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5. Considerações sobre o projeto implantado

5.4. Relatos da aplicação do Projeto nas escolas participantes

5.4.4. EMEIEF “Martim Lutero”

O Projeto de Educação Ambiental da escola teve como objetivo geral de

“desenvolver uma atitude ambiental sustentável e integrada nas áreas de resíduos sólidos, arborização e áreas verdes, conservação da água, tendo a participação da comunidade escolar, por meio de atividades de educação ambiental em parceria com os moradores do bairro, associações e outras instituições. Espera-se transformar professores e alunos, lideranças comunitárias e outras pessoas em agentes de sustentabilidade ambiental local”.

Os conteúdos programados para ensino durante o ano teve o tema água inserido em todos anos de ensino e também em diversas áreas do conhecimento, podendo ser citado as práticas de leituras de textos científicos e artísticos que relacionam com a água como “Água, fonte de vida” para o 2º ano, etapas do tratamento de água, no quadro “De olho no mundo”, da Revista “Super amigos da natureza” para alunos do 4º ano, o texto “Poluição: do ar, da água e do solo” e o livro do Projeto da Autoban “Cuidar do meio ambiente”, para alunos do 5º ano. Vários vídeos também foram utilizados como recursos didáticos para diversos anos de escolaridade com destaque aos vídeos “Planeta Água”, “Dicas para economizar água”, “Meio ambiente - conscientização”, “Um plano para salvar o planeta”, vídeos da coleção Barsa HOOBS, “Meio ambiente na Educação Infantil”, “Solos engolidos de água”, “Dicas para economizar água”. Vale destacar que muitos destes vídeos estão disponíveis na plataforma do Youtube na internet. Foi planejado também a construção de maquetes sobre o manancial do Ribeirão do Pinhal pelos alunos como projeto nas aulas de Artes.

O Comitê Mirim de Bacia Hidrográfica da escola teve sua eleição realizada no mês de junho, sendo que a escola formou o comitê com representação de alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental, com professores, funcionário da escola e representante da comunidade com pais de alunos matriculados na escola. O comitê reuniu-se mensalmente, sendo que na reunião planejada para o mês de setembro, mas que ocorreu no dia 30/08/2016, o pesquisador foi convidado para participar da reunião.

O Comitê Mirim de Bacias Hidrográficas definiu como ações para ser realizada pela equipe as seguintes ações: 1. Visita ao Manancial do Pinhal a ser realizada no mês de agosto; 2. Construção de um minhocário na escola no mês de agosto; 3. Entrega de folhetos com informações ambientais a ser realizadas pelos alunos para moradores do bairro no mês de outubro; 4. Visita à chácara Bela Vista, no mês de outubro, para acompanhar o desenvolvimento dos plantios de mudas nativas que foi realizado no ano de 2015, que fez parte do projeto de Educação Ambiental realizado pela escola; 5. Mutirão de limpeza de resíduos descartados inadequadamente na Via Martim Lutero, importante via de acesso ao bairro rural, no mês de novembro; 6. Pedágio e distribuição de mudas e composto a ser realizado numa manhã de Domingo na Via Martim Lutero no mês de novembro; 7. Instalação do sistema de aquaponia na escola no mês de novembro; 8. Realização da Escola Aberta para apresentação dos projetos realizados no ano de 2016 no mês de dezembro.

Como a escola possui o Ensino Integral, várias ações foram realizadas como a construção de um sistema de aquaponia que consistiu na instalação de um tanque suspenso de 500 litros com criação de peixe que circula água por um outro tanque contendo argila expandida e que teve o plantio de plantas de temperos, verduras e morango. Assim, o sistema recircula mantendo a qualidade da água, já que os resíduos gerados na criação de peixe auxiliam na adubação da horta hidropônica que filtra a água para os peixes. Este projeto recebeu financiamento de um banco com foco na gestão financeira de produtores rurais. Assim, não houve custo de implantação para a escola.

Outra ação realizada pelo ensino integra foi a manutenção de uma horta escolar, uma composteira e um minhocário, para a realização do ciclo de reciclagem dos resíduos, já que todos os resíduos da horta foram utilizados na composteira e minhocário, sendo que o produto final destas foi utilizado como adubos novamente na horta. A manutenção da composteira existente na escola está apresentada na Figura 37. Foi trabalhado durante o ano a importância que a produção e compostos orgânicos e de minhocas podem afetar a permeabilidade dos solos que impactam positivamente a recarga dos mananciais.

