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Keith (1973) realizou um dos primeiros estudos sobre imitanciometria em neonatos, avaliando 40 bebês, sem indicadores de risco para perda auditiva, com idade entre 36 e 151 horas de vida. Utilizou o equipamento Madsen Z0 70, com tom sonda de 220Hz. Foram submetidos ao teste apenas aqueles em que era possível a visualização da membrana timpânica. O autor encontrou valores médios de compliância timpanométrica, de 1,1ml, com variação de 0,54 a 1,75ml. Aproximadamente, 18% dos bebês testados apresentaram curva com duplo pico (caracterizado de curva em W). Encontrou ainda que a maioria dos resultados do reflexo estapédio foram

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contaminados por respostas comportamentais, pois dos 160 estímulos apresentados, 44% foram respostas comportamentais, apenas 30% foram considerados reflexo do estapédio e 26% não apresentaram respostas. Concluiu que é possível realizar imitanciometria em neonatos e que este exame ajuda a testar a função da orelha média.

Keith (1975) investigou a função da orelha média de 20 neonatos ouvintes, sendo 7 meninas e 13 meninos, durante as primeiras horas de vida, com variação de 2,5 a 20 horas de nascido. Cada criança foi avaliada por um ORL residente para limpeza do conduto auditivo externo e remoção do vérnix, até conseguir a visualização da membrana timpânica. Este procedimento foi realizado até 1 hora antes da impedanciometria. Foram analisados a compliância e a timpanometria com tom sonda de 220Hz, com equipamento Madsen Z0 70. Encontrou uma média na compliância de 1,2ml, com variação de 0,25 a 1,65ml e pressão normal em todas as crianças com variação de -20 a +80mm. Observou ainda que 82% das orelhas apresentaram timpanogramas com pico único, com valores de 0,51 a 1,5ml, e 18% tiveram timpanogramas com duplo pico. Com isso o autor concluiu que a impedância da orelha média destes bebês é semelhante à de bebês maiores que 36 horas de vida e que os achados de função normal sugerem não haver mucos comumente presentes, não sendo um fator de ausência de resposta ao som na infância.

Paradise, Smith, Bluestone (1976) estudaram os achados timpanométricos em 280 crianças entre 10 dias e 5 anos de idade e compararam com otoscopia e achados da miringotomia. Utilizaram o imitanciômetro Madsen Z0 70. Encontraram sete tipos de curvas que foram definidas baseadas na correlação com a presença ou ausência de efusão de orelha média. Nas crianças maiores de 7 meses de idade, encontraram compliância normal em combinação com a pressão da orelha média próxima à pressão atmosférica. As curvas com compliância e/ou pressão reduzida foram altamente associadas à presença de efusão. Observaram uma correlação altamente positiva (86%) entre a timpanometria e otoscopia em crianças com mais de 7 meses. Contudo, observaram uma correlação ruim entre timpanometria e otoscopia para indivíduos com menos de 7 meses, pois foi confirmada a presença de líquido na orelha média (determinado pela miringotomia), em 40 de 81 orelhas, de um total de 43 lactentes com menos de 7 meses de vida. E ainda observaram que 24 das 40 orelhas com presença de líquido mostraram timpanogramas normais. Acreditavam que isso acontecia devido

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à parede do conduto auditivo externo do bebês ser altamente distendida. Relataram que o grau desta correlação era altamente dependente do gradiente. Os autores concluíram que a timpanometria é simples, rápida, válida e objetiva, que a incorporação na rotina pediátrica, em crianças maiores de 7 meses, mostra resultados melhores e mais eficientes na detecção de anormalidades da orelha média. Que o uso da timpanometria em conjunto com a otoscopia pneumática é útil e parece promover um diagnóstico perspicaz. Por fim, eles relataram que não seria recomendado o uso da timpanometria para lactentes com menos de 7 meses.

