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E o espírito humano vagueia acima das águas: um olhar antropológico sobre a sociedade informacional

ORKUT PERIGO CONSTANTE!

3. UM NOVO MAR

3.3 E o espírito humano vagueia acima das águas: um olhar antropológico sobre a sociedade informacional

“Hay algo esencialmente imposible de conrolar em Internet?”

Gordon Graham (1999, p. 109) Cerca de 60 anos depois, durante o III Congreso Online del Observatorio para la Cibersociedad99, evento internacional mediado por computadores realizado entre os dias 20 de novembro e 03 de dezembro de 2006, no qual se realizaram diversas palestras, na sede do evento, a apresentada por Christine Hine100, autora do livro Etnografia Virtual, que ministrou uma palestra homônima, transmitida pela WEB, no dia 28 de novembro de 2006101 merece destaque. Nesta conferência, Hine traçou uma rápida recapitulação dos pensadores102 que se detiveram na relação entre Antropologia e Internet e apontou para as grandes discussões que o tema emerge. Entre elas, como problematizar, partindo do estudo da Antropologia, a sociedade informacional?

No debate, durante todo o Congresso, acerca desta questão, algumas indagações eram, com grande insistência, reproduzidas103: como repensar (é necessário?) o método clássico da antropologia, validada na convivência direta em longos períodos de tempo com seus observados, denominada e definida por Malinowski como "observação participante", se na realidade virtual, os agentes podem aparecer, desaparecer, reaparecer do objeto de estudo104? Quais as novas ferramentas que podem ser utilizadas no levantamento de dados? Como sistematizar esta nova forma de apreender imaginários? Como definir um “território virtual”? Como se aproximar desta realidade? De que forma a relação digital reformata os fundamentos epistemológicos da etnografia? Como a experiência do investigador e a sua relação com o objeto de estudo afetam os agentes analisados? Que tecnologias ele deve conhecer e utilizar? Quais premissas metodológicas devem conduzir um estudo do digital? Qual a relação entre o estudo dos fenômenos mediados

99 O tema do congresso, Conocimiento Abierto, Sociedad Libre, envolveu uma interdisciplinar reflexão, partilhada

por acadêmicos de várias partes do mundo, acerca da relação da “nova sociedade tecnológica”. A direção temática deste congresso, elaborada por um Comitê Científico, centralizou-se no que se denominou cibersocial. A proposta era discutir a “natureza do conhecimento na Era da Informação, a possibilidade deste ser livre e aberto nesta Era e discutir este tema no próprio ciberespaço.”

100

A professora da Universidade de Surrey é uma das mais reconhecidas investigadoras da relação entre etnografia e

Internet. Informações adicionais estão disponíveis em http://www.soc.surrey.ac.uk/staff/chine/

101 A palestra está disponível em http://www.cibersocietat.net/congres2006/uned/contenidos.php?opcio=0 102 Voltarei a esta revisão mais adiante.

103 Estas questões foram propostas por participantes e organizadores do Congresso em fóruns e debates on-line. 104 Um comentário da Professora Vanessa Rosemary Lea, durante a qualificação, a respeito desta questão me foi

muito produtivo: pensar na observação participante na realidade virtual a partir da experiência etnográfica acerca do xamanismo. Infelizmente não foi possível levantar uma discussão teórica acerca desta relação, que ficará para um momento outro.

pelas tecnologias digitais e a sua materialidade? Esta deve ser discutida? De que forma? Como a observação participante ocorre no meio digital? Como deve ser o contato entre pesquisador e objetos de estudo?

