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6. P ANORAMA DO A GRONEGÓCIO B RASILEIRO EM E SPECIAL DOS S ETORES DE S OJA ,

6.1. V ISÃO G ERAL DO M ERCADO A GRÍCOLA

6.1.4. O M ERCADO DE A LGODÃO

6.2. SETOR AGRÍCOLA BRASILEIRO 6.3. MERCADO DE INSUMOS AGRÍCOLAS

6.3.1. DEFENSIVOS AGRÍCOLAS 6.3.2. FERTILIZANTES

6.1.VISÃO GERAL DO MERCADO AGRÍCOLA

As informações contidas neste Prospecto em relação ao setor agrícola interno e externo são baseadas em dados publicados pelo BACEN, pela CONAB, pelo MAPA e sua Assessoria de Gestão Estratégica, USDA, FAO, IBGE, ONU e por demais órgãos públicos e outras fontes independentes e não representam ou expressam qualquer opinião ou juízo de valor por parte da Emissora, do Coordenador Líder, da Cedente e do Agente Fiduciário com relação aos setores analisados. A Emissora, o Coordenador Líder, a Cedente e o Agente Fiduciário não assumem qualquer responsabilidade pela precisão ou suficiência de tais indicadores e/ou projeções do setor agrícola.

6.1.1.OMERCADO AGRÍCOLA GLOBAL

De acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e do United States Census Bureau, a população mundial vai crescer dos atuais 7,3 bilhões de pessoas em 2015 para aproximadamente 9,6 bilhões de pessoas em 2050. Este incremento na população mundial, aliado ao aumento da renda per

capita, irá contribuir diretamente para o aumento global do consumo de alimentos e

energia. Espera-se que a demanda por cereais alcance cerca de 3 bilhões de toneladas

em 2050, um aumento de 665 milhões em relação ao ano base 2015.1

Consumo Mundial de Cereais População

(bilhões) (milhões de toneladas) Consumo de Cereais Demanda (%) Aumento na

Atualmente (2016) 7,3 2.335 -

Futuro (2050) 9,6 3.000 28%

Fonte : FAO; United States Census Bureau2

Devido aos preços mais altos do petróleo e à pressão ambiental para utilização de fontes renováveis de energia, muitos países estão estimulando o uso de produtos agrícolas para a produção de energia. Segundo divulgou a FAO, quase todo o aumento no consumo de cereais irá prover dos países emergentes, principalmente depois de 2020, quando o uso dessas culturas na produção de biocombustíveis deve assumir a cifra de 180 milhões de toneladas.3

Considerando as áreas plantadas atualmente e as áreas disponíveis para o plantio, excluindo o bioma amazônico, a única forma de se produzir alimentos e energia proveniente da produção agrícola o suficiente para atender às demandas mundiais a partir de 2040 será por meio dos investimentos em tecnologia agrícola para o aumento de produtividade por hectare.

1 FAO, http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/esag/docs/Interim_report_AT2050web.pdf e

http://www.fao.org/docrep/016/ap106e/ap106e.pdf; United States Census Bureau,

https://www.census.gov/ 2 FAO, http://esa.un.org/unpd/wpp/Download/Standard/Population/ http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/esag/docs/Interim_report_AT2050web.pdf http://www.fao.org/docrep/016/ap106e/ap106e.pdf 3 FAO, http://www.fao.org/docrep/016/ap106e/ap106e.pdf

6.1.2.OMERCADO AGRÍCOLA BRASILEIRO

O Brasil apresenta condições para ocupar maior espaço no cenário internacional de produção de alimentos e biocombustíveis, uma vez que existem vantagens comparativamente aos demais países produtores agrícolas do mundo, principalmente sobre as áreas disponíveis ainda não cultivadas, as quais representam 40% do território brasileiro, já excluindo o bioma Amazônico e as áreas urbanas. Tal competitividade deve-se, ainda, aos fatores ambientais favoráveis à produção, possibilidade de plantio com duas safras de grãos por ano, à tecnologia desenvolvida pelos centros de pesquisas, à diversidade climática existente no País, à boa qualidade dos solos, e à topografia plana, entre outros fatores4.

