoas com um elevado grau de sensibilidade, após experimentarem os efeitos do ambiente da cidade, voltarem às suas casas completamente exaustas e alquebradas. O contato com vá-rias pessoas, muitas delas extremamente desequilibradas em seu modo de pensar e viver, leva o indivíduo, que pela natureza do estudo que desenvolve são mais suscetíveis, a um desgaste emocional maior, gerando um elevando grau de irritabilidade.

Mesmo sendo esta irritação algo superficial, sem uma penetração profunda, deve-se evita-la, pois seus efeitos perduram mais do que se costuma imaginar. Em razão da

(8)

maté-ria do corpo astral ser leve, as vibrações que se produzem em sua massa penetram mais profundamente e geram, portanto, efeitos mais duradouros. Um leve pensamento sinistro, que só permaneça na mente por 10 minutos, pode produzir no corpo astral um efeito que persista 48h. Estas vibrações não se acalmarão senão depois de passado muito tempo ou através do sādhanā, a prática espiritual devotada e sistemática.

Portanto, se o iniciado constatar essa característica em si, o primeiro passo para e-limina-la é não lhe dar atenção, mas esforçar-se para desenvolver um comportamento oposto.

Uma das melhores maneiras seria em manter firmemente o pensamento contra ela, mas não resta dúvida que esta prática suscita oposição nos planos astral e mental, razão pela qual sugiro, a fim de evitar os efeitos deletérios da irritação, que o Neófito nutra pen-samentos de consideração pelas pessoas, baseando seu sentimento em seu amor por eles, pois o indivíduo que esteja com seu interior repleto de amor, cria ao seu redor um círculo protetor que impedirá qualquer tipo de desgaste no seu emocional, preservando seu equi-líbrio. Assim, para que você não retarde seu progresso em direção ao adeptado, mantenha em mente um profundo sentimento de amor.

 As preocupações são igualmente um fator retardatário da evolução individual. Quem se preocupa em demasia com determinado problema e o remói repetidamente sem conse-guir resolve-lo, provoca uma espécie de tormenta em sua mente que o impede de progre-dir.

Cabe ao Neófito confiar seus problemas no Sagrado. Pegue seus problemas, analise-os, disseque-os completamente e, em seguida, os confie ao Sagrado, na certeza de que uma solução lhe será dada. Não os fique remoendo, conservando-os em sua mente. A partir do momento em que você colocar tal procedimento em prática, você verificará que todo pro-blema que parecia insolúvel, surpreendentemente trará consigo a sua própria solução.

A linguagem do Neófito é outro aspecto importantíssimo e que não posso ignorar. O Neófito deve sempre estar atento à sua maneira de falar, assim como deve ter cuidado com o assunto tratado. Ele deve ser amável, polido e correto, na utilização das palavras que utiliza para expressar seus pensamentos. Suas palavras devem ser bem escolhidas e bem pronunciadas. Uma de suas tarefas mágicas é aprender a diligentemente entoar as Pala-vras de Poder. Gradualmente o Neófito aprende que a Palavra é um instrumento de Poder através do qual ele opera sua magia e, portanto, com ela aprende a ter cuidado e relação intima de sacralidade.

Infelizmente, as pessoas comuns pensam que, no seu dia-a-dia, não seja necessário dar-se ao incômodo de falar clara e corretamente. Estas pessoas encontram-se totalmente equivocadas em seu modo de pensar, pois, com as palavras, estamos construindo, a todo instante, nosso próprio ambiente que, por sua vez, reage sobre nós. Ao falarmos, nossas palavras conduzem e expressam nossos sentimentos que impregnam o ambiente em que nos encontramos. Estes sentimentos ali permanecem e nós somos ‘obrigados a conviver com eles.

É muito comum pessoas sensitivas que penetram em lugares onde vivem pessoas que se deixaram vencer pela depressão, sentir a diminuição da vitalidade do local. Esta diminuição da vitalidade, em menor escala, atinge o sensitivo e, em maior grau, retorna para o indivíduo que a produziu e que vive naquele cômodo, afetando-o constantemente, o que dificulta o indivíduo de sua liberação. Da mesma forma, ocorre com o indivíduo que se envolve de uma atmosfera de formas sonoras desagradáveis engendradas por uma lingua-gem descuidada e inculta, produzindo uma atmosfera onde estas formas realingua-gem constan-temente sobre ele. Se este indivíduo não tomar cuidado, reproduzirá estas formas desa-gradáveis, construindo o hábito de falar áspera e grosseiramente.

Pode parecer que a linguagem não tenha tamanha importância; não se engane; pala-vras repetidas constantemente produzem um enorme efeito. Seguramente, é melhor que

(9)

nos envolvamos de beleza do que de fealdade, mesmo que seja de matéria éterica. É de suma importância falar com correção, clareza e beleza, pois isso o conduzirá tanto ao refi-namento interno quanto externo. Se falamos de uma maneira grotesca e desalinhada, de-gradamos o nível de nosso pensamento, e tal maneira de falar repelirá e desagradará as pessoas que gostaríamos de ajudar. Aqueles que não podem ser exatos no empregado de palavras não podem ser precisos em seu raciocínio e, assim, negligentes em sua magia. Governa os teus lábios, pois são os portais do palácio do rei interno; tranquilas e formosas e corteses sejam todas as palavras ditas naquela presença permanete do Sagrado.

Na produção dessas instruções aos Neófitos, estou intercambiando livremente tanto os trabalhos da A∴A∴ quanto do Colegiado da Luz Hermética.

Nesta edição inclui também algumas instruções antigas: uma lição sobre a projeção astral que escrivi em 2000 E.V. ainda quando Neófito 1°=10 A

∴A∴ e uma lição sobre os

tattvas  que escrevi em 2004 E.V. para o Curso de Probacionistas da Sociedade de Estudos

Thelêmicos. Cada uma dessas lições vem com nota de introdução para que o leitor possa contextualizá-la.

Bom estudo!

 Amor é a lei, amor sob vontade. Frater ON120 6°=5 A

∴A∴

(10)

Frater 8∵

Nícolas Furla Moraes

Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

em-vindos, caros leitores! Nesta edição de Solstício de Inverno preparamos duas ilustrações que tratam dos principais assuntos presentes nos capítulos do ca-derno de estudos deste mês e que serão trabalhados também nos próximos nú-meros do JORNAL CORRENTE 93. As ilustrações foram inspiradas no Trabalho do

Neófito e no Ofício da Sacerdotisa dentro de Thelema, a Mulher Escarlate.