Figura 37. Composteira existente na Escola EMEIEF Martim Lutero.

Fonte: Relatório de Aplicação do Programa Escola VerdeAzul de 2016 da Escola EMEIEF “Martim Lutero”.

Uma ação interessante realizada pelo Ensino Integral foi a produção de pigmentos naturais produzidos a partir de amostra de solo e extraídos também de plantas e outros alimentos e que foram utilizados pelos estudantes na aula de Artes, conforme pode ser visto na Figura 38.

Figura 38. Pintura com pigmentos naturais extraídos de solos e plantas.

Fonte: Relatório de Aplicação do Programa Escola VerdeAzul de 2016 da Escola EMEIEF “Martim Lutero”.

Durante as aulas de Artes e após a visita do Manancial do Pinhal que aconteceu no dia 01/08/2016, os alunos confeccionaram uma maquete que apresenta a bacia hidrográfica do Ribeirão do Pinhal e a importância deste manancial para o município de Limeira. Esta maquete foi utilizada durante a Mostra da Escola Aberta que aconteceu durante os dias 08 e 09/12/2016. A Figura 39 apresenta a maquete produzida pelos alunos que foi apresentada na Mostra da Escola Aberta.

Figura 39. Maquete sobre a bacia hidrográfica do Ribeirão do Pinhal, construída pelos alunos.

Fonte: Relatório de Aplicação do Programa Escola VerdeAzul de 2016 da Escola EMEIEF “Martim Lutero”.

Os processos de pedágio e mutirão de limpeza foram programados para acontecer no final do ano, mas acabou não acontecendo devido às necessidades organizacionais que estes eventos demandam e pela falta de tempo que a equipe escolar teve, já que no final do ano há as provas de avaliação da qualidade da educação e que demandam tempo e dedicação da escola. Foi solicitado e recebido alguns materiais do Consórcio PCJ para distribuição e foi enviado ofício solicitando apoio tanto dos agentes de trânsito, como da Guarda Municipal para

acompanhamento das ações, mas as mesmas foram postergadas para ser realizada em momento oportuno em 2017.

A visita de acompanhamento do plantio realizado na mata ciliar do Ribeirão dos Pires na Chácara Bela Vista, que é moradia de uma educadora da escola, foi realizada no dia 21 de novembro de 2016. Na oportunidade, os alunos desceram até às margens do Ribeirão dos Pires para conhecerem a realidade do corpo hídrico, poderem analisar a qualidade da mata ciliar existente, e fizeram a análise de temperatura e do pH da água coletada no ribeirão. Para este processo, uma ficha de campo foi criada pela equipe pedagógica da escola, onde vários parâmetros avaliados foram registrados para posterior interpretação em sala de aula. Em seguida, foram analisadas a qualidade do plantio que foi realizado em 2015, durante o projeto de Educação Ambiental daquele ano. Após essa verificação, os alunos deslocaram-se para a outro ponto da propriedade, onde puderam conhecer uma nascente de água e testemunharem o processo do “nascimento” da água direto da terra. A Figura 40 apresenta a avaliação do pH da água realizado pelos alunos na visita ao ribeirão dos Pires.

Figura 40. Visita ao Ribeirão do Pires e monitoramento da qualidade da água.

Fonte: Relatório de Aplicação do Programa Escola VerdeAzul de 2016 da Escola EMEIEF “Martim Lutero”.

Como prática social, a escola organizou, coletou e deu a destinação adequada de óleos vegetais utilizados pelos moradores da região, como ação para evitar o descarte incorreto na rede de esgoto ou no solo. Essa ação já é realizada há vários anos pela escola. Outra ação importante foi o plantio de mudas nativas em área de mata ciliar do Ribeirão dos Pires, afluente do Ribeirão do Pinhal. Por fim, outra ação de impacto social foi a instalação e manutenção do sistema de aquaponia, que além de ser um importante recurso pedagógico no processo de ensino, serve também como local de divulgação da tecnologia para os produtores da região, que vem sofrendo com perda de faturamento nas culturas agrícolas da laranja, que está sendo dizimada na região pela praga do greening, e também pela queda do valor pago pelas Usinas canavieiras pela produção de cana-de-açúcar. Esta tecnologia pode ser uma oportunidade alternativa de geração de renda para os produtores.

5.5. Avaliação da implantação dos Comitês Mirins de Bacia Hidrográfica e sua