Para responder a estas perguntas, além de revisitar os autores citados pelo trabalho de Hine acrescento outros, que foram importantes para minha etnografia. Para olhar antropologicamente a Internet também busquei dialogar com o “novo homem” como o pensou Wiener, Bateson e Breton, do entre, do fluxo, um homem balizado pelo comunicativo. Também é preciso centrar este debate no fato de que, ao longo do desenvolvimento das novas tecnologias de informação, novos olhares filosóficos, grandes discussões críticas e significativas inovações alcançaram as Ciências Sociais. Dentre estas, Dwyer (2004) enumerou sete metodologias informacionais, as quais impactam de alguma forma os paradigmas das ciências sociais:

(a) publicação, divulgação e ensino por meio da Internet;

(b) disponibilidade de bases de dados, bibliotecas virtuais e outras fontes de investigação em formato digital;

(c) programas de analise estatística; (d) programas de análise qualitativa; (e) programas de geoprocessamento; (f) programas de inteligência artificial; (g) laboratórios sociais virtuais105.

Também cresce, no mundo inteiro, a quantidade de pesquisa que faz de objetos virtuais, ou da relação com estes, o tema de dissertações e teses106. Neste novo desafio metodológico e conceitual, um novo campo se apresenta à etnografia: as ilhas digitais, dos cibermares. Como pensar o método de Bronislaw Malinowski, teorizado por ele no formato de “observação participante”, para este novo objeto? Malinowski advoga que é tarefa do etnógrafo “a integração de todos os detalhes observados, bem como a síntese sociológica dos diversos indícios

105 São muitas as URLs que versam sobre a Antropologia. No Brasil, além das páginas das Associações, há revistas,

listas de discussão, cursos de Educação a Distância, sites de Congressos e afins e no mundo todo isto indica uma tendência que se amplia todos os dias. Há as bibliotecas virtuais que agregam dados, links e artigos para pesquisa científica, programas para pesquisa quantitativa e qualitativa se desenvolvem e se comercializam pela WEB, como é o caso do N*Vivo, utilizado para esta etnografia.

106 O trabalho de Cristine Hine, de 2001, Virtual Etnografia o de Raffaele Boiano, Hackntropology, de 2000, o de

Richard Adrian, InInfobahn Blues, de 1997, o de Sherry Turkle, A vida na tela, de 1989, de Mentor Gray, Cyborg

citizen, de 1996, o de Francisco Coelho dos Santos, em Chips de carne e Osso, de 2001 são apenas alguns dos

importantes107” (MALINOWSKI, 1922, p. 72), pois o nativo, imerso em suas experiências pessoais, não seria capaz de dar conta de descrever esta totalidade e ao etnógrafo caberia, defendeu Malinowski, “construir o quadro total” (MALINOWSKI, 1922, p. 72), descrever a “organização social que fundamenta a todos” (MALINOWSKI, 1922, p. 62), o etnógrafo deve “ser um caçador ativo” e seguir sua caça até “a toca de mais difícil acesso”, deve ao mesmo tempo “conhecer bem a teoria científica e estar a par das suas últimas descobertas” e ser capaz de “mudar seus pontos de vista constantemente, abandonando-os sem hesitar ante a pressão da evidência” (MALINOWSKI, 1922, p. 22). É na capacidade de problematizar questões e fundamentá-los teoricamente que residiria a maior virtude de um cientista e para o etnógrafo, o campo seria a possibilidade de aplicar esta condição ao “estabelecimento do contorno firme e claro da constituição tribal” enquanto se delineiam as “ leis e os padrões de todos os fenômenos culturais, isolando-os dos fatos irrelevantes”. Todos estes fenômenos devem ser minuciosamente ponderados pelo etnógrafo, de modo “sério e moderado”, “sem privilegiar aqueles que lhe causam admiração ou estranheza em detrimento dos fatos comuns e rotineiros”. Seu objetivo maior deve ser “perscrutar a cultura nativa na totalidade de seus aspectos” (MALINOWSKI 1922, p. 24).