A ilustração O Neófito foi feita a partir dos escritos que falam dos aspectos gerais e

também dos temas mais profundos e sutis do primeiro grau da Astrum Argentum, o início da caminhada na iniciação em Malkuth na Árvore da Vida.

Em Malkuth, o Iniciado toma consciência do trabalho essencial a ser desenvolvido sobre os seus aspectos brutos. Até o momento ele se encontrava ignorante de sua natureza que estava oculta, porém o domina com grande força e influencia o seu inconsciente, que agora no Caminho, precisa ser observada e lapidada com cuidado, equilibrada com sabe-doria no decorrer de toda iniciação. A natureza mais bruta de nós pode ser equiparada, de acordo com a Tradição Oculta Ocidental, com os Quatro Elementos (Fogo, Água, Ar e Ter-ra) e estes devem ser equilibrados e possuírem um regente adequado (o quinto elemento, o Espírito, a Luz) e bem estabelecido para poder agir positivamente sobre os outros. Estes Elementos se encontram em nós, o microcosmo. Nós vemos com a Visão, ouvimos com a Audição, sentimos o gosto com o Paladar, sentimos as coisas ao tocá-las com o Tato e sen-timos os cheiros com o Olfato. No macrocosmo, os Elementos estão em constante mudança (de certa forma, isso se assemelha a maneira que é vista a relação das Gunas entre si) e/ou misturados nas coisas no Universo, principalmente em Malkuth que é o produto final e que contém todos eles, vemos aí a correspondência entre Malkuth/Terra com o nosso corpo.

Cada elemento é atribuído a um sentido, e em cada sentido há uma tarefa a ser feita pelo Neófito e que se resumem pelo nome dado ao Ordálio da Esfinge. A esfinge nas pintu-ras e escultupintu-ras antigas é representada com membros de diferentes animais e uma cabeça humana. Essa representação em si já demonstra os Quatro Elementos em união com o Quinto, porém na constituição do neófito, que está embotado pela ignorância de Si mesmo e de seus Poderes, todos os elementos estão desorganizados. Portanto, a esfinge interna deve ser equilibrada, pois se encontra difusa, dispersa, em desarmonia e é exatamente a cabeça que deve reger o restante do corpo, os outros elementos, posta, assim, no seu devi-do lugar.

Os Poderes que o Neófito deve adquirir controle referem-se aos Poderes de cada E-lemento: Saber (Ar), Querer (Fogo), Fazer (Água) e Calar (Terra) que, quando purificados, atuam em harmonia, podendo desenvolver suas qualidades específicas corretamente auxi-liando, dessa forma, o neófito no caminhar da jornada. Para um entendimento mais pro-fundo sobre isso, recomendo a leitura presente nesta edição chamado de O Trabalho do Neófito.

Imagens Oráculos de

Nicolas Furlan

(11)

Na ilustração estes Elementos são vistos na representação das paredes do Templo de Iniciação do Neófito, o Templo para o Deus Oculto, ou seja, o seu próprio Corpo, são essas paredes que levantadas cuidadosamente tornarão possível o Espírito, a Luz, residir iluminando todos os aspectos internos do Magista. Essa Luz vem do alto, da região além do Abismo, da Sephira Kether na Árvore da Vida. No templo do neófito a ferramenta mágica que representa a Luz vindo do alto é a lâmpada mágica que deve estar próximo do teto, acima da cabeça do neófito, ou exatamente no teto. Essa luz da cor amarela rasga a escuri-dão de dentro do templo, trazendo simbolicamente o conhecimento ao neófito dos seus aspectos ocultos e inconscientes, tendo um papel de conhecimento de si mesmo importan-tíssimo para os próximos passos na iniciação, assim como o Espírito tem o papel de regu-lador para guiar o neófito na sua vida cotidiana, dando força para que ele não seja escravo dos seus vícios, sempre presentes quando ainda não foi obtido o controle de si mesmo e dos seus aspectos mais baixos. Aí é feita também uma referência ao trabalho da Quadratu-ra no Círculo. Essa referência é vista na postuQuadratu-ra do neófito, onde vemos ele como Bapho-met balanceando e direcionando os Raios de Luz do Espírito que invade a sua constituição interna dos elementos, ou seja, os Raios do Círculo, o espiritual e sutil, adentrando com sua luz o Quadrado, onde habitam os elementos consagrando, elevando eles para novos esta-dos sutis, não mais a simples visão ignorante e profana de si mesmo. Da mesma forma co-mo foi dito no JC93 da edição no. 11, na ilustração do Homem da Terra, vico-mos que essa tarefa é essencial não só para o Grau de Homem da Terra, no qual reside o Grau de Neófito, mas que esse Ordálio se segue nos outros Graus da Ordem da Astrum Argentum, onde o solo vai mudando, porém o ponto de vista deve sempre ser o do Sagrado, sendo necessário o constante equilíbrio no decorrer de cada Grau na Árvore da Vida. O equilíbrio e direcio-namento deve ser feito para que, assim o neófito permaneça, da melhor forma possível, no seu próprio Eixo, sendo o Senhor de Si mesmo, viajando com os olhos abertos na sua pró-pria Órbita.

O Círculo e o Quadrado foram pintados nas mesmas cores que o Hexagrama Sagrado, onde o Triângulo Ascendente é Azul, simbolizando toda a aspiração do neófito pelo Sagra-do, o estado passivo, aguardando a chegada de Hadit como Nuit, para ser coroado e eleva-do em União com o Sagraeleva-do simbolizaeleva-do pelo Triângulo Descendente Vermelho. As cor-respondências são basicamente as mesmas que a Quadratura no Círculo, pois visa repre-sentar a correta orientação para que todo o trabalho seja Sacralizado, porque está ofere-cendo a si mesmo para o Sagrado, já que todo o trabalho que ocorre é estritamente inter-no, apresentando os seus reflexos no exterinter-no, na vida do Iniciado.

