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3. MONTANDO O QUEBRA-CABEÇAS

Peça 1: Organizando as peças e começando a montagem

Em 2009, após a interrupção do projeto durante um semestre devido à falta de monitores especializados, o projeto foi reaberto. Cabe destacar, como nos adverte recorrentemente o coordenador do projeto, que o interesse dos estudantes em atuar na extensão tem diminuído drasticamente nos últimos anos, em virtude de uma “hipervalorização” das práticas de pesquisas (bolsas de iniciação Científica, atividades em laboratórios, intercâmbios internacionais). Para projetos como o de Ginástica Acrobática, que se manteve gratuito e com monitoria “voluntária” durante anos, o interesse é ainda menor.

Por interesse em iniciar minha experiência na prática docente, decidi participar como monitora voluntária. Para isso, iniciei o planejamento de 30 encontros, incluindo, intencionalmente, brincadeiras na etapa inicial (aquecimento), exercícios de alongamento e treinamento individual de acrobacias de solo, justificados pela escassa experiência gímnica/acrobática e pelas condições físicas dos inscritos. Logo, planejamos um momento específico para trabalho em grupo com as acrobacias coletivas e um momento final, focado no condicionamento físico específico, como vemos no exemplo a seguir:

Tabela 2- Exemplo das atividades do primeiro semestre de 2009.

Horário Conteúdo Descrição 12:15h Chegada dos alunos e atividades de

aquecimento

Jogos de aquecimento (queimada ameba, futebol de caranguejo, pega-pega).

12:30h Alongamento (15’) e Exercícios de solo

(15”)

Rolamentos, estrela, parada de mãos, etc.

13:00h Figuras do dia Estáticas ou dinâmicas (avião em dupla, bandeira em trio, leque simples, pequenas pirâmides, balanços)

13:30h Condicionamento Físico Direcionado de acordo com a musculatura mais e menos exigida naquele encontro, dependendo das figuras realizadas.

13:45h Fim do encontro. Alunos que não tinham outro compromisso poderiam treinar até as 14h

Poderiam treinar um pouco de exercícios de solo ou figuras acrobáticas trabalhadas na aula.

Os exercícios de solo sempre fizeram parte do repertório das aulas por serem importantes no preparo do corpo para as acrobacias e por auxiliarem os alunos a aprenderem a se comportar durante uma queda e manterem o corpo rígido, facilitando o aprendizado de novas figuras e garantindo a sua segurança e o conhecimento dos limites

de seu próprio corpo. O participante 9 (P9), que respondeu ao questionário semiestruturado, afirma que acredita “ser essencial o trabalho individual de solo para uma melhora corporal, pois percebi que só melhorei minha técnica e pude avançar na dificuldade de cada pose por causa da preparação física, tanto no começo da aula para "aquecer " como no final da aula”. Segundo Tanan e Bortoleto (2008, p.107), “todo o conhecimento e habilidades já adquiridos pelo praticante, especialmente através da prática da acrobacia de solo, devem ser aproveitados e ampliados facilitando o processo”.

As atividades realizadas para aquecimento não eram direcionadas ao tema da aula por falta de conhecimento meu. Esse momento de descontração era proporcionado em todos os encontros e era apresentado de forma diferente dos outros conteúdos das aulas. As partes direcionadas à acrobacia coletiva deveriam apresentar uma seriedade maior, principalmente por causa da segurança dos alunos.

Uma atitude típica da ginástica competitiva se tornava presente através de mim e, muitas vezes, era visível a não apreciação dessa atitude mais rígida por parte dos alunos. Naquele momento, disciplina e dedicação eram os atributos mais importantes de um acrobata. Tornaram-se intragáveis as conversas paralelas e risadas que aconteciam com frequência durante as aulas, pois eu acreditava que se tratava de um empecilho para a aprendizagem dos alunos. Porém, a diversão, nada mais era do que uma consequência da prática de uma atividade colaborativa e, com o tempo, esse aspecto foi compreendido. Tanan e Bortoleto (2008, p.107) também afirmam que “é possível oferecer uma atividade de maneira prazerosa, lúdica, e ainda alcançar resultados significativos”.

