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morbide^ e morbido.

No documento DICIONÁRIO ESCULTURA (páginas 56-67)

M E S Q U IN H O : O cstillo

mesquinho

sc chama o que hc opposto ao grandioso dos A rtistas Antigos G regos, e

Romanos.

M O D E L A R : l l c o exercício de fazer varias configurj- ç<»cs cm

barro*

cm

e ira ,

c ás vezes em

estuque.

M O D E L O . Em Escultura, hc o exem plar que serve dc guia

íis

Estatuas, que por cllc sc executão em

mármo­

re,

cm

madeira,

e em

metal.

E mctaforicomcnie sc applica a outros muitos objectos v. g. os santos forSo nossos

mo-

delas

cm servir a Deus nas virtudes que praticarão.

.M O L D U R A . A s

molduras

emprcgâo-sc cm vários c a ­ so s ; mas no presente só trataremos das que servem de ornato u painéis; se jio clle* em Pintura, cm Desenho, ou cm Relevo. M as o seu maior préstimo hc o que raras v e ­ zes as conhecem : c para o declarar, hc preciso que ima­ ginemos estar furada a parede cm que se colloca o painel: como huma rotura dc janella, ou p orta; por cuja rotura sc nos expoem á vista os objectos que do outro lado existem : porque náo podendo (ao mais das vezes) dar cm hum Quadro conta precisa dc todos os objectos nclle indi­ cados, com esta artificiosa industria sc ocorre & tiklo bellamcntc.

M Ó R B ID O c M O R B ID E Z : Vide —

Membros e Mus

culos.

M O R T E - C Ó R : Em Escultura náo ha que dizer sobre este vocábulo, m as cm Desenho (dc que cila participa) sim : e hc quando este sc acha quasi ac.ib.ulo; m as ainda sem os últimos toques do escuro. E sc he a dois l,ap is; hc

quando lhe faltáo ainda os ditos toques, e os dc Lapis branco.

M U D O S: E s t » indivíduo» como a natureza, ou molés­ tias lhe tem impedido o uso da

palavra;

esforçáo-se, quan­ to lhe hc possível, para dar a entender sua.» ídea* c pen­ samento», por mek» dc suas m áas, c gestos do rosto, & . H por essa causa os grandes Mestres do Desenho aconsc- Iháo qoc instemos o»

Mudos,

para exprimirmos vivacidade nas figuras, que desenhámos, modelámos, ou esculpimos.

M U S C U L O S , c M U S C U L A T U R A : Vide

Membros

c

Mutculos.

Musculatura, porem, hc a m aneira, c formali­ dade com que os

másculos

se expressão.

N

N A T U R A L : Nas Artes do Desenho sempre esta pala­ vra sc attriboc a objectos copiados pelos que produz a mesma natureza: scjâo dc que qualidade forem ; moveis, ou im m ovcis; animado*, <»u inerte*: sendo porem a con­ figuração do objecto racional a mais dtlftcil, e maU esti­ mável dc todas.

N A T U R E Z A :

\ ide

t f aturai.

E jlcm disto hc pre­ ciso advertir, que ao representar objectos racionaes lhes deve juntar o cstillo dos Antigos G regos, c Rom a­ nos : c ná<» copiar a

Sature^a

sem discernim ento; pelos motivos já indicados cm vários Artigos deste Diccionario.

O

O L H O S : O s Olhos (assim como as miíos) sáo tam­ bem huns supplcmento» da palavra, c seus cíficAZC* coad­ jutores ; segundo o mesmo Quintilianocm suas Instituições. LUes contribuem muito para a cvprcssáo das figuras, que

- 38 -

a Escultura, ou Pintura rcpresentão: m as nisto he preciso que o Artista possua muita prudência, c jui/o, para que não lhe fiquem

etga{eados

: cuja circunstancia acontece quando por cima das

me/tinas

dos

olhos

se deixa ver tal qual porção do seu

bogalho.

Isto ás vezes he preciso; mas essas vezes sáo raras; e o bom juiso hc que as deve indi­ car. Mas comt» nos

olhos

consiste uma das principais par­ tes da boa expressão, e vivacidade das figuras, hc muito preciso que o Artista sc esmere muito em representar as cabccas, e

olhos

das figuras, que expúem aos lispcctado- res dc modo que o olhem bem rectamente para o que as

mfios estão executando.

