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Surgimento do Teclado de Computador

No documento Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (páginas 72-75)

3. Origem e Evolução do Teclado

3.7. Surgimento do Teclado de Computador

O aparecimento do teclado inicia com o surgimento dos primeiros computadores, quer con- sideremos a máquina de calcular de Babage ou os enormes computadores dos anos 40 e 50. Qualquer um deles teve necessidade de introdução de dados, seja para executar operação matemática, recenseamento civil ou contabilidade. A questão será sempre: que dados processar? Um dos primeiros sistemas de introdução de dados foi o cartão perfurado. Trata- se de uma cartão onde são feitos furos segundo uma lógica predefinida e que representam caracteres ou outro qualquer tipo de dados. A sua impressão era feita através de máquinas criadas com esse propósito (normalmente independentes do computador), tinham um teclado de máquina de escrever, mas em vez de imprimir o carácter correspondente a cada uma das teclas imprimia num cartão o conjunto de furos correspondente a cada carácter. Os cartões eram depois introduzidos num leitor incorporado no computador que os lia e os convertia para informação digital. Posteriormente evoluiu-se para fitas perfuradas, em que os princí¬pios e funcionamento eram basicamente os mesmos mas em que as fitas tinham a vantagem de serem mais rápidas.

O desenvolvimento de algumas tecnologias foi o factor chave na transição das máquinas de escrever nos teclados de computar. A máquina de telétipo introduzido em 1930, combinava a tecnologia das máquinas de escrever (usadas como um dispositivo de entrada e um instru- mento de impressão) com o telégrafo. Inicialmente essas máquinas imprimiam em uma fita de papel estreita, mas no final dos anos trinta papéis maiores poderiam ser usados. Entretanto a tecnologia dos cartões perfurados que tinha sido introduzida em 1881 foi combinado com as máquinas de escrever para criar o que era chamado na altura de keypunches. Portanto, os primeiros teclados de computadores foram concebidos para cartões perfurados e a partir da tecnologia dos telétipos. Nessa altura surgiu também um novo layout de teclado inventado por Dvorak que veio a permitir uma maior rapidez e simplificação da escrita. Em 1934 são inventadas as máquinas de escrever electrónicas, introduzidas pela IBM, que foi também um marco importante para a história do teclado. O surgimento da máquina de escrever eléctrica veio a permitir uma ligação tecnológica entre a máquina de escrever e o computador.

saídas periféricas. Mas em 1948, o seu sucessor, o computador BINAC já trazia uma máqui- na de escrever de controlo electromagnético para a introdução dos dados directamente numa cassete magnética para alimentar os dados do computador e para imprimir os resultados. O desenvolvimento comercial das máquinas de escrever electromecânicas semelhante a IBM

Selectric, facilitou bastante a utilização do computador BINAC e foi decisivo para o seu

sucesso comercial.

Por volta de 1956, a IBM introduziu novas teclas no seu teclado básico, as teclas de funções ou de controlo de aplicações e sistemas de operações podem então ser acedidos através de comandos específicos para função de teclas. As teclas de controlo trouxeram o controlo do cursor e do monitor. No inicio da década de 60 começaram a aparecer consideráveis desen- volvimentos a nível de inovações e novas aplicações, a par de importantes incrementos no poder computacional. Em 1961, a IBM Typeball causou grande sensação. Esta máquina de escrever eléctrica tinha 88 caracteres e incluía uma opção de trocar fontes no meio do texto. A máquina de escrever de tipo magnético da IBM Selectic introduzido em 1964 basicamente marca a invenção do moderno processador de texto. A ideia de processamento de texto aná- logo ao processamento de dados era uma novidade completa. Esta máquina usava um novo código de caracteres chamada ASCII3 desenvolvida pela ANSI4.

O passo seguinte e talvez o mais importante foi o teclado electrónico. O seu desenvolvimento seguiu a lógica de curto-circuito do uso de cartões e fitas perfuradas, pois existia uma máquina que escrevia os cartões perfurados e depois uma outra que os lia e convertia para sinais electrónicos. O teclado tem um mapa de sinais eléctricos correspondentes a cada carácter ou símbolo existente e possível de teclar. Quando tal símbolo é teclado, a sequência de impulsos eléctricos correspondente é enviada para o computador onde existe normalmente uma interface que os converte para informação digital, o que invalida o uso de um suporte físico intermédio.

