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5. ENCANTAMENTOS E REFLEXÕES: NOTAS SOBRE O PROJETO

“Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento.” (LEWIS, s/a7)

Vimos no início dessa dissertação que a acrobacia coletiva está presente no âmbito esportivo, na Ginástica Acrobática por exemplo, no artístico, como no Circo, bem como em diversas outras práticas contemporâneas (THOMAS et al, 1997). Em todos os casos, trata-se de uma prática que requer um trabalho coletivo, que em geral permite a combinação de diferentes faixas etárias, perfis corporais, bem como maior atenção com a corresponsabilidade, a confiança no outro e a busca pela harmonização das ações.

Não obstante, a heterogeneidade dos participantes do projeto de Extensão de Ginástica Acrobática, seu escasso conhecimento específico, demandava cotidianamente uma reflexão sobre a metodologia e a pedagogia a ser utilizada. Assim, a proposta foi sendo forjada, com muitos acertos e muitos erros, ao longo de vários semestres, somando experiências, aprendizagens, diferenças. A proposta foi composta coletivamente, e foi mostrando-se cada vez mais coletiva em todos seus processos.

É certo que a falta de fomento para a prática da Ginástica Acrobática no Brasil, mesmo em sua vertente competitiva, faz com que a maior parte dos alunos que participam do projeto nunca tenham vivenciado acrobacias, seja na escola ou em outros contextos. Essa condição influenciou de forma direta o planejamento do projeto, mas também nos fez refletir sobre nossos reais objetivos, nossas metas, nossos interesses. Demoramos, mas percebemos que é possível ensinar, inclusive as acrobacias coletivas, estimulando e oportunizando a participação de todos, do coletivo, contribuindo de modo

mais amplo na formação dos participantes. Um resultado condizendo com os objetivos da extensão universitária, conforme nosso entendimento.

Para alcançar o grupo todo, o projeto apresenta como principal elemento a colaboração, podendo ser desenvolvida em vários contextos educativos (VERNETTA, LÓPEZ BEDOYA, PANADERO, 2007). Inevitável e lentamente o projeto se distanciou do modelo esportivo, isto é, da Ginástica Acrobática competitiva (MERIDA, NISTA- PICCOLO, MERIDA, 2008), migrando para práticas que visassem a composição de coreografias, por meio de um processo de criação coletiva (com a participação de todos) e guiado por temáticas e músicas escolhidas de modo democrático e coletivo.

Quando esse conteúdo é associado à proposta pedagógica do GGU, adicionando ainda a tematização e o estímulo semanal para a elaboração de pequenas criações, observamos uma importante transformação nos quesitos coesão, envolvimento e colaboração no grupo de participantes, comportamentos que, ao final de cada semestre, revelava ainda novas amizades e o consequente fortalecimento das relações interpessoais. As aulas apresentaram, então, momentos de instrução e momentos de descoberta, tanto individual como em grupo. Cada aspecto foi refletido na qualidade da composição apresentada pelos diferentes grupos, principalmente nos festivais ginásticos promovidos pela FEF-UNICAMP ao final de cada semestre.

Ainda assim, algumas considerações devem ser feitas, principalmente após observar e analisar todo o percurso do projeto. A primeira consideração da qual gostaríamos de tratar se refere ao nome do projeto. O título utilizado pela universidade é projeto de Extensão de Ginástica Acrobática. Antes de 2008 alguns monitores do projeto utilizavam uma proposta visando o âmbito mais competitivo da acrobacia, o que não acontece atualmente.

Com isso em mente, acreditamos que o nome do projeto deva sofrer alterações, principalmente porque não reflete a prática que está sendo realizada, trazendo, muitas vezes, alunos que acreditam que realizarão uma prática e poderão competir ao final do semestre, ou ainda alunos que acreditam que vão poder treinar somente acrobacias de solo. Como afirmado por E2, a ementa do projeto, que aparece logo abaixo do nome no momento de seleção de projetos para inscrição, não é suficiente para descrever o que é o projeto e como ele é importante na vida das pessoas que adentram esse mundo ginástico. Dessa forma, acreditamos que a alteração do nome do projeto é necessária.