Vemos o neófito dentro do Círculo Mágico de Malkuth, na encruzilhada dos elemen-tos ou Cruz dos Elemenelemen-tos, o X de NOX, rodeado pelos Nomes Sagrados de Thelema: The-rion (Leste), Nuit (Norte), Babalon (Oeste) e Hadit (Sul). Essa configuração é basicamente utilizada em grande parte nos rituais thelêmicos. Podemos perceber o círculo zodiacal, essa constituição representa a visão de Universo do neófito, onde ele deve enxergar o seu lugar, onde ele deve se fixar para poder efetuar o seu trabalho mágico, saber onde ele se encontra, ainda que não seja fácil de se dizer no primeiro momento, o neófito deve se es-forçar para que possa descobrir e organizar sua perspectiva no melhor modelo, ou mapa que irá guia-lo na sua Iniciação. Vale ressaltar que sua percepção sempre estará se modifi-cando durante a sua caminhada, portanto não deve haver necessariamente um apego as formas e sim a abertura do ponto de vista de forma flexível, para sempre adaptar a sua visão de mundo conforme sua experiência e sua evolução na vida interna e também exter-na, e isso possui um laço bem estreito com a criação do Pantáculo no Grau de Probacionis-ta. Seu círculo é branco para denotar a Luz daquilo que ele conhece, seu consciente, o seu universo cônscio, por outro lado, fora do círculo o chão do templo é negro simbolizando o inconsciente. Conforme foi dito mais acima, como sua percepção sempre estará sendo ex-pandida, da mesma forma, o seu círculo acabará se expandindo, talvez não fisicamente,

(12)

mas no Plano Astral, assim seu domínio do Universo Interno tomará cada vez mais força, o preenchendo a Escuridão com a Luz Divina.

No centro do Círculo Mágico o altar está equipado com as armas mágicas do Magista, eles são as extensões dos elementos internos do neófito e através dele que são feitos os trabalhos de purificação e consagração da sua constituição interna. Na parte superior do altar a cor dourada está presente simbolizando a Luz solapando os aspectos saturninos e densos do quadrado de Malkuth posicionados logo abaixo.

Em certo ponto, abaixo do altar, há um outro altar, dentro do tronco da árvore que o altar superior se transformou. Esse altar é erigido para os ancestrais do Neófito, as suas Bestas, os ancestrais do reino mineral, vegetal e animal, conforme a evolução da consciên-cia do mundo ocorreu, sendo o Neófito o produto de milhões e milhões de anos de evolu-ção de constante aprimoramento e mudanças na Terra. Essas raízes buscam se aprofundar cada vez mais, no sentido de se afirmarem mais e mais para que consiga receber a força destes ancestrais, assim como é dito: “nenhuma árvore com raízes fracas e rasas consegue crescer firmemente sem o risco de cair e ainda sim acender nas alturas a luz do sol”. Isso quer dizer que através do Poder das suas Bestas, dos seus ancestrais, é possível para o Neófito elevar-se cada vez mais na sua Iniciação alcançando e experimentando novos es-tados de consciência. Entrar em contato com seus ancestrais é essencial para o início do trabalho mágico, pois sem o seu auxílio de seus poderes fica impossível trabalhar magica-mente, pois esse contato estabelecido das próprias raízes se assemelha ao trabalho de uma antena que recebe sinais de cima e transmite para outros pontos mais abaixo. Em outras palavras, o Neófito busca receber os sinais superiores, ou seja, de Kether e que irá aterrar esses sinais sutis para os seus aspectos mais profundos e brutos, os aspectos das suas Bes-tas, ocorrendo uma conexão do Acima com o Abaixo – a famosa máxima Hermética “Assim como é acima, é abaixo”. É o papel do Neófito se transformar nessa antena e trazendo a Gnose do Alto para Iluminar seus Elementos e suas Bestas internas, seus órgãos dos senti-dos e assim sua vida exterior para que seja feita corretamente a conexão com os Planos sutis superiores que é o trabalho principal neste ponto da sua jornada de iniciação.

A segunda ilustração, por fim, A Mulher Escarlate. Essa ilustração foi inspirada na

Soror MiaH56, Grã-Sacerdotisa do Colegiado da Luz Hermética. Vemos na ilustração que a Sacerdotisa está posicionada sobre o altar da Missa Gnóstica, porém há um detalhe a ser levado em consideração. Geralmente quando nos devotamos a nossa prática nos dirigimos ao nosso altar, pois direcionamos a energia e nossa devoção a ele, já que ele é a represen-tação do divino, mas aí reside a diferença. O ponto de vista thelêmico, inspirado no Tantra (característica tal que faz Thelema ser visto como o Tantra do Ocidente), nesse caso, é que a Sacerdotisa é a encarnação da Deusa Babalon, o próprio Avātar da Deusa, nossa devoção será dirigida a ela, pois sua imagem nos arremete a Grande Deusa, a Mãe Divina. Levando em conta que todos devemos nos dedicar a consagrar nossos trabalhos, nossa energia, nossa vida de devoção a Babalon, que é a Guardiã da Cidade das Pirâmides, além do Abis-mo, assim podemos nos unificar com o Sagrado, receber o Santo Graal logo depois de de-monstrarmos nossa dedicação como Cavaleiros do Santo Graal, derramando assim o nosso Sangue na Taça de Babalon. A Sacerdotisa é a detentora do Cálice Sagrado, a Vulva da Deu-sa, é ela que pode nos oferecer com justiça o Santo Graal. Continuando nessa simbologia, podemos vincular o Atu XVII, a Estrela do Tarot, atribuída ao signo de Aquário, onde ve-mos uma jovem nua, uma sacerdotisa, segurando dois cálices, um deles posicionado ao alto e outro para baixo. O cálice mais ao alto derrama as águas saturninas de Binah, Sephi-ra de Saturno, onde reside a GSephi-rande Mãe, o SagSephi-rado Feminino na Árvore da Vida. O signo de Aquário é o signo do Aeon atual, o Aeon de Aquário, onde a Filha, a Sacerdotisa, é en-tronada e dado todo o poder, onde a Mulher recebe a Liberdade que lhe foi retirada nos últimos dois Aeons, que possuíam essencialmente um caráter patriarcal e restritivo a mu-lher.

(13)

Conforme é dito no capítulo A MULHER ESCARLATE & A ERA DE AQUÁRIO, escrito pelo

Frater ON120:

O simbolismo deste Atu ensina a mulher a como se transformar em um avātar para a corrente mágica da Era de Aquário. A carta mostra uma jovem mulher ajoelhada frente a uma piscina ou um lago, enquanto segura dois cálices de poder. Um dos cálices ela derra-ma água no lago, que representa seu inconsciente ou Eu Superior. O outro cálice ela der-rama na terra seca, criando cinco filetes de água. Um cálice representa o Círculo, o outro representa a Quadratura. Um de seus pés se encontra no lago, o que representa sua cone-xão com o Sagrado (°), o outro permanece em terra seca, o que representa sua conecone-xão com a Terra (). Utilizando seu corpo de maneira apropriada, ela se torna um canal de

po-der através do qual é possível acessar o Sagrado enquanto permanece encarnada no Plano dos Discos. [...] No Tarot de Thoth de Aleister Crowley, a sacerdotisa nua segura um Vaso Dourado (°) em sua mão direita bem acima de sua cabeça, derramando a água do Grande Mar de Binah (Babalon) diretamente sobre seu corpo. Em sua mão esquerda ela segura um Vaso de Prata (), derramando a água sobre a terra, abaixo do Abismo, auxiliando o

traba-lho da sacerdotisa. O Símbolo de Aquário é , que significa que a Água acima é como a

Água abaixo. Isso implica que a água está fluindo através dela, seu líquido ou emanação vaginal sendo o Orvalho Sagrado que flui diretamente do Sagrado, produzindo abaixo do Abismo àquilo que os gregos chamavam de ambrosia e os hindus de amṛ ta. Kenneth Grant (1924-2011) popularizou esse aspecto da Mulher Escarlate no seu argumento sobre os kālas da deusa ao propor equivalência entre Thelema e o Culto de Kālī na Índia.