Nesse semestre, tornou-se perceptível as limitações apresentadas pelos alunos, sejam elas de natureza psicológica (medo de altura), de relacionamento (confiança no colega, dificuldade de fazer amizades) ou físicas (falta de força ou flexibilidade), entretanto, ficou claro que, apesar das limitações, dedicavam-se muito para conseguir executar uma figura. O participante 37 (P37) e o 17 (P17) afirmaram que, por causa dos encontros no projeto, conseguiram superar alguns medos.

Devido à pouca experiência didática que eu possuía, levou algum tempo para que eu compreendesse que as dificuldades dos alunos não eram iguais às que eu apresentava enquanto atleta e o que, para mim, o que poderia ser uma figura de fácil execução, poderia não ser para eles. Com isso, a distribuição do conteúdo das figuras durante o semestre não foi satisfatória e, muitas vezes, foi causa de frustração. Entretanto, para solucionar esse problema, decidi me aprofundar e pesquisar mais sobre as metodologias de ensino que poderiam ser utilizadas no projeto.

Como o projeto havia acabado de ser reaberto, foram disponibilizadas somente 12 vagas, que foram preenchidas rapidamente, sendo que os alunos permaneceram até o final. Alguns deles não puderam participar do festival por causa da data no qual ocorreria, já que o festival sempre acontece num dia comum da semana para que possa haver maior possibilidade de os alunos participarem e prestigiarem, o que seria mais difícil caso este acontecesse de final de semana (muitos alunos voltariam para casa ou usariam esse tempo para estudar para provas finais e exames). Por outro lado, como é sempre no final do semestre, muitos deles se depararam com provas e apresentações de trabalhos acadêmicos na mesma data e não estiveram presentes no festival.

Com o meu consentimento sempre houveram “agregados” da FEF nas aulas, isto é, alunos do curso de Graduação da FEF-UNICAMP que desejavam participar das aulas visando aprender mais sobre a acrobacia coletiva, alguns buscando a docência, outros a prática pelo prazer e divertimento que ela pode proporcionar. De fato, eu mesma já havia sido uma “agregada” deste mesmo projeto e sempre compreendi a importância de “permitir” que outros alunos participassem e auxiliassem monitores e colaboradores, mesmo não estando inscritos formalmente. Estes alunos, em geral, participaram de todos os encontros (sempre ficou clara a necessidade de compromisso como pré-requisito para ser um “agregado”). Uma “porta alternativa” para o ingresso no projeto.

Nessa época, eu não havia tido a experiência de participar de um processo de composição coreográfica como integrante do GGU. A metodologia de criação coletiva denominada “soma de frases” foi conhecida a partir de uma criação realizada já no meu primeiro semestre letivo na FEF-UNICAMP, como integrante de outro projeto, o Grupo Ginástico da FEF (GGFEF). Porém, com a greve instaurada naquele semestre, a coreografia não foi finalizada e não houve oportunidade de apresentá-la no Festival Interno da FEF de 2007, como era habitual há mais de 20 anos.

Recém iniciada na proposta do GGU, eu não me sentia confortável para empregar a referida estratégia metodológica, por isso, a coreografia foi elaborada por mim e apresentada aos participantes no último mês do projeto, permitindo pequenos ajustes quando as figuras eram executadas em grande grupo.

Durante o semestre, em alguns momentos, foi permitido que os alunos criassem algumas figuras em grande grupo, isto é, acrobacias coletivas compostas pelos 12 integrantes. Algumas das figuras criadas foram utilizadas na composição da coreografia final, já outras foram criadas durante o desenvolvimento desta pelos próprios alunos.

O tema “selva” definido para a coreografia desse semestre foi sugerido por mim. Para o figurino, os alunos trouxeram uma blusa velha que pudesse ser customizada. Folhas de árvore de várias cores foram coladas aleatoriamente na blusa e, depois, esta foi manchada com tons de verde e marrom, além de apresentar pequenos rasgos para dar a impressão de velhas e sujas. O efeito final ficou interessante e funcionou, como pode ser visto na figura 6. Foi extremamente barato e demandou pouco tempo para a preparação do figurino. Eu propus, também que, no dia da apresentação, os alunos se sujassem com tinta para “encarnarem o Tarzan”.

Buscando a “fusão das linguagens artísticas às práticas corporais” (BRASILEIRO, MARCASSA, 2008, p.205), característica da GPT, definimos algumas personagens, partindo de ideias e sentimentos dos participantes, aspecto necessário para o estabelecimento de um esboço dramatúrgico ao processo de criação. Buscávamos com isso, diminuir a timidez, que era notória na maioria dos participantes, tal como ajudar para uma melhor interpretação das personagens criadas. Não desenvolvemos práticas específicas sobre dramaturgia, apenas propusemos alguns jogos cênicos/dramáticos5, sempre respeitando os limites de cada um.

Por fim, nos apresentamos no Festival Interno da FEF, que acontece sempre no primeiro semestre de cada ano. A partir do festival e da reação dos alunos que misturava ansiedade antes e sensação de trabalho cumprido após o festival, decidi que

5 Jogos como propostos por MONTEIRO, Regina Fourneaut. Jogos dramáticos. São Paulo: Agora

Editora, 1994. Através destes jogos foi possível aproximar mais os alunos do projeto de situações como improvisações, que podem ocorrer durante uma apresentação do grupo.

Figura 6- Figurino utilizado na coreografia Selva.

todo os semestres seguintes nos quais fosse monitora haveria sempre uma coreografia final. A oportunidade de apresentar um trabalho cênico num evento como este foi única na vida da maioria deles. Apesar de ter gostado muito de como o semestre foi conduzido, entendi que deveria buscar colaboradores como auxilio tanto para os planejamentos quanto para o dia-a-dia das aulas. Segue abaixo a ficha técnica coreográfica e a descrição da coreografia apresentada no respectivo semestre.

Tabela 3- Ficha técnica do trabalho “Selva”.

Direção Geral Tabata L. Almeida

Nome da coreografia Selva

Elenco Aline, Andrés, Camila, Eric, Fernanda, Gleicon, Letícia,

Mainá, Pâmela, Tami.

Tema Selvagens, selva

Confecção do Figurino Tabata L. Almeida e Maria A. B. Almeida

Descrição do figurino Shorts preto e blusa customizada com folhas e tinta

Música Walt Disney's "Tarzan" soundtrack Mix

Semestre e Ano 1° semestre de 2009

Duração 3’15”

Link da coreografia https://www.youtube.com/watch?v=dwULUNtNwEo

Diagramação espacial da coreografia:

1- Na pose inicial, com o início da música, uma dupla, no meio do círculo, realiza um levantamento no qual o volante salta e o base sustenta o salto no ar. Os demais

participantes rolam para trás ao mesmo tempo que a dupla executa a figura acrobática.

2- Deslocam-se para a próxima formação de duas filas apoiando as mãos no chão, imitando macacos. Nas duas filas, realizam uma sequência rítmica deslocando-se para a próxima formação.

3- Formam o círculo deslocando-se em pé e com marcações rítmicas específicas na música. Rolam para dentro do círculo, de formas variadas, para desenhar a formação seguinte.

4- Realizam uma marcação de braços enquanto uma dupla é formada ao fundo e executa uma segunda altura. O volante, de costas para as duas filas de colegas, realiza uma queda para trás e é recepcionado pelos colegas.

5- Formam duplas e um da dupla carrega o outro até a próxima formação, cada dupla carrega de uma forma diferente. Na música, realizam saltos ginásticos enquanto uma outra dupla executa um salto mais alto, como o do início da coreografia, sustentado pelo base.

6- Deslocam-se para a próxima formação bem perto do chão, em movimentos que lembram o rastejar de cobras. Ao fundo, um trio executa uma figura acrobática com transição, na qual dois bases sustentam um volante em afastamento lateral e este, coloca as mãos no chão realizando uma flexão de quadril para trás. Os colegas, enquanto isso, executam uma onda corporal em contato com o solo.

7- São formados três grupos acrobáticos. Cada um executa uma figura diferente. 8- Deslocam-se em estrela para a próxima formação, na qual realizam uma grande

figura acrobática.

9- Alguns se deslocam em quadrupedia e outros lembrando cobras até a próxima formação. Nessa formação o trio executa um esquadro com afastamento lateral das pernas e, logo após, o outro grupo realiza uma vela com rolamento lateral. 10- Vão em quadrupedia até a próxima formação, com alguns se deslocando bem

perto do chão, para formarem uma grande pirâmide de seis apoios. Realizam uma marcação rítmica com as cabeças no tempo da música, ainda na figura da pirâmide.

11- Deslocam-se rolando até a próxima formação e esperam, em pé até todos se posicionarem e levantam para a próxima formação.

12- Nessa formação, uma pessoa sustenta o volante enquanto ele escala os colegas rapidamente, como em uma escada, até se lançar sobre os outros colegas que o sustentam e realizam um lançamento do volante, na posição estendida, com meia pirueta.

13- Em duplas e trios, executam figuras acrobáticas como bandeiras em duplas e uma prancha alta, nos trios.

14- Deslocam-se para a pose final, interpretando o homem-animal e executam uma figura na qual a dupla do meio permanece em segunda altura, as duas duplas laterais à dupla do meio, executam uma meia altura, e as duplas das pontas executam uma figura na qual o base permanece de joelhos e o volante permanece sentado em seus ombros, com uma perna de cada lado do pescoço.

Peça 2: Compartilhando conhecimentos e experiências

O segundo semestre analisado ocorreu a partir de agosto de 2010. O 2º semestre de 2009 e no 1º semestre de 2010 não foram ministrados por mim porque participei de um intercâmbio universitário na Dinamarca, na escola de ginástica “International Academy of Physical Education-Ollerup”, um programa tradicional da FEF-UNICAMP do qual participaram dezenas de graduandos nos últimos anos. Ao regressar realizei imediatamente minha inscrição como monitora.

Nesse semestre um aluno da FEF me auxiliou o projeto como colaborador, e, considerando que ele já estava no final do curso de Educação Física, ajudou consideravelmente no planejamento das aulas. O entrevistado 7 (E7), colaborador daquele semestre, afirma que desejou fazer parte do projeto por ter somente treinado Ginástica Acrobática em pequenos grupos, e gostaria de experimentar, pelo foco docente, como seria ensinar grandes grupos a executarem acrobacia coletiva. Com ele, antes de entender por completo os processos bioquímicos ou fisiológicos do corpo e as consequências do treinamento, nomenclaturas etc., foi possível compreender como um planejamento deveria ser pensado para os projetos de extensão e, em especial, para a ginástica, propiciando momentos de reflexão com relação ao semestre anterior e os desejos para o novo semestre. Como conclusão, nesse semestre seria necessário incorporar mais os aspectos lúdicos e colaborativos nos encontros, assim como um trabalho mais específico de preparação física para que a possibilidade de criação de diferentes figuras fosse maior. Oferecemos 12 vagas novamente e todas foram preenchidas, tendo ainda uma lista de espera com mais 12 pessoas, o que mostrava uma grande procura pelo projeto. Nesse semestre, tivemos no grupo pessoas com experiência em acrobacias e dança, tornando mais fácil a aprendizagem de várias figuras. Com o auxílio do colaborador, foi possível direcionar o encontro para a realização de figuras importantes, as quais eles seriam capazes de realizar com pelo menos um mês de preparo físico específico e treinamento de acrobacias individuais.

Uma mudança metodológica que, a princípio, auxiliou a dinâmica das aulas, foi a realização do alongamento em dupla antes do aquecimento. Visando tornar o início mais dinâmico e ágil pedimos aos alunos que, ao chegarem, se colocassem em duplas para o alongamento. Os que chegavam atrasados formavam novas duplas e se alongavam também e, ao final do alongamento, todos poderiam fazer o aquecimento juntos, através de pequenos jogos e das acrobacias individuais. Com isso, era possível iniciar as aulas mais cedo, quase 15 minutos de antecedência. Essa é uma das grandes dificuldades do

projeto: os alunos chegam para as aulas vindos das disciplinas da graduação e pós- graduação que, nem sempre, são finalizadas no tempo determinado, meio dia, fazendo com que os alunos saiam delas após o meio dia, desloquem-se até a FEF para, então, poder iniciar as atividades no projeto.

