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e Escultores , nobre qual das duas Artes he mais d iffictl * sendo o Pintor só obrigado a dar boa conta dc hum con­

No documento DICIONÁRIO ESCULTURA (páginas 38-43)

torno

unico, c o

Escultor,

dc innumcravcii»!

A palavra

contorno

ainda tem m ais amplo significado; cxtcrvdcndo-se até os diversos sitios, c Povoações, com- prchcndcndo os seus suburbios, que vem a scr os seus

contornos.

C O N T R A S T E , ou C O N T R A P O S IÇ Ã O , lic a judi­ ciosa desigualdade na collocaçio da» partes dc cada cor­ p o ; c ainda mesmo no arranjamento dc hum todo com­ posto dc varios córpox; v. g. a figura cuja mão direita avança, rccuc o pé desse mesmo lado. A m io , ou pc que levanta, abaixe a m io ou pé do lado opposlo. Mas há casos em que sc n io pode, nem deve seguir esta exaccão; c deve ficar ao arbitrio do Artista.

liem pouco tempo há que a mesmu pessoa, que cscrc- ve estes preceito* sc v*o cm caxo, que o fe/. affastar dcl- les, desenhando a figura da

Benerolencia

com as m ios ambas elevadas a igual altura, a segurar huma C ifra in* comiastica, &.* Estes casos n io são configurações Geo- metricas, nem Dogmas da Santa K cligiio, que prolc**Amos.

D

D E B U X O e D E S E N H O . S i o synonimos; ambas es- tas palavras significiio a mesma cousa: ou cilas sc appli-

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quem a objecto já posto cm pratica, ou ao acto, c acção

dc o praticar. Não ha objccto visível que deixe dc poder »cr assumpto desta quasi miraculosa IVenda. K he tul O seu poder (ou atrevimento) que se arroja a configurar mesmo objectos invisíveis, e totalmente espirituais, e ima­ ginários com o:

Anjos,

I

'irtndes, Vícios,

&.*

D E G R A D A Ç Ã O . Hc a diminuição gradual com que se expoem, o* objectos nos seus devidos lugares, segundo

as leis da

Perspectiva.

D E S E N H O . Vide acima

iJebuxo.

D

1

N T O R N O . Hc tudo o que se expõe á vista, circu­ lado pelo

contorno:

v. g. nas moedas, a sua sarrilha he o mtu

contorno;

e o que se cxpôc a mesma vista em sua* faces bc o seu

Dintorno.

A ssim mesmo nas Meda- Mus. E ampliando o termo, os suburbios ou arrabaldes dc Lisboa formam o seu

contorno,

e a mesma ('idade cm

s: o

Dintorno

d o s e

contorno.

D IR E C T O R D O A C T O . Entre os Professores que assistem no» exercícios

Nocturnos,

a que tambem chamão

Académicos

deve presidir hum Artista dos mais avançados cm sabedoria pratica c theorica, para d ar ao homem vivo aquclla actitodc, que lhe parecer n u is conveniente para o estudo, que pelo natural se vai pór em pratica; c por esta causa o dito Artista nesta ocasião sc denomina —

hirector

do A cto

; visto cham ar sc

Acto

ao aspecto cm que fica o homem vivo. Estes

birectores

são eleitos a votos; e a es­ colha que dcllcs sc faz, já lhe confcrc certo ar dc reputa­ ção, c estima entre os mais Professores e Applicado*.

— 4° —

E

E K F E I T O :

bom, ou mão.

Esta qualidade que sc cxpóc á visão J o Espectador na* producçôes das i r o Hellas Ar tes do Desenho,

Pintura, Escultura

c

Arquitectura,

não he susceptível

sc

não de entendimentos instruídos nas di- las

Artes.

Porque muitas vezes acontece aos faltos dessa imtrucv'10 julgarem bom o que pura nada presta, e n io o que tem qualidades cxcellentes.

E M P A S T E e E M P A S T A R . Km Desenho di-jic esta denominação aos debuxos cujos tra;os náo tem appafencia dç rótulas, que deixáo ver o ar por entre a* regras de que ááo form adas: mas sim por entre os traços sâo os claros esfumados com o mesmo lapis, a fim de náo resaltarem aos olhos esses intcrvallos claros, e deste m o Jo evitar a crueza que isto produz.

K N T K L IIK IR A M K N T O .

11

e hum corpo composto dc quatro pedaços dc v ig a ; dois parallclos, e os outros dois cm suas testeiras pregados.

E N T E L H K I R A R . Hc o acto dc collocar as pedras no

Entelheiramento.

K N T H U S IA S M O . Qualidade d alma que excita os Poetas, O radores, Artistas das liellas A rtes a projectar, c executar cousas extraordinários, tanto na invenção como n:» pratica : porque em ambas estas qualidades conhecem os tniclligcnies o

euthutiatmo.

