III. PROPOSTA PEDAGÓGICA
2. Enquadramento da resposta no Programa do 6º ano de E.M.R.C
Um possível enquadramento desta questão no Programa é este que se apresenta a seguir.
Transcreve-se o quadro das metas, objetivos e conteúdos da Unidade Letiva 2 do Programa
do 6º ano e salienta-se em letra negrita os acréscimos propostos.
METAS OBJETIVOS CONTEUDOS
E. Identificar o núcleo central doe do catolicismo. K. Reconhecer
exemplos relevantes do património artístico criados com um fundamento religioso.
1. Reconhecer a relação com Jesus de Nazaré como o centro da
identidade cristã.
• Quem é Jesus de Nazaré?
o Jesus, o Profeta de Deus, o Mestre e o Messias (Cristo). O Filho de Deus.
o O anúncio do Reino de Deus: a vitória definitiva do bem, da justiça, da verdade, do amor.
• O nascimento de Jesus marcou a história: o A arte celebra o nascimento, vida, morte e
ressurreição de Jesus;
o O calendário usado entre nós tem como ponto de referência o nascimento de Jesus. 2. Identificar o Deus
misericordioso, anunciado por Jesus, como núcleo central da mensagem cristã.
• Jesus lega-nos uma nova maneira de entender Deus, misericórdia pura:
o A confiança no Deus bom, que não abandona a pessoa: Lc 12, 22-32.
o Contra a exclusão, a inclusão no amor de Deus: inclusão dos marginalizados, dos pobres, dos doentes;
o A revolução do coração humano: viver centrado no amor ao próximo (e próximo é todo o que precisa de mim, independentemente da sua origem ou identidade);
o O perdão de Deus e a necessidade de arrependimento;
o Uma religião que brota de uma relação com Deus no íntimo do ser e se manifesta na fraternidade, e não uma religião do culto exterior: Lc 18, 9-14. B. Construir uma chave de leitura religiosa da pessoa, da vida e da história. 3. Compreender, pela interpretação de textos bíblicos, qual foi a missão de Jesus, o Filho de Deus.
o A interpelação aos poderosos. o A paixão e morte de Jesus:
o Mc 14,32-50: Oração no Getsémani e prisão; o Mc 14,53-65: Jesus é julgado e condenado
pelo tribunal judaico;
o Mc 15,1-15: Jesus é julgado e condenado à morte por Pilatos;
o Mc 15,24-37: Crucificação e morte de Jesus na cruz.
4. Reconhecer a Ressurreição de Jesus como vitória da Vida sobre a morte.
o A ressurreição, Jesus é o Senhor, Jesus é o Filho de Deus:
o At 9: Conversão (vocação) de Saulo; o At 10,34-43: Discurso de Pedro em casa
de Cornélio;
o At 22: Discurso de Paulo à multidão. o Deus quer a vida e não a morte:
o Jo 10,10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância
o Por que morreu Jesus? M. Reconhecer a proposta do agir ético cristão em situações vitais do quotidiano. 5. Mobilizar o valor da vida na orientação do comportamento em situações do quotidiano.
o Que posso fazer para viver cada vez com mais qualidade e dar a vida aos outros?
o Devo ser capaz de: o Respeitar; o Cuidar; o Ajudar; o Compreender; o Partilhar; o Amar. Quadro 2
Desta forma a questão ficaria enquadrada no esquema do Programa de 2014.
Proposta de texto para o manual: Por quê morreu Jesus?
Não há dúvidas de que Jesus Cristo morreu por amor e para o nosso bem. Deus ama-nos
infinitamente e não perde oportunidade de manifestar este amor.
Deus criou o ser humano com a capacidade de se relacionar com os outros e assim ultrapassar
os seus limites, superar-se a si mesmo.
Ninguém é obrigado a relacionar-se com os outros nem a amar. Nem sequer Deus
obriga ninguém. Se uma pessoa quiser fechar-se aos outros e levar uma vida egoísta e
centrada apenas em si mesma, pode fazê-lo, mas nunca será feliz. Precisamos dos outros para
viver felizes.
E se nos relacionarmos com Deus? A nossa felicidade será plena!
Esta felicidade é possível porque Deus nos deu a capacidade de nos relacionarmos com
Ele e de nos unirmos a Ele. Jesus Cristo é a máxima expressão desta união de Deus e o ser
humano: Ele próprio é Deus e é Homem!
A morte de Jesus Cristo é o maior ato de generosidade e de amor de sempre. Deus
assumiu a nossa fragilidade. Não se recusou a sofrer o desprezo, a injustiça e o abandono dos
seus amigos até. Mas Jesus Cristo deu uma reviravolta completa à situação: no meio de tanta
maldade, mostrou o infinito amor de Deus: Deus jamais deixou de amar os homens.
A ressurreição de Jesus Cristo é a confirmação deste amor: Deus oferece aos homens
a vida eterna, sempre feliz, a plena realização da criatura human.
(texto bíblico: Jo 3,16-17)
«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo
o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu
Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.»
(texto do Magistério: «a razão de tudo isto é o amor divino»: Papa Francisco)
«[…] a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo
de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas.
A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante,
cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco.»
347(Quadro de síntese)
A vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo abrem-nos as portas para uma vida mais plena,
mais feliz, junto de Deus. Jesus Cristo, Deus e Homem, é a plenitude da comunhão entre Deus
e os homens. Jesus abre para nós a possibilidade de ser filhos de Deus e de encontrar a
felicidade de viver como filhos de Deus. Assim podemos chegar a ser em grau máximo tudo
aquilo que Deus sempre quis.
347 Cf. FRANCISCO I, Mensagem para a Quaresma 2014: Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf.
2 Cor 8, 9), Vaticano 26-12-2013, http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/lent/documents/papa- francesco_20131226_messaggio-quaresima2014.html (consultado a 21-09-2017).