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Avalia¸ c˜ ao da Proposta “Uma acumula¸ c˜ ao de fatos n˜ ao faz ciˆ encia, tal

2. MoveF d → Deslocamento retil´ıneo: o robˆo percorre a distˆancia “d” determinada como parˆ ametro de entrada do algoritmo;

7.4.3 Ensaios Independentes da Navega¸ c˜ ao

Os perif´ericos como o scanner LASER e o sistema de vis˜ao est´ereo s˜ao classificados como independentes, pois, para que ocorra a navega¸c˜ao, n˜ao ´e necess´ario que eles funcionem simultaneamente. Adotou-se que o tempo de dura¸c˜ao das atividades que envolvem esse ensaios ´e igual a 60s.

7.4.3.1 Scanner LASER

Este dispositivo ´e usado para medir distˆancias a partir de uma referˆencia at´e obst´aculos. Assim, ele pode ser empregado em aplica¸c˜oes que necessitam de grande precis˜ao. O m´etodo mais utilizado para determinar distˆancias utilizando um sensor a laser ´e o de diferen¸ca de fase. Nesse caso, ´e utilizada uma onda portadora (raio laser) que ´e modulada em diferentes comprimentos de onda. Medindo a diferen¸ca de fase entre o sinal transmitido e o sinal recebido, ap´os ser refletido por um objeto, a distˆancia pode ser determinada. Esse sensor ´e capaz de operar em diversos tipos de ambiente, tanto internos como externos, sendo que em ambientes externos sua precis˜ao fica prejudicada pela interferˆencia da luz solar.

O scanner LASER que integra a configura¸c˜ao do robˆo Pioneer P3-DX em estudo, ´e composto pelo conjunto de componentes SICK (figura 45), cujo pacote de acess´orios ´e integrado `a plataforma do robˆo e ao computador de bordo (alimenta¸c˜ao e dados) e inclui um ambiente de desenvolvimento com software para a cria¸c˜ao de mapas, para localiza¸c˜ao e para navega¸c˜ao autˆonoma do robˆo.

A estimativa do consumo desse sensor e do processamento do respectivo software de controle foi feita com os demais perif´ericos desativados, pois nessa condi¸c˜ao tem-se apenas o funcionamento desses elementos, reduzindo assim a poss´ıvel interferˆencia de correntes para- sitas (resultantes da atividade de outros sensores/atuadores).

Figura 45 – Sistema do scanner LASER integrante da configura¸c˜ao do Pioneer P3-DX.

Figura 46 – Pontos de medi¸c˜ao avaliados no ensaio do scanner LASER.

O gr´afico da figura 47 ilustra o comportamento das correntes durante o intervalo de 60s em que o scanner LASER permaneceu ativo. As correntes relacionadas com esse perif´erico s˜ao: a do ramo C, que inclui a medida de A3 e a do ramo D, atrav´es da medida de A4 e a do ponto A7. Nessa condi¸c˜ao n˜ao h´a consumo do sistema do encoder (A8), pois o sistema de controle dos motores est´a desativado.

⇒ A7: observa-se que durante os 35 segundos iniciais, h´a uma instabilidade, decorrente do procedimento de calibra¸c˜ao do pr´oprio sis- tema. Durante esse intervalo, a corrente m´edia ´e de aproximadamente 1,45A. Ap´os essa inicializa¸c˜ao, o valor de A7 permanece praticamente constante, com valor m´edio igual a 1,62A.

⇒ A3: representa o consumo da placa microcontrolada, do

Figura 47 – Gr´afico das correntes A3, A4 e A7 durante a ativa¸c˜ao do

scanner LASER.

da corrente A7, exceto pela existˆencia do off-set de 0,297A. A an´alise dos valores consumidos, revela que n˜ao houve altera¸c˜ao no consumo do valor de A3, indicando a autonomia entre a atividade do scanner LASER e do microcontrolador.

