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O presente Estudo incide sobre a avaliação económica da execução da Medida Agroambiental Proteção Integrada aplicada ao setor vitivinícola no Alentejo. Optou-se por englobar três períodos distintos numa perspetiva cronológica contínua.

O primeiro período, compreendido entre os anos de 1996 e 2006, representa o período de sensibilização para os métodos de produção com recurso à Proteção Integrada em Portugal pela execução da MAA PI.

O segundo período compreende os anos de 2007-2013, sendo o período em que, após finalizado o fomento desses métodos pela MAA PI, se pretende avaliar a continuidade da aplicação e efeitos desses mesmos métodos de produção com recurso à Proteção Integrada após retirada da medida.

Por fim, relativamente ao período entre 2014-2020 pretende-se apurar as intenções de aplicação futura das práticas de Proteção Integrada por parte dos produtores e por parte dos decisores. Desta forma, procura-se assegurar que a investigação realizada tenha uma abordagem sobre o passado, o presente e o futuro relativamente à MAA PI. Para efeitos de avaliação da MAA PI, e com a preocupação de garantir a prossecução dos objetivos principais e secundários propostos, foi necessário estruturar e encadear a investigação de forma a conseguir desenvolver: i) uma avaliação da execução física e financeira da medida; ii) uma Análise Global de Efeitos (AGE); iii) uma avaliação global da intervenção e iv) uma análise prospetiva.

Para melhor operacionalizar todo o trabalho de avaliação desenvolvido, foram utilizados vários instrumentos de avaliação de políticas públicas, visando obter a melhor informação possível. A aplicabilidade e a adaptabilidade dos instrumentos utilizados neste

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. Estudo foram, de acordo com a fase de evolução do mesmo e em virtude das respetivas necessidades, utilizados tendo em conta os critérios de MEANS (1999), TAVISTOCK INSTITUTE com GHK e IRS (2003) e EVALSED (2009) disponibilizados pela COMISSÃO EUROPEIA, e em estreita articulação com o enquadramento teórico relacionado com avaliação de políticas públicas.

Após a seleção dos instrumentos, de avaliação de políticas públicas8,mais adequados para desenvolvimento deste Estudo, foi necessário operacionalizar as condições necessárias para a utilização dos mesmos. Neste sentido, para realização deste Estudo, foi crucial criar uma base de dados abrangente que possibilitasse quando finalizada, contribuir para dar resposta aos objetivos em análise e para permitir a leitura da realidade de aplicação desta medida nos três períodos temporais definidos.

Conhecidas as vantagens e os inconvenientes dos diversos métodos de recolha de informação, e ponderadas as dificuldades de aplicação aos territórios vitivinícolas do Alentejo e à população que se pretende estudar de cada um dos métodos, optou-se por aplicar estas três formas de recolha de informação, nomeadamente: i) utilização de informação proveniente de fontes diversas com dados e indicadores territoriais e setoriais necessários ao Estudo; ii) inquérito por questionário aos beneficiários; iii) entrevistas com guia a técnicos, beneficiários e especialistas, no sentido de possibilitar uma análise e a apresentação de resultados por via dos instrumentos de avaliação de políticas públicas selecionados e dar resposta aos objetivos pretendidos.

Dadas as três diferentes tipologias de recolha de dados, foi necessário em consequência, a construção de três bases de dados distintas embora complementares. A primeira base de dados, foi construída para reunir dados provenientes de fontes diversas que contemplassem dados e indicadores territoriais e setoriais necessários ao Estudo. A segunda base de dados comporta dados provenientes de um inquérito por questionário, criado e realizado exclusivamente para este Estudo. A terceira base de dados, de carácter mais qualitativo, reúne e agrega as informações das entrevistas com guia efetuadas a técnicos beneficiários e especialistas. Só conjugando e utilizando estas três tipologias de bases de dados é que se estaria em condições de dar resposta ao pretendido.

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. Para cada uma das bases de dados foram ministradas diferentes abordagens. Numa primeira fase, para a primeira base de dados, dada a complexa exigência de especificidade dos dados referentes à medida em estudo aplicada ao setor vitivinícola e delimitada à região do Alentejo, foi necessário, antes de mais, definir e localizar as fontes de dados.

Para tal, numa fase inicial foi fundamental apurar quais os indicadores necessários a este tipo de avaliação e quais os existentes ou os que fossem possíveis de aplicar ou adaptar, aferindo seguidamente sobre a sua qualidade e disponibilidade dos mesmos.

Numa segunda fase, uma vez que a avaliação da MAA PI requeria ainda o conhecimento de efeitos referentes à medida em estudo na fileira económica do vinho delimitada à região do Alentejo, implicou a criação de um sistema de recolha e análise de informação primária bem adaptado ao ambiente vitivinícola que se pretende avaliar. A obtenção destas informações visou conhecer não só os efeitos e contribuições da MAA PI para a referida fileira económica do vinho no Alentejo, mas também as motivações, as expectativas e as atitudes perante a MAA PI, dos produtores enquanto utilizadores dos territórios vitivinícolas e beneficiários da medida, a fim de se poder determinar o modo mais eficaz de aplicação dos instrumentos de avaliação de políticas públicas em estudo, selecionados pelo seu elevado potencial de aplicabilidade e adaptabilidade.

De acordo com EVALSED (2009) recorrer ao inquérito consiste numa das formas mais adequadas para reunir informação primária, quando se deseja identificar efeitos de uma política pública nos beneficiários, bem como atitudes, preferências e outras características do comportamento de utilização dos mesmos.

A partir dos objetivos principais e específicos definidos para a investigação, entendeu- se ser necessário recolher informação primária que permitisse esclarecer diversos aspetos determinantes dos efeitos da MAA PI, nomeadamente ao nível: i) da política pública; ii) do território; iii) da inovação; iv) dos produtores; v) do setor vitivinícola; vi) dos mercados.

Neste sentido, nesta fase, a fim de obter a informação primária necessária procedeu-se à realização de inquéritos, suportados por questionários estruturados seguindo a metodologia de EVALSED (2009), de modo a atingir os objetivos definidos anteriormente.

Numa terceira fase, principalmente devido à necessidade de se poder dispor de informação qualitativa, surgiu a necessidade de realização de entrevistas individuais com guião. Estas entrevistas foram conduzidas numa fase inicial da investigação aos técnicos,

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. numa fase intermédia aos beneficiários e numa fase final da investigação foram ainda promovidas entrevistas a especialistas.

1.2 - OPERACIONALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO