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Enquadramento dos modelos de silvicultura por zona homogénea

No documento Bases de ordenamento florestal (páginas 146-150)

Parte VII – Propostas de intervenção para a região PROF

14. Modelos de silvicultura

14.7 Enquadramento dos modelos de silvicultura por zona homogénea

O enquadramento dos modelos de silvicultura foi efectuado considerando numa primeira fase a identificação dos mais representativos por zona homogénea e numa segunda aqueles a privilegiar no período de vigência do PROF.

14.7.1 Modelos de silvicultura mais representativos por zona

homogénea

Na identificação dos modelos mais representativos, por zona homogénea, consideraram-se as espécies que ocupassem uma área superior a 15% da sua área florestal.

Assim, no Alto Alentejo os modelos mais representativos (quadro 57) são:

– povoamentos puros de azinheira, cuja produção principal é o fruto, no Maciço Calcário Estremoz-Elvas, nos Montados do Alentejo Central, na Peneplanície do Alto Alentejo, nas Terras de Alandroal-Terena-Mourão e nas Várzeas do Caia e Juromenha;

– povoamentos puros de sobreiro, cuja produção principal é a cortiça, na Charneca do Tejo e Sado, na Peneplanície do Alto Alentejo, na Serra de S. Mamede, nas Terras de Nisa e no Vale do Sorraia;

– povoamentos abertos de sobreiro na Charneca do Tejo e Sado;

– povoamentos mistos de azinheira na Charneca do Tejo e Sado, na Serra de S. Mamede e nas Terras de Nisa;

– povoamentos puros regulares de pinheiro bravo no Pinhal Interior e Tejo Superior Encaixado;

– eucalipto de talhadia na Serra de S. Mamede, no Tejo Superior Encaixado, no Pinhal Interior, nas Terras de Nisa e na Charneca do Tejo e Sado;

– povoamentos mistos permanentes de pinheiro bravo no Tejo Superior Encaixado e nas Terras de Nisa;

– povoamentos mistos e puros de pinheiro manso para produção de fruto no Vale do Sorraia, assim como os povoamentos puros e mistos de folhosas (FD).

Quadro 57 – Modelos de silvicultura mais representativos por zona homogénea

Zona homogénea Modelos actuais

Charneca do Tejo e Sado Sb4, Sb6, Az5, Ec1

Maciço Calcário Estremoz-Elvas Az4

Montados do Alentejo Central Az4

Peneplanície do Alto Alentejo Az4, Sb4

Pinhal Interior Pb1, Ec1

Serra de S. Mamede Sb4, Ec1, Az5

Tejo Superior Encaixado Ec1, Pb3, Pb1

Terras de Alandroal-Terena-Mourão Az4

Terras de Nisa Ec1, Sb4, Pb3, Az5

Vale do Sorraia Sb4, Pm3, Pm1, FD

Várzeas do Caia e Juromenha Az4

14.7.2 Modelos de silvicultura a privilegiar por zona homogénea

Numa primeira fase indicaram-se as espécies elegíveis por zona homogénea e os respectivos modelos gerais de silvicultura à escala do povoamento (ver 14.6.2.2) e neste ponto apresentam-se as alternativas mais interessantes do ponto de vista produtivo.

Como se referiu, no Alto Alentejo, a selecção das espécies recai sobre sobreiro, azinheira, pinheiro manso, pinheiro bravo, eucaliptos, castanheiro, carvalho cerquinho, carvalho negral, cerejeira brava, nogueiras, carvalho americano, ácer, freixo, ciprestes, cedro do Atlas, casuarina, choupo branco, espécies ripícolas (freixo, amieiro, salgueiro, ulmeiro e choupos) e dos seus respectivos modelos.

Modelos de silvicultura

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Para facilitar a análise agruparam-se os modelos de silvicultura em função do tipo de povoamento e da produção principal (quadro 55).

Refira-se, no entanto, que em determinados casos particulares, após análise de pormenor, poderá ser interessante a florestação com outras espécies, que se mostrem indicadas do ponto de vista produtivo e da criação de um mosaico.

Na identificação dos modelos de silvicultura mais interessantes por zona homogénea consideraram-se os seguintes parâmetros:

– Aptidão para a espécie; – Objectivos produtivos; – Funcionalidades; – Risco de incêndio; – Risco de erosão; – Declive; – Características diagnóstico.

A aptidão da espécie permitiu seleccionar as mais representativas, em termos de área, em cada zona homogénea, considerando-se indicadas para as zonas com aptidão na referência ou superior à referência, ponderando-se os objectivos de produção dos vários modelos de silvicultura e a hierarquização das funcionalidades efectuada na Base de Ordenamento.

O risco de incêndio, o risco de erosão e o declive consideram-se como restrições, em termos produtivos e de exploração, pelo seguinte:

– risco de incêndio:

– controlar a massa combustível;

– controlar a área de manchas contínuas de povoamentos sensíveis ao fogo; – risco de erosão:

– controlar a massa combustível por mobilizações descontínuas no espaço e no tempo;

– controlar a massa combustível por redução da parte aérea;

– deve ser dada preferência a povoamentos de coberto contínuo. Não sendo possível, a exploração deve ser efectuada por grupos ou manchas;

– declives elevados:

– aumento dos custos de exploração;

– redução do tempo de pastoreio ou redução do encabeçamento; – controlar a massa combustível nas zonas de talvegue;

– controlar a massa combustível por mobilizações descontínuas no espaço e no tempo;

– controlar a massa combustível por redução da parte aérea;

– deve ser dada preferência a povoamentos de coberto contínuo. Não sendo possível, a exploração deve ser efectuada por grupos ou manchas.

