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Neste platô, quero narrar as conversas que tive com uma pessoa que cursou pedagogia na Universidade Federal Fluminense e expor como foi para ela, sobreviver na/à universidade. No momento, apresentarei as conversas que tive com Maria. Não busco radiografar as sobrevivências desta estudante do curso de pedagogia, muito menos, me colocar no lugar dela para narrar. Pretendo, a partir do encontro, expor aquilo que aparece nas conversas e que possa lançar uma reflexão sobre a sobrevivência de estudantes da classe trabalhadora na/à universidade.

Conheci Maria também na UFF, na Faculdade de Educação. Fazíamos um curso de especialização em alfabetização. João e Maria conseguiram, embora não sem dor, sobreviver à/na universidade. Um encontrei no mestrado e outra na especialização.

Quando a convidei a me ajudar neste trabalho, ela estava concluindo a monografia da especialização que cursamos juntos. Falava sobre o processo de alfabetização e o amor, algo que não poderia ser diferente, vindo de Maria. Nossa primeira conversa foi no 4º andar da Faculdade de Educação - UFF. Conversamos algum tempo. Expliquei a proposta e apertei REC do aparelho que usei pra gravar. Maria narrou sua história por quase duas horas. A única pergunta que lhe fiz foi: Que

caminhos te trouxeram até a faculdade e como você chegou aqui? Não expliquei o

que queria. Ela foi tecendo sua narrativa conforme ia me contando sua história. Com Maria eu conversei um número menor de vezes em relação ao João. Mas naquele momento eu já havia entendido algo - não muito - de como ouvir a narrativa e encontrar os caminhos para escrita. Ao escutar e escutar e escutar muitas vezes a narrativa de Maria, suas experiências, eu não conseguia encontrar um caminho para seguir. Como Maria sobrevivia na universidade? De que maneiras? Nada aparecia. Até que ela, ao narrar um acontecimento em sua infância, abriu meus ouvidos para aquilo que era importante.

Contou que ao entrar na UFF ainda criança, lugar onde seu pai a levava ao dentista, com seus irmãos, ela desejou algo profundamente. Quis estudar ali. Aquela criança possuía uma capacidade enorme de transver as coisas. Assim como diz Manoel de Barros:

O olho vê, a lembrança revê e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo. Isto seja:

Os artistas desformam. É preciso desformar o mundo: Tirar da natureza as naturalidades. Fazer cavalo verde, por exemplo. (BARROS, 2000, p.75) O desejo enquanto produção – imaginar ou transver outra possibilidade existencial - em Maria talvez tenha sido o que fez com que ela sobrevivesse. Não apenas na universidade, mas também na vida cotidiana. Através do desejo ela foi tecendo suas maneiras e sobrevivendo. Um desejo específico serviu de impulso para que Maria tenha sobrevivido à/na universidade: Desejo de ser mais. Ser professora. Desejo que a impulsionou a ir mais do que - sobreviver - a graduação.

Em Maria, é possível também perceber outro movimento de sobrevivência. O silêncio. Não aquele silêncio subserviente, mas um silêncio astuto. Um silêncio de quem conhece as regras do jogo, mas as transgride sorrateiramente. Muitas vezes nas conversas com Maria, apesar de muito densa a conversa, o sorriso estava lá em seu rosto. Mas havia também, o silêncio. Maria usava o silêncio como a água que engendra por baixo da terra e vai minando as estruturas rígidas das construções. Assim, Maria com o silêncio foi e vai minando as rígidas estruturas sociais opressivas da nossa sociedade. Como pode, do lugar de quem não exerce grandes poderes, Maria sobrevive por meio do desejo e do silêncio! Shiiiiiiii!

Um dia, estávamos em aula e Maria chamou atenção da turma com sua capacidade de interpretar. Foi feita uma proposta para a turma, tínhamos que encenar um acontecimento do cotidiano escolar. Lembro que a turma ficou num misto de espanto e alegria com a interpretação digna de prêmio que Maria protagonizou. Lembro também de outra ocasião em que nos contou um caso de assédio por parte de uma professora que havia vivido na universidade. Depois de algum tempo, encontro Maria e peço que ela narre para mim sua trajetória.

