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Espaço para irrupção e angulação dos terceiros molares na Classe II subdivisão (Tipos 1 e 2)

MATERIAL E MÉTODOS

RADIOGRAFIAS OBLÍQUAS CORRIGIDAS

6.5 Discussão dos Resultados

6.5.2 Espaço para irrupção e angulação dos terceiros molares na Classe II subdivisão (Tipos 1 e 2)

Considerando a distribuição dos tipos de Classe II, subdivisão, verificou-se que, de acordo com as pesquisas já realizadas3,65,66,70,71,93,145, a Classe II, subdivisão ocorre principalmente devido a um posicionamento mais distal do molar inferior, do lado da Classe II e, secundariamente, a um posicionamento mais para mesial do molar superior, deste mesmo lado. Desta forma, como na amostra estudada havia casos apresentando estas duas etiologias, foram selecionados os pacientes por meio da avaliação de fotografias extrabucais frontais11,86 ora quando apresentavam a

Classe II, subdivisão devido ao posicionamento mais para distal do molar inferior (Classe II subdivisão, Tipo 1) ora pelo posicionamento mais mesial do molar superior (Classe II subdivisão, Tipo 2). Não foi objetivada a realização de nova aferição da classificação para se manter a padronização da seleção já obtida e para não se criar subjetividade entre os resultados avaliados, caso houvesse uma segunda classificação. Além disso, a classificação utilizada neste trabalho foi elaborada por duas examinadoras calibradas em pesquisas prévias11,86. Assim, foram classificados 18 casos pertencentes ao Tipo 1 e seis casos pertencentes ao Tipo 2. Os demais casos pertenceram ao grupo de pacientes que apresentavam uma combinação de características desses dois tipos, não sendo utilizados na avaliação individualizada dos subgrupos. Desta forma, em relação à quantidade de pacientes em cada subgrupo, houve uma falta de proporcionalidade da amostra. Inicialmente, o grupo de Classe II, subdivisão, apresentava 44 pacientes, entretanto eliminaram-se 15 pacientes, pois no exame detalhado da amostra somente 29 apresentavam os terceiros molares presentes em todos os quadrantes para a realização do estudo. Assim, considerando que o grupo com oclusão normal apresentava 17 jovens; o subgrupo com má oclusão de Classe II, subdivisão, Tipo 1, apresentava 18 pacientes e o subgrupo com má oclusão de Classe II, subdivisão, Tipo 2, apresentava apenas seis pacientes. O maior número de casos de Classe II, subdivisão Tipo 1 corroborou com os registros na literatura de que a Classe II, subdivisão se deve, principalmente, à posição mais para distal do molar inferior, no lado da Classe II3,65 e, secundariamente, devido à posição mais para mesial do molar superior, no lado da Classe II65. Seria ideal se os subgrupos de Classe II, subdivisão estivessem com proporções mais homogêneas. Certamente, haveria uma maior precisão e facilidade de interpretação dos resultados deste estudo se houvesse uma maior participação de casos de acordo com as diferentes etiologias. Entretanto, amostras com grupos experimentais compostos por um grande número de pacientes dificilmente podem ser encontradas33,139. Os resultados obtidos com o Tipo 2 neste trabalho constituíram-se apenas de um estudo piloto que deverá ser melhor investigado posteriormente.

6.5.2.1 Espaço para irrupção e angulação dos terceiros molares na Classe II subdivisão (Subgrupo Tipo 1)

6.5.2.1.1 Avaliação linear

Novamente, verificaram-se resultados similares aos encontrados inicialmente na tabela 9, quando todos os casos do grupo 1 (29 casos) tiveram os lados comparados entre si. Houve diferença estatisticamente significante para a variável linear dos molares superiores (Dist2MS-POSRAM, tabela 15). Desta maneira, o espaço destinado à irrupção dos terceiros molares superiores apresentou-se aumentado em relação ao lado da Classe I (Dist2MS-POSRAM), explicitando mais uma vez que mesmo nos casos cuja etiologia principal era o posicionamento mais distal do molar inferior, verificou-se que havia a presença de uma suave participação, embora secundária, do posicionamento mais mesial do molar superior, concordando com trabalhos anteriores3,65,145. Na análise das assimetrias lineares dos molares superiores intergrupos (tabela 16, Gráfico 3), verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante. Entretanto, houve uma tendência dos molares superiores apresentarem assimetrias maiores para o subgrupo Tipo 1, corroborando com a etiologia secundária do aparecimento da Classe II, subdivisão3,65,145.

