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Empreendimentos e serviços do Porto Maravilha

3. A OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA PORTO MARAVILHA

3.3. Empreendimentos e serviços do Porto Maravilha

A Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, concebida para a renovação da infraestrutura urbana, do meio ambiente, dos transportes e dos patrimônios cultural e histórico da área portuária do Rio de Janeiro, setorizou a Área de Especial Interesse Urbanístico do Porto do Rio a partir das regras vinculadas ao CEPAC, no intuito de incentivar uma ocupação mista na área, procurando garantir um maior interesse imobiliário nos bairros integrantes e uma maior dinamização econômica.

A PPP, nesse sentido, se tornou responsável por implementar as principais obras de infraestrutura do Porto Maravilha, de modo a permitir o desenvolvimento urbano posterior da AEIU, além de prestar serviços para a restauração e manutenção das estruturas anteriores.

As principais obras realizadas pelo projeto estão relacionadas a restauração dos patrimônios históricos e culturais da cidade a partir do Porto Maravilha Cultural, a reestruturação urbana da zona portuária, além da modernização dessa área, de forma a potencializar o interesse do capital financeiro no local, incentivar o adensamento populacional nos bairros, atrair o mercado de turismo a partir do marketing urbano voltado ao ideal de integração entre história e modernidade, e reintegrar assim essa área de passagem a dinâmica econômica da cidade do Rio de Janeiro.

As principais obras realizadas pelo projeto, apontadas pelo site oficial do Porto Maravilha, foram a construção do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu do Amanhã, a demolição do Elevado da Perimetral, as construções da Via Binário do Porto e Túnel Rio 450, além da criação da Via Expressa e do Túnel Prefeito Marcello Alencar, a criação da Orla da Guanabara Prefeito Luiz Paulo Conde, a implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a reurbanização de vias e restauração de calçadas, a reconstrução de redes de infraestrutura urbana como a de água, esgoto e drenagem, além do plantio de 15000 árvores. Além dos empreendimentos citados acima, a OUC Porto Maravilha arca com o compromisso social de inserção dos moradores na reestruturação da AEIU Porto Maravilha, através de habitações sociais, geração de empregos e qualificação profissional incluídos no programa Porto Maravilha Cidadão.

 Museu de Arte do Rio (MAR)

O Museu de Arte do Rio (MAR), de acordo com o site oficial, é um espaço dedicado a história da cidade por meio arte, com exposições temporárias, exibição de curtas e longas

metragens que unem a história e a contemporaneidade da arte, além de um cunho educacional através da Escola do Olhar, situada ao lado do museu, que desenvolve cursos e atividades para a inserção da arte no ensino público. Ele foi inaugurado no dia 1º de março de 2013, em comemoração ao aniversário de 448 anos do Rio de Janeiro, e está situado na Praça Mauá, em um complexo formado por dois prédios de natureza heterogênea: o Palacete Dom João VI, de estilo eclético, foi criado no início do século XX com o intuito de sediar a Inspetoria de Portos e canais do Ministério da Marinha e após ser tombado pelo município em 2010, passou por um processo de restauração para se tornar o pavilhão de exposições do museu. Já o segundo prédio, de estilo modernista, foi projetado para abrigar um terminal rodoviário e posteriormente se tornou o Hospital da Polícia Civil. Após uma reforma completa, passou a abrigar a Escola do Olhar e está interligada ao Palacete Dom João VI por meio de uma passarela suspensa e uma cobertura fluida acima dos prédios, que remonta as ondas do mar.

Figura 9 - Museu de Arte do Rio, formado por um prédio de estilo modernista (à esquerda) e outro de estilo eclético (à direita).

Fonte: Disponível em

<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/apresentacoes/PORTO_MARAVILHA_GERAL_JUNHO_2017_ > Acessado em 12.07.2019

Nos dias de hoje, o MAR conta com diversas parcerias e patrocínios, conforme descrito no site oficial do museu. Ele é gerido pelo Instituto Odeon e o museu é mantido pelo Grupo Globo. Além disso, ele é patrocinado pelas empresas Equinor e Bradesco Seguros, tem como apoiador financeiro o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e a Rede D'Or São Luiz como apoiadora de exposições no museu através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A visitação é paga (exceto às terças-feiras), mas os moradores do entorno possuem livre acesso

ao museu e aos cursos e atividades disponíveis por meio do programa "Vizinhos do MAR". Os visitantes realizam uma visita de cima para baixo, onde no último andar há um terraço com vista panorâmica para a área portuária e nos pavilhões há um andar dedicado ao Rio de Janeiro e outros três andares com exposições temporárias.