Diz-me que o pai a levava junto com seus irmãos ao dentista que ficava na Universidade Federal Fluminense. Ali algo brotou no coração dela. Ao entrar naquele espaço, ela teceu um projeto de vida. “Um dia vou estudar aqui!” Mesmo criança, talvez sem entender muito bem que espaço era aquele, ela desejou profundamente e como os contos infantis mostram, muito pode o desejo de uma criança. Naquele espaço, de homens brancos, vestidos de branco, quase todos brancos, ela ia ao dentista.

Ao perguntar ao pai se ela poderia ser dentista o pai lhe disse que isso era coisa de branco, refletindo assim como a universidade, sobretudo alguns cursos, possuem um recorte de raça muito marcado. Muitos anos Maria continuou indo ali. Até que o tratamento acabou. Sorriso no rosto e voz calma conta que algo a impactou foi ali que ela começou a se formar professora.

Em Mulheres, Raça e Classe (2016), Ângela Davis narra como a educação foi um elemento fundamental na luta das mulheres negras, acompanhadas por muitas outras mulheres, por libertação. Conta que o desejo de aprender era uma força motriz para a libertação. Assim, Maria também desejou naquele momento ao entrar na UFF. Mais tarde, depois de alfabetizada, Maria, como queria ser professora, cogitou ir pro Colégio Clélia Nancy em São Gonçalo, colégio de referência na formação de professoras do primeiro segmento do ensino fundamental. Mas seu pai trabalhava em outro colégio, Escola Técnica Estadual Henrique Lage13, referência em cursos

técnicos como edificações. Havia um receio em ir estudar nesse colégio, pois para sua família, este era considerado um colégio de elite, apesar de público. O pai dela trabalhava nessa escola e assim ela foi numa espécie de movimento de gratidão e numa tentativa de agradar ao pai.

Seu pai que sempre trabalhou em um colégio de referência, não pôde seguir os estudos. Era um ótimo construtor, diz ela. Sabia calcular áreas de construção de cabeça e os alunos do colégio sempre pediam sua orientação para os projetos. Isso nos mostra como cada pessoa traz em si conhecimentos que são construídos empiricamente. Maria lia aquela realidade de seu pai e não se conformava. Não se conformava com a situação de subalternização que via imposta. Diz que muitas vezes assistia seu pai prestar serviços que não eram remunerados de forma justa. A história colonial que se manifesta ainda hoje numa moderno-colonialidade, usurpa a força, de trabalho de grupos não hegemônicos aumentando as relações de desigualdade e a necessidade de tessituras de táticas de sobrevivência dessas pessoas. Um dia em sala de aula, Maria nos contou que não gostava de um de seus sobrenomes. Não entrou em detalhes. Em nossa conversa explicou o motivo. O sobrenome era Severino e de alguma forma tinha relação com o papel de subalternização que foi imposto a seu pai, coisa que ela silenciosamente discordava

e não aceitava. “Severino” é personagem arquetípico do poema de João Cabral de Melo Neto onde o autor narra a trajetória de vida de um sujeito chamado Severino, nordestino, que se parece com tantos outros pelo lugar de subalternização que lhe é imposto. Além desse Severino de João Cabral de Melo Neto, há também o personagem interpretado pelo ator Paulo Silvino no programa “Zorra Total” exibido na Rede Globo de Televisão, onde Severino era um porteiro de um prédio e acabava ocupando cargo de auxiliar de serviço geral. Severino era como se diz popularmente, um “faz tudo”. Portanto, o desejo de ser mais de Maria, de alguma forma, faz com que não lide bem com o que esse nome socialmente representa.