Houve significância estatística para a variável referente aos molares inferiores (Dist2MI-POSRAM, tabela 15), na análise intragrupo. Verificou-se que o espaço destinado à irrupção dos terceiros molares inferiores apresentou-se diminuído em relação ao lado da Classe I em virtude do principal fator etiológico que ocasiona o aparecimento da Classe II, subdivisão3,11,28,65,69,86,93,145. Na análise comparativa entre os grupos (tabela 16, Gráfico 3) pelos testes t, verificou-se que houve diferença estatisticamente significante para a variável linear dos molares inferiores para o subgrupo Tipo 1. Assim, estes testes detectaram assimetrias lineares significantes nestes 18 casos (Dif2MI-POSRAM, tabela 16, Gráfico 3), pois havia menor espaço destinado aos terceiros molares inferiores do lado da subdivisão já que o posicionamento dos molares inferiores estava mais para distal do lado da Classe II3,65,145.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 Méd ias Dif2MSPOSRAM Dif2MI-POSRAM Variáveis G1-T1 G2

Gráfico 3 – Médias das assimetrias lineares, nas radiografias oblíquas corrigidas, obtidas pelo teste t independente, entre os lados de Classe I e Classe II do subgrupo Tipo 1 (G1-T1) com os lados esquerdo e direito do grupo de oclusão normal (G2).

6.5.2.2 Avaliação angular

Quanto às variáveis angulares dos molares superiores no subgrupo Tipo 1, nas radiografias oblíquas corrigidas (Ang3MSup., tabela 15), houve uma tendência dos valores das médias serem maiores do lado da Classe II em relação ao lado da Classe I, embora sem apresentar diferença significante. Isto reforça o papel secundário do posicionamento mais mesial do molar superior estar presente3,65,145, permitindo que os terceiros molares superiores tenham uma melhor angulação para irrupção (tabela 15). De maneira análoga, nas radiografias panorâmicas, verificou-se uma tendência dos ângulos (Ang3MSup.) dos terceiros molares superiores apresentaram uma diminuição dos seus valores o que reflete numa melhor inclinação dos terceiros molares para irrupção quando se verifica a relação dos seus longos eixos com a linha interorbitária (tabela 17). Os resultados entre os grupos (tabela 16, Gráfico 4) para as diferenças das assimetrias angulares dos terceiros molares superiores não foram estatisticamente significantes. Os resultados das assimetrias angulares dos molares superiores, nas radiografias panorâmicas (tabela 18, Gráfico 4), apresentaram-se diminuídos, embora não significantemente, em relação ao grupo de oclusão normal,

em consonância com os resultados discutidos na tabela 16, para as assimetrias angulares dos molares superiores.

Nas radiografias oblíquas corrigidas, quando se analisou os resultados das comparações entre os lados do subgrupo Tipo 1 verificou-se significância estatística para a variável angular do terceiro molar inferior (Ang3MInf., tabela 15, Gráfico 4), em consonância com os resultados gerais do grupo 1 (tabela 9). Isto demonstrou que houve uma maior inclinação para mesial do molar inferior no lado da Classe II devido às suas médias serem menores que o lado da Classe I, o que demonstrou uma maior probabilidade de impacção dos terceiros molares inferiores deste lado. Similarmente, nas radiografias panorâmicas (tabela 17), verificou-se resultados que corroboram com os obtidos nas radiografias oblíquas corrigidas (tabela 15). Embora as variáveis angulares não tenham apresentado significância estatística, verificou-se que houve uma tendência das médias das angulações dos terceiros molares inferiores serem menores do lado da Classe II, concordando com o posicionamento mais distal do molar inferior3,65,145 se relacionar com a maior tendência de impacção dos terceiros molares deste mesmo lado.

Na comparação das assimetrias angulares intergrupos, verificou-se a ausência de diferenças significantes em ambos os métodos radiográficos avaliados (tabelas 16 e 18, Gráfico 4). Isso demonstra que a assimetria linear entre esses grupos é mais evidente que a assimetria angular, sendo esta última mais variável.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 M édi as

DifAng3MSup. DifAng3MInf. DifSubONSup. DifSubONInf.

Variáveis

G1-T1 G2

Gráfico 4 – Médias das assimetrias angulares obtidas pelos testes t independentes, nas oblíquas corrigidas e panorâmicas, entre os lados de Classe I e Classe II, do subgrupo Tipo 1 (G1-T1) com os lados esquerdo e direito do grupo de oclusão normal (G2).

6.5.3 Espaço para irrupção e angulação dos terceiros molares na Classe