 Museu do Amanhã

O Museu do Amanhã, de acordo com o site oficial do Porto Maravilha, é o principal símbolo cultural do projeto e da renovação da área portuária da cidade do Rio de Janeiro. Foi projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava e está ancorada na Praça Mauá, sobre a Baía de Guanabara, sendo inaugurado em dezembro de 2015 e trazendo a inovação ao espaço urbano da zona portuária, desde a sua edificação, inspirada nas bromélias do Jardim Botânico e cercada por ciclovias, espaço para lazer, espelhos d'água e jardim, até o seu conceito, trazendo a cidade a ideia de um museu experiencial, em que todo o conteúdo é apresentado a partir de uma narrativa, de forma sensorial e interativa. Por meio das temáticas de sustentabilidade e convivência, o museu explora o passado da humanidade, as tendências encontradas nas sociedades atuais e quais os desafios que a humanidade terá de enfrentar nas próximas décadas devido as escolhas do presente.

Figura 10 - Museu do Amanhã.

Fonte: Disponível em <https://www.portomaravilha.com.br/museu_amanha> Acessado em 11.07.2019 A concepção do Museu do Amanhã foi realizada em conjunto entre a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a Fundação Roberto Marinho, ligada ao Grupo Globo, enquanto sua construção foi de responsabilidade da Concessionária Porto Novo. Nos dias de hoje, segundo o site oficial, o museu é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização

social de cultura sem fins lucrativos e tem como mantenedora a BG Brasil, além do apoio da Secretaria de Estado do Ambiente, vinculada ao governo estadual, e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao governo federal. O Banco Santander é Patrocinador Master do museu, que também conta com o patrocínio de empresas como a Shell, a IRB-Brasil RE, Engie, IBM, o Grupo Globo e o Instituto CCR. Assim como no Museu de Arte do Rio, o Museu do Amanhã tem visitação paga (exceto às terças-feiras) e os moradores da zona portuária, a partir do programa Vizinhos do Amanhã, têm livre acesso ao museu e as programações culturais12.

 Demolição do Elevado da Perimetral

O Elevado da Perimetral foi construído a partir do final da década de 1950, com o objetivo de promover uma ligação entre as zonas sul e norte da cidade. Com aproximadamente 5,5 quilômetros de extensão, ele parte da intersecção entre o Aterro do Flamengo e a Praça XV, controlando a linha do perímetro entre a Baía de Guanabara e o Centro/Área Portuária.

Esse bloqueio físico gerado pelo Elevado da Perimetral isolou a área portuária carioca do restante da cidade, tornando-a apenas uma área de passagem e contribuindo diretamente nos processos de degradação e marginalização dos bairros portuários, que contavam com um cenário de poluição visual e sonora, além do aumento da criminalidade devido a escuridão provocada pela barreira viária.

Com a implantação da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, a premissa de renovação da zona portuária rompia diretamente com o ajuste espacial implantado nas décadas de 1940 a 1960 e, consequentemente, com suas estruturas físicas, incluindo o Elevado da Perimetral. Com o intuito de retirar a barreira física que impedia a vista sobre a Baía de Guanabara e revalorizar assim a área portuária, a demolição do Elevado da Perimetral foi anexado aos objetivos do projeto Porto Maravilha, ainda que este tópico fosse alvo de polêmica e debates, pois não havia a segurança de que o novo sistema viário, formado pela Via Binário do Porto e Via Expressa, seriam suficientes para suprir o fluxo diário de carros que transitam na área.

O processo de remoção, iniciado no primeiro trimestre de 2013, chegou a ser embargado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, devido à falta de informações sobre os impactos causados aos usuários e moradores da zona portuária, dos impactos viários causados pela demolição, além da falta de medidas compensatórias para os moradores, o que obrigou a

CDURP a atualizar as documentações referentes aos impactos de vizinhança, a criar um Plano de Mitigação de Impactos, além da garantia de aumento de 27% na capacidade de tráfego a partir do novo sistema de mobilidade urbana implantado (COSTA, 2015), para assim aprovar a permanência da operação. Com a inauguração da Via Binário do Porto, o Elevado da Perimetral foi fechado definitivamente no dia 02 de novembro de 2013 e o primeiro trecho foi implodido na manhã do dia seguinte.

