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Kemp (1978) descobriu que poderia identificar respostas de estímulos acústicos nas orelhas de humanos por meio de estímulos auditivos, e que seria possível captar respostas no meato acústico externo. Observou que essa resposta aparecia após 5ms e que não seria uma simples extensão do estímulo inicial conferida na orelha média. Afirmou que esta resposta esteve presente em orelhas normais e não apareceu em orelhas com alteração coclear. O autor sugeriu que este som seria emitido pelas células ciliadas externas (CCE) da cóclea, como subproduto de processos do feedback mecânico, ativos e não lineares, sendo evocado por som ou espontaneamente aparecido, podendo manter-se estável desde que não houvesse alteração coclear ou de orelha média.

Naeve et al. (1992) estudaram o efeito da pressão da orelha média nas EOA e afirmaram que as EOA sofrem redução do nível de resposta de 3 a 6dBpeSPL, principalmente em frequências graves.

Vohr, White, Behrens (1993) realizaram TANU com EOA em 1850 RN, sendo 1546 do berçário comum e 304 da UTI neonatal. Obtiveram uma prevalência de perda auditiva neurossensorial de 1,5 a 5,9:1000 nascimentos e perda auditiva condutiva de 20:1000. A prevalência das alterações auditivas variou em função do tipo de população. No berçário comum a prevalência de perda auditiva neurossensorial foi de 2,59:1000, elevando-se para 23,03:1000 nos RN da UTI neonatal. E a prevalência de alteração de orelha média também foi maior nos RN de UTI (36,18:1000) comparados aos de berçário comum (16,82:1000).

Trine, Hirsch, Margolis (1993) avaliaram o efeito da pressão da OM nas EOA, em 14 orelhas, sem evidência de doença de orelha média, determinada pela otoscopia,

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pico de pressão timpanométrico menor igual a -100 daPa e limiar audiométrico menor igual a 30dB nas frequências de 500 a 2000Hz. Encontraram em seu estudo que o nível de resposta das EOA muda em função da pressão do pico timpanométrico. Que a redução do nível de resposta acontece principalmente em frequências baixas e que, ao equalizar a pressão de OM, todas as orelhas demonstraram um aumento no nível de resposta das EOAT, que variou de 1,15 a 6,8dB. Concluíram que a equalização de canal do ouvido e da pressão da orelha média pode, portanto, melhorar a eficiência das triagens com EOA, reduzindo o número de respostas falso-positivas.

Van Cawenberge et al. (1995) avaliaram com EOA 61 crianças com otite média secretora e observaram presença de resposta das EOAT apenas em 8% das crianças, restrita às bandas de frequência de 2 e 4kHz e com baixa reprodutibilidade.

Sutton, Gleadle, Rowe (1996) realizaram a TAN por meio das EOA e teste de admitância acústica, com tom sonda de 678Hz, em 84 neonatos de UTI, como parte de um estudo maior de efusão de orelha média em neonatos e crianças. Os resultados das EOA, timpanometria e reflexo acústico foram todos significantemente associados. Não encontraram nenhuma evidência de efeitos maturacionais. A partir desses achados foi sugerida uma tentativa de classificação das curvas timpanométricas em neonatos. Concluíram que a timpanometria no tom sonda de 678Hz é um indicador do estado de orelha média em muitos bebês, já que a efusão de orelha média afeta as EOA em neonatos. Observaram ainda que as EOAT também são afetadas pela pressão negativa da OM, que esta medida interfere significantemente na falha da triagem por EOA. Verificaram ainda que os neonatos em cuidados especiais apresentam quatro vezes mais risco para desenvolvimento de efusão de orelha média e timpanometria anormal bilateral. Por fim, os autores sugeriram que 50% das orelhas de bebês da UTI que falham nas EOA tem como causa a efusão na orelha média.

Doyle et al. (1997) investigaram a relação entre fatores da orelha externa e média nos resultados de triagem auditiva em orelhas de 200 recém-nascidos com idade entre 5 horas e 48 horas, que foram submetidos a triagem por potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE) e EOA, seguida de otoscopia. Passaram no PEATE 88,5% e nas EOAT 79%. No exame otoscópico 13% (53 de 400) de orelhas tiveram oclusão de vérnix. A taxa de passa no PEATE com oclusão do vérnix foi de 66% (35/53) sendo significamente menor do que a taxa de passa com não oclusão de