P

P A N N E JA M E N T O S : O s

pannejafrHrntos

são as ves­ tes, ou vestidos, com que as figuras, que representáo vi­ ventes sc cohonestão; e devem ser proprios do objecto a que se applicâo: v. gr o soldado com sua farda, o R egu­ lar com seu proprio habito: e evitar quanto for possível o vestido dc C a /a c a ; porque não há no manejo destas Artes configuração ião ingrata ao efeito visivo.

P A S T O R I L : O genero

Pastoril

hc na Escultura o mesmo que o das

Paisagens

na Pintura. Ellc tem por fim representar com toda a verdade os Pastores, os gados, as arvores, c todos os mais objectos cam pestres.

O nosso Escultor

António F e r r

teve uma propensão decidida, c hum merecimento distincto no genero

Pas­

toril.

O Prescpio executado por este Artista, que sc acha no Convento da Cartuxa, he huma peça dc grande valor, c estim a; assim pela composição e verdade dos objectos, como pela graça, c t«»quc incomparavel, com que são e x e ­ cutados.

P E D E S T A

1

. : llc unia das parte* do composto a que sc chama

Pè-direito

cm Arquitectura. Quando sc emprega nesta A ric hc submetido a dimensões iníalivcis, c inalte- ra v e is; mas quando sc dirige a sustentar Estatuas são suas medidas arbitrarias, c subordinadas á E statu a; por ser este o objecto principal, a os mais ficam servindo dc acessórios.

P E D R A D E B U R N IR : S c rv c para o acabamento das peças, que se cxccutáo cm p edra; assim como a lixa na m adeira: tem na sua qualidade semelhança aos rebòllos dc amolar, porem hc mais a sp e ra ; c deve-se usar antes da

Pedra Pômes.

A dc

bornir

acha-sc nas visinhanças dc

Relias.

P E D R A l* Õ M E S : l l c a Lava do Vcsuvio coagulada; c scrvc para acabamento das Estatuas dc m arm orc, mc- la e s, c outros USOS.

P E R F I L : Vide -

Meio p e rfil

= .

P E T I P E : S áo Ju a s dicções

France\asy

que unidas tu/em uma

\ ò

; cilas ftignificão -

pequeno p é

: que hc o mesmo que

pequena etcalla de graduação.

Mas não obs­ tante serem I rancc/as, julgo que todas as Nações as tem adoptado. O

pc

Francez hc dividido cm doze pole­ g a d a s; c cada huma delias subdividida cm doze linhas. O s Carpinteiros dc machado hc que mais usão desta e s­ cada : c os mais officios usão do palmo denominado— dc

C r ateira

*«qnc hc dividido em

deçimott

e subdividido cm dez porções cada liuni, a que chamâo

centessimos.

Esta divisão por scr mais tniuda que do pc dc

Ket\ l'ra ru e

{ , vem a ser muito mais exacta. Cinco dos tacs palmos de

Craveira

hc que formão a outra medida m aior, a que chamâo

v a ra

: c tres ditos, a que se chama

covado.

E

— 6o —

adverte sc que o

ptlipé

he arbitrario, e proporcionado ao Desenho, ou modelo, que deve servir de exem plar ao objecto, que sc quer execu tar; par.» o qual deve haver outrã cscalla em ponto maior, ou palmo commum, par;» dirigir a execução da peça que sc quer pôr cm obra cífectiva.

P L A I N A : A *

Plainas

são utensílios propriamente dc Carpinteiros, que lhes servem commummcnte para alizar o taboado, tirando-lhe aquella cspecie dc carcppa, que lhe fica da serrag em ; c tem alguns outros usos. A s

Plainas

tem de comprido hum palm o: de largura, c altura cm seu meio 4 décim os; e nos extremos diminuem algum tanto cm altura. S ão luradas dc alto abaixo: cujo rompimento hc cm esquadria ; c náo penetra a peça toda, sen ão cousa dc ccntessimo c meio.

O dito rompimento principia cousa dc decimo c meio atraz da sua frente; c no principio deste rompimento se eleva huma pequena porção da própria madeira á feição de hum C , para na parte côncava de

C

encostar o dedo polegar da mâo ctqucrda, para guiar-lhe a direcção. Na referida abertura se introduz hum ferro calçado d’aço. cujo ferro tem dc comprido

3

quartos dc palmo, com a largura dos quasi toda a p eça ; porque no assento deste ferro he que sahc o gume, que fa/ o effeito dc cortar ; e este ferro c atacado ao total da peça com huma canha dc madeira. E como as vezes tem préstimo no appardh o da Escultura cm madeira, isto lhe dã logar neste Diccionario.