Certa vez, quando ainda estava no colégio ela ensinava aos seus irmãos em casa e os vizinhos começaram a pedir que ela também ensinasse aos seus filhos. Já exercia de alguma forma o cuidado do ensino. Diz também que sua mãe, apesar de poucos anos de escolarização, ensinava as tarefas de casa a ela. Mesmo sem saber operar os códigos da leituraescrita, a mãe de Maria ensinava a estudar. Ensinava a dedicação quando falava que uma palavra estava “feia”, mal escrita. Ou quando exigia que ela pintasse a flor conforme se fazia no seu tempo.

Conta que era muito difícil manter-se naquele colégio, mas que recebia muita ajuda. Seu pai e sua mãe empenharam muito esforço para que pudesse estudar. Da família, era ela quem tinha o privilégio em estudar em um colégio como o Henrique Lage. Muitas vezes o pouco dinheiro que sobrava era direcionado para que ela pudesse ir para a escola. Desde então, Maria precisou de táticas para sobreviver aos anos primeiros de escolarização.

Se alfabetizou, dominou os códigos da escritaleitura, mas não só. Aprendeu também a desenhar plantas arquitetônicas (tipo aquelas que engenheiros e arquitetos usam). Além de lerescrever textos, lia e escrevia também o/no mundo. Conta que era umas das poucas mulheres negras da escola. Percebia que aquele espaço era mais um espaço branco da sociedade. Nossa sociedade que possui um racismo estrutural deveria ensinar as pessoas a lerem as cores. Aprendeu a ler que cada espaço da nossa sociedade é marcado por uma cor, uma raça.

Naquele dia na UFF, quando foi ao dentista, ela foi ensinada que dentistas são brancos. A paisagem que ela lia, enxergava no mundo, era majoritariamente branca assim com ainda é. Formou-se no curso de edificações e foi trabalhar como desenhista. Ela diz que era como se fosse uma arquiteta. Imagino o orgulho de seu pai e mãe.

Conta que uma vez, numa empresa em que trabalhava como desenhista, passou por uma situação opressiva. Quando os executivos da sede foram visitar a filial que se localizava no centro do município de Niterói, uma mulher, uma executiva, se voltou para Maria, uma das poucas negras ali, sobretudo numa posição de prestígio e lhe pediu para que fizesse e servisse o café. Indignada, pois identificou aquela situação como um ato de racismo, mas ainda assim foi até o lugar onde se fazia café. Lá, uma senhora, auxiliar de serviço geral lhe perguntou o que ela fazia ali. Maria disse que a executiva pediu que ela servisse café. Ironizou: “Sou a única negra, claro que ela pediria para mim né?” Assim, Maria conta essa situação.

Maria diz que fez café e depois voltou para mesa de trabalho. Todos voltaram e ninguém comentou aquele episódio. Um silêncio ensurdecedor tomou conta daquele ambiente. “Para você ver como que é o preconceito!” Maria diz me olhando. “A gente mata um leão por dia, até mais!” Me conta que é muito grande o esforço que precisa fazer para sobreviver a essas situações e que na maioria das vezes para não se expor tanto, em várias situações finge não perceber! Silencia. “endossa a impunidade à procura de respeito” como na música do grupo “O RAPPA”.

Expõe que as pessoas falam: “Você tem que lutar, tem que lutar! Tem que gritar! Tem que denunciar! Mas diz que já passou por tanta coisa, tantas situações como esta para estar aqui hoje que se tiver que gritar, se impor por tudo isso, por tudo que todo mundo fala, seria um esforço, um desgaste muito grande e que muitas vezes implicaria até mesmo em perder a própria vida. “Porque é muito difícil você lutar! Ao mesmo tempo que você luta você, se expõe mais. Você sofre mais, você sente porque é muito difícil você dar sua cara tapa. Difícil! Às vezes, as pessoas não entendem porque você não denuncia um caso de racismo como esse. Maria diz que muitas vezes as pessoas falam que não denunciar é covardia, mas covardia, ela logo rebate: “Covardia é as pessoas falarem sem saber o que os outros passam, o que os outros sentem.” Nesse momento, Maria me ensina que há muitas formas de resistir, de lutar. Em seu silêncio, que não é mudo, se manifesta uma tática de sobrevivência. Por meio do silêncio e do desejo de ser mais ela tece sua trajetória.