McCandless, Allred (1978) investigaram os padrões timpanométricos e reflexos acústicos em 53 crianças de 0 a 6 semanas de vida. Encontraram uma média de admitância de 0.42mmhos para a frequência de 220Hz e de 0.39mmhos para 660Hz, nas primeiras semanas de vida, e presença de reflexo acústico em 78,6% dos neonatos nas primeiras horas de vida. Observaram que a partir da segunda semana os reflexos estiveram presentes em 100% dos bebês avaliados, principalmente quando estimulados em frequências baixas e no tom sonda de 660Hz. Concluíram que o reflexo acústico é melhor observado no tom sonda de 660Hz e as curvas timpanométricas são observadas mais claramente no tom sonda de 220Hz.

Poulsen, Tos (1978) realizaram timpanometria para pesquisar a pressão de orelha média em 151 crianças com idade de 0 a 6 meses. Encontraram 10.5% de pressão em -100mmH2O e 0.3% em -125mmH2O dos RN, tornando-se positiva com o aumento da idade. Os bebês de 3 meses de idade, 17.9% ainda apresentavam curva em -100mmH2O ou menos e os bebês de 6 meses 1,3% apresentaram curva plana e 9,6% pressão em -200mmH2O ou -300mmH2O nas curvas planas. A ocorrência de secreção na orelha média ocorreu em 23% das crianças antes de 3 meses de idade e em 60% antes dos 6 meses de idade.

Schwartz, Schwartz (1980) compararam achados timpanométricos e reflexos acústicos na presença de fluido na orelha média, em 46 crianças de um a sete meses de idade. Observaram curva timpanométrica em 85 orelhas, destas, 61 tinham otoscopias normais com 59 timpanogramas normais (50.15%), um com curva plana e um com pico negativo. Das 85 orelhas, 20 (17%) foram dignosticadas, otoscopicamente, com presença de fluido, sendo que duas apresentaram curva com pico negativo, duas com curva plana e 16 (14%) com curva normais. Houve ausência

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do reflexo em todas as orelhas diagnosticadas com fluido na orelha média. Por fim relataram que houve maior concordância entre o reflexo acústico e a otoscopia.

Weatherby, Bennett (1980) avaliaram o reflexo acústico em neonatos utilizando o tom sonda de 226Hz. Encontraram limitações nessa pesquisa pelo fato de estes reflexos estarem ausentes na maioria dos neonatos quando investigado no tom sonda de baixa frequência. Ressaltaram ainda que o limiar do reflexo acústico pode ser melhor pesquisado utilizando o tom sonda de alta frequência.

Sprague, Wiley, Goldstein (1985) estudaram timpanometria e reflexo acústico em 44 neonatos de 24 a 130 horas de vida, nascidos a termo sem intercorrências pré ou perinatais. Foram separados em três grupos, 24-47; 48-96 e mais de 97 horas de vida. Todos os bebês foram testados durante o sono natural. Realizaram dois experimentos. No primeiro, realizaram apenas o timpanograma nos 44 neonatos, sendo observada a curva em 83% sujeitos no tom de 220Hz e 26% sujeitos no tom de 660Hz. No segundo experimento, realizaram timpanometria e reflexo acústico contra e ipsilateral em 53 neonatos de 24 a 105 horas de vida. Foi utilizado o imitanciômetro com tom sonda de 220Hz e 660Hz. Curvas timpanométricas com duplo pico foram encontradas tipicamente em orelhas de neonatos com tom de 220Hz e o pico único de nível de resposta baixa foi mais frequentee quando o tom sonda de 660Hz foi utilizado. Os autores acreditam que a orelha do neonato apresenta uma segunda frequência de ressonância e que isto explica porque Paradise, Smith e Bluetone em 1976, consideravam pobre o valor do diagnóstico dos timpanogramas com tom sonda de 220Hz em crianças abaixo de 7 meses. Os reflexos acústicos foram observados em quarenta e seis (88%) das crianças. Destas, 80% tiveram reflexo no tom de 660Hz e 50%, no tom de 220Hz. Observaram uma maior frequência dos reflexos no tom sonda de 660Hz, quando comparado ao de 220Hz, porém não houve diferença significante entre os dois tipos de tons, no limiar do reflexo.