A segunda consideração faz referência à utilização do espaço do projeto ao mesmo tempo por outros projetos de extensão. Essa utilização mútua de espaço possui pontos negativos e positivos. Como pontos negativos, podemos afirmar o excesso de barulho durante a prática, forçando o monitor e colaboradores a elevar a voz; o excesso de pessoas circulando pelo espaço e, muitas vezes, desatentas aos outros projetos, o que pode ser um fator de risco à segurança dos alunos, já que realizam figuras acrobáticas e sequencias de solo e, se alguém adentrar no espaço, pode haver choques e consequentes lesões. Como pontos positivos, podemos apontar uma melhor visualização dos outros projetos, fazendo com que alunos de um projeto tenham interesse em participar dos outros projetos que acontecem no mesmo espaço. Como P3 afirma: “Fazia extensão de tecido acrobático e dividíamos espaço com a turma de ginástica acrobática, via os treinos da acro e ficava com vontade de fazer e aprender também! ”.

A terceira consideração faz referência à liberdade dada aos monitores e colaboradores de selecionarem as atividades, as metodologias, estratégias a serem utilizadas no projeto. Muitos projetos de extensão não oferecem essa liberdade de errar/acertar e isso foi muito importante no crescimento dos alunos e monitores/colaboradores. Por outro lado, um monitor menos preocupado poderia não obter sucesso no projeto, não planejar as aulas ou não se preocupar com o conteúdo. Com isso, cabe ao coordenador conhecer e incentivar os monitores e colaboradores a realizarem uma preparação, com pesquisa e planejamento, para que o projeto continue com alunos que sintam segurança no monitor e colaborador.

Por fim, as estratégias utilizadas no projeto podem ser transportadas para outros contextos, com outros alunos, de outras idades, com mais ou menos recursos e espaços físicos. Cabe ao professor entender que o processo de criação coletiva é essencial para elevar o envolvimento de cada aluno nesse processo, fortalecendo as relações interpessoais e o desenvolvimento de autonomia e que também demanda mais conversa e mais tempo de dedicação. Vale ressaltar a fala de Laban, na qual afirma que os corpos se movimentam a fim de “demonstrar seu desejo de entrar em contato uns com os outros” (1987, p. 22), de forma a serem naturalmente aptos para este tipo de intervenção.

Devemos enxergar o tempo como fator auxiliar e não limitante nesse processo. Nem sempre agregar conteúdo é o mais importante. Um trabalho feito com o tempo que é necessário torna-se um trabalho de qualidade e, com isso, os frutos podem ser colhidos através das vidas dos alunos que fizeram parte esse processo. Assim também o professor que, no trabalho de moderador, também exercitou suas habilidades de saber

a hora de ouvir e se calar, bem como a hora de intervir, criando laços com os alunos e estreitando o abismo que é criado durante a vida escolar de que somente quem ensina é o professor e que ele é o é a única fonte de saber e conhecimento.

A partir deste trabalho acredito ser possível inspirar outros professores a buscarem uma atitude mais questionadora, que lhe ajude a desafiar, pesquisar e criar em parceria com seus alunos, arriscando e produzindo coreografias coletivamente, um trabalho que, como relatamos ao longo dessa pesquisa, representam mito mais que simplesmente uma apresentação num festival, ou o prazer em executar uma figura acrobática.

Quero destacar ainda que, para além da transformação que percebi nos alunos do projeto, uma mudança profunda aconteceu em mim, como professora, e, principalmente, como pessoa. Aprender a lidar pacientemente com as distintas etapas de criação, com as dificuldades e os talentos de cada um, com suas individualidades, procurando em cada aula superar as dificuldades, fizeram de mim alguém diferente de quem eu era, uma professora mais permeável, mais coletiva.

Por isso, insisto na ideia de que a criação coletiva pode ser trabalhada em diferenciados contextos, com distintos públicos, promovendo educação, companheirismo e também uma excelente oportunidade para praticar e aprender ginástica. Por isso sugiro que criem e, sempre que possível, façam coletivamente!

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APÊNDICES

Apêndice 2- Transcrição 1 PARTE 1

1- Você poderia, por favor, fazer uma breve apresentação pessoal, destacando sua formação e seu envolvimento com a Ginástica?

