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4.3 Insônia primária: definição, etiologia e formas de tratamento

7.5.2 Duração e sequência da realização da pesquisa

7.5.2.1 Entrevistas iniciais

Foram realizadas duas entrevista iniciais, sendo uma para selecionar os sujeitos para o grupo, de acordo com o perfil solicitado, e a segunda, com perguntas elaboradas em forma de um questionário, o qual foi posteriormente reaplicado no final da pesquisa.

7.5.2.1.1 Primeira entrevista

Após os sujeitos terem sido encaminhados e terem realizado contato com a pesquisadora, foi agendada a primeira entrevista aberta, na qual foi colocado para cada entrevistada a possibilidade de participarem da pesquisa como sujeitos. Foi solicitado que expressassem o que as levaram a ter interesse em participar da pesquisa e qual seria, a princípio, a disponibilidade de horário, duração do projeto, vontade e expectativas.

Foi colocada a necessidade de que tivessem uma polissonografia (caso não indicadas pelo Instituto do Sono) e que fizessem outra após quatro meses de grupo para que ambas

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pudessem ser comparadas. A pesquisadora apresentou, em linhas gerais, o que era a pesquisa e quais foram os procedimentos esperados do sujeito durante sua realização quanto à necessidade dos registros nos diários e a exposição de pelo menos um sonho por encontro, o qual seria gravado. Foi perguntado ao sujeito se ele estaria disposto a participar, estando de acordo com a exigência desses procedimentos. Se ele sentia-se motivado a participar, eram anotados seus horários disponíveis para o grupo e a pesquisadora se comprometeu a entrar em contato novamente para que fosse agendada uma segunda entrevista antes do início do grupo. A duração desta primeira entrevista foi de 60 minutos.

7.5.2.1.2 Segunda entrevista

Essa entrevista foi semiestruturada e agendada previamente por telefone em horário compatível para ambos, sujeito e pesquisadora. Já no contato telefônico foi solicitado que o sujeito entregasse a polissonografia à pesquisadora nesta segunda entrevista. Foi entregue ao sujeito o Termo de Consentimento para que fosse assinado e foi lido para o sujeito tanto o conteúdo desse termo como foram esclarecidas todas as questões quanto à ética, ao sigilo, às publicações e ao direito de interromper sua participação sem que tivesse qualquer ônus por essa atitude, em qualquer momento da pesquisa. As perguntas feitas pela pesquisadora seguirão um modelo (ver Anexo C) e as suas respostas foram registradas e gravadas. Foi marcado um horário fixo semanal para o grupo de sonhos. A duração desta entrevista foi de 60 minutos.

Além do nome completo, grau de escolaridade, estado civil e idade, na segunda entrevista, as perguntas foram mais direcionadas e investigaram os seguintes tópicos:

a) Início da insônia

Essa pergunta investigou causas físicas e emocionais que deram início ao quadro de insônia, determinando se ela era primária ou secundária, confirmando, portanto, o perfil dos sujeitos da pesquisa. Essa resposta também nos deu pistas sobre o aspecto simbólico da doença, ou seja, mais do que investigar a causa, pensamos com que propósito ela estava presente na vida do sujeito.

b) Se a insônia é percebida como uma doença

A procura de auxílio médico mostra que, de alguma forma, houve uma preocupação com o fato de não estar dormindo. Considerando que para muitas pessoas dormir pouco ou com má qualidade não é tão importante como outras doenças, essa pergunta nos apontou se houve ou não preocupação quanto a esse problema por parte do sujeito.

c) O uso de medicamentos

Essa questão identificou se houve uso ou não de medicamentos e por quanto tempo, se foi um uso adequado ou indiscriminado, sem orientação médica.

d) Os despertares noturnos

Sendo esse um estudo de sujeitos com insônia primária e intermediária, caracterizada por despertares durante o sono, essa questão buscou colher informações quanto a quantidade de interrupções de sono que o sujeito tinha e se caracterizava uma insônia primária intermediária.

e) Número de horas de sono diário

Este é um item importante e, ao ser comparado com a entrevista final, pode identificar se houve ou não melhora na insônia, já que esse é um dos critérios importantes para a cura dessa doença.

f) A reposição do sono

Saber se a pessoa não está trocando as horas de sono ou de fato não dorme foi importante para que se caracterizasse o quadro de insônia.

g) O uso de bebidas estimulantes antes de dormir

Faz parte da higiene do sono não tomar bebidas estimulantes em grande número e, principalmente, à noite. Por isso a importância dessa investigação, pois era preciso, de fato,

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observar se a pessoa apresentava um comportamento que respeitava as regras de higiene do sono, colocadas pelo médico. Pois de nada adiantava emocionalmente a pessoa estar bem se o sujeito não tinha hábitos comportamentais saudáveis e comprovadamente provados por médicos que contribuem para um sono saudável.

h) Hábitos alimentares noturnos

Também é um item investigado com base na higiene do sono.

i) Consciência de cuidados básicos para reduzir insônia

Esse item investigou o quanto o sujeito tinha o conhecimento suficiente dos comportamentos descritos para higiene do sono e que normalmente são investigados no próprio Instituto do Sono.

j) O instituto do sono e a polissonografia

O fato de ir ao Instituto e fazer a polissonografia revelou uma preocupação com a questão da insônia e não um descaso. A polissonografia também permitiu um diagnóstico preciso da qualidade do sono.

k) Lembrança dos sonhos

Esse item investigou se a lembrança dos sonhos acontecia com certa regularidade, pois seria impossível a participação no grupo caso o sujeito não tivesse lembrança do que sonhou, já que se tratava de um grupo de sonhos.

Na comparação com a entrevista final foi possível verificar se, ao trabalharmos os conteúdos dos sonhos nos encontros, houveram mudanças e alterações quanto à lembrança e à compreensão dos sonhos.

Foi importante checar antes e depois da experiência de trabalhar os próprios sonhos se o sujeito compreendeu melhor ou teve informações que não tinha sobre a função dos seus sonhos.

m) Conteúdo dos sonhos

Esse item investigou se o conteúdo trouxe características apenas de pesadelos. Sabemos que alguns teóricos defendem a ideia de que o insone não dorme para não sonhar ou acorda com pesadelos. Mas, conforme é observado na pesquisa, nem sempre o sonho vem como pesadelo para os insones, apesar de, muitas vezes, trazerem conteúdos urgentes.

n) Consciência da função do sonho

Investigar qual o conhecimento do sujeito sobre os sonhos e se houveram mudanças de opiniões após o grupo, já que as mesmas questões foram apresentadas aos sujeitos no término do trabalho.

o) Consciência da função do sono

Investigar qual o conhecimento do sujeito sobre a importância de um sono com qualidade em sua vida.

p) Representação do sono na vida diária

Como o sono ra visto pelo sujeito e se dormir era algo secundário ou primordial em sua vida, já que estava apresentando um quadro de insônia e não de outra doença. Compreender o significado simbólico da insônia para cada sujeito, investigando a metáfora desse símbolo na vida do indivíduo.

q) Expectativas quanto à participação do grupo de sonhos

Esse item mediu dois aspectos: a expectativa dos sujeitos antes de participarem da pesquisa e após o término da mesma, ou seja, se de fato o trabalho atingiu a resposta esperada por cada sujeito.

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Esse último aspecto foi verificado na reaplicação desse questionário, o qual possuía uma alteração nessa última questão proposta.

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