Holte et al. (1991) estudaram a mudança no desenvolvimento dos timpanogramas de multifrequência, registrando a susceptância e a condutância em quatro ou mais frequência de sonda (226, 450, 710 e 900Hz, sendo complementado com 355 e 560Hz, quando havia cooperação do sujeito), em 20 crianças normais acompanhadas até os 4 meses de vida. Observaram em 90% das crianças um aumento na admitância com o aumento da idade na frequência de 226Hz. Concluíram

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que a frequência do tom sonda em 220Hz é mais indicada para avaliação de crianças até 4 meses de idade, porque ela é menos afetada pela diferença na maturação individual existente.

Carvallo (1992) verificou o comportamento do sistema timpano-ossicular em 50 crianças (97 orelhas) de 0 a 8 meses de idade por meio das provas timpanométricas, analisando o efeito da utilização de diferentes tons de testagem e ainda identificou o nível de intensidade sonora em que foram obtidos reflexos acústicos nesta população com tom sonda de 226Hz e estímulos em 1000 e 2000Hz. A timpanometria foi realizada nas frequências de 226, 678 e 1000Hz, as quais revelaram diferentes comportamentos quanto ao efeito de oclusão (não obtenção das medidas da admitância) em 19 orelhas no tom de 678 e 20 orelhas no tom de 1000Hz, quando confrontados a 226Hz em crianças de 0 a 4 meses. Houve também diferença quanto às curvas timpanométricas entre as frequências, destacando-se a de 678Hz, a qual gerou em 46% curvas assimétricas, invertida ou plana, contra 11% em 1000Hz e não encontradas curvas deste tipo em 226Hz. A curva de pico único esteve presente em 89.69%, 48.72% e 85.72% e a duplo pico, em 10.31%, 05.13% e 02.6%, nos tons de frequência de 226Hz, 678Hz e 1000Hz, respectivamente. Todos esses resultados diferiram significativamente. A autora observou ainda que as curvas assimétricas e invertidas em 678 e 1000Hz resultaram em timpanogramas normais de pico único ou duplo pico em 226Hz. E que a única curva plana em 1000Hz resultou em pico único em 226Hz. Os valores encontrados no volume do meato acústico externo foram de 0.55, 1.29 e 1.67mmhos e no pico de admitância foram 0.56, 0.45, 0.84mmhos para as frequências de 226, 678 e 1000Hz, respectivamente. Os reflexos acústicos estiveram presentes em todas as crianças, variando de 70 a 110dBNA para os estímulos de 1000 e 2000Hz. A autora conclui que o tom de 678Hz identificou a maioria de padrões alterados que não foram identificados em 226Hz e que esse padrão não configura necessariamente uma condição patológica, podendo ser efeito do tom mais agudo sobre o sistema auditivo infantil.

Silverman, Silman (1995), em estudo longitudinal, investigaram as características da imitância acústica em 18 crianças com efusão de orelha média recorrente e 12 crianças com uma história de efusão de orelha média. As crianças foram avaliadas por um período de 1 a 3 anos, num intervalo de 3 meses. Realizaram admitância da orelha média, gradiente timpanométrico, pressão de pico timpanométrico

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e reflexo ipsilateral em 1000Hz. Encontraram doença ativa em 78.3% nas crianças do gupo de efusão de orelha média recorrente e 21.7% foram caracterizados com ausência de efusão de orelha média. Houve ocorrência de achados negativos em todas as medidas da imitância acústica ou em três de quatro medidas no grupo de efusão de orelha média recorrente em 1% das sessões, comparado com 76% no grupo controle. Os achados positivos ocorreram em todos as medidas da imitância acústica em quase 50% das sessões do grupo de efusão de orelha média recorrente, comparados com apenas 3% das sessão no grupo controle.