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vérnix 92% (319/347). Já para as EOAT a taxa de passa para não oclusão foi de 85% contra 38% com oclusão. Das 354 crianças que passaram no PEATE, 10% (35) tinham oclusão por vérnix e de 315 crianças que passaram nas EOAT, apenas 6% (20) tinham oclusão por vernix. Após a limpeza de 17 orelhas que tinham falhado na PEATE, 12 (71%) passaram. Trinta e três orelhas que falharam na EOAT foram limpas, e 22 (67%) passaram na repetição do teste de emissões. A limpeza do vérnix aumentou as taxas de passa na triagem por PEATE e EOAT para 91,5% e 84%, respectivamente. Diminuição da mobilidade da membrana timpânica foi encontrada em 9% dos ouvidos que puderam ser avaliados otoscopicamente. Aumento da taxa falha para a triagem por PEATE e EOAT foi encontrado em orelhas de crianças com diminuição da mobilidade do tímpano. Prevalência de oclusão por vérnix e por efusão da orelha média em função do aumento da idade infantil foram estudados e observaram que as crianças com mais de 24 horas de nascidas apresentaram um percentual menor (11,7%) de falha na TAN por oclusão de orelha média, quando comparado às crianças com menos de 24 horas.

Zapala (1997) realizou um estudo em 82 neonatos de alto risco para perda auditiva com idade variando de 4 a 6 semanas. Foram realizados os testes de EOA e potencial evocado auditivo de tronco encefálico em todos os neonatos, os quais falharam na primeira avaliação; em seguida realizaram a timpanometria nas frequências de 226, 660 e 1000Hz, sendo observada muita variabilidade nas duas primeiras frequências, melhorando as formas das curvas timpanométricas no tom sonda de 1000Hz. Todos os bebês foram acompanhados semanalmente e após a sétima semana de vida pode-se observar os limiares do PEATE. Concluiu que a timpanometria no tom de 226Hz foi pouco sensível para captar doenças de orelha média nos neonatos, aconselhando o uso da timpanometria de multifrequência neste período.

Carvallo, Ravagnani, Sanches (2000) estudaram a influência dos padrões timpanométricos na captação de emissões otoacústicas, a fim de identificar qual a melhor frequência das provas da imitância acústica para identificação de alteração de orelha média, comparando com a presença e ausência de emissões otoacústicas tanto por estímulo transiente como produto de distorção. Observaram que a presença das EOA em condições de orelha média foi sempre maior que em condições de alteração timpanométrica e que a sonda de frequência de 1000Hz evidenciou nível mais alto de

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concordância entre os achados de normalidade e alteração nos timpanogramas em relação à captação e não captação das EOA. Por fim, afirmaram que a aplicação combinada das EOA e medidas de imitância acústica em uma mesma população pode esclarecer certas questões sobre o grau de comprometimento da orelha média que impede a captação das emissões otoacústicas.

Doyle et al. (2000) investigaram a relação entre fatores da orelha externa e média nos resultados de triagem auditiva em orelhas de 200 recém-nascidos com idade entre 5 horas e 48 horas que foram submetidos a triagem por PEATE e EOA, seguido de otoscopia. Passaram no PEATE 88,5% e nas EOAT 79%. No exame otoscópico 13% (53 de 400) orelhas tiveram oclusão de vérnix. A taxa de passa no PEATE com oclusão do vérnix foi de 66% (35/53) sendo significamente menor do que a taxa de passa com não oclusão de vérnix 92% (319/347). Já para as EOAT a taxa de passa para não oclusão foi de 85% contra 38% com oclusão. Das 354 crianças que passaram no PEATE, 10% (35) tinham oclusão por vérnix e de 315 crianças que passaram nas EOAT apenas 6% (20) tinham oclusão por vérnix. Após a limpeza de 17 orelhas que tinham falhado na PEATE, 12 (71%) passaram. Trinta e três orelhas que falharam na EOAT foram limpas, e 22 (67%) passaram na repetição do teste de emissões. A limpeza do vérnix aumentou as taxas de passa na triagem por PEATE e EOAT para 91,5% e 84%, respectivamente. Diminuição da mobilidade da membrana timpânica foi encontrada em 9% dos ouvidos que puderam ser avaliados otoscopicamente. Aumento da taxa falha para a triagem por PEATE e EOAT foi encontrado em orelhas de crianças com diminuição da mobilidade do tímpano. Prevalência de oclusão por vérnix e por efusão da orelha média em função do aumento da idade infantil foram estudados e observaram que as crianças com mais de 24 horas de nascidas apresentaram um percentual menor (11,7%) de falha na TAN por oclusão de orelha média, quando comparado às crianças com menos de 24 horas. Concluíram que as EOAT são muito sensíveis à efusão de orelha média, enquanto que a PEATE demonstrou menor sensibilidade, pois 95% das orelhas com efusão passaram no PEATE automático.