Na ilustração este Arcano está presente no ato da Sacerdotisa levantar o cálice onde ela recebe o Sangue, em sincronia com o objetivo de todo Thelemita Iniciado que deve derramar todo o seu sangue na Taça de Babalon, também simbolizando as águas saturni-nas de Binah, isso reflete ao primeiro cálice localizado no alto do Atu da Estrela. O segundo cálice está presente já no corpo da Sacerdotisa. A sua vulva derrama a sua menstruação sobre o altar, este sangue está carregado com os kalas da Deusa. A própria menstruação já é reflexo dos aspectos femininos atribuídos a lua, pois a menstruação, quando se encontra em acordo as fases lunares, age da mesma forma que os ciclos da Lua.

Abaixo, o sangue da menstruação cobre o espaço onde está a Estrela de Babalon, a estrela de sete pontas, ou a Estrela de Prata, quis demonstrar que esse é o sinal que mostra a energia de Babalon consagrando a secreção feminina, pois foi carregada magicamente no trabalho mágico, assim como na Missa Gnóstica.

Estes dois pontos onde o Sangue percorre, suas extremidades formam um Lámen. Sua forma se assemelha a Vulva, propositalmente. Acima podemos interpretar como a representação do clitóris que, quando estimulado durante as práticas de Magia Sexual, recebe as energias da Deusa, possuindo um grande poder mágico que pode ser usado para diversos fins mágicos. O canal de Prazer é o clitóris, assim como é também o Canal, ou Por-tal, onde se pode viajar astralmente, conforme Kenneth Grant discorre nos seus escritos. O ponto mais abaixo representa exatamente a saída da menstruação no canal vaginal. Assim percebemos que a Mulher em si, sabendo trabalhar suas energias femininas, do seu Sagra-do Feminino, tomanSagra-do o Ofício de Mulher Escarlate, consegue ser adequadamente um por-tal mágico onde pode se receber lampejos dos Planos Sutis, lembrando o papel das mulhe-res que trabalhavam como Oráculo nos templos antigos da nossa história. Agora, neste Aeon, há um retorno a essas características sagradas e místicas que envolvem a sexualida-de feminina, intrínseco na constituição física da mulher.

Ao fundo vemos faixas negras, faixas verdes e um círculo amarelo entre as duas ve-las do altar. Utilizando essas cores, busquei trazer as energias específicas da Árvore da Vida microcósmica da mulher. A cor negra é a cor de Binah (Saturno), a cor verde é de Netzsach (Vênus), por último, a esfera amarela representa Tiphereth (Sol), onde a

(14)

Sacer-dotisa pode trabalhar com mais segurança estando já criando contato mais com o seu Sa-grado Anjo Guardião.

Espero que vocês, leitores, tenham compreendido o que tentei transmitir, seja com as ilustrações, assim como com este texto. Comprometo de continuar me esforçando na compreensão de mais aspectos sobre estes assuntos presentes no Jornal Corrente 93 de forma que seja possível sempre estar oferecendo em forma artística os Arcanos que fasci-nam todo Buscador e que sem eles caminhamos cegos na Rota da Iniciação.

Agradeço a atenção e desejo para todos um ótimo estudo!  Amor é a lei, amor sob vontade.

(15)
(16)

F

ERNANDO

L

IGUORI

Nota: Esse texto foi escrito em 2000 E .V como uma tarefa do Grau de Neófito.

Frater S.S. pediu que eu escrevesse um texto sobre projeção astral baseado nas minhas experiências pessoais e nas anotações de meus diários enviados a ele. Ele sugeriu que esse texto poderia iluminar muitos Probacionistas que já estavam sob a minha supervisão. O título original do texto era, no entanto, P ROJEÇÃO A S-TRAL OU P SÍQUICA. O leitor notará certa dicotomia com os meus escritos atuais,

 pois optei por não rever o texto, uma vez que eu o escrevi ainda como um Neófi-to. Aconselho dessa forma aos leitores aproveitarem o que for conveniente, sin-cronizando com as instruções que ministro nos dias de hoje.

Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

projeção é o ato de liberar o Eu psíquico, com todas as suas funções, transcen-dendo as limitações de tempo e espaço. As projeções têm como finalidade fazer-nos entrar em contato com aqueles que necessitam de ajuda, ou de quem dese-jamos receber assistência ou orientação. Com algum treinamento adequado e específico, poderemos projetar o corpo psíquico à vontade; todavia, podem ocorrer duran-te o sono projeções espontâneas. Então, mesmo dormindo, duran-temos plena consciência da dualidade.1

Através da vontade, o poder da mente pode ser aplicado para expandir a consciência a lugares distantes, com pleno conhecimento. A expansão da consciência para a mente de outrem pode levar consigo todas as características da personalidade, de forma que o re-ceptor pode sentir uma espécie de materialização ou visão de quem está expandindo a consciência.

O processo de harmonização de duas imagens pode ser comparado com a ressonân-cia de dois diapasões do mesmo tom. Assim sendo, a criação de uma imagem clara na consciência é indispensável à perfeita harmonização e ao contato com o objeto com que estamos nos harmonizando.

A título de experimento, procuremos criar uma imagem mental de um objeto que já tenhamos desejado. Deixemos que isso seja uma experiência total ou plena para nós. As vibrações que se irradiarem dessa visualização entrarão em contato com o objeto real e se 1 Eu omiti aqui a introdução do texto onde reflito sobre a dualidade e a não-dualidade.

A

(17)

harmonizarão com sua frequência vibratória. Convém salientar a necessidade de colocar-mos detalhe após detalhe no desenvolvimento de uma imagem mental.

Um dos princípios psicológicos aqui compreendidos é o de que, para a transmissão da imagem mental ou visualizada, é preciso que ela seja formada lenta e minuciosamente na tela mental. A coisa ou cena que visualizamos deverá despertar nossas emoções. Deve-mos senti-la, ter consciência vívida da mesma, como se estivésseDeve-mos realmente tomando conhecimento dela através de nossos sentidos físicos de visão, audição, olfato, paladar e tato.