P I.IN T H O : Transcreverei aqui o que já escrevi na minha

Analys* G rajic Orthndoxa

a pag.

3

, Nota (i .*), c he «como já dois Littcratos mc perguntarão que cousa he

pliního

, julgo que por ser termo tcchnico náohc tão conhe­ cido, como eu suppunha; c que não será desacertado de-

- 6. -

clarallo. Dá-se pois o dito nome a hum accssorio anncxo a qualquer Estatua, ou columna, \V Hc como huma lage grossa: c não deve ter molduras, nem outro algum ornato: c como suppcdanco scrvc para elevar sem aftcctaçúo a peça, a que sc ajunta. O s das columna* sáo quadrados c tem preceito na sua grossura, <»u altura; cm outras pe­ vas n á o ...» V c ja s c o resto na dita

Analjrse.

P O N T E IR O S : S i o instrumentos adaptados para o desbaste da Escultura de pedra : cllcs s io lodo* dc aço ; que deve ser do m elhor: são pontudo* cm ambas as suas extrem idades; que ambas sáo tem peradas; huma pura *c aguçar, e dispòr a ferir a pedra, c a outra sem aguço disposta a receber a pancada do maço de íerro. Vidc =

Maços ■,

P O N T O S D E V IS T A , e D E D IS T A N C IA : Ainda que c*ia* definições pertenção rigorosamente á Perspectiva, c náo â Escultura; contudo, quando o Escultor sc v i cm ocasião dc executar algum

/faixo

ou

Meio relero,

n io o poderá fazer sem ter soffrivcis noçôc* dc P ersp ectiva; por isso rcmetlcmos o curioso Applicado a instruir-se ncllas : visto que no melbodo que adoptei n io cabe tanta diffusáo.

P R E N U N C IA D O , ou A R T IC U L A D O : He quando os contórnos sc expressão com tanta individualidade que

parecem recortados: isto se denomina

maneira técca.

P R O P O R Ç Õ E S : A s do corpo humano hc que forúo origem das que adoptou a Arquitectura, como diz Vitruvio. c como esta* sáo extraídas da sabia Mc*tra Natureza, sáo por isso as mais bcllas que sc achio, ou podem excogitar Na» das figuras, que representam racionac», he preciso re­ flexionar nas que adoptarão o* sabios Gregos.

— 02 —

Veja-se no fim deste Diccionario o Mcthodo dc propor­ ções que adoplci (i).

P R U M A R , ou A P R l M AR : Fa/cr uso do

Prumo.

P R U M O : Hc uma pequena peça dc chumbo do feitio dc huma

piram idt quadritaiera,

alada cm sua extremi­ dade superior a hum cordel, ou linha g ro ssa ; dc cujo utensilio sc servem os Escultores para equilibrar» ou

pru*

mar

sua* figuras.

Q

Q U A D R A D O S : A s configurações Geométricas dc toda a espccic dcvem-sc evitar no arranjamento de braços, e pernas.

R

R A S C A D O R E S : Estes instrumentos scr\cm só para os trabalhos dos metac*.

R A S P A S » ou G R O Z A S : Sâo instrumentos de ferro, ou a ço ; dividem-se cm

3

panes, ficando a do meio acilin- drada, e lix a ; e a» outras duas partes sáo picadas, a ser­ virem como lixas g ro ssa s; posto que as

raspas

menores tambem são dc picadura fina m as quanto ao feitio dô todo he tudo o mesmo.

R E B O T E : Vide =

Plaina.

Este utensilio dc cortar cm madeira lem uso muito semelhante ao da

P la in a

; ma» não pódc (como aquella) operar cm superfícies, que n lo sejáo como as d ’agoa estagnada. E llcs costumão ter palmo e meio dc comprido, p. m. <»u m. No principio lem huma elevação da propri.i madeira, e cm ar dc ponte, cm que

(0 Hcvc rc(crir-»« ao

N f t h o io l lr r v v p j r . t % jhrr a» p n n c i p j t t pr<,por\‘o e n t Jo C t» r p o h u m jiw , a que aludimo* no PtefAcio. (N. i5o L.).