Koivunen et al. (2000) examinaram emissões otoacústicas e achados timpanométricos em 102 crianças de 7 meses a 11 anos, cirurgicamente tratadas por efusão de orelha média. Os exames foram realizados antes da miringotomia. Classificaram a efusão como mucóide e não mucóide, medindo peso e quantidade, e

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compararam com as EOAT e os resultados da timpanometria. A EOAT foi medida em 185 orelhas, nas quais encontraram respostas ausentes em 34 (18%) orelhas, passa parcial em 35 (19%) orelhas, e as respostas em todas as três faixas de frequência foram registrados em 116 (63%) orelhas. Houve 19 (16%) orelhas com efusão (fora as 116) que apresentaram EOAT mensuráveis em todas as três faixas de frequência e 31 (91%) orelhas com efusão entre as 34 orelhas, onde as respostas não estavam presentes. EOAT reduzida (sem respostas ou passa parcial) foi encontrada em 83% das orelhas com efusão mucóide e em 56% das orelhas com efusão não mucóide. Por fim avaliaram a influência da pressão negativa de orelha média em seus resultados e correlacionaram peso médio da efusão e EOAT em 124 orelhas. Dentre as 89 orelhas com timpanogramas normais, 65 (73%) orelhas apresentaram respostas em todas as três faixas de frequência, e sem respostas estavam presentes em seis (7%) orelhas. Dentre os 35 timpanogramas anormais, foram encontradas EOAT reduzidas ou ausentes em 25 (71%) orelhas. Concluíram que a efusão de orelha média resulta na redução significativa das EOAT, mesmo quando o líquido é não mucóide.

Lonsbury-Martin et al. (2001) afirmaram que a doença de orelha média reduz significantemente os níveis das EOA, particularmente em frequências baixas e médias.

Em 2001, Mata et al. enfatizaram a importância da impedanciometria dentro de um programa de TAN com EOA em neonatos. Estudaram 190 neonatos dos quais 154 (82%) passaram no teste de EOA, 13 (7%) obtiveram timpanometria alterada, com curva plana ou deslocada para pressão negativa, que após tratamento normalizaram o registro. 20 (11%) neonatos não passaram nas EOA e também não tiveram alterações timpanométricas, destes 15 (8%) realizaram PEATE e apresentaram perda auditiva de grau severo e profundo e os cinco (3%) restantes apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade. Afirmaram que a impedanciometria deve ser realizada em todos os neonatos de um programa de triagem auditiva com EOA.

Garcia, Isaac, Oliveira (2002) avaliaram a função auditiva periférica de recém-nascidos a termo e pré-termo adequados e pequenos para a idade gestacional, por meio da pesquisa das emissões otoacústicas transitórias, identificando a prevalência de alterações auditivas nesta população e verificaram a influência das variáveis: idade gestacional e peso ao nascimento, assim como de tipos de tratamento, ventilação mecânica, administração de medicamentos ototóxicos e permanência em incubadora e

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analisaram os fatores que interferem nos programas de triagem auditiva neonatal. Foram avaliadas 157 crianças, sendo 43 nascidas a termo (grupo I), 79 pré-termo adequadas à idade gestacional (grupo II) e 35 pré-termo pequenas à idade gestacional (Grupo III). As crianças que não passavam na primeira etapa da triagem eram encaminhadas para o reteste com EOAT, EOAPD e PEATE (os dois últimos, caso necessário). Encontraram resultados de passa na EOAT, antes da alta hospitalar, em 66 orelhas (88,4%) no grupo I; em 115 (72,8%) no grupo II e 44 (62,9%) no grupo III. Observaram que recém-nascidos prematuros falham mais nas respostas das emissões otoacústicas. A prevalência de perda auditiva condutiva na população estudada foi de 29 orelhas para 1000 e para perda auditiva neurossensorial de 16 orelhas para 1000. As crianças de peso baixo ao nascimento foram as mais difíceis de serem avaliadas. As emissões otoacústicas transitórias foram observadas a partir de 27 semanas de idade gestacional. A incubadora, os medicamentos ototóxicos e a ventilação mecânica (VM) foram fatores que influenciaram negativamente nas respostas das emissões otoacústicas nos grupos de prematuros. Problemas de efusão de orelha média ocorreram com grande frequência na população de prematuros. A inspeção do meato acústico externo ou otoscopia é importante na associação dos resultados para a conclusão do diagnóstico audiológico. Os recém-nascidos prematuros têm maiores probabilidades de comprometimento nas respostas das EOA. Relataram ainda que a combinação das técnicas objetivas das EOAE (EOAT e EOAPD) e PEATE seria necessária para fechamento do diagnóstico da função auditiva, assim como do estabelecimento de diagnóstico diferencial.