A produção nacional de grãos para a safra 2016/2017 está estimada em 222,91 de toneladas, podendo ser até 19,4% superior à safra anterior, segundo o levantamento da CONAB de março de 2017, a maior parte deste crescimento deve-se à soja, responsável por mais de 57,12% da área cultivada do país, com um crescimento estimado de 1,9% da área. Em relação ao milho primeira safra, a expectativa é que haja aumento de 22,5% da área plantada, para o milho segunda safra, a expectativa é de leve aumento de área. O algodão também apresenta redução de 0,7% de área plantada, reflexo da opção pelo plantio da soja na Bahia, segundo maior produtor do país. 5

A diversidade geográfica de alguns dos principais produtos envolvidos na Emissão podem ser visualizados na ilustração abaixo:

4 MAPA, http://www.agricultura.gov.br/noticias/brasil-colhe-186-4-milhoes-de-toneladas-na-safra-2015-2016 5 CONAB, http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_03_14_15_28_33_boletim_graos_marco_2017bx. pdf

Evolução das exportações do agronegócio brasileiro

O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agrícolas por volume. De acordo com o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apesar de iniciar 2016 com exportações recordes, o agronegócio brasileiro encerrou o ano com menores embarques, em relação a 2015, refletindo a valorização do Real frente ao dólar e a queda na produção agrícola nacional, principalmente de grãos, decorrente do clima adverso. Cálculos do Cepea, da Esalq/USP, mostram que, entre janeiro e dezembro de 2016, comparativamente ao mesmo período de 2015, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) caiu 2,6%.6

Brasil no comércio mundial de alimentos

A safra brasileira 2015/2016 fechou com 186,4 milhões de toneladas de grãos. A redução é de 10,3% sobre a produção anterior. A área plantada na safra 2015/16 foi de 58,3

milhões de hectares, 0,7% superior a 2014/15.7 A estimativa para a safra 2016/2017 é

de que alcance 214,8 milhões de toneladas. Aumento equivalente a 13%em relação à safra 2015/2016.8

Fonte: USDA e MAPA9

Informações obtidas pela relação entre as exportações brasileiras e as exportações mundiais.

O desenvolvimento tecnológico e científico, assim como a modernização da atividade rural, alcançado graças à pesquisa e expansão das indústrias de fertilizante, herbicida e pesticida, também contribuiu para a transformação do Brasil em um dos principais produtores rurais mundiais.

6 CEPEA, http://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/2016.pdf 7 MAPA, http://www.agricultura.gov.br/noticias/brasil-colhe-186-4-milhoes-de-toneladas-na-safra-2015-2016 8 CONAB, http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/16_10_06_09_01_00_boletim_outubro_1o.pdf

9 USDA,http://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/grain.pdf; MAPA,

http://www.agricultura.gov.br/vegetal/estatisticas.

Brasil no Comércio Mundial de Alimentos - Participações (%)

2015/16 2016/17 2020/21

Soja (grão) 42,9 42,0 43,5

Farelo de Soja 21,5 22,5 21,3

6.1.3. O Mercado de Soja

No Brasil, o plantio de soja acontece entre os meses de setembro e janeiro, e sua colheita ocorre entre fevereiro e junho. Utilizada tanto para consumo humano quanto para produção de ração de animais, a soja é a cultura que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, devido, principalmente, à maior demanda da China, principal comprador da soja brasileira, volume que representa 78% das exportações. Atualmente, o Brasil está entre os principais produtores e exportadores de soja. As exportações brasileiras no primeiro mês março de 2017, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC) totalizaram US$ 1,4 bilhões.10

A produção nacional aumentou mais de seis vezes nas duas últimas décadas, indo de 15,4 mil toneladas na safra 1990/1991 para 107,6 mil toneladas, como é esperado na

safra de 2016/201711. A produção é concentrada nas regiões Centro-Oeste e Sul, que

juntas somam mais de 80% de toda produção nacional.

