• Nenhum resultado encontrado

Entendimento jurisprudencial no âmbito do TST

O entendimento jurisprudencial de que consagra o Tribunal Superior do Trabalho, traz consigo, uma ideia e um parâmetro em que referem-se à resolução conflituosa de casos em que, há os três objetos do presente trabalho, quais sejam eles, o dano moral, o acidente de trabalho e o contrato de terceirização.

Em suma, o Tribunal Superior do Trabalho, pacificou o entendimento da responsabilidade subsidiária, presente em cosonância a sua Súmula de número 331, como bem se assegura em trecho jurisprudencial abaixo:

RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO. Conforme o item VI da Súmula nº 331, a condenação do tomador de serviços abrange todas as verbas inadimplidas pelo devedor principal, na qual estão incluídas as multas e as verbas rescisórias e indenizatórias. Assim, havendo a possibilidade de responsabilização do tomador de serviços pelos créditos trabalhistas dos prestadores de serviços terceirizados, em decorrência do inadimplemento das obrigações pelo empregador (devedor principal), incluída a indenização por danos morais decorrentes de acidente de trabalho, a competência é da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, IV, da CF/88. Recurso de revista de que não se conhece. DANOS MORAIS. ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. O TRT consignou que foram comprovados o dano e a culpa da empregadora pelo acidente, que causou dano moral ao empregado. Decidiu, assim, que é devida, pelo empregador, a indenização por danos morais decorrentes do acidente de trabalho. Intacto, pois, o art. 7º, XXVIII, da CF/88. O art. 21, IV, d, da Lei nº 8.213/91 não trata de indenização por danos morais decorrentes de acidente do trabalho. Recurso de revista de que não se conhece. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O TRT contrariou a OJ nº 305 da SBDI-1 e as Súmulas nos 219 e 329 do TST ao manter o deferimento dos honorários advocatícios pelo juízo de primeiro grau, sem que o reclamante estivesse assistido por seu sindicato de classe. Recurso de revista a que se dá provimento. (TST, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 05/02/2014, 6ª Turma)

Neste ponto, fica evidenciado de que, assim como foi abordado neste estudo, a jurisprudência solidifica a compreensão que se tem, a respeito do assunto da responsabilidade, em relação ao tomador de serviços em casos que se consubstancie em dano moral decorrente de acidente de trabalho em contratos terceirizados, levando sob a égide da análise do inciso VI da súmula supracitada. Outrossim, é do mesmo entendimento, a 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, como demonstrado em jurisprudência a seguir:

RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO - EMPREGADO TERCEIRIZADO - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A exegese dos arts. 927, caput, e 942 do Código Civil autoriza a conclusão de que, demonstrada a culpa das empresas envolvidas no contrato de terceirização de serviços, estas devem responder solidariamente pela reparação civil dos danos sofridos pelo trabalhador em decorrência de acidente de trabalho. Não há dúvidas de que a empresa tomadora de serviços, no caso de terceirização, tem o dever de cautela, seja na eleição da empresa prestadora de serviços, seja na fiscalização de suas atividades, eis que elege e celebra contrato com terceiro que intermedia, em seu proveito, a mão de obra necessária ao desenvolvimento de suas atividades econômicas. No caso concreto, a recorrente era tomadora de serviços do reclamante, que lhe prestava serviços mediante empresa interposta (a primeira-reclamada), nas suas dependências, quando sofreu acidente de trabalho. Porque configurada a culpa de ambas as reclamadas pelo dano suportado pelo reclamante, já que foi constatada pelo Tribunal Regional a negligência na manutenção de um ambiente de trabalho seguro e no fornecimento de equipamentos de proteção individual, emerge a coparticipação das reclamadas no infortúnio que vitimou o trabalhador, a autorizar a responsabilização solidária da segunda-reclamada. Precedentes. Recurso de revista não conhecido." (TST-RR-369600-06.2005.5.15.0135, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 21/10/2011);

