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Escolha de materiais audiovisuais utilizados em sala de aula

Capítulo 4: Metodologias 4 1 Metodologias e escolha de materiais

4.2. Escolha de materiais audiovisuais utilizados em sala de aula

Neste segmento do capítulo, far-se-á uma descrição do processo de escolha dos recursos audiovisuais utilizados em aula, bem como uma breve descrição dos mesmos tendo em atenção os objetivos propostos para as aulas. Nesse sentido, conviria ter presente as palavras de Husain (1990), para quem a forma como se vaticina o comportamento dos alunos da turma na realização das tarefas finais é determinante para o processo de escolha dos conteúdos, procedimentos e estratégias que o professor deve seguir, com vista a um melhor desempenho. Tendo isto como base, foi levada a cabo uma seleção de vídeos, tendo em conta os conteúdos programáticos das unidades didáticas: "Out and About" e “Go for it!”.

Aula de 7 de novembro

O vídeo: https://learnenglish.britishcouncil.org/en/word-street/bonfire-night

O vídeo, de cerca de 4 minutos, escolhido para a aula de 7 de novembro resulta de uma busca levada a cabo tendo em vista a unidade didática “Out and About”, relativa a celebrações e festividades. Apesar do manual adotado pela escola ser omisso relativamente à celebração da Bonfire Night, considerei que a mesma seria adequada, tendo em conta a proximidade da celebração e o dia da aula. Embora tivessem já passado dois dias sobre a mesma, considerei que este tema seria adequado não só porque o mesmo me foi lecionado anos antes, também no âmbito da disciplina de Inglês, como também pelo facto de se tratar de uma festividade com bases culturais e histórias, que poderia, igualmente, ampliar a cultura geral dos alunos. Após uma pesquisa de vários dias, acabei por escolher um vídeo da plataforma online gratuita “LearnEnglish” do British Council, dirigida, precisamente, a professores de Inglês de todo o mundo. Não só a fonte do material era fidedigna e

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mundialmente reconhecida, como a mesma se mostrava adequada ao nível de língua (B1 / B1+) do QECRL (Cf. “Capítulo 2, Enquadramento Curricular e Metodológico”) aconselhado para o 9º ano em Portugal.

Além disso, o vídeo tinha como fonte a BBC e tinha o enorme mérito de ter legendas de palavras-chave do tema e termos e expressões com os quais os alunos poderiam não estar familiarizados. A este nível é importante referir que a BBC Learning English e o British Council são sugeridos como plataformas de recursos fiáveis para a compreensão oral no Caderno de Apoio nas Metas Curriculares do 2.º e 3.º ciclos (Cravo, Bravo, Duarte: 2015a). Desta forma, tratando-se de um vídeo sobre uma festividade britânica, que dava a perspetiva das celebrações numa pequena cidade do Reino Unido, Winchester, e aportando também informações históricas, como o mito de Guy Fawkes, o vídeo pareceu-me estar, amplamente, em linha com os conteúdos da unidade curricular e as necessidades dos alunos. Como mais tarde pude confirmar em aula, de facto, nenhum aluno tinha ouvido falar da conspiração de Guy Fawkes para fazer explodir o parlamento britânico ou da própria celebração em si. Assim, fiquei bastante satisfeito com o input cultural, histórico e linguístico que a escolha deste vídeo e deste tema pôde proporcionar aos alunos da turma.

Vídeo 21 de Novembro (teste)

O vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aAB_BirnDeA (Acedido a 06/05/2017) A escolha do vídeo utilizado no primeiro exercício do teste resultou de uma pesquisa sobre as celebrações do Ano Novo. Para os efeitos do presente relatório, é importante referir que, de todas as pesquisas por recursos visuais, esta consistiu na mais morosa e a mais complicada. No decurso da pesquisa pela Internet, em sites oficiais relacionados com o ensino do Inglês, verifiquei que não existia nenhum vídeo que se referisse a esta celebração e, dos que pude encontrar, nenhum se adequava ao nível de ensino da turma (B1 / B1+). Com efeito, e tendo em conta as Metas Curriculares que sugerem a utilização de vídeos de várias plataformas (Cravo, Bravo, Duarte: 2015a, p. 5-6 e 8), a escolha recaiu sobre um vídeo que se referia a esta celebração, com uma perspetiva mais transversal mas, genericamente, de fácil compreensão para os alunos. O vídeo referia-se às celebrações do Ano Novo que têm lugar em Times Square, em Nova Iorque e ao famoso beijo de casais e pedidos de

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casamento que têm lugar no dito local, além de outras tradições.

Escolhi este vídeo porque, embora relativamente longo [3:07], este conseguia ter não apenas uma descrição visual e cronológica da cerimónia de Passagem de Ano, mas também incluía ainda uma vertente histórica sobre o porquê das tradições. Por outro lado, por estar focada na cultura norte-americana, contrariamente aos restantes vídeos que tínhamos visto até aqui, focados apenas em celebrações predominantemente britânicas, considerei que seria adequado um vídeo que versasse sobre outra cultura de expressão inglesa. Além disso, o vídeo foi escolhido pelo facto do nome de muitas tradições terem a respetiva legenda, o que facilitaria a compreensão por parte dos alunos de certas expressões específicas que pudessem, provavelmente, desconhecer. Além disso, eram vários os comentários de professores de Inglês que referiam que já tinham utilizado ou que iriam utilizar este vídeo também nas suas aulas.