Segundo a CONAB, a soja representa atualmente 56% do total da área destinada ao plantio de culturas em grãos no Brasil e permanece como principal responsável pelo aumento da área. Na safra 2015/2016, a área plantada de soja tem estimativa de crescimento de 3,6%, a maior área já utilizada para esta cultura. A produtividade aponta para uma safra de 222,91 milhões de toneladas em 2016/17, numa área plantada entre 60,0 milhões de hectares.12

Produção e Consumo Mundial

A produção mundial de soja está altamente concentrada nos EUA, Brasil e Argentina. Juntos os três países produzem, aproximadamente, 81% de toda a produção de soja no mundo. Os EUA é o maior produtor mundial de soja, produziu 106,9 milhões de toneladas na safra 2015/2016. Já o Brasil fica na segunda posição, com a produção de

96,5 milhões de toneladas na safra 2015/2016. A safra 2016/2017 está estimada em

104,0 milhões de toneladas. 13

No mercado internacional, a soja é dividida em três subprodutos, o farelo de soja, o óleo de soja, e a soja em grão. A soja em grão é o principal subproduto dentre os comercializados mundialmente. Na safra 2015/2016, a produção mundial chegou a 313,0 milhões de toneladas de soja em grãos. Para a safra 2016/2017, a produção é

estimada em 336,6 milhões de toneladas.14

10 JORNAL CRUZEIRO, http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/769773/exportacao-de-soja-do-brasil-tem-volume-recorde-para-fevereiro

11 CANAL RURAL, http://www.canalrural.com.br/noticias/soja/producao-brasileira-soja-2015-2016-994-toneladas-60069.

12 CONAB,

http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_03_14_15_28_33_boletim_graos_marco_2017bx. pdf

13 USDA (United States Department of Agriculture),

http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2017/02/boletim_soja_fevereiro2017.pdf

O consumo de soja também é concentrado entre China, EUA, Brasil e Argentina. A China é o maior consumidor de soja do mundo, com um consumo de 95 milhões de toneladas da safra 2016/2016. A China também é o maior importador com mais de

64% das importações mundiais de soja15.

6.1.4. O Mercado de Algodão

Em relação ao mercado de algodão, o Brasil foi o quinto maior produtor do mundo, o

terceiro maior país exportador e o sétimo maior consumidor. A safra do algodão, em

média, inicia-se com o plantio entre novembro e janeiro e tem sua colheita entre o período de abril e junho. A expectativa para a safra de algodão na temporada 2016/2017 é de que o plantio atinja 925,8 mil hectares, representando redução de 3,1% em relação ao ocorrido no exercício anterior. A produtividade nacional de algodão em pluma e em caroço tem previsão de aumento significativo para a safra de 2016/2017.

Existem muitas oscilações na produção brasileira de algodão, alternando períodos de aumento com períodos de queda na produção.

A Ásia é a maior região produtora de algodão, com três países entre os cinco maiores: China, Índia e Paquistão. Os outros dois países grandes produtores são os EUA e o Brasil.

A produção mundial total estimada, para a safra 2016/2017, será superior em apenas 1,07% à safra 2015/2016 de 21,083 milhões de toneladas16. E o maior produtor de algodão deverá ser a Índia com 5,766 milhões detoneladas, seguido da China com 4,553 milhões de toneladas e Estados Unidos da América com 3,514 milhões de toneladas. Já na safra de 2016/2017, a produção mundial de algodão bruto deve crescer para 22,523 milhões de toneladas, cerca de 1,4 milhão de toneladas a mais que a temporada anterior.

A produção nacional de algodão está quase toda concentrada nas regiões Centro-Oeste e Nordeste com uma pequena parcela na região Sudeste. Os maiores Estados produtores são: Mato Grosso e Bahia responsáveis por 82% da produção. Esses Estados juntos representam, aproximadamente, 90% de toda a produção brasileira de algodão em pluma e 90% da produção de algodão em caroço. A produção nacional de algodão é, prioritariamente, destinada à indústria têxtil.