Figura 11 - Implosão do primeiro trecho do Elevado da Perimetral.

Fonte: Disponível em <https://www.portomaravilha.com.br/fotos_videos/g/12/pagina/2> Acessado em 09.07.2019

No primeiro trimestre de 2014, a continuidade da remoção do Elevado da Perimetral se deu pelo método de desmonte, entre a Praça Mauá e o Aeroporto Santos Dumont. Como medidas compensatórias, novas rotas cicloviárias foram implementadas nos trechos entre Aterro do Flamengo, Cinelândia e Praça XV e as obras de infraestrutura urbana na área portuária foram concluídas e devolvidas ao tráfego normal. No fim do ano de 2014, a remoção do Elevado da Perimetral foi 100% concluída.

Figura 12 - Elevado da Perimetral.

Fonte: Disponível em <https://www.portomaravilha.com.br/fotos_videos/g/52> Acessado em 09.07.2019

Figura 13 - Praça Mauá após a remoção do Elevado da Perimetral.

Fonte: Disponível em <https://www.portomaravilha.com.br/fotos_videos/g/52> Acessado em 09.07.2019

 Via Binário do Porto e Túnel Rio 450

A Via Binário do Porto, parte integrante do novo sistema de mobilidade urbana do Porto Maravilha, faz a ligação entre a Rodoviária Novo Rio à Avenida Rio Branco (em um dos

sentidos) em um trecho de 3,5 quilômetros de extensão e foi criada, conforme aponta Costa (2015), com os objetivos de absorção do fluxo interno, por meio da readaptação das vias existentes entre os armazéns retroportuários e anexação de algumas vias subutilizadas da área, além da implantação de um túnel subterrâneo que dá acesso à Rua Primeiro de Março. Ela foi inaugurada no dia 02 de novembro de 2013, cinco minutos antes do fechamento definitivo do Elevado da Perimetral e possui três faixas por sentido.

O túnel da Via Binário do Porto, o Túnel Rio 450, foi batizado com esse nome em homenagem ao aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro e parte da Rua Primeiro de Março (com entrada em frente ao mosteiro de São Bento), desembocando na altura da Rua Antônio Lage. O processo de escavação prosseguiu após a inauguração da Via Binário do Porto, sendo finalizado no final do ano de 2014 e o Túnel foi inaugurado no dia 1º de março de 2015, simbolizando a conclusão da primeira parte do novo sistema viário da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, de acordo com Costa (2015).

Figura 14 - Túnel Rio 450.

Fonte: Disponível em

<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/apresentacoes/PORTO_MARAVILHA_GERAL_JUNHO_2017_ > Acessado em 10.07.2019

 Via Expressa e Túnel Prefeito Marcello Alencar

A Via Expressa, implementada para substituir o conjunto viário do Elevado da Perimetral e a Avenida Rodrigues Alves, foi criada, segundo Costa (2015), com o objetivo de absorver o fluxo externo (de passagem) de veículos por meio de um trecho em superfície

(readaptação da Avenida Rodrigues Alves) e um trecho subterrâneo (criação do Túnel Prefeito Marcello Alencar). Com 6847 metros de extensão, a Via Expressa liga o Aterro do Flamengo a Avenida Brasil e Ponte Rio-Niterói e possui três faixas por sentido, possibilitando o fluxo de 110 mil veículos por dia.

O Túnel Prefeito Marcello Alencar, parte subterrânea da Via Expressa, foi criado no intuito de suprir o fluxo diário de veículos que atravessam o local e permitir a renovação da área superficial, transformada em um dos trechos da Orla Conde, voltada para pedestres, ciclistas e a passagem do VLT. Com 3382 metros de extensão, ele é formado por duas galerias: a Galeria Continente, que tem capacidade para receber 55 mil veículos por dia e possui 3370 metros, realizando o fluxo sentido Aterro do Flamengo, e a Galeria Mar, que aumenta a capacidade diária da Via Expressa para 110 mil veículos e possui 3382 metros, realizando o fluxo sentido Avenida Brasil13. As obras foram iniciadas em outubro de 2012 e finalizadas em 2016, com a inauguração da Galeria Continente no dia 19 de junho de 2016 e a Galeria Mar no dia 21 de julho de 2016, concluindo assim as obras da Via Expressa.

