7. Conclusão
1.2. Entrada de Texto através do Teclado
A entrada de texto baseada no teclado produz directamente máquinas de leituras de textos normalmente em forma de caracteres ASCII. Existem vários métodos de entrada de texto baseados no teclado: muitos deles tem a forma física e outros são teclados virtuais ou soft
keyboard. Pode-se ainda apontar um dispositivo não físico incluindo métodos de eye gaze
e, com um rato, seleccionar um determinado caracter e poder efectuar através do uso de uma tecla de cursor (Olsen, 2007). Entretanto, muito das pesquisas sobre a entrada de texto no teclado, actualmente, centram-se essencialmente nos telemóveis, onde a problemática tem particular interesse (MacKenzie and Soukore, 2002). O teclado alfabético completo é o mais usado dos dispositivos de entrada de texto no computador.
A posição das letras nestes teclados pode variar, assim como as posições físicas das teclas. Dois das mais comuns variações de letras são o teclado QWERTY e o teclado Dvorak. Estes podem ser apresentados em layouts ergonómicos como os melhores dentro das formas mais convencionais. Muitas pessoas compõem os seus textos através de um teclado QWERTY e de um software de processamento de texto que permite auxiliar e corrigir tanto a nível gra- matical, como a nível da ortografia e da pontuação. Não só é criado o texto com o software de processamento de texto, como ainda torna-se possível fazer todas as revisões necessárias e editar o trabalho escrito.
Um dos principais usos da tecnologia do computador é precisamente a dução da escrita. É bastante comum associar-se a escrita ao processador de texto, mas muitas tarefas de escrita no computador são realizadas com o uso de outro tipo de software, actividades das quais fazem parte a escrita de e-mail, as conversações em salas de chats, os messengers e até fazer pesquisas no Google. O efeito do uso da tecnologia de processador de texto tem sido bastan- te explorado e analisado pelos investigadores.
Alguns estudos efectuados sobre a forma como a escrita se tem modificado, ao longo dos vários anos desde quando apenas era feito com a caneta, depois com um teclado QWERTY e, mais tarde, com um sistema de reconhecimento da fala, revelam que embora a forma como os escritores trabalham se altera com as diferentes tecnologias, estas não têm grandes efeitos a nível de estilo de escrita que se mantém quase inalterável durante todo esse tempo.
Embora a maioria dos estudos sobre as tecnologias de escrita tenham focado apenas o efeito que o processador de texto tem no sistema de escrita, Alguns alguns estudos importantes re- alizados indicavam que o uso do processador de texto está bastante associado a uma grande motivação e entusiasmo (Hawisher, 1987) e que os utilizadores dos processadores de texto são mais motivados para escrever e tem menos irritações (Kurth, 1987; Teichman and Poris, 1985). Contudo, a literatura em torno do processamento de texto geralmente não leva muito em conta todo o processo de inserir o texto no software, tende a colocar mais enfoque na revisão e confirmar os aspectos de gramática (Olsen, 2007).
Existem, no entanto, vários métodos importantes que podem ser usados para inserir texto, um deles, a escrita à mão, não tem merecido muita atenção por parte de investigadores. A
comparação entre a escrita com o uso de lápis e papel e a escrita com teclado QWERTY. Um estudo (Murchie and Kenny, 1998) comparou o teclado, caneta de luz e entrada de voz para inserção de dados. Este estudo demonstrou que o teclado era o mais eficiente dos três e que a entrada de voz resultava em muitos erros. Trabalhos mais recentes do autor (Olsen et al., 2001) têm contudo descoberto que o reconhecimento da voz, altamente eficiente (15 palavras por minuto) era de pouca precisão (menos de 50% de precisão). O mesmo estudo identificou algum potencial nos softwares de reconhecimento da escrita manual com a ocorrência de 80% de média com um tempo de entrada semelhante para ao teclado QWERTY. Por outro lado identificou que o uso do rato com um soft keyboard não trazia grandes vantagens em relação à entrada do teclado QWERTY ou entrada da escrita manual. Um outro estudo comparou a escrita no computador e a escrita no papel com lápis ou caneta e demonstrou que os estudantes que escrevem no computador produzem significativamente melhores trabalhos que os que usam caneta e o papel (Lam and Pennington, 1995).
1.2.1. Entrada com as Duas Mãos
A interacção física com o teclado é feita predominantemente com as duas mãos. As duas mãos assumem assim o papel não só de suporte e de movimentos como ainda de elemento principal no controlo das operações realizadas em simultâneo. A interacção com as duas mãos é encontrada também nas consolas de jogos portáteis e em diversos outros disposi- tivos de entrada. Muitos jogos têm o seu principal enfoque na reacção rápida dos jogado- res, assim as capacidades motoras das duas mãos são utilizadas simultaneamente. (Zwick, Schmitz&Kuhl, 2005).
As pessoas usam ambas as mãos para realizar a maioria das tarefas do seu dia-a-dia, mas para as interfaces de computador fazem pouco uso da mão não preferencial em quase todas as actividades que não sejam apenas de digitar. A entrada bimanual permite desempenhar as tarefas de entrada como navegação/selecção em que o utilizador pode fazer um scroll com uma mão enquanto usa a outra mão a manusear o rato (Buxton&Myers, 1986). Assim, a mão não preferencial toma primazia (scrolling) na localização do documento e a acção com a mão preferencial é para seleccionar um item na página com o rato.
Outras aplicações de entrada bidimensional incluem a selecção de comandos, ferramentas de desenho, o controlo de câmaras virtuais e manipulação. A integração de botões adicionais e controlos com teclados pode impulsionar a interacção bidimensional e aumentar a eficiência de algumas das tarefas mais comuns. Movimentos complexos feitos pelas duas mãos são armazenados na “memória motora”. Assim podem ser chamadas como uma acção de reflexo quando necessárias.