torno
unico, c oEscultor,
dc innumcravcii»!A palavra
contorno
ainda tem m ais amplo significado; cxtcrvdcndo-se até os diversos sitios, c Povoações, com- prchcndcndo os seus suburbios, que vem a scr os seuscontornos.
C O N T R A S T E , ou C O N T R A P O S IÇ Ã O , lic a judi ciosa desigualdade na collocaçio da» partes dc cada cor p o ; c ainda mesmo no arranjamento dc hum todo com posto dc varios córpox; v. g. a figura cuja mão direita avança, rccuc o pé desse mesmo lado. A m io , ou pc que levanta, abaixe a m io ou pé do lado opposlo. Mas há casos em que sc n io pode, nem deve seguir esta exaccão; c deve ficar ao arbitrio do Artista.
liem pouco tempo há que a mesmu pessoa, que cscrc- ve estes preceito* sc v*o cm caxo, que o fe/. affastar dcl- les, desenhando a figura da
Benerolencia
com as m ios ambas elevadas a igual altura, a segurar huma C ifra in* comiastica, &.* Estes casos n io são configurações Geo- metricas, nem Dogmas da Santa K cligiio, que prolc**Amos.D
D E B U X O e D E S E N H O . S i o synonimos; ambas es- tas palavras significiio a mesma cousa: ou cilas sc appli-
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quem a objecto já posto cm pratica, ou ao acto, c acção
dc o praticar. Não ha objccto visível que deixe dc poder »cr assumpto desta quasi miraculosa IVenda. K he tul O seu poder (ou atrevimento) que se arroja a configurar mesmo objectos invisíveis, e totalmente espirituais, e ima ginários com o:
Anjos,
I'irtndes, Vícios,
&.*D E G R A D A Ç Ã O . Hc a diminuição gradual com que se expoem, o* objectos nos seus devidos lugares, segundo
as leis da
Perspectiva.
D E S E N H O . Vide acima
iJebuxo.
D
1
N T O R N O . Hc tudo o que se expõe á vista, circu lado pelocontorno:
v. g. nas moedas, a sua sarrilha he o mtucontorno;
e o que se cxpôc a mesma vista em sua* faces bc o seuDintorno.
A ssim mesmo nas Meda- Mus. E ampliando o termo, os suburbios ou arrabaldes dc Lisboa formam o seucontorno,
e a mesma ('idade cms: o
Dintorno
d o s econtorno.
D IR E C T O R D O A C T O . Entre os Professores que assistem no» exercícios
Nocturnos,
a que tambem chamãoAcadémicos
deve presidir hum Artista dos mais avançados cm sabedoria pratica c theorica, para d ar ao homem vivo aquclla actitodc, que lhe parecer n u is conveniente para o estudo, que pelo natural se vai pór em pratica; c por esta causa o dito Artista nesta ocasião sc denomina —hirector
do A cto
; visto cham ar scActo
ao aspecto cm que fica o homem vivo. Estesbirectores
são eleitos a votos; e a es colha que dcllcs sc faz, já lhe confcrc certo ar dc reputa ção, c estima entre os mais Professores e Applicado*.— 4° —
E
E K F E I T O :
bom, ou mão.
Esta qualidade que sc cxpóc á visão J o Espectador na* producçôes das i r o Hellas Ar tes do Desenho,Pintura, Escultura
cArquitectura,
não he susceptívelsc
não de entendimentos instruídos nas di- lasArtes.
Porque muitas vezes acontece aos faltos dessa imtrucv'10 julgarem bom o que pura nada presta, e n io o que tem qualidades cxcellentes.E M P A S T E e E M P A S T A R . Km Desenho di-jic esta denominação aos debuxos cujos tra;os náo tem appafencia dç rótulas, que deixáo ver o ar por entre a* regras de que ááo form adas: mas sim por entre os traços sâo os claros esfumados com o mesmo lapis, a fim de náo resaltarem aos olhos esses intcrvallos claros, e deste m o Jo evitar a crueza que isto produz.
K N T K L IIK IR A M K N T O .
11
e hum corpo composto dc quatro pedaços dc v ig a ; dois parallclos, e os outros dois cm suas testeiras pregados.E N T E L H K I R A R . Hc o acto dc collocar as pedras no
Entelheiramento.
K N T H U S IA S M O . Qualidade d alma que excita os Poetas, O radores, Artistas das liellas A rtes a projectar, c executar cousas extraordinários, tanto na invenção como n:» pratica : porque em ambas estas qualidades conhecem os tniclligcnies o
euthutiatmo.