Figura 15 - Galeria Continente do Túnel Prefeito Marcello Alencar.

Fonte: Disponível em

<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/apresentacoes/PORTO_MARAVILHA_GERAL_JUNHO_2017_ > Acessado em 10.07.2019

 Orla da Guanabara Prefeito Luiz Paulo Conde

A Orla da Guanabara Prefeito Luiz Paulo Conde é um passeio público que interliga o Armazém 8 do Cais do Porto à Praça da Misericórdia, em que está localizado o Museu Histórico Nacional. Com 3,5 quilômetros de extensão, a intencionalidade de sua construção foi conectar os principais centros culturais e espaços de interesse público do Centro do Rio de Janeiro, com espaços arborizados, calçadões, ciclovias, além de um trecho a beira-mar, simbolizando a redescoberta da frente marítima pelo projeto Porto Maravilha. As informações de cada trecho foram atualizadas pelo portal oficial da empresa Odebrecht, integrante da Concessionária Porto Novo.

Figura 16 - Trecho Orla Conde.

Fonte: Disponível em

<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/apresentacoes/PORTO_MARAVILHA_GERAL_JUNHO_2017_ > Acessado em 10.07.2019

O primeiro trecho, inaugurado no dia 03 de abril de 2016, era um espaço exclusivamente utilizado pela Marinha do Brasil, mas foi cedido e transformado em um espaço público e renovado para turistas e moradores. O trecho possui 600 metros de extensão e conecta a Praça Mauá à Praça Barão de Ladário, por meio de uma passagem em formato de bumerangue à margem da Baía de Guanabara e uma estrutura com mobiliários urbanos, vinte e dois jardins, doze bancos e onze lixeiras.

Figura 17 - Primeiro trecho da Orla Conde.

Fonte: Disponível em <https://www.portonovosa.com/pt-br/porto-maravilha> Acessado em 10.07.2019

O segundo trecho, inaugurado no dia 07 de maio de 2016, conecta a Praça Barão de Ladário ao Armazém 6 do Cais do Porto e com um 1 quilômetro de extensão, a intenção dessa área foi a transformação de uma parcela da Avenida Rodrigues Alves em um boulevard de 40 mil metros quadrados voltado para pedestres e ciclistas, para assim trazer maior vivacidade e dinamicidade àquele local. Além do calçadão, esse segundo trecho também conta com a passagem do VLT, facilitando assim a chegada de moradores e turistas à Orla.

Figura 18 - Segundo Trecho da Orla Conde.

O terceiro trecho, inaugurado no dia 29 de maio de 2016, liga três espaços renovados pela OUC Porto Maravilha: a Praça XV, a Praça Marechal Âncora e o Largo da Misericórdia. O trecho, com 777 metros de extensão, é voltado ao tráfego livre de pedestres e ciclistas em meio ao conjunto arquitetônico histórico do Centro do Rio de Janeiro, com a construção de deques para a contemplação da Baía de Guanabara, plantio de árvores por toda a área, além de um espaço voltado para skatistas.

Figura 19 - Terceiro trecho da Orla Conde.

Fonte: Disponível em <https://www.odebrecht.com/pt-br/comunicacao/noticias/orla-da-guanabara-prefeito-luiz- paulo-conde-abre-seu-terceiro-trecho-a> Acessado em 10.07.2019

 Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Inicialmente denominado como VLT – Porto Maravilha, o Projeto VLT do Rio é o principal empreendimento de transporte na OUC Porto Maravilha, formado por um sistema de veículos sobre trilhos movido à eletricidade, com capacidade para 420 passageiros, com baixo índice de ruído e vibração e de fácil inserção urbana, pois os VLTs possuem a flexibilidade de serem instalados em faixas compartilhadas, juntamente com os demais modais do tráfego, ou em linhas totalmente exclusivas (VAZ et al, 2014 apud SILVA, 2018) e apresentam controle automatizado, isto é, sem a necessidade de operadores.