O presente texto é uma tentativa de dar conta do racismo, associado ao neonazismo e ao revisionismo, nos cibermares, dialogando com este, observando todos estes fatores e priorizando, na presente pesquisa, uma totalidade de sites e comunidades. Tentei, na medida em que me foi possível, aproximar-me do que Malinowski denominou de “todas as leis e regularidades”, “tudo que é permanente ou fixo”, ainda que como ele preciosamente alerta, “não se encontram formulados em lugar nenhum” (MALINOWSKI, 1922, p. 24). Interessou-me, em particular, o não explicitado no discurso, mas expresso por regularidades presentes nos sites e comunidades, por meio de dados coletados enquanto os observava produzindo seus discursos, reagindo a outros racistas e se defendendo do que denominam a “perseguição da mídia sionista”. Como escreveu Malinowski, nunca se tratou de perguntar “como são tratados” os temas de interesse, mas

107 Esta etnografia da totalidade, que me parece impossível diante do meu objeto deu origem a uma utilização do

método malinowskiano em muitos aspectos, como (a) a utilização de mapas e estatísticas e a análise sociológica dos mesmos (b) charts (mitos fundadores, leis, regras); (c) os eventos que acompanhei durante estes cinco anos nos chats e comunidades, aliados ao meu diário de campo que registrou o equivalente, em horas a um ano de observação. (d) a leitura e releitura de um corpus inscriptionum (no caso, as URLs dos sites em formato PDF e os diálogos online dos fóruns). Mas, procurei me ater, a uma abordagem menos funcionalista que nele, o que espero ter deixado evidente na análise do sangue. Esta observação me foi dada pelo professor Mauro William Barbosa de Almeida a quem agradeço.

percebendo como reagem a fatos, acontecimentos, posturas, interlocuções diversas, como expressam seus medos, desejos e aspirações. Isso exigiu de mim um treinamento, que não imagino completo, mas do qual resulta a presente análise.

Um exemplo, recente, se deu quando a imprensa noticiou o episódio de furto de gravatas pelo então Presidente da Congregação Israelita Paulista, Henri Sobel108, numa loja estadunidense, os sites e comunidades foram abundantes em comentar o episódio, quer por meio de textos ou de imagens. Foram criadas mais de dez comunidades sobre o tema, em questão de horas, algumas com centenas de participações instantâneas, nas quais a relação entre o furto das gravatas e o judaísmo do rabino eram deflagradoras da precisão com que o racismo constrói identidades. Este episódio serve bastante para ilustrar como me preocupei em manter sob a forma de um quadro geral o resultado de minhas observações, buscando sempre o maior número possível de manifestações concretas para cada eixo analisado.

Na tentativa de “preencher o esqueleto vazio das construções abstratas” (MALINOWSKI, 1922, p. 29) privilegiei a rotina de ativismo dos participantes dos sites, o cuidado e a reflexão que fazem acerca de seus corpos, a descrição que apresentam em seus perfis, as fotos e marcas imagéticas que escolhem para os representar, o que consideram sua cultura, sua história, seu passado, seus valores, determinados por sua herança genética, “seus laços de amizade e hostilidade, suas simpatias e aversões momentâneas” (MALINOWSKI, 1922, p. 29). Preocupei- me em entender o que meus nativos consideram normal e preocupante, como seus estados mentais revelam um “certo timbre” e tentei observar a possibilidade de seus “modos de pensar e sentir típicos” buscando entender estes modos com a maior exatidão que me foi possível, ainda bastante distante da real, porque não sou racista, a fim de esboçar o “contorno verbal de seu pensamento” (MALINOWSKI, 1922, p. 33).

Detive-me na descrição do método de Malinowski, apresentado por ele na introdução de Os Argonautas do Pacífico Ocidental, porque durante este trabalho de campo foi uma de minhas maiores referências109. Procurei, como ele sugere deixar muitas vezes as “imagens fotográficas, o lápis e o papel de lado” e simplesmente me deixei levar pelos links, rumo a meus nativos, seus interesses, discursos, paixões. Esta observação, direta, dos sites e comunidades, foi meu modo de aproximar-me de seu ponto de vista, para tentar apreender, partindo deste, sua visão de mundo.