Estas características permitiram avaliar as vantagens e restrições dos modelos gerais à escala do povoamento, referidos em 4.6.2, permitindo, assim, a selecção dos modelos mais interessantes por zona homogénea. Refira-se, no entanto, que em função das características específicas dos ecossistemas e dada a escala adoptada, na análise ao nível da unidade de gestão, podem-se encontrar situações menos representativas da zona homogénea, que conduzem à selecção de modelos de silvicultura específicos. Estas zonas, independentemente da dimensão, podem conduzir à formação de um mosaico e, consequentemente, aumentar a diversidade, reduzir os riscos de incêndio e de propagação de pragas e doenças. Na análise dos modelos de silvicultura a privilegiar por zona homogénea, consideram-se as cinco espécies mais representativas, em termos de área, referidas na Base de Ordenamento. Das restantes espécies destacam-se as mais interessantes do ponto de vista produtivo ou de protecção.

Nas áreas cuja funcionalidade é conservação ou recreio devem adoptar-se os modelos de silvicultura específicos às espécies de fauna, de flora e aos ecossistemas que se pretendem conservar, bem como às características ambientais solicitadas para o recreio.

Modelos de silvicultura ---

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Os modelos de silvicultura mais interessantes do ponto de vista produtivo, por zona homogénea, são os seguintes (quadro 58):

– no Maciço Calcário Estremoz-Elvas, nos Montados do Alentejo Central e na Peneplanície do Alto Alentejo povoamentos puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça, mistos permanentes de sobreiro e puros de azinheira para produção de fruto;

– no Pinhal Interior e no Tejo Superior Encaixado povoamentos puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça, mistos permanentes ou temporários de sobreiro, povoamentos puros e talhadia de eucalipto. Na primeira zona consideram-se ainda os povoamentos puros irregulares de pinheiro bravo;

– na Charneca do Tejo e Sado os povoamentos puros e os abertos de sobreiro, os mistos permanentes de sobreiro e de azinheira, os puros de azinheira, os puros regulares de pinheiro manso e a talhadia de eucalipto;

– na Serra de S. Mamede os povoamentos puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça, os puros irregulares e os mistos permanentes de castanheiro, os puros de azinheira para produção de fruto e a talhadia de eucalipto;

– nas Terras de Alandroal-Terena-Mourão os povoamentos mistos permanentes e os puros de azinheira para produção de fruto e os puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça;

– nas Terras de Nisa os povoamentos puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça, os mistos permanentes de sobreiro e a talhadia de eucalipto;

– no Vale do Sorraia a talhadia de eucalipto, os povoamentos puros de sobreiro cuja produção principal é a cortiça, os mistos permanentes de sobreiro e os povoamentos mistos irregulares de espécies ripícolas;

– nas Várzeas do Caia e Juromenha os povoamentos puros de azinheira para produção de fruto.

Pela sua especificidade referem-se ainda os modelos de silvicultura das espécies ripícolas, especialmente importantes nas zonas homogéneas com maior densidade de linhas de água, das formações puras ou mistas de ciprestes e casuarina ou de

outras espécies, utilizadas como cortinas de abrigo. Na implementação da descontinuidade de manchas florestais, criação de mosaicos, com vista à redução do risco de incêndio, promoção da biodiversidade e valorização da paisagem, referem-se os povoamentos puros ou mistos de cedro do Atlas ou de outras folhosas, como o castanheiro, carvalho negral, cerejeira brava, carvalho americano, ácer e freixo na Serra de S. Mamede ou de carvalho cerquinho e freixo no Pinhal Interior, Tejo Superior Encaixado e Terras de Nisa.

Quadro 58 – Modelos de silvicultura a privilegiar por zona homogénea

Zona homogénea restrições Modelos futuros

Charneca do Tejo e Sado Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Pb), Sb6, Pm1, Az1, Az5(Sb), Ec1

Maciço Calcário Estremoz-Elvas Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Az), Az1,Az4

Montados do Alentejo Central Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Az), Az1, Az4

Peneplanície do Alto Alentejo Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Az), Az1, Az4

Pinhal Interior Protecção e fogo Sb1, Sb2, Sb4, Sb3(Pb), Sb5(Pb), Ec1, Ec2, Ec3, Pb2

Serra de S. Mamede Conservação e protecção e fogo Sb1,Sb4, Ct1, Ct5(Qp, Pb), Az1, Az4, Ec1

Tejo Superior Encaixado Protecção e fogo Sb1, Sb2, Sb4, Sb3(Pb), Sb5(Az), Ec1, Ec2, Ec3

Terras de Alandroal-Terena-Mourão Az1, Az2, Az5(Sb), Az4, Sb1, Sb4

Terras de Nisa Fogo Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Az), Ec1

Vale do Sorraia Ec1, Sb1, Sb2, Sb4, Sb5(Az), Ri

Defesa da floresta ---

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