Figura 20 - Exemplo de inserção urbana do VLT.

Fonte: Disponível em

<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/estudos/estudo_tecnico_preliminar_vlt_ccr.pdf> Acessado em 10.07.2019

A implementação do projeto VLT do Rio se deu com os objetivos gerais de inserção de um novo sistema de transporte à área portuária carioca, de forma a contribuir com o projeto de renovação através de uma alternativa sustentável de transporte, além da interligação entre zona portuária e a área de negócios da cidade. Esses objetivos foram traçados a partir das premissas estabelecidas pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, dispostas a seguir:

Permitir a integração dos bairros portuários com a região central; interligar os principais eixos de transporte da área central da cidade, e seus pontos turísticos e /ou de grande circulação, atuais e projetados para a região; cumprir a função de ligação dos deslocamentos internos na região portuária e entre esta e a Área Central de Negócios; aeroporto Santos Dumont, integrando-se com as estações do metrô; trens e com o futuro TAV; estar em harmonia e equilíbrio com os projetos urbanísticos e de transporte na região; reduzir os impactos ao meio ambiente (PORTO MARAVILHA, 2015).

Foram propostas seis linhas operacionais para o sistema VLT, conforme aponta o Projeto Funcional do VLT Porto Maravilha (2015), sendo três voltadas a integração entre zona portuária e área central de negócios (Linha 1: Vila de Mídia – Cinelândia, via Praça Mauá; Linha 3: Central – Barcas/Santos Dumont, via Praça da República; Linha 4: Central – Cinelândia, via Marechal Floriano) e três voltadas ao deslocamento interno na zona portuária (Linha 2: Central – Praça Mauá, via Túnel da Providência; Linha 5: Vila de Mídia – Central, via Barão de Mauá; Linha 6: Vila de Mídia – Praça Mauá, via São Diogo/Túnel da Providência). Essas seis linhas propostas no levantamento inicial foram transformadas em três linhas, com duas em operação: a Linha 1 – Azul, que interliga o Aeroporto Santos Dumont a Estação Praia Formosa, via Rodoviária Novo Rio, e a Linha 2 – Verde, que conecta a Praça XV a Estação Praia Formosa, via Rodoviária Novo Rio.

Figura 21 - Rotas do sistema VLT.

Fonte: Disponível em <https://www.portomaravilha.com.br/veiculolevesobretrilhos> Acessado em 14.07.2019

A linha 3, que ligaria a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont, não entrou em operação devido à falta de verbas, mesmo com sua construção já finalizada. A Concessionária VLT Carioca, formada pelas empresas CCR Actua, controlada por Andrade Gutierrez, Camargo Correa e Soares Penido (24,4375%); Invepar, do grupo OAS (24,4375%); Odebrecht Transports (24,4375%); Riopar, controla a bilhetagem dos ônibus no estado do Rio (24,4375%); a companhia argentina Benito Roggio (2%); e a francesa RATP (0,25%), responsáveis pelas obras de implantação e pela operação por vinte e cinco anos (MARTINS, 2017), solicitou a rescisão do contrato assinado em 2012 sob a justificativa de descumprimento do contrato e inadimplência por parte da Prefeitura, além de alegar manter as operações em curso normal devido a aportes extras dos acionistas. Em 23/07/2019, a empresa CCR atingiu a parcela majoritária da Concessionária VLT Carioca por meio da sua controlada CIIS, com 50,31% de participação e a expectativa é de mantimento dos serviços prestados pelo VLT, ainda que não haja previsão para a abertura da Linha 314.

14 Informação retirada do site https://exame.abril.com.br/negocios/ccr-atinge-fatia-majoritaria-na-concessionaria- do-vlt-carioca/.

 Porto Maravilha Cultural

A Lei Complementar Municipal nº 101/2009, que instituiu a Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, determinou que o repasse de, pelo menos, 3% dos recursos arrecadados pelo CEPAC deveria ser destinado a recuperação e valorização de patrimônios históricos e culturais, além do fomento a atividades culturas na área. Para a implementação dessa verba, a CDURP criou o Programa Porto Maravilha Cultural, que conta com a parceria de instituições públicas, iniciativa privada e sociedade civil e possui como principais linhas de ação, conforme descrito em site oficial, a recuperação e restauro material do patrimônio artístico

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