⇒ A4: notam-se pequenos aumentos de consumo em fun¸c˜ao das etapas de funcionamento do scanner LASER. Antes da ativa¸c˜ao = 1,99A, durante a calibra¸c˜ao = 2,04A e durante o funcionamento pleno = 2,06A. A diferen¸ca entre o consumo antes da ativa¸c˜ao e durante o funcionamento pleno ´e igual a 0,07A.

Apesar da pequena varia¸c˜ao da intensidade da corrente medida pelo A4, ´e poss´ıvel identificar o aumento do processamento do sistema computacional durante a opera¸c˜ao do scanner LASER. Portanto, os resultados obtidos atestam que h´a uma atividade conjunta do sistema computacional e perif´erico que pode ser expressa por um MO denomi- nado por “modo LASER”.

7.4.3.2 Sistema de vis˜ao est´ereo

Sistema que compreende a cria¸c˜ao de um modelo visual real a partir de imagens. Composto por dispositivos de hardware e m´odulos de software, que usa opera¸c˜oes de que se dividem em etapas como aquisi¸c˜ao da imagem, pr´e- e processamento das imagens, extra¸c˜ao de caracter´ısticas, entre outras. O termo est´ereo refere-se `a existˆencia de

mais de uma imagem que s˜ao combinadas para obter a no¸c˜ao da forma tridimensional (TRUCCO; VERRI, 1998).

O sistema de vis˜ao Focus Robotics Stereo Vison nDepth (NDEPTH, 2012) ´e formado por sensores de imagem do tipo VGA CMOS. Esses capturam a imagem na sua forma primitiva e, a partir delas, gera ima- gens retificadas atrav´es do processamento embarcado via PCI (figura 48).

O sistema de captura de imagens integra-se a uma base (figura 49) que se conecta `a placa PCI atrav´es de um cabo CAT64 respons´avel pela alimenta¸c˜ao e pela transferˆencia e o controle dos dados.

Figura 48 – Sensor CMOS e placa processamento PCI.

Figura 49 – Base do sistema de vis˜ao.

Como o cabo CAT6 integra as fun¸c˜oes de alimenta¸c˜ao, transfe- rˆencia e controle de dados, n˜ao foi poss´ıvel diferenciar o consumo gerado pelo processamento do sistema e pelo consumo do sensor CMOS. Em consequˆencia disso, o gr´afico apresentado na figura 50 ilustra o consumo total do sistema, ou seja, o consumo do sensor CMOS (perif´erico) e do respectivo processamento.

⇒ A4: a ativa¸c˜ao do sensor e do processamento do sistema ´e definido, exclusivamente pelo consumo do sistema computacional (A4).

4O cabo de categoria 6 ´e um cabo padr˜ao para Gigabit Ethernet e outras camadas

Nesse cen´ario o consumo m´edio anterior `a ativa¸c˜ao ´e de 1,87A e passa para 2,96A com σ=0,085A durante o funcionamento da cˆamera. A diferen¸ca de 1,09A no consumo representa uma acr´escimo de 58%.

⇒ A3: a corrente consumida permanece com a mesma intensi- dade ao longo da atividade do sistema de vis˜ao.

Figura 50 – Gr´afico das correntes obtidas do ensaio do sistema de vis˜ao est´ereo.

A intensidade constante do valor de A3 demonstra a autonomia entre a atividade do sistema computacional e do microcontrolador.

Nesse ensaio, portanto a an´alise preliminar acerca da hip´otese do MO fica prejudicada tendo em vista as limita¸c˜oes impostas pelas conex˜oes el´etricas do sistema avaliado.

7.4.3.3 Testes complementares

Durante a etapa em que o levantamento do diagrama el´etrico foi realizado, constatou-se que determinados n´ıveis de corrente se man- tinham constantes em cen´arios distintos de opera¸c˜ao do robˆo. Essa constata¸c˜ao possibilitou quantificar o consumo de dispositivos cujo funcionamento ´e controlado por placas eletrˆonicas dedicadas. O fato de desses dispositivos serem conectados nas placas eletrˆonicas, dificul- tou o acesso `as respectivas conex˜oes, impedindo com que as medidas diretas pudessem ser realizadas. Tal impasse foi contornado usando as informa¸c˜oes dispon´ıveis nas folhas de especifica¸c˜oes dos componentes em quest˜ao.