Na comunicação com pessoas a distância, sem contato pessoal, a Mente Cósmica ou Consciência Cósmica é usada para transmitir vibrações. Na projeção da nossa presença de um local para outro, a Consciência Cósmica é usada, assim como as ondas de luz na proje-ção de um filme. Aquilo que uma mente pensa, sente ou sabe, pode ser liberado para a Mente Cósmica e, dessa forma, transmitido pelo espaço, de modo a entrar em contato com qualquer outra mente. É como se a Consciência Cósmica fosse uma central telefônica e todas as mentes humanas, como ramais, estivessem ligadas a essa central.

Em condições normais, é fácil para qualquer ser humano desenvolver certos atribu-tos e adquirir ceratribu-tos poderes ou aptidões, pelo conhecimento das leis e sua aplicação prá-tica. O Neófito segue determinados princípios e leis que aprendeu, tais como os princípios da respiração, aos quais é acrescentado a emissão de determinados sons de poder, a con-centração do pensamento, o desenvolvimento e o uso do poder da vontade, nos momentos oportunos. Através desse conhecimento e dessa prática, o Neófito é capaz de se expandir em ilimitados campos de visão, audição, tato, olfato e paladar. Chamamos a isso perceber além da mente objetiva ou consciente. É assim que um ocultista sente Deus, a energia psí-quica e as coisas ocultas ou veladas da existência.

Do ponto de vista oculto, é muito importante nos conscientizarmos de que toda vez que respiramos, durante a vida inteira, estamos praticamente regenerando o sistema. Quase se poderia dizer que, desse ponto de vista, cada respiração profunda é uma nova introdução de vida no corpo e, portanto, que estamos renascendo de segundos em segun-dos. Isso deve ser indicação para nós, de que há um poder misterioso, criativo, regenera-dor, no ar que respiramos, o qual pode ser usado para outros fins além da mera vitalização do corpo. Os Iniciados chamam esse poder de Força Vital, que penetra no corpo no nasci-mento, com a primeira inalação.

Uma vez que tenhamos infundido em nossa mente a ideia de que Força Vital penetra no corpo com o primeiro alento, através da respiração, teremos dominado um dos princí-pios mais importantes do nosso estudo, do qual depende o trabalho de cura e o de proje-ção no plano psíquico, além de muitos outros fenômenos mágicos.

Uma questão pode ser levantada: de fato, projetamos nosso corpo psíquico ou nossa consciência para um determinado local, ou é esse local projetado para a nossa consciência, mediante nossa harmonização com o Cósmico? Em eventos Cósmicos e psíquicos não há movimento no sentido em que o compreendemos no plano terreno, assim como não há distância, ou, mesmo, tempo. Na realidade, em todo trabalho de projeção ocorre, simples-mente, que nos harmonizamos com o local, de modo que, nem vamos para esse lugar, nem ele vem até nós. O que se dá é uma expansão de consciência de tal forma que nos tornamos cientes daquilo que se passa a distância. É como se momentaneamente utilizássemos um telescópio que amplia nossa percepção e, deste modo, poderemos ver coisas que, normal-mente, nos escapam à atenção.

A harmonização Cósmica, todavia, não se destina a liberar-nos das obrigações terre-nas; ela deve proporcionar ao Eu psíquico o mesmo desenvolvimento, o mesmo poder, a mesma alegria, o mesmo conhecimento e a mesma oportunidade de servir e evoluir que proporcionamos à nossa mente objetiva, ao nosso Eu material.

(18)

A mente inconsciente não é escrava do cérebro; a mente objetiva não é senhora dos poderes subconscientes. A mente objetiva, nosso Eu Consciente, pode atribuir, sugerir ou transferir ao subconsciente certas coisas a serem feitas, mas o inbconsciente não pode ser forçado, não pode ser ludibriado a fazer quaisquer coisas que desejamos, até que certa relação de confiança se estabeleça entre a mente objetiva e a mente inbconsciente.

A mente inbconsciente é, desde o nascimento, a principal diretora do corpo, ao passo que a objetiva é um aprendiz inexperiente e que, na maioria das vezes, ignora a existência da outra. Essa ignorância, que pode causar um conflito entre o Eu objetivo, exterior, em processo de maturação, e o Eu inbconsciente, interior, deverá ser superada e a harmonia e a confiança devem ser estabelecidas entre eles, em decorrência de consonância de propó-sito e melhor compreensão da natureza e das funções um do outro.

A mente inbconsciente é capaz de comunicar-se com todas as outras mentes e com o plano cósmico; todavia, é suscetível à sugestão e sua tendência é raciocinar dedutivamen-te. A mente externa raciocina dedutiva e indutivamente; entretanto, desde que o Eu mate-rial permaneça humilde, tolerante, bondoso, amoroso, altruísta e elevado em seus ideais, ser-lhe-á suficiente pedir o auxílio do plano interior, espiritual e isso lhe será dado.

Projetando-se psiquicamente

A chave para a projeção astral está em despertar a consciência psíquica de cada célula de seu corpo. Para isto, é necessário relaxar todo o corpo e levar o ar, a força vital a cada célu-la de seu organismo.

1. Sente-se confortavelmente, coluna ereta. O ambiente deverá estar escuro ou com pouquíssima luminosidade. Agora, entoe o som vocálico KHEI, na nota Mi, 7 vezes. Lembrando-se que este som exerce um efeito calmante, repousante e que produz paz.

2. Leve sua consciência aos pés. Inspire lentamente, dirigindo o ar, isto é, a força vital presente nele para os seus pés. Retenha o ar, sem sentir desconforto, enquanto percebe a energia que chega a seus pés e os faz vibrar, encher de vitalidade, produ-zindo uma sensação de calor e/ou formigamento. Exale lentamente. Faça isto com as pernas, coxas, genitais, costas até chegar ao alto cabeça.

3. Este processo de relaxamento, acompanhado da respiração, por todo o corpo po-derá ser repetido mais vezes até sentir que todo o seu ser vibra. Normalmente, fa-zê-lo 2 ou 3 vezes seguidas dá bons resultados. Não podemos ter pressa na execu-ção de um experimento deste nível.

4. Agora, concentre-se na glândula timo, no centro de seu peito. A timo é a glândula que primeiro atrai o cordão místico de prata que liga a alma ao corpo antes que a personalidade-alma reencarne em um corpo físico. A projeção a partir deste ponto é mais fácil. Para ativar esta glândula, visualize uma esfera de luz amarela sobre o peito. Enquanto se concentra nela, entoe 7 vezes o som EHM (êêêmmm), entoado em Si.