O nosso Escultor

Antonia

F erreira

possuio esta bella qualidade, na invenção c na pratica.

E N X Ó . He hum utensilio de que principalmente usilo os carpinteiros: lambem na Escultura de madeira tem bastante uso, pnnctpalmcnic em seu desbaste. He com­

posto dc huma chapa dc ferro calçada dc aço no lugar do seu c ó r tc : o seu feitio hc á maneira dc enxada, ope­ rando na madeira do modo que a enxada na te rra : mau o seu cabo hc curto, c terá dc comprido só palmo c quarto.

K Q I* E S T K E . O s Escultores, c Pintores tem muita precisão dc ter bastantes c<mhccimcntos da Arte

Equestre

a qual vulgarmente chamão

Picaria.

Quando cu fi/ a E s ­ tatua

Kquestrc

do Sn r. Kci I). José I. não tinha noção alguma desta nobilisvima A rte ; a que sc dignou de supprir o E x.** Snr. Marque/, dc M arialva, I). Pedro Josc de M e­ nezes (Àxitin!**, pelo /cio di» Kcal serviço, credito da Nação, de desafogo da sua própria curiosidade: indo ã Fundição varias vezes cmquanto ah fiz o Modelo da refe* rida Estatua a instruir-me nos preceitos Equestres. Ao nosso Francisco Vieira Lusitano accontccco o desgosto dc não poder acertar nunca hum Devenho, cm que S . Mag.4* linha muito apetite, por ignorar a

P ica ria :

e por isso

Pamplulft,

Mestre de A ppcllcs, di/ia que o Pintor deve saber tudo. O Escultor he o mesmo. O grande

t.eonardo

l'in ci

desempenhou muito bem o preceito dc

Pamphitoi

porque não só foi cxccllcntc

Pintor

,

Escultor

,

Picadort

e

Arquitecto,

m as até na Musica foi um dos melhores Cantores do seu tempo. A noticia d<>s talentos raros, c prendas deste grande homem, excitou I rancisco I, Kci dc França, a convidallo para entrar cm seu serviço ; a que annuindo o sabio Artista, se pós a caminho para França, aonde adoecendo cm

Fontanableau

chegando ahi o Kci c constando lhe estar o dito Artista doente, foi cm Pessoa visitai lo : de cuja honra ficou o Artista sabio t io penetrado, que pertendendo retribuir esta fineza Kcgia, com as d e­ monstrações devidas a tal Personagem, lhe deu hum deli- ajuío, a que querendo acudir o mesmo Soberano, espirou

o Artista em seus Kcgios b ra ço s!!! Destas, c outras iguacs finc/.is soberanas, aprendamos como sc estimáo c sc tra- táo os Artistas verdadeiramente sabios, sem impostura, c dc boa Moral.

E Q U IL ÍB R IO . Dividc-se esta denominação cin duas partes,que sfto—

Equilíbrio Particular

,e

Equilíbrio G eral.

O particular

consiste cm que qualquer peça (ou seja J c figura vivente, ou outra cspccie) sc exponha dc modo, que náo dc indícios de cahir, c náo poder por si so susten­ tar-se. O

Equilíbrio G eral

porem, hc mais difficil dc per- ccber-sc, c explienr s e ; porque náo pertence a huma só peça, mas sim ao total de qualquer com posição: v. g. Faz-se hum

fía ix o

,

Meio,

ou

Alto lid e r o

: sc hum dos seus lados cnchc o Quadro debaixo acima hc preciso que o lado oppoHto o contrabalancée com arte sem affcctar a A rte, introduzindo-lhe alguns objectos d ive rso s; mas sem pre analogos ao assumpto expressado. O grande

Ixonardo

4a Vinci

julgou o Kquilibrio Particular dc tanta impor- Uncia, que empregou vários capítulos cm cxplicallo.

E S C O P R O S L IZ O S , c D E N T A D O S . S i o utens.lios dc cortar na pedra. Dcvcm scr totalmente de aço, porque ha prectslo dc serem temperados cm am bas as suas cx trem id ades; na do córtc, para sc habilitar a isso mesmo, c na que recebe a pancada do maço, para náo resvalar do mesmo m aço; c por iv>o cstcs são dc sim ples ferro sem culto, ou tempera alguma. O s que sáo dentado» tnmbcm sc dconmináo = Gradins -= Vide G .

E S C O R S O S . Na Escultura insolada, ou que sc vê por todos *cu% lados, não ha esta qualidade, reservada só aos

Baixos

c

Meias releros

: pois o

escórso

náo hc outra cousa m ais, que fingir o vulto, que na realidade náo existe.

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Diz

Carducko

no* seus

Diálogos de la Pintura,

que nin

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