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MILÍMETROS DE CHUVA POR MÊS

EPITELIOMA DE CÉLULAS BASAIS: RELATO DE CASO

RESUMO: Uma cadela Cocker Spaniel, com idade esti- mada de 15 anos, extremamente obesa (12,5kg), foi con- duzida pelo proprietário ao hospital veterinário da Unida- de de Ensino Superior Vale do Iguaçu – UNIGUAÇÚ da cidade de União da Vitória – Paraná. Após procedimentos de contenção adequados, foram realizados exames clíni- cos, compreendendo métodos visuais e de palpação, onde foi observada uma massa grande, de consistência fi rme, localizada na região lateral direita da face do animal, apre- sentando também ulcerações externas com presença de sangue e pus. Foi optado pela excisão cirúrgica com o ele- tro – bisturi como tratamento do animal. A neoplasia foi diagnosticada, por meio de exame histopatológico, como um epitelioma de células basais, os quais manifestam-se em animais mais velhos em forma de nódulos, que podem ser encontrados em todas as partes do corpo dos gatos e certas partes específi cas do corpo dos cães. Em geral essas neoplasias não exibem alto nível de diferenciação, e são comumente tumores benignos. No entanto, alguns tipos de formação apresentam-se altamente agressivos.

PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia, Células basais, Epi- telioma, Canis familiaris.

ABSTRACT: A 15 years old Cocker Spaniel bitch, ex- tremly obese (12,5kg), was broght by the owner to the UNIGUAÇÚ’s veterinarian hospital, in União da Vitória – Paraná. In the visual examination, after the appropriate physical restraint, was noticed a large fi rm and ulcerated mass in the rigth side of the animal’s face. The surgical excision of the mass was the treatment choice. The his- topathological examination diagnoses a basal cell epi- thelioma, a nodular neoplasia that is almost seen in older animals, and can appear in every place on the cat’s body and some places on dog’s one. The neoplasia is, in the most of times benigne, althought some cases may show hight malignancy.

Severino Pinto

Graduado em medicina veterinária- Uniguaçu

Mestrando em Ciências Veteri- nárias – Nutrição e produção de ruminantes - UFPR

Fernanda Maria Araújo

Médica Veterinária

João Estevão Sebben

Graduação em Medicina Veteriná- ria – UDESC Especialização Em Nutrição De Ruminantes - Universidade de Lavras MG Especialização Administração Empresarial - UFPR Mestrando Em Desenvolvimento Regional – UNC Maysa El-kouba Médica Veterinária

Mestre em Ciências Veterinárias, Patologia Animal – UFPR

KEYWORDS: Neoplasia, Basal cells, Epithelioma, Canis familiaris .

1 INTRODUÇÃO

As neoplasias de células basais comumente se manifestam na forma de nódulos solitários, podendo ser múltiplos em alguns casos. Podem ser sésseis ou pedunculados, fi rmes e bem demarcados com relação ao tecido vizinho. Essas neoplasias tendem a ser vistas com maior freqüência na cabeça e regiões cervical e escapular dos cães. Através do exame citológico, as células podem estar dispostas em cordões ou em paliçada, e geralmente são notados aglome- rados celulares em forma de “estacas” com núcleos uniformes (BIRCHARD & SHERDING, 2008).

Segundo Ettinger & Feldman (2004), os tumores de células basais sur- gem de células livres da reserva basal, que estão associadas à epiderme e/ ou aos anexos. Nos caninos, a maioria ocorre na cabeça e na região cervical, causando uma hiperpigmentação, o que pode fazer com que estes tumores se assemelhem aos melanomas. Para Moulton (1978) esta neoplasia não exibe diferenciação celular, como no caso de neoplasias de folículos pilosos ou glân- dulas sebáceas. Ainda segundo o mesmo autor, vários termos têm sido utiliza- dos para descrever esses tumores, incluindo: tumor de células basais, tumor basalóide, epitelioma de células basais e carcinoma de células basais.

Em geral, estas neoplasias são benignas, e podem estar presentes de meses a anos antes de serem diagnosticadas. Contudo, quando essas neopla- sias são identifi cadas histologicamente como carcinoma de células basais, seu comportamento deve ser considerado muito agressivo.

A superfície de corte apresenta coloração branco-acinzentada. A carac- terística celular de epiteliomas de células basais compreende o formato oval do núcleo e o citoplasma é relativamente pequeno. As células são pequenas e uni- formes em medidas e o núcleo é hipercromático. O pigmento de melanina está presente em melanócitos dendríticos, espalhado por toda a área de tumor assim como nas células basais. Esses pigmentos não podem ser confundidos como tu- mor verdadeiro de melanócitos. Vários epiteliomas de células basais podem ser subclacifi cados na base de sua aparência histológica, a maioria dos modelos his- tológicos incluem: sólido, cístico, adenóide e medusóide (MOULTON, 1978).

O epitelioma de células basais sólido se caracteriza por massas celu- lares de vários tamanhos, freqüentemente com a camada periférica arranja- da em paliçada, perpendicular ao eixo mais longo do núcleo. (MOULTON, 1978).

A forma cística difere da sólida pela presença de alguns espaços cís- ticos no centro da massa de células (LEVER & SCHAUMBURG-LEVER, 1975; apud MOULTON, 1978).

No epitelioma de células basais do tipo adenóide, ao qual se refere o presente relato de caso, as células são arranjadas em cordões entrelaçados. Esses cordões consistem de uma, duas ou três fi leiras de células em paliçada. O estroma entre os cordões de células sofre degeneração mucinosa, conferindo ao tumor uma aparência distintamente glandular. Quando esta característica é proeminente, o termo adenóide tem sido utilizado para este tipo de epitelioma basocelular (WEISS & FRESE, 1974; apud MOULTON, 1978).

Na forma medusóide, existem ilhas sólidas de células basais, das quais vertentes de células se projetam para o exterior como os tentáculos de um pol- vo. A denominação de tal formação celular faz referencia à cabeça de Medusa (NIELSEN & COLE, 1960; apud MOULTON, 1978).

Com base no diagnóstico citológico, identifi cam-se células epiteliais arredondadas a cubóides, pequenas e pouco uniformes, com o citoplasma ba- sofílico. O carcinoma de células basais pode apresentar características padrão de malignidade (anisocariose, cromatina grosseira, nucléolo evidente, vacúo- los citoplasmáticos) (MEDLEAU & HNILICA, 2003).

Ao exame histopatológico, o tumor de células basais é bem delimita- do, frequentemente na forma de massa intradérmica multilobada, constituída de cordões ou focos de células hipercromáticas. (MEDLEAU & HNILICA, 2003).

Segundo Moulton (1978), não é incomum observar diversos diferentes formas dentro do mesmo tumor: sólido e cístico, sólido e adenóide, assim por diante.

As neoplasias de células basais são de crescimento lento, tendem a per- manecer encapsuladas, e raramente metastatizam. Podem reaparecer após uma excisão cirúrgica incompleta. Tem sido sugerido que os epiteliomas basocelu- lares sólidos são mais agressivos do que outros tipos histológicos (NIELSEN & COLE, 1960; apud MOULTON, 1978).

De acordo com Birchard & Sherding (2008), a ampla extirpação é o tratamento de escolha para neoplasias de células basais. A excisão completa tem efeito curativo. Neoplasias não-extirpáveis ou invasivas podem ser trata- das com sucesso através de métodos de radioterapia e/ou quimioterapia.

O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso de uma cadela com tumor de células basais na região da face.