O nosso EscultorAntonia
F erreira
possuio esta bella qualidade, na invenção c na pratica.E N X Ó . He hum utensilio de que principalmente usilo os carpinteiros: lambem na Escultura de madeira tem bastante uso, pnnctpalmcnic em seu desbaste. He com
posto dc huma chapa dc ferro calçada dc aço no lugar do seu c ó r tc : o seu feitio hc á maneira dc enxada, ope rando na madeira do modo que a enxada na te rra : mau o seu cabo hc curto, c terá dc comprido só palmo c quarto.
K Q I* E S T K E . O s Escultores, c Pintores tem muita precisão dc ter bastantes c<mhccimcntos da Arte
Equestre
a qual vulgarmente chamão
Picaria.
Quando cu fi/ a E s tatuaKquestrc
do Sn r. Kci I). José I. não tinha noção alguma desta nobilisvima A rte ; a que sc dignou de supprir o E x.** Snr. Marque/, dc M arialva, I). Pedro Josc de M e nezes (Àxitin!**, pelo /cio di» Kcal serviço, credito da Nação, de desafogo da sua própria curiosidade: indo ã Fundição varias vezes cmquanto ah fiz o Modelo da refe* rida Estatua a instruir-me nos preceitos Equestres. Ao nosso Francisco Vieira Lusitano accontccco o desgosto dc não poder acertar nunca hum Devenho, cm que S . Mag.4* linha muito apetite, por ignorar aP ica ria :
e por issoPamplulft,
Mestre de A ppcllcs, di/ia que o Pintor deve saber tudo. O Escultor he o mesmo. O grandet.eonardo
l'in ci
desempenhou muito bem o preceito dcPamphitoi
porque não só foi cxccllcntc
Pintor
,Escultor
,Picadort
e
Arquitecto,
m as até na Musica foi um dos melhores Cantores do seu tempo. A noticia d<>s talentos raros, c prendas deste grande homem, excitou I rancisco I, Kci dc França, a convidallo para entrar cm seu serviço ; a que annuindo o sabio Artista, se pós a caminho para França, aonde adoecendo cmFontanableau
chegando ahi o Kci c constando lhe estar o dito Artista doente, foi cm Pessoa visitai lo : de cuja honra ficou o Artista sabio t io penetrado, que pertendendo retribuir esta fineza Kcgia, com as d e monstrações devidas a tal Personagem, lhe deu hum deli- ajuío, a que querendo acudir o mesmo Soberano, espirouo Artista em seus Kcgios b ra ço s!!! Destas, c outras iguacs finc/.is soberanas, aprendamos como sc estimáo c sc tra- táo os Artistas verdadeiramente sabios, sem impostura, c dc boa Moral.
E Q U IL ÍB R IO . Dividc-se esta denominação cin duas partes,que sfto—
Equilíbrio Particular
,eEquilíbrio G eral.
O particular
consiste cm que qualquer peça (ou seja J c figura vivente, ou outra cspccie) sc exponha dc modo, que náo dc indícios de cahir, c náo poder por si so susten tar-se. OEquilíbrio G eral
porem, hc mais difficil dc per- ccber-sc, c explienr s e ; porque náo pertence a huma só peça, mas sim ao total de qualquer com posição: v. g. Faz-se humfía ix o
,Meio,
ouAlto lid e r o
: sc hum dos seus lados cnchc o Quadro debaixo acima hc preciso que o lado oppoHto o contrabalancée com arte sem affcctar a A rte, introduzindo-lhe alguns objectos d ive rso s; mas sem pre analogos ao assumpto expressado. O grandeIxonardo
4a Vinci
julgou o Kquilibrio Particular dc tanta impor- Uncia, que empregou vários capítulos cm cxplicallo.E S C O P R O S L IZ O S , c D E N T A D O S . S i o utens.lios dc cortar na pedra. Dcvcm scr totalmente de aço, porque ha prectslo dc serem temperados cm am bas as suas cx trem id ades; na do córtc, para sc habilitar a isso mesmo, c na que recebe a pancada do maço, para náo resvalar do mesmo m aço; c por iv>o cstcs são dc sim ples ferro sem culto, ou tempera alguma. O s que sáo dentado» tnmbcm sc dconmináo = Gradins -= Vide G .
E S C O R S O S . Na Escultura insolada, ou que sc vê por todos *cu% lados, não ha esta qualidade, reservada só aos
Baixos
cMeias releros
: pois oescórso
náo hc outra cousa m ais, que fingir o vulto, que na realidade náo existe.- 43 -
Diz