Ho Vu et al. (2002) determinaram a taxa de otite média associada à EOAT (Falha na triagem) em 664 crianças de 2 semanas a 71 meses e avaliaram a concordância entre EOAT e timpanometria, investigando os fatores de risco do fracasso das EOAT para assim determinar a concordância entre o fracasso das EOAT e conclusões do médico no momento do encaminhamento. Encontraram resultados falhos na timpanometria em 194 (33%) das orelhas. Das 194 que falharam na timpanometria, 115 (59%) falharam também na EOAT em alguma orelha. Vinte por cento de todas as orelhas triadas tinham associação da otite média com falha das EOAT. A comparação entre timpanometria e EOAT foi melhor para os menores de 6 meses e maiores de 36 meses de idade. Das crianças que falharam na EOAT e foram encaminhados para o médico, 159 (79%) foram atendidos dentro de 3 meses. Oitenta

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por cento dos que foram vistos tinham achados consistentes de otite média e falha nas EOAT. O único fator de risco para a falha das EOAT foi irmãos com história de otite média. Relataram que a triagem com EOAT é um complemento útil na triagem timpanométrica e que a combinação é mais eficaz que qualquer técnica isolada. Concluíram que a falha na triagem das EOAT em um programa de triagem deve ser seguido pelo teste de diagnóstico para determinar audiologicamente se a perda auditiva presente é condutiva ou neurossensorial.

Basseto, Chiari, Azevedo (2003) estudaram o comportamento do nível de resposta das EOAT em RN termo e pré-termo, em função dos parâmetros lado da orelha, sexo, espectro de frequência e idade pós-concepcional. Avaliaram 526 RN, sendo 440 RN a termo, maiores ou iguais a 37 semanas (grupo GT) e 86 pré-termo, sendo subdivididos em 42 RN PT com IG e idade pós-concepcional inferior a 37 semanas no dia do teste (grupo GPTA) e 44 RN PT com IG inferior a 37 semanas e idade pós concepcional igual ou maior que 37 semanas no dia do teste (grupo GPTB). Observaram maior nível de resposta das EOA para o lado direito e para o sexo feminino, nas bandas de frequências mais altas e em RN de maior idade pós-concepcional.

Zhao et al. (2003) investigaram as características dinâmicas da orelha média e suas influências nas EOAT em 89 pacientes com transtorno da orelha média. Observaram que as características dinâmicas em pacientes com alteração de OM se correlacionam com nível de resposta e com as características de frequência das EOAT. O nível auditivo e a mobilidade da OM foram os fatores de controle que afetaram as EOAT. Obtiveram melhores respostas em pacientes com anormalidade de membrana timpânica ou com otite média secretora, quando comparado a pacientes com otite média crônica, nos quais não foram encontradas respostas das EOA.

Em 2004, Speri, Pratesi compararam os picos dos níveis de resposta das emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT) com os picos dos níveis de respostas das emissões otoacústicas espontâneas (EOAE) em recém-nascidos a termo sem indicadores de risco para a deficiência auditiva. Foram avaliados 100 recém-nascidos com idade cronológica entre 25 e 72 horas, sendo 43 do sexo masculino e 57 do sexo feminino, sem IR, ausência de líquido na OE e ou OM, timpanogramas do tipo “A” com complacência estática entre 0,2 a 1,3ml, presença do reflexo ipsilateral nas