Destarte, cabe dizer que, a empresa tomadora de serviços, também responsabilizada será, nos casos dos danos sofridos pelo empregado, por virtude de um acidente de trabalho. Outro ponto de bastante discussão, mas já pacificado, é o dever de prevenção em relação aos acidentes de trabalho, conforme relata jurisprudência a seguir:

II - RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DECISÃO RECORRIDA QUE RECONHECE A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ENTE PÚBLICO TOMADOR DE SERVIÇOS. VEDAÇÃO DA REFORMA PARA PIOR. 1 - A Súmula nº 331, IV, V e VI, do TST, que trata da responsabilidade subsidiária do tomador de serviços pelo montante dos créditos trabalhistas oriundos da sentença, não interpreta o art. 942 do CCB de 2002, o qual se aplica no caso da indenização por danos morais e materiais, nos seguintes termos: "Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação". Precedentes. 2 - No caso dos autos, a Corte regional registrou que a responsabilidade subjetiva do segundo reclamado baseou-se no não cumprimento do dever legal de fiscalizar a observância das normas de segurança do trabalho no exercício das atividades da reclamante que lhe prestava serviços por meio de empresa interposta. 3 - Ao contrário do alegado pelo recorrente, a sua responsabilidade se deu com base na constatação de culpa, na medida em que, conforme consignado pelo Tribunal Regional, não adotou todas as medidas necessárias à prevenção de acidente, com a realização de manutenções preventivas nos elevadores do prédio público. 4 - O TRT, com base no conjunto fático-probatório dos autos, entendeu que estão provados todos os elementos que ensejam a reparação por danos morais, quais sejam: o dano propriamente dito (acidente que ocasionou a lesão da coluna da reclamante); o nexo causal (o infortúnio ocorreu em decorrência da atividade laboral exercida nas instalações do tomador de serviços); e a culpa (porquanto não foram adotadas medidas preventivas eficazes a fim de evitar o acidente). 5 - Desse modo, o dever de indenizar os danos derivados de acidente de trabalho decorreu de ato imputável ao Estado, uma vez que o acidente aconteceu no desempenho das atividades de ascensorista nas instalações do ente público. Decisão diversa demandaria o reexame de matéria fático- probatória, o que é vedado pela Súmula nº 126 do TST. 6 - Recurso de revista de que não se conhece. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FALTA DA CREDENCIAL DO SINDICATO. Prejudicada a análise do tema, porquanto foi dado provimento, no tópico, ao recurso da Liderança Limpeza e Conservação Ltda. Recurso de revista prejudicado, no particular.

( RR - 1374-42.2011.5.04.0030 , Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 21/10/2015, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/10/2015)

Conforme relatou, a 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, são devidos os danos morais em face ao empregado, quando o acidente de trabalho, deu-se por virtude do não cumprimento das medidas cabíveis à prevenção de acidentes.

A jurisprudência do Tribunal Superior de Justiça, rege o entendimento de haver a responsabilidade subsidiária, em relação aos danos morais, por decorrência de um acidente de trabalho em contratos terceirizados, ademais, a linha de raciocínio se faz por lógica, conforme fora comparado neste presente estudo, com os doutrinadores trabalhados.

CONCLUSÃO

O dano moral, por acidente de trabalho em contratos de terceirização sem dúvida alguma, é cotidianamente visto e discutido. O dano moral aqui estudado, por si só, se revelou uma conduta da qual, há milhares de anos questiona-se, levando-se em conta, aquilo que entendemos por dano moral, sendo que hoje, o que pode ser dito como dano ou ofensa à moral de alguém, pode ser que mais adiante, em um futuro nem tão distante, esse dano mesmo, ou esse entendimento ao que vem a ser uma ofensa, que causa lesividade a outrem, não seja mais concebido como tal.

