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D ESCRIÇÃO DA FORMA DE ELABORAÇÃO DA LISTA PARA APOIO AOS DESASTRES

Na proposta da lista de medicamentos em caso de desastres, foi realizada uma adaptação das listas da OPAS/Caribe (OPAS, 2012) e Portaria 2365/12 (OMS/MS, 2012).

A adaptação foi proposta através da redução das quantidades descritas na Portaria 2365/12 (OMS/MS/ 2012) para um período de 24 horas. Isso foi possível devido a proximidade geográfica da unidade hospitalar de referência da corporação aos possíveis locais de ocorrência do desastre. Lembrando que a corporação atende apenas ao estado do Rio de Janeiro.

A Portaria 2365/12 (OMS/MS/2012) trata apenas dos desastres naturais relacionados a chuvas, ventos e granizo, por isso foi necessária a inclusão de itens descritos na lista proposta pela OPAS/Caribe (OPAS, 2012) que trata de outras possíveis ameaças, tais como inundações e deslizamentos de terra, além de ser efetivamente uma lista mais completa.

Foram consideradas também as possíveis trocas de medicamentos, pois alguns itens não foram descritos como padronizados na unidade hospitalar de referência da corporação.

5.7 Questões Éticas

Esse projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal Fluminense em 08 de março de 2013 com o número 212.627 (ANEXO 1). Todas as etapas foram desenvolvidas de acordo com os critérios estabelecidos pela Resolução 466/12 (MS, 2013a). Os procedimentos envolvendo pessoas e instituições foram vinculados ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APENDICE 3), e os resultados foram divulgados procurando resguardar as pessoas entrevistadas.

6 RESULTADOS

Os resultados desse trabalho foram subdivididos em quatro seções: i) adaptação do modelo lógico, ii) adaptação e análise dos indicadores, iii) observação do caso JMJ Rio 2013 e iv) propostas de listas de medicamentos para favorecer a assistência farmacêutica na atuação da corporação em apoio aos eventos de massa, incursões e desastres.

6.1 Adaptação do Modelo Lógico

Foram realizadas alterações no modelo lógico de Miranda e colaboradores (2013) no sentido de aproximá-lo da realidade presente no ambiente militar. Os itens alterados encontram-se destacados em negrito na Figura 2.

Vale ressaltar que alguns itens foram desconsiderados na adaptação, dentre eles os relacionados com descarte de medicamentos, distribuição geográfica (território de um pais no modelo original) e produção de medicamentos, uma vez que por se tratar de um estudo de caso na corporação militar em questão estes não se aplicam.

Implementação Seleção

Lista básica de medicamentos (kit) - a lista foi baseada no planejamento e ameaças a serem consideradas, dos quais a corporação atuou nos últimos 2 anos.

Programação

Dados estimativos de consumo – dados importantes para programação que foram obtidos nos setores responsáveis com as quantidades solicitadas, considerando uma margem de segurança, resultando em uma planilha com quantidades estimadas.

Aquisição e doação

Sistema de compras emergenciais - estabelecimento de protocolos e ações diretas de compras em conformidade com Brasil (1993), integrando as etapas de seleção, programação e distribuição.

Sistema de recebimento e triagem- recebimento dos medicamentos adquiridos de forma direta e triagem dos medicamentos recebidos através de doação. Armazenamento

Estoque sobressalente – determinação de estoque suficiente para uma rápida resposta aos agravos.

Boas Práticas de Armazenamento – garantem a manutenção da qualidade dos medicamentos, assim evitam desperdício.

Local e infraestrutura de armazenamento – local com as condições necessárias para as Boas Práticas de Armazenamento.

Distribuição

Boas práticas de transporte – verificou-se se o transporte é realizado de forma adequada.

Disponibilidade de transporte – meio de transporte adequado e disponível no momento exato e em quantidade adequada.

Utilização

Estruturas que permitam diagnóstico, prescrição e dispensação – a existência de hospitais de campanha e/ou tendas que respondam de maneira efetiva as necessidades no momento do desastre.