5. Projetar o corpo psíquico ao lado do corpo físico. Isso será fácil, após algumas ten-tativas. Visualizando e exercendo a força de vontade, poderá fazer o corpo psíquico sair do corpo físico e colocar-se ao lado ou à frente do corpo físico. Veja que seus pés, mãos, braços, cabeça, se soltam, se desprendem do corpo ao comando de sua vontade.

6. Tão logo se desprenda, perceberá também a dualidade, os dois corpos, a dupla consciência, mas não deverá pensar nisso, nem tentar analisá-lo ou fazer outra coi-sa além de manter a mente concentrada na ideia de conservar a consciência psí-quica fora do corpo físico. Após manter essa condição por alguns minutos, deverá

(19)

lentamente permitir que os dois corpos se fundam novamente, voltando ao estado normal. Poderá, então, permanecer passivo, por algum tempo, quando terá aguda percepção do que o corpo psíquico sentiu quando se encontrava ao lado ou na frente. Não deverá pensar nisso enquanto estiverem fazendo o experimento, mas poderão fazê-lo em seguida.

Depois de várias tentativas, verá que, durante a projeção, seu corpo psíquico estará esta-belecendo contato com o plano cósmico e a iluminação resultante trará um influxo de co-nhecimento. Poderá sentir uma grande esfera se formando ao redor, como se estivessem dentro de uma bola de cristal, e vai sentir grande redução de peso, contudo não tente ana-lisar tudo isso senão após o término do experimento.

Quando dizemos que projetamos o corpo psíquico para um local fora do corpo físico, não devemos entender que o corpo psíquico, como se fosse uma espécie de corpo material, lenta e silenciosamente flutuará pelo espaço, para o local desejado. O que realmente se projeta é uma espécie de consciência ou inteligência, que chamamos de corpo psíquico. Às vezes, essa projeção psíquica se apresenta apenas como uma névoa de forma oval, como a aura que circunda o corpo humano; ou como uma grande bola branca de luz, flutuando no espaço; algumas vezes apenas a cabeça ou parte do corpo é visível. A projeção não tem, absolutamente, natureza material. É radiante e apresenta um suave tom branco-violeta, ou violeta-branco que, às vezes, parece ser somente branco e, noutras, azul-branco.

Naturalmente, somente a prática poderá nos conduzir ao êxito na projeção. No iní-cio, o medo poderá bloquear ou impedir a projeção, todavia, nada temos a temer. O medo pode ser classificado como uma reação psicológica negativa diante do desconhecido e, como tal, é fácil superá-lo, especialmente nos exercícios com expansão da consciência.

A aura humana é o resultado de radiações de energia que emanam do ser humano. Essas radiações provêm do corpo físico e da alma, em seu interior. A aura, portanto, é o campo magnético, ao redor do corpo, formada pelas radiações dos corpos físico e psíquico. Ela é muito importante nas projeções, visto que é sua qualidade magnética que permite a expansão de nossa consciência, para longe do corpo. É na qualidade da aura que reside a força das projeções, motivo pelo qual devemos desenvolvê-la ao máximo. Neste particular, os exercícios e rituais são de fundamental importância. Um verdadeiro ocultista nunca se descuida de seus exercícios, de leituras sublimes e de uma vivência ética. Lembre-se disto.

Nas práticas, estamos lidando com princípios psíquicos, não relacionados com a ilu-são dos sentidos. As coisas para as quais dirigimos psiquicamente a consciência serão per-cebidos como parte de nós mesmos. Se não tivermos conhecimento do controle do corpo psíquico, em nossas comunhões, ou períodos de concentração, personalidades e forças indesejáveis poderão perturbar nossa consciência.

Nem toda personalidade psíquica com as quais possamos entrar em contato durante as projeções será de alguém que já tenha deixado o plano material. Além disso, devemos lembrar que, na projeção, poderemos aparecer com a personalidade da última encarnação.

Pessoas afetadas por drogas ou de algum outro modo induzidas a um estado incons-ciente, podem, inadvertidamente, liberar seu corpo psíquico e, em consequência, não ter sobre ele o menor controle. Outrossim, devemos ter em mente que a visualização é essen-cial à projeção correta e controlada. A verdadeira visualização consiste em termos consci-ência da atualidade em nosso estado de concepção mental ou, em outras palavras, em for-marmos a imagem mental de algo até que ela exerça sobre nós todos os efeitos e as sensa-ções de uma experiência real.

A projeção de nós mesmos depende da perfeição com que nos visualizarmos na ce-na; devemos nos sentir como parte do local em que desejamos nos projetar. Um bom mé-todo consiste em escolher um local do quadro visualizado, onde seria natural nos colocar-mos e concentrarmo-nos nesse ponto até sentirmo-nos ou vermo-nos ali.

(20)

Muitos Neófitos, às vezes, têm êxito na visualização, mas não na projeção. Após ana-lisarmos seus métodos, verificamos que a dificuldade reside em sua falta de habilidade para se identificarem ou se relacionarem verdadeiramente com a cena visualizada. Vêem a cena em sua visão mental, como a pintura de uma paisagem, porém não conseguem se colocar nessa paisagem; conseqüuentemente, falham na projeção. Portanto, como pude-mos perceber, a projeção depende da natureza positiva da aura, bem como da correta vi-sualização e um poder de vontade vigoroso.

Para se projetar a um determinado lugar, visualize uma paisagem bem familiar. Formar um quadro com todos os detalhes conhecidos (cheiro das flores, ruído da água, canto dos pássaros, silêncio, etc.), sentindo sua presença no local, como se lá estivesse. A projeção psíquica permite ainda a transmissão do aroma de flores ou incenso, de melodias e harmonias musicais, além de inumeráveis cenas e condições.

Em nossas projeções, devemos ter em mente o código de ética e a consideração com as outras pessoas, da mesma forma como em nossa vida cotidiana. Tão logo estejamos em presença da pessoa a quem nos dirigimos, devemos aguardar e escutar o que tem a dizer o Guardião do Umbral, nosso sentinela interior. Ele informará se recebeu algum aviso do Guardião da outra pessoa. Ele nos dirá se estamos violando a ética ou as normas de delica-deza e consideração.

Devemos ter em mente, também, que sinceridade é fator necessário ao domínio, em qualquer empreendimento. Se ao nos projetarmos não tivermos em mente o aspecto com que nos apresentaremos ao receptor, provavelmente apareceremos em uma névoa branca e com a personalidade de encarnação anterior.