O ramo da terceirização, atualmente é um dos focos principais, de juristas e doutrinadores, já que está em evidência e em constante debate, por conta do Projeto de Lei 4.330/2004. Como fora estudado, o fenômeno da terceirização não causa impacto só nos dias atuais. Já vem de longas datas, repercutindo no setor empresarial, bem como, no setor trabalhista e sindical. A terceirização é atualmente um meio, em que a relação dita pela doutrina como relação trilateral, permeia e trata o modo de trabalho, em que o tomador de serviço, o prestador de serviço e o empregado, integram este setor.

A terceirização ganha margem e sustentação, pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Conforme aqui estudado, esta Súmula trata dos trabalhos que atualmente podem ser terceirizados, estabelecendo os tipos de serviço que são válidos, nesta relação trilateral.

Outro ponto de imprescindível importância neste trabalho, foi o estudo do acidente de trabalho. Este estudo, mostrou as faces de um pensamento doutrinário, e também, a atual realidade do trabalhador, em que na maioria das vezes, fica a mercê do seu empregador. Se tratando do trabalhador em um contrato de terceirização, este problema dobra, já que tanto o

prestador de serviços como o tomador de serviços, são responsáveis pela salubridade de seu trabalho, e também, pelo devido preparo para o seu desempenho.

Diante dos objetivos iniciais, o presente trabalho, torna-se exitoso para com o estudo proposto, já que fora abordado e discutido, o dano moral na seara trabalhista, o entendimento doutrinário acerca da terceirização, o acidente de trabalho e seus problemas atuais, bem como, o que permeia a jurisprudência, sempre em consideração com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho.

Deste modo, pode-se concluir de que, o dano moral, por acidente de trabalho nos contratos de terceirização, é um problema do qual enfrentamos, e que devemos sempre procurar melhores formas e maneiras, para dirimir futuros conflitos entre trabalhadores e empregadores, e também, evitar o acidente em sua essência, levando a prevenção como um dos melhores métodos de evitar a sua concretização, aliviando e diminuindo posteriormente, as ações encaminhadas às vias judiciais.

REFERÊNCIAS

BELMONTE, Alexandre Agra. Instituições civis no Direito do Trabalho. 4. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2009.

______. Dataprev. Disponível em:http://

http://www3.dataprev.gov.br/temp/DACT01consulta41115823.htm. Acesso em: 08 Ago, 2015.

______. Planalto. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9472.htm. Acesso em: 12 Jun, 2015.

______. Planalto. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em: 07 Set, 2015.

______. Portal. Disponível em:

http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080814D5270F0014D71FF7438278E/Estrat%C3%A9g ia%20Nacional%20de%20Redu%C3%A7%C3%A3o%20dos%20Acidentes%20do%20Traba lho%202015-2016.pdf. Acesso em: 01 Set, 2015.

______. Súmulas. Disponível em:

http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html. Acesso em: 04 Jun, 2015.

CORREIO DO POVO. Disponível em:

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/555053/Acidentes-de-trabalho-no-Brasil-causam- sete-mortes-por-dia. Acesso em: 18 Jun. 2015.

ESTADÃO. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,terceirizacao- modernizacao-ou-precarizacao-do-trabalho,1686275. Acesso em: 18 Out. 2015.

G1. Globo. Disponível em: http://g1.globo.com/concursos-e- emprego/noticia/2015/04/entenda-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao-que-sera-votado.html . Acesso em: 18 Jun. 2015.

TST. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: http://www.tst.jus.br/consulta- unificada.html. Acesso em: 19 Out. 2015.

MARTINS, Sergio Pinto. A terceirização e o Direito do Trabalho. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1997.

______. Direito da Seguridade Social. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Comentários às súmulas do TST. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

______. Dano moral decorrente do contrato de trabalho. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013. ______. A terceirização e o Direito do Trabalho. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Indenizações por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional. 7. ed. São Paulo: LTr, 2013.

PAMPLONA FILHO, Rodolfo. O dano moral na relação de emprego. São Paulo: LTr, 1998.

TORTORELLO, Jarbas Miguel. Acidente de Trabalho. 1. ed. São Paulo: Editora Baraúna, 2014.

Documentos relacionados