Aula de 28 Novembro

Os vários recursos utilizados na aula de 28 de novembro tiveram como objetivo funcionar como um resumo da unidade didática em si (vd. Apêndice 23). Os recursos audiovisuais utilizados tiveram também como propósito oferecer aos alunos da turma uma visão abrangente e um carácter universalista da miríade de diferentes festivais que têm lugar à volta do mundo, em diferentes culturas. Desta forma, foram utilizados quatro recursos audiovisuais (vd. Apêndice 22).

O primeiro material audiovisual utilizado reporta-se a uma reportagem do canal chinês NTDTV, em língua inglesa, gratuita, sobre a celebração do Ano Novo Chinês. O vídeo, apesar de ser uma reportagem (jornalística) em língua inglesa, revelava ser de compreensão bastante fácil. Além disso, sendo a sua base a celebração de uma festividade com costumes tão distintos dos ditos ocidentais, numa latitude tão afastada de Portugal, este material pareceu-me bastante adequado, sobretudo pelo enorme contributo cultural que poderia aportar. Além disso, a sua duração [1:37], pareceu-me adequada, tendo em conta a possível necessidade de o vermos duas ou três vezes e a quantidade de atividades proposta para esta aula.

O segundo recurso audiovisual teve que ver com a simulação do programa de TV “Quem Quer Ser Milionário?”. Ao invés de realizar um simples questionário de

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compreensão oral com escolha múltipla, decidi fazer uma apresentação Powerpoint que simulasse o ambiente deste popular programa de TV. Forneci quatro respostas para cada pergunta e, sempre que acertassem, os alunos veriam a luz intermitente na resposta correta. Foram utilizados sons no início e final do questionário, bem como quando os alunos acertavam na resposta certa, de forma a que os sons os estimulassem e promovessem a participação ativa.

O terceiro recurso audiovisual disponível -

http://www.bbc.co.uk/learningenglish/english/features/witn/ep-150902 - refere-se a um vídeo relativo ao Carnaval de Notting Hill, em Londres, da plataforma online e gratuita “Learning English” da BBC. Foi utilizada apenas a parte da reportagem com imagem real sobre o dito Carnaval. O vídeo escolhido resulta de uma pesquisa feita sobre uma festividade diferente daquelas que haviam sido tratadas anteriormente. Tratando-se de um Carnaval distinto da maioria dos carnavais, designadamente na altura do ano em que acontece, optei por este vídeo por se encontrar numa plataforma oficial. Além disso, o facto de ter legendas de certas expressões e vocabulário novos (posteriormente tratado no exercício de compreensão audiovisual), tornava-o bastante pertinente para a lecionação das aulas.

O quarto e último recurso audiovisual para a aula de 28 de novembro - disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=neKSOWHBG3Q - refere-se a uma sucessão de imagens relativas a diferentes festivais à volta do mundo. A escolha deste vídeo surgiu na sequência de uma pesquisa na Internet no sentido de encontrar um material audiovisual, de curta duração, mas que pudesse permitir aos alunos ter uma visão mais global das diferentes festividades e culturas do mundo. Apesar de se tratar de um vídeo/ sucessão de imagens da plataforma de partilha Youtube, este revelava um enorme potencial visual. O vídeo/ sucessão de fotografias dispunha de imagens de celebrações do Brasil (Carnaval), China (Ano Novo Lunar), Índia (“Diwali”) e México (“Día de Los Muertos/ Day of the Death”). Por incluir algumas festividades que eu próprio desconhecia, achei por bem escolher o vídeo com as fotografias para que as mesmas pudessem ser analisadas e debatidas na sala de aula.

Assim, mesmo tratando-se de imagens estáticas (fotos), sem movimento, escolhi este vídeo pelo enorme input cultural que oferecia e pela possibilidade de trabalho cooperativo e de debate que o mesmo proporcionaria aos alunos. É, pois,

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legítimo afirmar que este vídeo foi escolhido, em grande medida, por se tratar de um recurso com potencialidade de compreensão sobretudo mais visual do que propriamente audiovisual e por ser diferente dos demais recursos.

Analisados os recursos audiovisuais até aqui, e para o efeito do presente relatório, será pertinente referir que, apesar da diversificação de conteúdos, a escolha recaiu, sempre que possível, em plataformas online, gratuitas e com o objetivo de serem utilizadas no contexto de ensino do Inglês língua estrangeira. Por outro lado, a escolha teve, igualmente, em conta outros fatores como, por exemplo, a adequação ao nível de língua prevista para os alunos do 9º ano em Portugal (B1/B1+) ou a adequação e pertinência destes recursos para a aula em questão. Foram ainda tidas em linha de conta a existência ou não de breves legendas relativas a expressões ou palavras, além do próprio contributo visual/imagético do material audiovisual. Em rigor, convirá referir que a escolha dos recursos pode revelar-se um processo bastante “time-consuming” que costuma ser tão ou mais moroso que a própria planificação.

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Capítulo 5: Análise de Resultados