Bom, meu nome é Carlos Eduardo de Carvalho Zunino... eu... fiz faculdade de educação física na Unicamp, entrei na turma de 2006... eu comecei a trabalhar com ginástica no final de 2006... antes disso eu era da área de lutas... hã...meu primeiro envolvimento com a ginástica foi com... um pouco mais voltado pro circo né, comecei a mexer com tecido acrobático e ai entrei no grupo de ginástica geral da fef, o... o monitor era o marco bortoleto, né... e foi quando eu comecei a ter contato com a ginástica acrobática... ai em 2007, tinha uma dupla que treinava, na fef... era o... o aluno do Jorge Perez, que até escreveu um livro... o lúcio, que treinava com a namorida dele... e dai eu... ia pegando algumas dicas com ele... ai o... em 2009 eu comecei a treinar acrobático mais seriamente, assim... então.. eu consegui uma parceira... e antes disso eu treinava, principalmente, nas aulas do Jorge Perez... ele me deixava frequentar as aulas mesmo quando eu não estava matriculado pra... treinar alguma coisa mais específica de ginástica...an... comecei a fazer ginástica de trampolim com ele também...ai em 2010, eu fui monitor com a Tabata... mas depois disso eu não consegui me envolver mais academicamente com ginástica acrobática, porque eu não consegui mais espaço na faculdade...

PARTE 2

2- Você participou como aluno do projeto anteriormente? Se sim, o que motivou sua participação?

Não, não fui aluno.

3- O que o levou a ser monitor/colaborador?

É... porque até então eu tinha estudado ginástica acrobática mais como praticante e eu queria explorar como... como ... ver a pedagogia da coisa... porque eu passei por um processo pedagógico um pouco forçado, normalmente, quando eu ia treinar, era eu e um professor, né.. era a pessoa que tava treinando... então era diferenciado, assim... como aluno, eu nunca assisti uma aula de ginástica acrobática com mais doze pessoas, assim... tinham as experimentações no... no GGU, que mais tarde eu passei a fazer parte... mas... eu queria experimentar como era uma aula de ginástica acrobática mesmo, assim... com vários alunos... e até então, eu só conhecia...é.. a aula enquanto professor particular...

4- Como foram planejados o curso/aulas?

Eu lembro, assim... a gente separou em etapas... mais tarde a gente separou a turma em dois grupos e... acho que a gente fazia rodízio nos grupos, assim... as vezes eu pegava o grupo mais avançado ... a gente... terminou o prazo que a gente tinha pra dar aula...a... a gente fez uma periodização do semestre, na verdade, né... uma periodização bem bruta, ainda... não é uma periodização que eu faria hoje... hoje eu faria uma coisa mais quebrada, mas a gente viu assim, a gente tem que fazer uma apresentação no final do semestre... pra montar a... essa apresentação a gente vai precisar de tanto tempo... então a gente tem que trabalhar alguns elementos básicos com eles antes... e ai esse tempo que a gente tinha pra trabalhar esses elementos básicos a gente dividiu e... mais tarde agente dividiu a turma em duas partes... uma parte ficava mais no básico... demorou mais pra pegar a parte básica... e uma turma avançou um pouco mais... pra fazer outros elementos...

5- Qual metodologia de ensino foi utilizada durante as aulas?

o... na periodização que a gente fez a gente determinou um tempo pra... flexibilidade...e... ao final da aula tinha um horário... alguns minutos destinados a um condicionamento físico... mas era um condicionamento bem básico, era limitado a 2 exercicios...por dia.. mas é... a gente começou passando elementos básicos da ginástica em geral... né... rolamento, estrela, parada de mãos, exploração dos apoios, então... o começo foi um trabalho bem básico, assim, de qualquer ginástica...a... com o trabalho de base desenvolvido a gente conseguiu...a... trabalhar as poses mais básicas, apoios, apoios em duplas e trios...

6- Como os conteúdos eram trabalhados?

O... a gente começou com uma parte bem lúdica de exploração, né... então tinha as partes das pessoas tentarem mesmo, então, uma brincadeira clássica que a gente tinha era... você falava o número de partes do corpo, o que vai ter apoiado no chão, e... um grupo de quatro pessoas, poderia ter três pés, duas mãos... um quadril...é... então começou com uma coisa de exploração pra eles descobrirem mesmo e... conforme, é... eles iam se descobrindo onde eles podiam a poiar no corpo do outro, onde que era fácil de seguras, onde que era... a gente foi

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