Recursos Humanos

Programa de capacitação para desastres – capacitação do corpo de saúde para atuação efetiva em desastres.

Sistema para mobilização do corpo de saúde – existência de um sistema de mobilização imediata de pessoal do corpo de saúde nos casos de desastres.

Desempenho Seleção

Lista básica norteando a programação, aquisição e prescrição de medicamentos - para orientar a programação, aquisição e posteriormente a prescrição visando a racionalização dos recursos financeiros e da terapia. Programação

Quantidades organizadas em planilhas – a partir do reconhecimento da necessidade existente e da previsão da quantidade excedente, foi elaborada lista de medicamentos com suas quantidades em situações em que o corpo de saúde atua.

Aquisição/Doação

Aquisição integrada à legislação vigente – definição do processo de aquisição norteado pela Lei 8666/93 (BRASIL, 1993) considerando situação de emergência.

Protocolo de recebimento dos medicamentos adquiridos e triagem dos medicamentos recebidos por doação – verificação dos medicamentos a serem disponibilizados.

Armazenamento

Medicamentos armazenados adequadamente – análise dos locais disponíveis para armazenamento segundo as BPA.

Distribuição

Medicamentos disponíveis nos locais em quantidades e qualidades adequadas e no momento oportuno – analisa a cadeia de armazenamento e transporte dos medicamentos.

Utilização

Adequado acolhimento dos pacientes – na busca pelo cuidado intergral, é necessária a infraestrutura de diagnósticos, prescrição e dispensação nos hospitais e tendas utilizados em desastres.

Insumos para remoção de pacientes graves – disponibilidade dos insumos necessários ao provisionamento das ambulâncias para remoção dos pacientes graves.

Recursos Humanos

Porcentagem do corpo de saúde da corporação adequadamente capacitados – recurso humano do corpo de saúde da corporação capacitado prontamente mobilizável.

Figura 2: Modelo lógico adaptado do Preparo da Assistência Farmacêutica para desastres no âmbito militar.

Fonte: Adaptado de MIRANDA e colaboradores (2013).

Componentes da Assistência

Farmacêutica Seleção Programação Aquisição/ Doação Armazenamento Distribuição Utilização Humanos

Lista Básica de Medicamentos (Kit) ( Kit) Dados estimativos de consumo Sistema de compras emergenciais Sistema de recebimento /inspeção e triagem Estoque sobressalente Boas Práticas de Armazenamento Local e infraestrutura de armazenamento (BPA) Disponibilidade de Transporte Boas Práticas de Transporte Estruturas que permitam diagnóstico, prescrição e dispensação Programa de capacitação para desastres Implementação Desempenho Lista básica norteando programação, aquisição e prescrição de medicamentos Quantidades organizadas em planilhas Aquisição integrada à legislação vigente Protocolo de recebimento dos medicamentos adquiridos e triagem dos medicamentos recebidos por doação

Medicamentos armazenados adequadamente

Medicamentos disponíveis nos locais em quantidades e qualidades adequadas e no momento oportuno Insumos para remoção de pacientes graves % do corpo de saúde da PMERJ adequadamente capacitado

Avaliação do desempenho do Preparo da Assistência Farmacêutica no âmbito militar

Resultado

Impacto

Disponibilidade de medicamentos em quantidade e qualidade adequadas nos locais esperados, por profissionais capacitados e com alta resolutividade dos casos graves.

Diminuição da morbidade e das perdas humanas resultantes de desastre e favorecimento da recuperação pós-desastre.

Sistema para mobilização do corpo de saúde treinado

6.2 Adaptação dos Indicadores

Seguindo as alterações propostas no modelo lógico adaptado de MIRANDA e colaboradores (2013), foram realizadas mudanças também nos indicadores. Foram alteradas todas as fontes do indicador, para adéquá-las à corporação estudada.

A estrutura do quadro de indicadores engloba o nome e o código dado ao indicador, a definição, a fonte de coleta e a referência bibliográfica relacionada (Quadro 1).