108 Henri Sobel foi detido acusado de furtar 4 gravatas de luxo em lojas da Giorgio Armani e da Louis Vuitton, em

Palm Beach, Flórida.

109 Muitas vezes experimentei a sensação de estar atônita diante dos sites, como na fórmula malinowskiana, eu era,

Pondero também que o status de observador gera um lócus de observação privilegiado: muitas vezes me vali da própria Internet para me conduzir anônima em minha observação, ainda que em algumas vezes e no meu próprio perfil no Orkut esclareça meus objetivos de pesquisadora. Para meus nativos o anonimato é essencial, paradoxalmente, para expor-se. Este mesmo anonimato me serviu para observá-los, expondo-me a eles de menor forma.

Etnografar no virtual é observar uma densa interconexão simbólica, e para tanto é precisoproblematizar a tradição etnográfica fundamentada no trabalho de campo que se ergue fundamentada sobre o vínculo entre povo e lugar, nos moldes do funcionalismo malinowskiano: o desafio dos sites explicita, ainda, a necessidade de observar conexões, paralelismos e contrastes aparente incomensuráveis. Era preciso pensar uma metodologia que se adaptasse a “elasticidade” dos links para os quais os sites apontassem, e para as conexões que suas estratégias revelavam. Para atender a esta contínua circulação entre contextos, fluxos e situações, como as apresentadas pelos sites neonazísticos, uma direção interessante é a proposta por George Marcus: uma etnografia multi-situada. Como afirmou Marcus o “objetivo é acompanhar conexões, associações e relações nos locais mais inesperados” para alcançar, nesta pluralidade “traduções e aproximais” entre eles. (MARCUS, 1998, p. 80). Para tanto, segui os meus “informantes”, seus links, suas metáforas, seus mitos, suas histórias, seus argumentos, seus interesses musicais, segui a biografia de seus heróis, acompanhando suas trajetórias na rede. Pensar “o campo etnográfico” numa abordagem antropológica na rede envolve problematizar “o campo” marcado pelo hipertexto110, constituído por referências internas e externas múltiplas, demarcado o que denomino de hyper-trajetórias. Esta constituição especifica do “campo etnográfico” no virtual foi denominada por Bella Dicks e Bruce Mason (1998) de “ethnographic hypermedia environment” (EHE), ou seja um “ambiente etnográfico hypermediado”. Fruto, segundo os autores de um questionamento do paradigma “do campo” etnográfico, e da crítica da inscrição nesta expressão de uma “entidade limitada que pudessem ser entradas e retirado, e que existisse como um ‘lugar objetivo’ com seus próprios tempo e caráter social/cultural (FABIAN, 1983)” a idéia de “um ambiente etnográfico hypermediado” se relaciona a idéia da “da análise multi- local”, mais adquada à pesquisa etnográfica na Internet que a fundamentada nas “relações da

110 CF. “Hypertexts are non-linear. Several writing spaces can appear on the screen simultaneously.... In a hypertext,

the reader is always offered multiple pathways through the information, and the reading will be different depending on which pathways are chosen and what is read and not read”. (TITON, 1995, p. 441)

fixidez e da ‘moradia’ (CLIFFORD, 1997)”. Foi necessário em tal contexto, portanto, pensar “meus informantes” “no fluxo de eventos historicos” (MARCUS; FISCHER, 1986, p. 44).

Pensadora da relação entre tecnologia e Ciências Sociais, Donna Haraway, insistiu no fato de que a história da ciência se demarcou pelo militarismo, pelo colonialismo e pelo machismo. Esta se valeu da força de um poder absoluto (HARAWAY, 1991, p. 111) para traduzir cartesianamente o mundo em observadores e observados. Entendo que dentro do colonialismo há racismo, esta “hierarquização sistemática buscada impiedosamente” (FANON, 1956, p. 30) em todo seu vigor111 e por isto considero o olhar etnográfico do presente texto um olhar sobre o dominador. O discurso dos sites e comunidades é profundamente demarcado pelo militarismo, pelo colonialismo e pelo machismo e por isso talvez ele incomode tanto: rememora a “origem” de todo o pensamento científico, inclusive da própria disciplina antropológica, o discurso colonial.