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frequências de 500 a 4000Hz e EOAT presente em ambas as orelhas. Todos os RN apresentaram EOAET nas três bandas de frequência estudadas com relação sinal ruído igual ou superior a 3 dB. A ocorrência das EOAE unilateral e bilateral foi de 78%, sendo 55% para o sexo feminino e 45% para o masculino, sem diferença estatisticamente significante. E quanto ao lado, houve uma prevalência para a orelha esquerda, no entanto, sem diferença estatisticamente significante. A presença de EOAE bilaterais foi semelhante em ambos os sexos. Quando as respostas presentes foram unilaterais, não se observou diferença de ocorrência quanto ao lado da orelha. As respostas bilaterais (85%) foram mais frequentes que as unilaterais (15%). As EOAE mostraram maior concentração dos picos na faixa entre 3 e 4kHz (25%) e entre 4 e 5kHz (18,5%). Observou-se ainda uma dependência dos picos dos níveis de respostas na faixa de 2 a 4kHz nas EOAET, com as faixas de frequência entre 2 e 3kHz, e entre 3 e 4kHz das EOAE. Concluíram que a elevada ocorrência das EOAE observada nesse estudo bem como a influência de sua presença nos picos de nível de respostas das EOAET revelaram a importância do conhecimento de sua existência e principais características. Portanto, os resultados sugerem que a possibilidade de aplicação clínica das EOAE não deve ser afastada.

Boone, Bower, Martin (2005) avaliaram a prevalência de falhas na TAN em uma população de neonatos que apresentavam otite média com efusão. Também reviram os resultados de crianças diagnosticadas com ou sem doenças de orelha média após falhar na TAN. Foram encaminhadas para avaliação ORL 76 crianças com idade média de 3 meses, por falharem na EOA, 15,8% unilateral e 84,2% bilateral. A Otite média com efusão foi identificada em 64,5% dos pacientes. O PEATE confirmou uma suspeita de perda auditiva em 15 pacientes (78,9%) sem doença da orelha média. A perda auditiva neurossensorial (PANS) foi identificada em 11% das crianças após a resolução da efusão. A OME é uma causa comum de falha na TAN, e deve ser avaliada antes do diagnóstico definitivo de perda de audição.

Hof et al. (2005) investigaram o efeito compensatório da pressão estática desviada da orelha média, ao medir emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT) em 59 crianças com idade de 5 meses a 9 anos. Foi utilizado um equipamento da GN otometrics que contém uma única sonda, para realização da timpanometria e EOA. Estes testes foram medidos utilizando o tom de 226Hz e modo não linear, respectivamente. Primeiro realizaram a EOAT com o ouvido em pressão

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ambiente, depois a timpanometria para determinação da máxima complacência e por fim, repetiram-se as EOA com a pressão de máxima compliância mantida. Em média, o nível de resposta das EOAT aumentou em 1.9dB, sendo maior nas bandas de frequência de 1kHz (4,7dB) seguido e 2kHz (2,6dB). Encontraram uma correlação estatisticamente significativa entre a quantidade de pressão compensada e o aumento do nível de resposta. O nível de resposta nas bandas de frequência 3 e 4kHz, foram quase insensíveis à compensação da pressão, aumentando 1,3 e 1,1dB, respectivamente. Concluíram que a medição das EOA com pressão compensada da orelha média aumenta o nível de resposta das EOAT e melhora sua detecção.

Uchida et al. (2006) relataram sobre a importância das EOA na avaliação da função de CCE, dentro de um programa de triagem auditiva neonatal. Afirmaram que este tipo de exame é extremamente sensível a alterações de orelha média (OM), uma vez que não é possível captar a energia sonora vinda da cóclea após estimulação sonora gerada pelo otoemissor.

Akdogan, Oskan (2006) estudaram as EOA em 37 crianças com efusão de orelha média, com o objetivo de estabelecer os mecanismos das mudanças ocorridas na orelha média por timpanometria, audiometria e EOAT e EOAPD em 22 orelhas normais (grupo controle) e 52 com efusão (grupo estudo), sendo repetidos três meses após. Os resultados mostraram valores de pressão, compliância e gradiente diferentes entre os grupos, porém, ao final do tratamento, no terceiro mês, esses valores mostraram recuperação nos dois grupos. Não houve diferença entre os grupos para o volume. Encontraram na avaliação das EOAPD diferença em alguns dos parâmetros entres os grupos. Alterações no nível de resposta, especialmente em baixas frequências, foram estatisticamente significativas após 3 meses. Não houve diferença significante para nível de resposta das EOAT entre os grupos. Concluíram que a medição de emissões otoacústicas, especialmente as EOAPD, são úteis na avaliação da condição da orelha média durante o tratamento.

Pereira et al. (2007) realizaram uma análise retrospectiva de prontuários de 1696 recém-nascidos, sendo 648 nascidos pré-termo e 1048 a termo, a fim de associar a perda auditiva e fatores de risco e verificar a prevalência de alterações auditivas em

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