De acordo com E6,

A gente sempre chegava, reunia e.... alongava em dupla... que também já era um contato bem importante... de ser tocado pelo amigo, de ‘olha como eu estou te ajudando a ganhar flexibilidade’...e.... por mais que doesse era uma compaixão, assim, tipo ‘vai... está bom, me força mais’, era muito bom isso que, gerava laços legais, e como era em círculo, estava todo mundo um olhando para o outro, um vendo como o outro estava mais flexível agora no meio do semestre [...].

As aulas sempre eram iniciadas com 15 minutos de espera e terminavam 15 minutos antes do horário predefinido, já que parte dos alunos saem do projeto e vão diretamente para outras atividades. Dessa forma, muitos deles ficavam sem almoçar se a aula terminasse às 14h, ou então, pediriam para sair mais cedo e perderiam uma parte das atividades. Portanto, foi necessária uma adaptação no horário de aula para o contexto universitário.

Com isso, a estrutura dos encontros sofreu algumas mudanças em comparação com o semestre de 2009, como a inserção do alongamento em duplas e um foco maior na preparação física básica, adquirida, principalmente através dos exercícios de solo (Tabela 4).

Tabela 4- Atividades do segundo semestre de 2010.

Horário Conteúdo Descrição 12:15h Chegada dos alunos e atividades de

aquecimento

Alongamento em duplas.

12:30h Alongamento (15’) e Exercícios de solo

(15”)

Rolamentos, estrela, parada de mãos e exercícios direcionados para a aquisição de força, de forma a auxiliar na realização das figuras com o passar do tempo

13:00h Figuras do dia Estáticas ou dinâmicas, sempre com um número grande de componentes por grupo, elevando o nível de segurança. Quem era base só realizava as figuras como base, e quem era volante só realizava as figuras como volante. A definição se dava por altura e peso.

13:45h Condicionamento Físico Poderiam treinar um pouco de exercícios de solo ou elementos acrobáticos trabalhados na aula

Durante o mês de outubro, muitos alunos começaram a faltar por causa de seus compromissos acadêmicos, como provas e trabalhos que deveriam ser entregues em um curto período de tempo. Aliás, com o tempo, percebemos que se tratava de um problema mais generalizado, para além do projeto em questão. Greves, exames (provas), viagens, defesas (no caso dos pós-graduandos) interferem de modo significativo na assiduidade dos alunos.

No final deste mês, iniciamos a coreografia que seria apresentada no Festival Interno da FEF daquele semestre. Os alunos que faltaram muito, isto é, que não estiveram presentes com frequência até o início de novembro, não participaram da coreografia. Dois dos alunos deixaram de participar das aulas no início de outubro, porém, sem darem justificativas. Outros dois faltaram muito e decidi que não participariam. Fiquei um pouco preocupada com essa decisão, acreditando que eles não voltariam no semestre seguinte, mas, quando eles apareceram no encontro, 15 dias antes da apresentação, não achei justo com os outros que estavam participando com afinco de tudo. Por fim, somente 8 alunos apresentaram no festival.

Durante o semestre sempre foram utilizados pequenos jogos com temática relacionada à acrobacia coletiva, como transportar, carregar, equilibrar-se, jogos de confiança, com um direcionamento mais lúdico (BORTOLETO, TANAN, 2007). Para E7, nesse semestre as aulas apresentavam:

[...] uma parte bem lúdica de exploração, né... então tinha as partes das pessoas tentarem mesmo, então, uma brincadeira clássica que a gente tinha era... você falava o número de partes do corpo, o que vai ter apoiado no chão, e... um grupo de quatro pessoas, poderia ter três pés, duas mãos... um quadril...é... então começou com uma coisa de exploração pra eles descobrirem mesmo e... conforme, é... eles iam se descobrindo... onde eles podiam a poiar no corpo do outro, onde que era fácil de segurar [...] a gente foi direcionando o trabalho pra uma coisa mais específica.

A coreografia, mais uma vez, foi elaborada por mim, sugerindo ainda o tema “Índia” aos alunos, o qual, por não haver rejeição, foi utilizado. Também foram apresentadas sugestões de músicas que poderiam ser utilizadas, mas os alunos não se mostraram muito participativos na escolha e, por fim, a música foi selecionada pelo

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