No entanto, mesmo sendo o silêncio uma tática, ele - o silêncio - não apaga as marcas das sobrevivências de Maria. Em seu texto que em que tratou do amor nos processos de alfabetização14, texto esse que foi parte final da produção do curso de

especialização em alfabetização que trilhamos juntos, narrou um acontecimento forte e perverso na escola em que usou o silêncio como forma de sobreviver.

Imagine uma sala, daquelas antigas em que uma cadeira abrigava dois ou duas alunas. Uma turma de primeira série do ensino fundamental I, hoje chamado de segundo ano. Maria em sala com seus colegas e aos sete anos de idade constrói um laço com a professora como aqueles laços que construímos com nossos familiares. Quem sabe até mais forte pode ser o vínculo com uma professora, pois nos anos iniciais uma professora pode conviver mais com uma aluna do que os próprios pais dessa mesma aluna. Eis que Maria chegou na sala e a professora como sempre determinava quem dividiria as carteiras. Orientou que Maria sentasse ao lado do que ela chama de garoto considerado mais bonito da turma e diz que ele não gostou da escolha. Algumas palavras trocadas entre os dois e eis que o “garoto considerado mais bonito da turma” xinga Maria. Coisa que acontece num ambiente escolar e que pode ser resolvida de forma rápida.

O menino chamou Maria de boba e feia. Ela como não podia falar palavrões em casa, quando brigava com seus irmãos chamava-os de “macacos”. Acabou usando o mesmo xingamento para o menino. O “aluno considerado mais bonito da turma” se sentiu ofendido e logo chamou a professora. Contou o que havia ocorrido e a Dona Maria Josefa, a querida professora, primeira referência como educadora, não fez questão de ouvir a versão de Maria. Aversão foi o que ela sentiu. Ela, a professora, simplesmente disse em alto e bom tom: Maria, você é muito mais MACACA! Toda a turma começou a rir. Maria imóvel. Hoje, adulta, ainda sente aquela dor: Minha

vontade era de sair correndo da sala e nunca mais voltar, mas ainda tinha outro agravante: o medo da professora relatar o ocorrido aos meus pais. - Ela preferia o

silêncio.

Desde muito cedo, Maria aprendeu que o silêncio era uma forma de sobrevivência. Ela narra que nos tempos da escola vivia cheia de dúvidas e questionamentos, mas não tinha coragem de perguntar, pois temia sofrer represálias da escola e de seus pais. Aluno, na minha época, início dos anos setenta, “não tinha

direitos, só obrigações”. Maria diz que foi repreendida algumas vezes, e hoje percebe

privatizar a universidade pública, esse curso se apresenta como um espaço de sobrevivência. Ainda é um dos poucos cursos de especialização – pós-graduação latu senso não pagos e ressalto que nem a inscrição é cobrada. Há um processo de seleção muito disputado, pois, um curso como esse, com professoras

que o castigo era desnecessário e exagerado, sem nenhuma fundamentação

pedagógica.

A trajetória de Maria mostra como sua capacidade de leitura do mundo é grande. Trabalhou como desenhista logo depois de se formar, ficou nesse emprego de prestígio social. Mais tarde, depois de alguns empregos, tornou-se caixa de supermercado. Trabalhou até cansar, cansar das longas jornadas de trabalho e cansar dessa posição subalternizada pela sociedade com elementos coloniais ainda muito latentes. Maria queria ser mais. Para ela, ser mais era ser professora. Então, depois de ter ser formado em técnica em edificações em 1983 e ter trabalhado na área como desenhista de projetos em edificações, o desejo de ser professora permaneceu e em 2005 decidiu iniciar o curso normal que concluiria em 2007 numa escola pública em São Gonçalo denominada Escola Estadual Frederico Azevedo.

