• Nenhum resultado encontrado

Entraves e Conhecimentos Mobilizados pelo Grupo Alfa

6.1 GRUPO ALFA

6.1.2 Entraves e Conhecimentos Mobilizados pelo Grupo Alfa

Vamos prosseguir a análise deste grupo, observando os entraves identificados nas conversas e, também, os conhecimentos mobilizados nas etapas de elaboração da aula. Inicialmente, vamos mostrar os entraves da sessão de forma geral, ou seja, os registros que apresentam e não apresentam entraves e em seguida, analisamos os tipos de entraves encontrados em cada conversa.

Gráfico 13: Distribuição percentual de entraves por conversa – Grupo Alfa

Fonte: elaborado pelo autor

Percebemos no gráfico acima que os entraves têm um índice mais alto nos primeiros momentos da sessão. As conversas de familiarização possuem um caráter de reconhecimento, por parte dos participantes, do ambiente montado pelo mediador. Apesar de o script conter as informações referentes aos softwares que serão utilizados na sessão, o usuário não sabe como ela vai ser realmente, até haver esse primeiro contato.

0% 20% 40% 60% 80% 100% Familiarização 1

Familiarização 2 Familiarização 3 Discussão sobre máximos e mínimos Utilização de fórmulas Derivada no ensino de funções Funções e modelagem Elaboração da aula Familiarização Google Drive e Modellus Criação da simulação

Percentual das falas de cada conversa que apresentam entraves Conversas

No entanto, os entraves identificados nas conversas de familiarização não são decorrentes da atividade, mas de outros fatores que serão comentados mais adiante. Passando da familiarização, observamos que os entraves vão diminuindo nas conversas. Consideramos esses resultados devido ao fato do sujeito já estar familiarizado com a proposta e com o ambiente.

A seguir, vamos fazer uma discussão sobre os tipos de entraves que elencamos em cada conversa. Perceberemos que a incidência dos entraves vai aumentar ou diminuir de acordo com o momento, ou seja, dependendo dos recursos que ele estará fazendo uso naquela situação.

Gráfico 14: Percentual de falas de cada conversa por tipo de entrave

Fonte: elaborado pelo autor

Organizamos neste gráfico que os entraves que observamos existir com evidência nas conversas de familiarização, em categorias específicas, que demonstram quais entraves foram mais evidentes nesta situação. Notamos que os

0% 50% 100%

Familiarização 1 Familiarização 2 Familiarização 3 Discussão sobre máximos e mínimos Utilização de fórmulas Derivada no ensino de funções Funções e modelagem Elaboração da aula Familiarização Google Drive e Modellus Criação da simulação

Percentual das falas em cada conversa Conversas Entraves na identificação dos participantes Entraves na proposta do script Entraves Tecnológicos Entraves técnicos

entraves técnicos, na proposta do script na identificação dos participantes são mais frequentes na familiarização.

Os entraves técnicos apareceram com mais evidência, pois tivemos certa dificuldade com o áudio dos participantes, conexão com a internet, entre outros problemas que não estavam sobre o nosso controle. Os entraves na proposta surgiram à medida que os participantes não estavam compreendendo a proposta do script enviada anteriormente. Precisamos, então, abrir um espaço para discutir os pontos do script que não ficaram claros ou que não foram percebidos pelos sujeitos. Além disso, tivemos também entraves de identificação dos sujeitos, que não eram identificados quando faziam o login no Teamviewer.

Por outro lado, os entraves tecnológicos, estiveram mais evidentes no processo de elaboração da atividade. Houve dificuldade por parte dos participantes para adaptar-se ao Google Docs e o Modellus, que faziam parte da construção. Percebemos, assim, que faltaram ajustes no script, pontos de instrumentalização dos softwares que seriam utilizados e que poderiam melhorar a compreensão dos participantes ao elaborar a simulação.

Na elaboração da simulação, percebemos que os entraves tecnológicos também aparecem já que foi necessário manipular o Modellus na construção. Além disso, também notamos uma pequena incidência de entrave de identificação. Neste caso, o entrave de identificação ocorreu, por não conseguirmos identificar os sujeitos que executavam a ação na tela. O software de compartilhamento (Teamviewer) não traz em sua configuração, uma ferramenta que permita identificar o sujeito que age na tela a todo o momento, mas por vezes é possível identificar no cursor o nome do usuário que executa a ação. Então, para identificar esses sujeitos, decidimos realizar uma entrevista não estruturada com os participantes para saber quem realizou os procedimentos na tela do mediador. A entrevista buscou apenas que os sujeitos identificassem quem agiam em cada momento na tela, nos auxiliando a complementar as transcrições dos vídeos.

Discutiremos, a seguir, os conhecimentos mobilizados nas etapas de elaboração da atividade e também os conhecimentos mobilizados por conversa.

Gráfico 15: Percentual de conversas por tipo de conhecimentos mobilizados na elaboração da atividade

Fonte: elaborado pelo autor

Vamos analisar os conhecimentos mobilizados em cada etapa da elaboração da atividade, incluindo, as ações do mediador.

Ações do mediador

Percebemos que nas ações do mediador o único conhecimento identificado é o tecnológico. Isso é decorrente da pouca familiarização dos participantes com os softwares utilizados. O mediador vê a necessidade de instrumentalizar rapidamente os participantes, quando percebe a dificuldade deles, em executar uma ação por falta de informação quanto aos aspectos tecnológicos.

Execução da simulação

Como esperávamos, na execução da simulação, os participantes também mobilizam apenas conhecimentos tecnológicos. Durante a execução da simulação, os participantes precisam identificar os aspectos do Modellus para construir a simulação. 0% 50% 100% Modelagem Matemática Objetivos da atividade Dificuldades na aprendizagem de funções Execução da simulação Ação do Mediador

Percentual de falas dos sujeitos Etapas de

elaboração da

atividade Conhecimentotecnológico

Fatores cognitivos

Dificuldades na aprendizagem de funções

Nesta etapa de discussão das dificuldades dos estudantes, observamos que o conhecimento tecnológico não aparece. Isso porque os participantes não mobilizam ações que necessitem uma construção em um software. Por outro lado, os outros conhecimentos são mobilizados nesta etapa. Conseguimos enxergar os conhecimentos epistemológicos e cognitivos com bastante evidência, já que na discussão são levantados aspectos acerca do objeto matemático função e suas implicações na aprendizagem dos estudantes. Percebemos também os conhecimentos didáticos, mesmo que não muito evidentes, mas aspectos relacionados à prática pedagógica são citados nas falas dos participantes.

Objetivos da atividade

Esta etapa da atividade não foi cumprida pelos participantes. Eles não estipularam os objetivos que gostariam de atingir com a simulação construída no Modellus.

Modelagem Matemática

Discutindo alguns aspectos de modelagem, os participantes levantaram algumas colocações didáticas e epistemológicas. A fala do participante 4 evidencia uma questão didática “O problema não é ensinar derivadas, mas utilizá-las facilita muito os cálculos de otimização”. Há uma preocupação do participante com a aprendizagem do estudante, além disso, nesta fala ele apresenta sua posição enquanto professor sobre o uso de um conceito para a aprendizagem de outro. Na esfera epistemológica, os participantes sempre fazem menção a algum aspecto das funções para modelar situações reais, veja na fala do participante 2: “no caso do ponto de mínimo podemos falar de uma taça onde equacionaríamos ela por meio de uma função de segundo grau”. Veja que entra em discussão a utilização de um objeto real, que pode ser modelado por meio da função quadrática e, assim, explorar o conceito de mínimo dessa função.