Área Plantada e Produtividade

A área plantada de algodão teve uma forte redução nas últimas décadas, passando de 4.096 mil hectares na safra 1976/1977 para 954,7 mil hectares na safra 2015/2016, com uma redução esperada para a safra 2016/2017 de 925,8 mil hectares. Em compensação, houve um aumento da produtividade do algodão em pluma, passando

15 USDA (United States Department of Agriculture),

http://gain.fas.usda.gov/Recent%20GAIN%20Publications/Cotton%20and%20Products%20Update_Brasilia_ Brazil_9-11-2014.pdf.

de 143 kg/ha na safra 1976/1977 para um esperado de 1.559 kg/ha na safra 2016/2017, que coloca o Brasil na terceira posição entre países com melhor produtividade.17

Consumo Mundial

O consumo mundial deve subir para cerca de 23,75milhões de toneladas, com um declínio líquido de 569 mil toneladas nos estoques.18 Segundo o relatório da International Cotton Advisory Committee, deve haver aumento de 1,07% na produção mundial da safra 2016/2017 frente à temporada 2015/2016, totalizando 22,52 milhões de toneladas.A China se mantém como o maior consumidor de algodão do mundo, com um consumo total esperado para a safra 2016/17 de 7.183 milhões de toneladas, seguido da Índia com 5.248 mil toneladas e Paquistão com 2.291 milhões de toneladas. Acredita-se que a exportação de algodão brasileiro deve passar de 939 para 777 milhões de toneladas na safra2016/17, uma retração de 18,3%. O consumo

interno deve chegar ao menor nível em 10 anos, também em torno de 667 milhões de

toneladas”. 19

6.1.5. O Mercado de milho

O milho é utilizado para alimentação humana, tanto de forma direta quanto da forma indireta, ou seja, na alimentação de animais, sendo esta a principal designação da produção de milho. Segundo o FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o Brasil é o terceiro maior produtor da cultura no mundo, atrás apenas dos EUA e da China. A safra mundial de milho 2016/17, prevê uma produção global de

1040,2milhões de toneladas, segundo a USDA.20

O plantio de milho no Brasil é caracterizado por ter duas safras anuais, não comuns em outras culturas. A produção total da safra 2015/16 foi de, aproximadamente, 67 milhões de toneladas, sendo 26 milhões de toneladas na 1ª safra, e 41milhões de toneladas na 2ª safra. Este foi o quinto ano consecutivo em que a 2ª safra foi maior do que a 1ª safra21. A previsão para a safra 2016/17 é de 104,0 milhões de toneladas, com um acréscimo de 7,8% com a safra anterior. 22

17 CONAB, http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&.

18 ABRAPA, http://www.abrapa.com.br/Paginas/dados/consumo-mundial-algodao_backup2017.aspx

19 Globo Rural, http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/Algodao/noticia/2015/04/brasil-deve-produzir-menos-algodao-na-safra-20152016.html 20 FIESP, http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2017/02/boletim_milho_fevereiro2017.pdf 21 CONAB, http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_03_14_15_28_33_boletim_graos_marco_2017bx. pdf 22 MAPA, http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2016/03/producao-brasileira-de-graos-deve-chegar-a-210-milhoes-de-toneladas

De acordo com projeção do MAPA, deverá haver crescimento da produção de milho até 2020, baseada no aumento de produtividade e na demanda do mercado interno.23 O consumo interno do Brasil vem crescendo ininterruptamente e, nos últimos 10 anos, registrou um aumento médio de 4% ao ano. Este consumo interno sagra o Brasil como o quarto maior consumidor de milho do mundo, atrás dos Estados Unidos da América, China e União Europeia24.

Produtividade e Área Plantada

No Brasil, as áreas plantadas nas duas safras são bastante distintas. As regiões com maior área são, as regiões Centro-Oeste e Sul com 6.517 e 3.725 mil hectares respectivamente. As safras em geral sofreram uma leve diminuição de sua área plantada ao longo dos anos, mas o volume foi compensado pelo aperfeiçoamento da tecnologia e aumento da produtividade. A única região que não sofreu diminuição foi a centro-oeste, que apresentou um crescimento significativo nos últimos 10 anos.

A previsão da produtividade brasileira é de leve ascenção, levando em consideração as duas safras.25

Consumo

O consumo mundial de milho vem se mantendo relativamente estável nos últimos cinco anos, com uma leve tendência de crescimento puxada principalmente pela China e pelos EUA.

23 MAPA, http://www.agricultura.gov.br/vegetal/estatisticas 24 FIESP, http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/03/boletim_milho_marco2016.pdf 25 CONAB, http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&&Pagina_objcmsconteudos=3#A_objcmsconteudos