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5.1 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS DA BACIA HIDROGRÁFICA

5.1.4 Enquadramento sob a Perspectiva do Risco – Foz do Rio Pamital

Visando avaliar os parâmetros DBO e OD na foz do rio Palmital para distintas vazões de permanência, foram realizadas simulações para os cenários Diagnóstico, A, S1, S e IDEAL nas projeções para 2005, 2015 e 2025. Os resultados das simulações de cenários, bem como as combinações de vazões estão demonstrados em forma de gráficos para melhor visualização e interpretação dos resultados.

A figura 26 contempla curva de permanência de DBO para os cenários Diagnóstico, A, S1, S e IDEAL e projeções para os anos de 2005, 2015 e 2025.

Pode-se observar que para o ano de 2005, a aplicação de medidas resultou num decréscimo de concentração de DBO para todos os cenários avaliados, como esperado. A aplicação de medidas para o cenário IDEAL demonstrou a maior redução de poluição em termos de carga orgânica para todas as vazões de permanência avaliadas. Para uma vazão de 80% de permanência, por exemplo, a concentração de DBO para o cenário Diagnóstico é de 70 mg/L, para o cenário A de 60 mg/L, para o cenário S1 de 58 mg/L, cenário S de 48 mg/L e para o cenário IDEAL de 26 mg/L. Percebe-se que, para a vazão de 80% de permanência – Q80%, houve uma redução em torno de 62% da concentração de DBO do cenário Diagnóstico para o cenário IDEAL. Percebe-se ainda que mesmo com a implantação de medidas, o rio Palmital para o ano de 2005 não ficou enquadrado em nenhuma

classe conforme a Resolução CONAMA 357/05 para vazões Qmlp, Q80% e Q95%. Somente para vazões de permanência abaixo de Q15% o rio Palmital apresentou concentrações de DBO inferiores a 10 mg/L, permanecendo na classe 3. Para 2015 demonstra uma melhoria da qualidade da água do rio Palmital com a implantação das medidas correspondentes aos cenários avaliados. Entretanto, não foi possível o enquadramento em nenhuma das classes propostas pela Resolução CONAMA 357/05. Para todos os cenários avaliados, constata-se o aumento da concentração de DBO em relação ao ano de 2005 em função do aumento populacional previsto para o ano de 2015.

FIGURA 26 - EVOLUÇÃO DA PERMANÊNCIA: CENÁRIOS – ANOS – RIO

As medidas propostas para o rio Palmital no ano de 2025 refletem melhoria da qualidade da água em relação ao cenário Diagnóstico, mas não em relação aos cenários dos anos anteriores, como era de se esperar. As medidas de despoluição propostas pelos cenários A, S1, S e IDEAL não são suficientemente adequadas para permitir o enquadramento na classificação proposta pela Resolução CONAMA 357/05, tendo em vista o alto grau de poluição já existente no rio Palmital e em função do acréscimo populacional previsto na bacia. No entanto, fica evidente que

embora o rio Palmital não fique enquadrado em classe 2 na sua foz, uma melhoria significativa de qualidade da água é observada para distintas permanências de vazão.

A figura 27, por sua vez, permite avaliar a variação do parâmetro OD e vazões de permanência para os anos de 2005, 2015 e 2025. Observa-se que para o ano de 2005, a aplicação de medidas de despoluição resultou num acréscimo da concentração de OD para todos os cenários avaliados. O cenário IDEAL foi o que melhor simulou melhoria da qualidade da água em termos de OD para todas as vazões de permanência. Tomando como exemplo a vazão de permanência de 80% - Q80%, percebe-se um aumento na concentração de OD de varia de 3,7 mg/L para o cenário Diagnóstico a 4,7 mg/L para o cenário IDEAL, representando um acréscimo de 27%. Para os cenários A, S1 e S, na vazão de 80% de permanência - Q80%, o rio Palmital apresenta valores inferiores a 4 mg/L, limite mínimo para a classe 3 conforme a Resolução CONAMA 357/05. Para vazões de permanência abaixo de Q65%, a concentração de OD para os cenários A, S1 e S, as concentrações de OD apresentam-se nas classes 2 e 1 da mesma Resolução. Para o cenário IDEAL, a concentração mínima de OD é 3,6 mg/L para vazão de 95% de permanência Q95% , permitindo o enquadramento em classes superiores a 3, conferindo boa condição ao rio em termos de oxigênio dissolvido. Para a projeção de 2015, as medidas simuladas através dos cenários A, S1, S e IDEAL permitem uma elevação da concentração de OD. Para a vazão de 80% de permanência - Q80%, por exemplo, a concentração de OD passa de 2,9 mg/L do Diagnóstico para 4,2 mg/L com a implantação de medidas do cenário IDEAL. O aumento de 45% na concentração de OD no rio Palmital permite avaliar que, para este cenário e vazões de permanência abaixo de 75% - Q75%,o rio pode ser enquadrado na classe 3 ou superior, conforme a vazão requerida. Para todos os cenários avaliados, constata-se uma diminuição da concentração de OD em relação ao ano de 2005 em função do aumento populacional previsto para este ano. As projeções de resultados para 2025 se assemelham aos resultados de 2015 em termos de aumento na concentração de OD para as vazões de permanência estudadas.

FIGURA 27 - EVOLUÇÃO DA PERMANÊNCIA: CENÁRIOS – ANOS – RIO

Em Q80% de permanência, a concentração de OD para o diagnóstico passa de 2,4 mg/L para aproximadamente 3,9 mg/L no cenário IDEAL, representando um aumento de 62,5% na concentração de OD. Os cenários propostos permitem visualizar uma melhoria na concentração de OD ao longo do rio Palmital, enquadrando o rio no mínimo na classe 3 ou superior conforme a Resolução

CONAMA 357/05. Apesar do aumento percentual de acréscimo de OD do Diagnóstico ao cenário IDEAL nas projeções para 2005 (27,3%), 2015 (42,9%) e 2025 (61,1%), os valores absolutos de concentrações de OD, em mg/L, na vazão de 80% de permanência - Q80% ficam menores (4,7; 4,2; 3,9) ao longo dos anos analisados.

A construção das curvas de permanências de vazões para os parâmetros DBO e OD permite avaliar o comportamento do rio no ponto avaliado, neste caso na foz do rio Palmital.

Novamente, repete-se o fato da melhoria da qualidade da água estar associada não somente em relação à remoção de carga, mas também ao efeito da freqüência da vazão de referência.

5.1.5 Avaliação da Qualidade da Água em Pontos Estratégicos ao Longo do Rio