Roush et al. (1995) realizaram estudo longitudinal para mensurar o pico de compensação estática na admitância acústica e largura timpanométrica, utilizando um timpanômetro automático com tom sonda de 226Hz, em 88 crianças de 6 a 30 meses com média de 24 meses. A pressão do pico timpanométrico foi similar em todas as idades, com variação de -174daPa a +18daPa, numa média de -64daPa. A média para todas as idades na admitância estática foi de 0.45mmhos, com 90% de variação de 0.2 a 0.7mmhos e da largura timpanométrica foi de 148daPa, com uma variação de 102 a 204daPa. Esses resultados foram significantes na admitância estática e largura timpanométrica, em relação à idade, quando comparados a crianças mais velhas. Afirmaram a importância do uso da imitanciometria para avaliar o estado da orelha média e suas disfunções em crianças.

Mckinley et al. (1997) realizaram timpanometria de multifrequência e EOA em 55 neonatos saudáveis com menos de 24 horas de nascidos. Utilizaram tom sonda de 226, 678 e 1000Hz em cada sujeito. O primeiro objetivo foi estudar a função de orelha média em neonatos durante o primeiro dia pós-parto, usando multifrequência com medidas de componentes complexos timpanométricos. O segundo objetivo foi determinar se existe uma relação predeterminada das características da admitância acústica na OM e resultados das EOA. Encontraram, no tom sonda de 226Hz, pico simples ou multipicos em todos os neonatos. Na frequência de 678Hz, 34 timpanogramas planos foram gravados. A maioria dos timpanogramas em 1000Hz não podem ser classificados. Nas EOA que foram realizadas imediatamente após a imitância, encontraram como resultados: 7% passaram, 11% passaram parcialmente e 18% falharam. Concluíram que a avaliação da função de OM em conjunto com a EOA pode levar a um melhor entendimento sobre a razão por que alguns neonatos, com aparente função coclear normal, inicialmente falham na triagem com EOA.

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Palmu et al. (1999) estudaram o valor do diagnóstico timpanométrico em 58 crianças de 2 a 11 meses. Foi diagnosticada otite média em 74% da população com sucesso técnico da timpanometria em 94% das orelhas, sendo estatisticamente maior em crianças menores de 7 meses de idade. A sensitividade da timpanometria tipo B em orelhas com fluido de orelha média foi de 0.7 e a especificidade de 0.98.

Vlachou et al. (1999) realizaram timpanometria de multifrequência e de 226Hz em 86 orelhas de crianças com otite após terapia. 76 crianças foram acompanhadas por um trimestre, representando sessenta e seis casos unilaterais e dez casos bilaterais de otite média aguda. Encontraram valores de frequência de ressonância para esses casos de 810Hz com desvio padrão de 507Hz. No tom sonda de 226Hz encontraram cinco casos (26,31%) com timpanogama normal, 11 casos (57,89%) foram planos e em três casos (15,78%) com pressão negativa. O timpanograma de multifrequência mostrou-se anormal para todas as cinco orelhas (100%) com timpanograma tipo “A”, para seis orelhas (54,54%) com tipo “B” e para duas (66,66%) orelhas com tipo “C”. O valor de frequência de ressonância para orelhas tratadas por efusão de orelha média foi de 858Hz com desvio padrão de 483Hz. O timpanograma tipo “A” foi registrado em quatro (29,4%), tipo “B”, em oito (47%) e cinco tipo “C”. A timpanometria apresenta informações mais detalhadas sobre o estado mecano acústico do que a timpanometria de componente simples. Concluíram que a recorrência de otite média aguda ou a persistência de fluido na orelha média geralmente são relacionadas a resultados anormais da timpanometria de multifrequência, independentemente dos resultados da timpanometria simples.