O desenvolvimento de ecrãs de vídeo VDT5 nos anos sessenta pelo: MIT, Bell Laboratories

e General Electric veio a permitir a junção da capacidade das máquinas de escrever com a de escrever no ecrã de TV, esses foram os primeiros teclados que não imprimiam no papel, mas aparecia directamente no ecrã. Quando os primeiros monitores apareceram, a sua utilização baseava-se na apresentação de caracteres alfanuméricos, mas com o decorrer dos anos começou a ser possível a apresentação de gráficos o que permitiu em muito desenvolver a utilidade prática dos computadores.

Em 1968, Douglas Engelbart demonstrou o teclado coordenado de uma mão no NLS (oN Line System). No Fall Joint Computer Conference, a 8 de Dezembro de 1968, Douglas Engelbart demonstrou o teclado coordenado de uma mão com o NLS (ON Line System), um dos primeiros computadores pessoais que permitia a forma de interacção tanto de computador 3 ASCII — American Standard Code for Information Interexchange.

4 ANSI — US American Standard Institute. 5 VDT — Vídeo Display Terminals.

pessoal como de groupware. Este sistema incluía um teclado de uma mão, processador de texto, outline processing, split Windows, hipermédia, rato, documentos partilhados, e-mail

filtering, desktop conferencing, interactive sharing, rede de informação, etc. Em 1972 a

I.B.M. 3720 Display Terminal, trouxe o primeiro teclado de computador orientado para o

ecrã, com as teclas Enter, Ins, Del, Home, Page Up, End e as teclas de direcção. 3.8. INTERFACE GRÁFICA DO UTILIZADOR [1972]

Em 1972, depois de ter formado o Learning Research Group no recentemente criado Xerox PARC (Palo Alto Research Center), Alan Key6 concebeu o que é considerado o mais cru-

cial avanço na interacção humano-computador, a interface gráfica do utilizador (GUI). Kay introduziu a ideia de representação icónica, gráfica das funções da computação — pastas, menus, e janelas sobrepostas sobre a secretária — baseadas na sua pesquisa no processo in- tuitivo de aprendizagem e criatividade. O que Key na realidade, percebeu e tentou era fazer com que as imagens pudessem criar símbolos. Esta era a grande promessa por detrás da GUI, que permitia aos utilizadores formularem ideias em tempo real através da manipulação de ícones no ecrã do computador.

Em Abril de 1973 é lançado o Xerox Alto, o primeiro PC que reunia já elementos da moderna interface gráfico de utilizador com um editor WYSIWYG7, um rato de três botões e um ecrã

bitmap. O Xerox Alto trazia um teclado Alto que à primeira vista se assemelhava um típico

teclado dactilográfico com a adição de algumas teclas especiais. O teclado era destacável, e bastante confortável para escrever. Tinha a propriedade única de ser inteiramente descodi- ficado. Cada tecla tinha o seu próprio sinal de linha na interface do teclado, que permitia a um programa aproveitar a possibilidade de comandos de acordes, em que o utilizador podia pressionar uma ou mais teclas. Outra vantagem era a possibilidade de determinar quanto tempo uma tecla tenha sido pressionado.

Entretanto, só em 1981, a interface gráfica do utilizador com as sua metáfora de secretária, a estrutura de pastas, ícones, WYSWYG e o rato, seria completamente introduzida com a Xerox Star como uma das mais importantes inovação para os computadores pessoais, dando assim início ao chamado desktop revolution dos princípios dos anos 80 marcada sobretudo pela introdução do Macintosh nos meados dos anos 80 pela Apple, que vulgarizou então o uso do rato no computador. Com o aparecimento e a crescente popularidade dos interfaces gráficas, surge a necessidade de dispositivos de entradas mais intuitivas e rápidos. O rato foi sem dúvida o mais popular dos dispositivos então criados. No entanto primeiro veio o Telétipo, depois o vídeo terminal que usava a interface de linhas de comando não gráfica dos telétipos. Depois em 1979, uma equipa da Apple visitou PARC e recolheu ideias para a sua própria interface gráfica do utilizador. A Apple refinou muitos dos conceitos de PARC, primeiro com o Lisa, depois com o Macintosh criando o estilo básico da GUI que se man- 6 Kay, Alan. (1989) User Interface: A Personal View; The Art of Human-Computer Interface Design; ; URL: http://www.artmuseum.net/w2vr/archives/Kay/Kay.html (04-11-07).

tém até hoje. O Macintosh foi o primeiro computador feito em grande escala com recursos gráficos usando o teclado e o rato. Antes do Macintosh, os IBM PC usavam apenas linhas de instrução para executar os comandos.

No documento Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (páginas 72-75)

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