As informa¸c˜oes obtidas durante essa etapa est˜ao resumidas na tabela 12, onde a quarta coluna estabelece um comparativo com a corrente consumida pelo respectivo dispositivo, considerando a base de 12V e a quinta coluna informa o ponto de medi¸c˜ao utilizado, tendo como referˆencia o diagrama el´etrico apresentado na figura 34 p. 139.

Dispositivo Vop(V) Iop(mA) Iop(mA) Ponto Forma

base 12V Medi¸c˜ao Avalia¸c˜ao CI 64F7144F50V 3,3 160-220 44-60,5 n/a Folha Dados

Anel 8 sonares 5 20 8,3 A3 Medi¸c˜ao

Barramento I2C 5 7,5 3,1 n/a Folha Dados

Encoder 12 6 6 A8 Medi¸c˜ao

Girosc´opio 5 40 16,7 n/a Folha Dados

Driversc LASER 12 6 6 A7 Medi¸c˜ao

Cooler 5 120 50 A11 Medi¸c˜ao

Hard-disk 5 120-150 50-62,5 A10 Medi¸c˜ao

Tabela 12 – Rela¸c˜ao dos dispositivos de consumo constante e o respectivo valor da intensidade de corrente na base 12V.

7.5 CONSIDERA ¸C ˜OES

No desenvolvimento dos ensaios, dirigidos pelo algoritmo de navega¸c˜ao, a diferencia¸c˜ao dos cen´arios - suspenso e com carga pos- sibilitou a an´alise e a avalia¸c˜ao do consumo do sistema computacional. Pela compara¸c˜ao das figuras 40 (p.148 ) e 44 (p.152) nota-se que o acr´escimo de corrente na etapa do deslocamento, em ambos os ensaios, foi a mesma (0,98A) (conforme a explica¸c˜ao do ponto de medida A4 constantes nas p´aginas 149 e 152). Tal constata¸c˜ao colabora para a con- firma¸c˜ao da seguinte hip´otese, nesta tese: as diferen¸cas de consumo do sistema computacional est˜ao relacionadas `a natureza qualitativa da opera¸c˜ao (maior ou menor complexidade) e portanto, h´a independˆencia da sua natureza quantitativa (maior ou menor quantidade de dados de entrada). Isso significa que a complexidade do processamento ´e caracterizada pela natureza das opera¸c˜oes existentes no algoritmo de navega¸c˜ao e n˜ao pela quantidade dos dados dos sensores.

Tanto o scanner LASER como o sistema de vis˜ao, em opera¸c˜ao cont´ınua, s˜ao caracterizados pelo consumo de uma corrente de intensi- dade constante. Durante o funcionamento de tais perif´ericos, notou-se que altera¸c˜oes no ambiente, tais como: luminosidade e natureza do obst´aculo, n˜ao interferiram no consumo do sistema computacional e

t˜ao pouco no pr´oprio consumo.

Usando as mesmas figuras (40 e 44) na compara¸c˜ao do consumo do microcontrolador, nota-se que em ambos os cen´arios tem-se o mesmo perfil, isto ´e, a corrente permanece praticamente constante durante a execu¸c˜ao do ensaio, na faixa de 0,298A. Portanto, a tarefa do micro- controlador nessa aplica¸c˜ao foi dedicada `as opera¸c˜oes que requerem pequeno poder de processamento, tais como: a leitura e o envio de sinais de sensores/atuadores.

Por fim, a an´alise do comportamento das correntes el´etricas durante o desenvolvimento dos ensaios, indica que o SCF analisado ´

e formado pelos seguintes MOs: a atividade de navega¸c˜ao subdivide-se no modo deslocamento, modo frenagem linear, modo frenagem angular e modo rota¸c˜ao enquanto que a atividade de varredura do ambiente ´e feita pelo modo laser e a atividade de captura de imagens pelo modo