Keefe et al. (2000) realizaram um estudo com os objetivos de descrever as medidas da largura da admitância acústica e reflectância no canal auditivo de neonatos. Descreveram também um meio de avaliação dessas medidas quando as respostas estão válidas e relataram a relação destas medidas com a idade, gênero, lado da orelha e fatores de risco. As respostas foram medidas em 4031 orelhas. Os resultados mostraram que a taxa de falso positivo das EOAT foi reduzida significativamente, devido ao teste de admitância e reflectância acústica. Concluíram que a admitância e reflectância acústica fornecem informações sobre o estado da orelha média dos neonatos.

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Purdy, Williams (2000) relataram que o timpanometria em crianças abaixo de 6 meses deve ser realizada com tom sonda de alta frequência devido à sensitividade para captar alterações de orelha média e que com a sonda de 226Hz ocorre alta prevalência de falsos negativos, pois apresenta curva timpanométrica tipo „A” mesmo quando há diagnóstico confirmado de alteração de orelha média, por meio de otoscópio.

Palmu et al. (2001a) realizaram um estudo para observar os valores normativos de admitância, pressão do pico timpanométrico e largura do timpanograma. Encontrou em crianças de 7 a 24 meses de idade: admitância de 0,25cm3 em crianças com 7 meses e 0,34cm3 em crianças de 24 meses e os valores da pressão do pico e largura do timpanograma permaneceram inalterados com a idade.

Ainda em 2001b, Palmu et al. relataram que interpretação do timpanograma com pressão negativa como indicador da presença de flúido na orelha média tem sido ambíguo. Com isso, verificaram a ocorrência e implicações do timpanogramas com pressão negativa e estudaram a associação com a patogênese bacterial da otite média, em 329 crianças de 2 a 24 meses, em estudo prospectivo longitudinal, por meio da timpanometria com tom sonda de 226Hz e otoscopia. Das 281 (85%) crianças que completaram o estudo, a ocorrência de fluido de orelha média foi encontrado em 15% das orelhas com timpanograma de pico negativo. Nas otites médias com pico de pressão negativo, 71% da cultura bacterial permaneceram negativas para a patogênese. Concluíram que o timpanograma com pressão negativa é um pobre indicador de presença de fluido na orelha média.

Margolis et al. (2003) apresentaram informações normativas na timpanometria com tom sonda de 1kHz em 65 crianças (105 orelhas) pré termo com idade de 3-9 semanas (estudo 1) que passaram nas EOAT e 30 crianças (46 orelhas) nascidas a termo e com idade de 2-4 semanas, que falharam na TAN antes da alta hospitalar, mas passaram no reteste (estudo 2). Encontraram curva timpanométrica com pico único ou dentro dos critérios normais, em 91% dessas crianças. Avaliaram ainda a timpanometria de 1kHz em 87 crianças termo que foram triados pela EOAPD (estudo 3). De 170 orelhas triadas, 148 (87%) passaram na EOAPD. Dos que passaram na TAN com EOAPD, 135 orelhas (91%) excederam o critério de passa-falha (0.6mmho) na admitância estática. Das 24 orelhas que falharam na admitância estática, 13 (54%)

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passaram na EOAPD e 11 (46%) falharam. E por fim, analisaram a timpanometria em 1kHz em 50 crianças (85 orelhas) termo e 44 crianças (77 orelhas) normais da UTI neo que não foram triadas pela EOA (estudo 4). Encontraram resultados, em 64% das crianças termo e 82% nas crianças de UTI, dentro do critério de passa na timpanometria, porém esses resultados foram mais baixos do que o encontrado nos estudos 1-3. Não encontraram diferença entre esses grupos para a admitância estática. Todos os bebês que passaram na EOAT tiveram uma admitância estática em 1kHz consideravelmente maior do que aqueles que falharam, sugerindo uma forte relação entre as características de transmissão da orelha média e resposta das EOA.