Se ao nos determinarmos projetar a personalidade atual, estabeleceremos um prin-cípio e, as futuras projeções, inconscientemente, assumirão essa mesma personalidade. Caso tenhamos dificuldade em visualizar-nos, é conveniente praticar diante de um espe-lho, refletindo-nos em diversas posições e aparentando vários estados emocionais, até podermos reter uma boa imagem de nós mesmos.

Para tornar a projeção efetiva, devemos converter a realidade visualizada em uma realidade imaginada. Isto é, devemos agir como faríamos na presença física de alguém, conferindo assim atualidade à realidade da projeção. Quando nossa consciência e nossos sentidos são expostos a uma experiência, determinadas células do cérebro, certos centros do sistema nervoso e células específicas de consciência são estimulados pela experiência. A repetição da experiência, estimulando periodicamente as células e os centros específicos assim afetados, faz com que os mesmos se desenvolvam, no sentido físico, e evoluam, no sentido psíquico. Um centro nervoso após o outro, célula após célula, o Eu psíquico se de-senvolve e evolui até que, finalmente, alcança a consciência total. O verdadeiro ocultista é o indivíduo que julga seu processo em função da evolução psíquica, que vem ciente e, gra-dativamente, ocorrendo no âmago de sua alma, de sua mente, a despeito da compreensão intelectual.

Assim sendo, somos levados a concluir que as experiências psíquicas, resultantes de exercícios, fazem mais pelo desenvolvimento de nossa consciência do que o mero enten-dimento intelectual dos ensinamentos. Naturalmente, a compreensão das instruções tam-bém é necessária, pois capacita-nos a aplicar concretamente os princípios apresentados que, por sua vez, possibilitam-nos as necessárias experiências.

(21)

F

ERNANDO

L

IGUORI

Nota: Esse texto foi escrito em 2004 E .V para o Curso de Probacionista a

Socieda-de Socieda-de Estudos Theêmicos. O Leitor notará algumas diferenças neste escrito em relação aos meus ensaios mais recentes. Como fiz com o ensaio anterior, P  ROJE-TANDO OC ORPO DELUZ  , eu procurei não alterar o texto. Eu penso, no entanto, em

escrever um novo texto sobre este tema, abordando nuances importantes que in- felizmente não tive acesso antes de escrever este ensaio. Que o leitor leve isso em consideração. Decidi publicar essa antiga lição do Curso da SETh pois nas mi-nhas notas sobre a projeção do Corpo de Luz que fiz nos meus comentários acer-ca de LIBERO V ELM  ANUS ETS  AGITTAE  , mencionei que os tattvas podem ser

tutili- zados como portais para projeção e também como instrumentos na prática de dhāraṇā. Veja acima, O T RABALHOM  ÁGICO DON EÓFITO , Capítulo 2.

Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

stamos prestes a encerrar nossos estudos sobre o Tantra. Esperamos que tenham retido o essencial a respeito desta tradição e que releiam as lições para uma me-lhor fixação. A diferença em se estudar numa Escola como a SETh e de ler um livro é dupla: em uma escola de iniciação, nosso objetivo é ler para aprender, para transformar teoria em prática; além da sequência que é criteriosamente pensada para que você possa assimilar melhor os conteúdos. Quando se lê um livro, o objetivo é mais voltado à informação do que à formação. Assim, valorize sua formação, invista tempo para ler e praticar as lições que vem recebendo. Não se deixe vencer pela preguiça ou pelo cansaço. Lembre-se: tempo é uma questão de prioridade.

Nesta oportunidade, abordaremos um tema muito importante que são os tattvas  (tá-tuas). Daremos uma teoria e, em seguida, uma prática. O trabalho com os tattvas é uma ponte para acessarmos e contatarmos os Quatro Elementos (ou princípios) e sua fonte, o Éter ou ākāśa.

Os tattvas são símbolos para as 05 qualidades primárias da Natureza. No mundo oci-dental, eles correspondem aos chamados elementos aristotélicos da filosofia mágica. Eles

E

A Magia o Misticismo

dos Tattvas

(22)

também estão relacionados com as Sephiroth (esferas) elementais da Árvore da Vida. As-sim, temos:

TATTVA ELEMENTO SEPHIROT

Pṛtivī Terra Malkut

Vāyu Ar Daath

Āpas Água Yesod

Tejas Fogo Tiphereth

Ākāśa Éter Kether

Esses símbolos são portais que, mediante a meditação e estados alterados de consciência, se abrem para o iniciado explorar a realidade que velam.

 Ākāśa- yantra (Éter, Energia Espírito ou Nous): Uma forma ovóide na cor índigo.

Vāyu-yantra (Ar): Um círculo de cor azul.

(23)

 Āpas-yantra (Água): Um semicírculo ou uma lua crescente na cor prateada.

P ṛtivī -yantra (Terra): Um quadrado amarelo.

Devemos desenhar estes símbolos, fazendo-os com cerca de 10 cm cada. Estes devem ser utilizados pelos membros da SETh para fins de clarividência, isto é, para investigar os E-lementos da Natureza no Plano Astral. Esta é a finalidade maior dos tattvas e o Ritual dos Tattvas muito lhe ajudará.

(24)

Os tattvas simbolizam as correntes elementais ou subplanos da Luz Astral que influenciam as múltiplas operações da Natureza. Cada tattva prevalece sobre os outros durante certas horas do dia. O ākāśa prevalece por cerca de 2 horas, a partir do nascer do Sol. Em seguida, ele se funde com o elemento v ā yu que, então, se funde com o elemento tejas e este, por sua vez, se funde com ā pas, para, finalmente, este se fundir com pṛ tiv ī . Após isso, o ciclo inteiro se repete.

Em síntese, a sequência de fusionamento é: ākāśa-vāyu-tejas-ā pas- pṛ tiv ī . A influência de cada tattva rege os outros quatro pelo espaço de 02 horas, até ele se fundir no tattva seguinte. Será muito valioso para o Sethiano investigar cada um dos tattvas durante a sua hora específica.

Além disso, os cinco tattvas se subdividem em 25 subelementos porque cada tattva contém em si os elementos constituintes dos outros quatro. Assim, cada um deles tem uma natureza quíntupla, compondo-se também dos outros quatro subelementos além do seu. Cada um dos 25 subelementos prevalece por, aproximadamente, de 24 minutos durante o período de 02 horas em que um tattva específico prevalece sobre os outros durante o dia.

Antes de encerrarmos esta lição, gostaríamos de tecer algumas importantes consi-derações sobre os elementos. Para isso, fizemos uma adaptação do livro MAGIAPRÁTICA:O

CAMINHO DOADEPTO de Franz Bardon que, aliás, deve ser lido por todo estudante sério do

ocultismo por conter preciosas informações e práticas. Sobre os elementos

Tudo o que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, ou seja, o grande e o pequeno mun-dos, se formaram através dos elementos. Por causa disso, nos deteremos nessas forças e focalizaremos, especialmente, suas profundidades e seus múltiplos significados. Fala-se muito pouco sobre as forças dos elementos. Por isso, iremos tratar desse assunto e procu-rar erguer os véus que encobrem suas leis e aplicações.