Certa vez foi morar num CIEP por meio de um projeto que se chamava “Mãe Social”. Nesse projeto, ela morava numa casa dentro de um CIEP. A escola agora era a sua casa. Na infância era na universidade onde ela ia ao dentista, na vida adulta é na escola onde ela vive e cuida dos estudantes. Mas ainda não como professora alfabetizadora, coisa que não demoraria acontecer.

Depois de sair do CIEP, voltou para a casa dos pais e começou a trabalhar como diarista em casa de família, desejava algo. Certa vez, uma amiga a incentivou a fazer o “curso normal” curso de formação para professoras do primeiro segmento do ensino fundamental, o que chamávamos de 1ª à 4ª série. Já havia se formado, concluído os estudos, mas ainda faltava algo. Ainda sentia uma incompletude. Ou como no poema de Leminsky: “isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além” (LEMINSKI, 2013, p. 228). O desejo de estudar na UFF que floresceu quando criança manifestava a vontade de ser mais que Maria trazia consigo. Voltou a estudar. Cursava uma formação que habilita professores para primeiro segmento do ensino fundamental. Entrou e se alfabetizou em alfabetizar crianças. Começou a estagiar e disse: “Eu não sei ser professora!” Maria expõe com essa frase o que marca a formação docente, “O não saber”. A prática docente é um eterno formar-se, uma contínua caminhada no fazer-se professor. Ninguém nasce professor, mas se tece professor com retalhos de cada saber que aprende com os encontros da vida. Maria sabia isso.

alfabetizamos também. Não nascemos professores, nos tornamos a cada dia. Ensinar exige muitas coisas como Paulo Freire (1996) nos conta em sua pedagogia da autonomia. Exige que antes de tudo saibamos que nós nos fazemos professores nos caminhos que tomamos, ou melhor, nos desvios muitas vezes. Ou na trajetória de Maria, o tornar-se professora se deu tecendo táticas silenciosas e desejantes.

Maria se fez professora naquele dia em que entrou na UFF para ir ao dentista. Ali, quis ser mais, se sentiu potente e continua se fazendo professora no ato de ser professora. No processo de exercer o magistério nós aprendemos a ler o mundo ensinados pelos estudantes. Somos também alfabetizados por eles, a partir de suas experiências, suas trajetórias, suas táticas. Uma amiga lhe incentivou a fazer faculdade e Maria disse: “Faculdade para mim só se for UFF”. Passou por todos os processos e enfim muitos anos depois, a criança que lia o mundo pelo sonho, entrou na UFF.

Entrou enfim, mas a luta pela permanência, ou melhor, pela sobrevivência na/à universidade apenas estava começando. No ano de 2010 Maria perdeu seu pai num longo processo de passagem e muitas noites no hospital. Nesse período, fazia a graduação em pedagogia e estagiava numa creche. Foi quando ela decidiu sair da creche e se dedicar somente ao processo de conclusão da graduação. Maria cuidava de sua mãe idosa e de sua irmã portadora de deficiência. Foi uma difícil decisão, pois

sabia da importância da creche na minha formação acadêmica, visto que almejava ao findar da graduação, trabalhar na educação infantil e nas séries iniciais, disse.

Após acompanhar seu pai em sua travessia para terceira margem do rio - conto

de Guimarães Rosa (1994) que trata da relação de um filho que vê o pai fazendo uma

travessia que metaforicamente pode ser entendida como a travessia da vida para morte - e ainda manter-se firme na meta que traçara de estudar na UFF, Maria recebe a notícia da morte de seu pai.

Como avaliar um estudante quando não sabemos, não conhecemos suas trajetórias? Maria passava por um mau momento de sua vida e ainda precisava arranjar forças para continuar a graduação.

Maria conta que ao entrar, uma professora “passou” um livro de filosofia que

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