Kei et al. (2003) descreveram as características da admitância acústica de alta frequência (1000Hz), em 170 neonatos normais, nascidos a termo, sendo 96 meninos e 74 meninas, com idade entre 1 e 6 dias. Realizaram emissões otoacústicas por estímulo transiente e timpanometria com tom sonda de 226 e 1000Hz. Obtiveram achados timpanométricos em 170 neonatos, 34 não puderam ser avaliadas em ambas as orelhas, 14 falharam nas EOAT em uma ou nas duas orelhas e em apenas 122 neonatos (70 meninos e 52 meninas) passaram nas EOAT e tiveram uma boa vedação da sonda timpanométrica. Encontraram timpanogramas com curva de pico simples em 225 orelhas (92.2%), curva plana em 14 orelhas (5.7%), duplo pico em três orelhas (1.2%) e sem classificação em 2 orelhas (0.8%), no tom de 1000Hz. Concluíram que as características timpanométricas no tom sonda de alta frequência para neonatos com resultados normais das EOAT foram de 92.2% de pico simples nas orelhas dos neonatos desse estudo, o que indica função normal de orelha média. A informação normativa timpanométrica desse estudo podem servir como guia para detectar disfunção de orelha média em neonatos.

Azevedo (2003) relatou que o neonato apresenta curvas timpanométricas com baixa compliância, arredondadas e levemente deslocadas para as pressões negativas. Em seu estudo realizado com crianças até 3 meses de idade, obteve valores do volume de orelha externa de: 0,2 a 1,0ml, nos RN até 1 mês de idade; 0,3 a 1,0ml, a partir de 1 mês; 0,4 a 1,0ml, com 2 meses; 0,5 a 1,0ml com 3 meses. Observou que os valores de compliância não variaram, situando-se de 0,1 a 0,6ml, com média de 0,3ml. E o gradiente sempre com medidas inferiores ao padrão de normalidade, com média de 0,12ml, caracterizando a curva arredondada.

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Lantz, Petrak, Prigge (2004) relatou que a medida dos reflexos acústicos é um complemento para a timpanometria e que estes devem ser usados no tom sonda de alta frequência na população infantil, que as medidas de imitância acústica com tom de 1000Hz devem ser incluídas na rotina clínica e que esses resultados devem ser analisados em conjunto com o potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE) e/ou EOA.

Silva et al. (2007) realizaram um estudo sobre achados timpanométricos em 110 neonatos, com EOA presente e com idade de 6 a 30 dias. Tiveram como objetivo descrever e analisar interpretações de características e medidas obtidas na timpanometria em neonatos ouvintes, utilizando o tom de frequência de 226, 678 e 1000Hz. Foram registrados 220 timpanogramas para cada tom de frequência. Os achados timpanométricos revelaram tipos de curvas timpanométricas caracterizadas por pico único (PU) e pico duplo (PD) no tom sonda de 226Hz; tipos PU, assimétrica (AS), e invertida (I), na sonda de tom prova de 678Hz; e tipos PU, AS, e I, com a sonda de 1000Hz. Utilizaram o analisador de OM GSI-33- II e o analisador de emissões cocleares ILO 92 da otodynamics. Observaram equilíbrio nos achados das curvas de pico único e duplo pico na frequência de 226Hz. Encontraram ainda maior ocorrência de curva assimétrica em 678Hz e de pico único em 1000Hz. Os autores concluíram que a sonda de 1000Hz apresenta, estatisticamente, melhores resultados na caracterização dos timpanogramas em relação à normalidade.

Já em 2008, Linares, Carvallo estudaram as medidas imitanciométricas em crianças com EOA ausentes, com o objetivo de verificar a associação entre a resposta de EOAT e alteração imitanciométrica com sonda de 226Hz em lactentes. Foram

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