O universo todo se iguala ao mecanismo de um relógio, com engrenagens mutua-mente dependentes. Até mesmo o conceito da divindade como a entidade de alcance mais elevado pode ser classificado de modo análogo aos elementos, em certos aspectos.

Cabe relembrar que nos escritos orientais mais antigos, os elementos são definidos pelo termo tattvas. Sobre esse grande conhecimento secreto dos elementos já se escreveu no mais antigo livro da sabedoria esotérica, o Tarot, cuja segunda carta (dentro de nossa linhagem de estudos), o Mago, representa o conhecimento e o domínio dos elementos. Nessa a carta, os símbolos são: a espada, que simboliza o elemento Fogo; o bastão, que simboliza o elemento Ar; o cálice, o elemento Água; as moedas, o elemento Terra. Pela car-ta do mago, percebemos que nos antigos mistérios aquele que se candidacar-tasse à condição de mago teria que dominar/controlar os elementos como primeiro ato da iniciação. Em homenagem a essa tradição, dedicaremos a maior atenção a esses elementos pois, como veremos adiante, a chave para os elementos é um meio universal com o qual se pode solu-cionar todos os problemas que surgem. De acordo com os indianos, a seqüência dos tatt-was é a seguinte:

  Ākāśa : o princípio etérico superior.  Tejas: o princípio do fogo;

 Vāyu: o princípio do ar.   Āpas: o princípio da água.  P ṛ tiv ī : o princípio da terra.

(25)

De acordo com a doutrina hindu, os quatro tattwas mais densos formaram-se a partir do quinto Tattwa, o princípio akásico. Por isso o ākāśa é o princípio original, e é considerado como a quinta força, a assim chamada quintessência.

O princípio do Fogo

Como tivemos oportunidade de mencionar, o ākāśa, ou Princípio Etérico, é a origem da criação dos elementos. O primeiro elemento que de acordo com os escritos orientais nas-ceu do ākāśa, é tejas, o princípio do Fogo. Esse elemento, como todos os outros, não age só em nosso plano denso, material, mas em tudo o que foi criado. As características básicas do princípio do fogo são calor e expansão. É por isso que no começo da criação tudo era fogo e luz. A bíblia também diz: Fiat lux (faça-se a luz). Naturalmente, a base da luz é o fo-go. Cada elemento, inclusive o fogo, possui duas polaridades, a positiva e a negativa, isto é, Plus e Minus (mais e menos). A Plus é construtiva, ativa, geradora, enquanto que a Minus é a desagregadora, passiva, exterminadora. Sempre se deve considerar essas duas caracte-rísticas básicas de cada elemento. As religiões atribuem o bem ao lado ativo, o mal ao lado passivo; mas em princípio o bem e o mal não existem. Eles são, apenas, conceitos criados pela condição. No Universo não existem coisas boas ou coisas más pois tudo foi criado se-gundo leis imutáveis. É justamente nessas leis que se reflete o princípio divino, e só na posse do conhecimento dessas leis é que podemos nos aproximar do divino.

A explosão é inerente ao princípio do fogo, e será definida como fluido elétrico para fins de formação de urna imagem. Sob esse conceito nominal compreende-se não só a ele-tricidade material, densa, mas sua contraparte éterea que atua em condições análogas à primeira. Torna-se claro para qualquer pessoa que a característica da expansão é idêntica à da extensão. Esse princípio do elemento fogo é ativo e latente em tudo o que foi criado; portanto, em todo o Universo, desde o menor grão de areia até as coisas visíveis e invisí-veis mais elevadas.

O princípio da Água

Assim como o Fogo, o princípio Água também se formou a partir do ākāśa, o princípio eté-rico. Em comparação com o fogo porém, ele possui características totalmente opostas; suas características básicas são o frio e a retração. Aqui também se tratam de dois pólos: o pólo ativo, que é nutriente e preservador; e o negativo, igual ao do fogo: desagregador, fermentador, decompositor, dissipador. Como o elemento água possui em si a característi-ca básicaracterísti-ca da retração, ele deu origem ao fluido magnético. Tanto o fogo quanto a água a-gem em todas as regiões. Segundo a lei da criação, o princípio do fogo não poderia existir se não contivesse um pólo oposto, ou seja, o princípio da água. Esses dois elementos, fogo e água, são aqueles elementos básicos com os quais tudo foi criado. Por causa disso é que em todos os lugares sempre ternos que contar com dois elementos principais como pola-ridades opostas, além do fluido magnético e elétrico.

O principio do Ar

Outro elemento que se formou a partir do ākāśa é o Ar. Os iniciados encaram esse princí-pio não como um elemento real, mas colocam-no numa posição intermediária entre o princípio do fogo e o da água; o princípio do ar, como meio, por assim dizer, produz um equilíbrio neutro entre os efeitos passivo e ativo do fogo e da água, toda a vida criada tor-nou-se movimento.

Em seu papel intermediário, o princípio aéreo assumiu do fogo a característica do calor, e da água a da umidade. Sem essas duas características a vida não seria possível;

Referências

Documentos relacionados

Com relação ao CEETEPS, o tema desta dissertação é interessante por se inserir no Programa de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), sob a tutela da Coordenação de

Ou talvez você tenha apenas reservado um tempo para se sentar e refletir sobre a Mensagem, para chegar um pouco mais perto daquilo que satsang significa para você, para mergulhar

Antes de mostrarmos a rela¸ c˜ ao entre regularidade de uma curva e existˆ encia de reparametriza¸c˜ oes por comprimento de arco dessa curva, notemos uma propriedade sim- ples

O acesso faz-se por uma escadaria imponente e arriscamos dizer que o edifício, em Alcântara, pode também ser visto como mais uma peça da coleção do novo Berardo - Museu Arte Déco,

Origem do direito tributário; origens das receitas públicas e sua classificação atual: o sistema constitucional brasileiro consoante reforma tributária do ano de

Este trabalho se propõe a investigar as relações entre o jornalismo, a literatura e o cinema por meio da análise da obra O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira (1979) e a sua

thread corrente em estado de espera até que outra thread chame os métodos notify ou notifyAll liberando o

Em um dado momento da Sessão você explicou para a cliente sobre a terapia, em seguida a cliente relatou perceber que é um momento para falar, chorar, dar risada