Este exercício etnográfico implicou em problematizar, continuadamente, o apartamento dos pontos de vista dos dois sujeitos construídos pela disciplina: o do etnógrafo (o civilizado) e o do nativo por ele observado e as que ainda considerados “intercambiáveis analiticamente”, como escreveu José Jorge de Carvalho (2001, p. 107) e “ao mesmo tempo existencialmente incomensuráveis”, porque, nos sites, os nativos se constroem, inclusive, como os últimos exemplares desta “cultura européia”, os “últimos civilizados” (BHS, CNc, HER, V88, CORKUT “Orgulho Branco, NA, NAr), herdeiros ameaçados deste mundo que nos concebeu cientistas. Raphael Ezechiel defendeu, em Racist Mind, que o discurso racista alcança esta proporção porque interage com padrões inconscientes de nós ocidentais, porque nos vemos como eurodescendentes. Haraway nos recorda que a própria concepção de “colonização ciborguiana” como ela denomina o investimento do orçamento militar na idéia de “uma política ciborgue” (em especial no processo que envolveria C3I – comando-controle-comunicação-inteligência), faz do termo ciborgue “uma ontologia”, buscando estruturar qualquer possibilidade de transformação histórica: todas as demarcações desde as que constroem o “capitalismo racista” até as que determinaram a “apropriação da natureza como matéria pra a produção da cultura”, expressariam na “relação entre organismo e máquina uma guerra de fronteiras”. Em jogo, segundo a autora de Antropologia do Ciborgue, estão “a produção, a reprodução e a imaginação”. (HARAWAY, 1991, p. 43).

111 Como escreveu Boaventura de Souza santos: “ a negação da diversidade é inerente ao colonialismo” (SANTOS;

É dentro desta inscrição que observei meus informantes, para os quais o racismo também emoldura uma forte estrutura epistemológica, garantindo a profundidade, a sutileza e a complexidade do colonialismo como relação social. Nesse sentido, o meu trabalho é também um exercício de compreensão do dualismo cartesiano, do enfrentamento da micro e da macroinstrumentalização, discutida por Victor Turner, entre outros autores e um enfrentamento da questão, como proposta pela afirmação de Jacques Derrida, acerca do olhar etnográfico, como resultado do descentramento sucedido no cerne da visão de mundo ocidental, num momento posterior ao do retorno da era clássica, "no momento em que a cultura européia foi deslocada, expulsa do seu lugar, deixando então de ser considerada como a cultura de referência" (DERRIDA, 1971, p. 234).

Nos sites e comunidades este discurso se expressa em uma luta, em seus “modos de pensar e sentir”, na medida em que esses modos se confundem com o próprio momento histórico que gerou a tecnologia utilizada por eles para expressar-se. Nesse sentido, nunca houve qualquer tentativa de hierarquia entre racismo e Internet na pesquisa, pois de um modo muito peculiar ambos se inscreviam um no outro, na tessitura etnográfica, revelando facetas e detalhes preciosos das “grandes narrativas” (LYOTARD, 1984) na qual se inseriram: o racismo, assim como a cibercultura são artefatos culturais de uma lógica, capazes de produzir cultura, emoldurando os padrões mentais dos que neles estão envolvidos. O olhar antropológico do presente texto pretendeu, como escreveu Descola, “prestar atenção” nisto. Para tanto, problematizar algumas questões se fizeram imprescindíveis: era preciso situar a análise diante de toda uma teoria que se construiu, nos últimos anos, a respeito da cibercultura: era necessário pensar a Internet como espaço e pensar, ainda, a relação entre Internet e temporalidade. Também era preciso, por fim, escolher metodologias e ferramentas de análise. Cada um destes quatro quesitos será explorado a seguir.