~ 63 -

pega a mão direita para guiar-lhe a direcção, & . T em lu­ gar neste Diccionario pela mesma razão que tem a

Plaina.

R E G R A S R E G E N T E S , e D IF I N IT O R IA S : N as operações d Escultura, para sc transpor o modelo ao mar- mt»re, sc usa dc hum utensílio composto dc duas regras encruzadas em perfeita e muito escrupulosa esquadria; a que dou os nomes acima ditos,

regentes,

e

de/initorias.

R E P O r S O : No

Baixo

c

M eio-relero,

hc a distribuição d as figu ras, c m ais utensílios de modo que náo se com* fundão hum as cousas com outras.

R O U P A G E N S : Vide

Pannejamentos

— .

s

S E I X O : H c huma pedra naturalmente dura, e com ­ pacta, de que usão os Escultores para am ular a ferra* menta de trabalhar cm márm ore.

S E R R A : Vide —

Armas de S e rra

; onde se explica o que seja este instrumento.

S E R R A F O S : Sáo humas tiras dc taboas dc tres de* cimos dc largo p. m. ou m ., com a grossura que requer o emprego, a que sc appltcáo.

S I N Z E L : Instrumento dc O urives, c Lavrantcs, o qual sc applica tambem metaforicamente aos Escultores, posto que ellcs não tenháo algum utensilio desta denomi­ nação.

S U B L I M E : Este vocábulo tem duas acccpçócs: porque ou sc rcícrc a facto Historico, cm cuja reprentação o A r­ tista deve usar do

Grande Oenero

, ou Genero

sublim e;

- Cx| -

hcllcza, elegancia, e magisTerio, com que sc vê executada qualquer obra dc Desenho, Pintura, Escultura, N ’hum c noutro sentido sc chama

sublime

á F.Mutua dc

l.ao

-

cooníe

, e ao Quadro da

Transfiguração

executado pelo Divino

Rafael.

S Y M M E T R JA : Vide

-*• l*roporçóet

mm.

T

T A C E L L O S : Assim chamão os Moldadorcs aos boca­ dos, ou pecas, dc que compõem as

Fórmas.

V id e:

Fórm as.

T A L H A D E ÍR A S : Instrumentos de O urives, e Lavran- tes, dc que sc usa no retoque dc estatuas de bronze.

T E R Ç O D E R O S T O : O» retratos cm

Pinturay

dc

terço

hc que sc costumfto expressar; porque nem dc meio perfil, nem de perfil inteiro fazem tão bom cffcito. Na E s ­ cultura porem, deve-se fugir quanto for possivcl dc figurar os rostos deste modo.

T O Q U E : Em Desenho, Pintura c Escultura, entende-se pelo modo dc trabalhar. Kllc he o mesmo que o garbo na eicrita, a que vulgarmente cham io

talho dê letra.

Pelo

toque

se conhece a franqueza, c gosto que tem no traba­ lho o Artista que o executa.

T Ô S S O . Term o, de que u sio o s Artista», para ciplicar uma configuração grosseira, que pende para anã.

T R A Ç O : T erm o peculiar dos Artistas. Hc qualquer linha lançada com o japis, ou pincel. Daqui se deriva o adjectivo =

Tracejado.

E diz-se estar uma figura bem

tra-

cejaday

quando as suas linhas se achão dispostas segundo

— ó? —

T R A P E J A D O : A »iim »e eiplicão as falta* dc solida in^TPUCÇâo para designarem o pannejamcnto.

V

V IV A C ID A D E : Vide —

E xprtitào

V IV A -C Ô R . Este vocábulo n

3

o lem uso algum cm E s ­ cultura, m as cm desenho sim ; c sfto os últimos toque»

3

uc se dáo Desenhos, para lhe* avivar as suas indivi uaçòcs.

V U L T O : Hc o relevo que tem qualquer obfccto d E s ­ cultura, mesmo em figura»

insuladas.

Vide —

Insulado-*.

ACABOi:

l)K

IMIM<IMIR-SK

KSTM

I.IVRO

S

\ IMPRKKSA MODKRNA

Kl‘A IX Z SORI ANO,

- I.ISBOA =

= ---NO

MÊS DK

ABRII,

DE t.,3; a ^ r -

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