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Capítulo 3 A Proposta Formativa do Curso de Pedagogia Conveniado

3.2 O Projeto Político-Pedagógico da UFPI do Curso de Pedagogia Conveniado

3.2.3 Do estágio supervisionado de ensino

De acordo com a Resolução CNE/CP 24, de fevereiro de 2002, que institui a direção e a carga horária dos cursos de Licenciatura de Graduação Plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior é dito que:

Art. 10 - A carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, será ajustada mediante a integralização de, no mínimo, 2.800 (duas mil e oitocentas horas), nas quais a articulação teoria-prática garanta, nos termos dos seus projetos pedagógicos, as seguintes dimensões dos componentes comuns:

I – 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso;

II – 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso;

III – 1.800 (um mil e oitocentos) horas de aulas para os conteúdos curricular de natureza científico-cultural;

IV – 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadêmico- científico-culturais.

Parágrafo único. Os alunos que exerçam atividade docente regular na educação básica poderão ter redução da carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 (duzentas) horas.

Art. 20. A duração da carga horária prevista no Art. 10 desta Resolução, obedecidos os 200 (duzentos) dias letivos/ano dispostos na LDB/96, será integralizada em, no máximo, 3 (três) anos letivos.

4 CNE: Conselho Nacional de Educação.

No Projeto Político Pedagógico, a Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado de Ensino, possuem uma carga horária de 1.200 (um mil e duzentas horas) distribuídas ao longo do curso a partir do terceiro Bloco, atendendo às exigências da legislação citada acima.

De acordo com Projeto Político Pedagógico o estágio supervisionado é considerado:

[...] o lugar privilegiado da prática na formação do professor e desenvolver- se-á concomitante, às demais disciplinas do bloco, permeando todo o curso, numa perspectiva interdisciplinar.

[...] como ação docente e supervisionada, integralizado no decorrer do curso, a partir do III bloco com aproveitamento da experiência da prática pedagógica do professor em qualificação.

[...] o princípio essencial de formação docente é a reflexão contínua sobre a prática em sala de aula, enfatizando a pesquisa como eixo articulador da construção e reconstrução do conhecimento. (P. P. P., 2001, p. 22).

De acordo com Pimenta (2004, p. 17)

Na formação de professores, os currículos devem considerar a pesquisa como princípio educativo e cognitivo, investigando com os alunos a realidade escolar, desenvolvendo neles a atitude investigativa em suas atividades profissionais e assim tornando a pesquisa também como princípio formativo na docência.

Durante o desenvolvimento do processo formativo é que se estabelece a relação entre teoria e prática, mas, consideramos uma prática que seja fundamentada essencialmente na teoria, para que o estágio tenha importância no processo de formação do(a) docente.

Além de ser visto como um espaço para a pesquisa, o estágio também pode ser também, um lugar para a elaboração e implementação de projetos interdisciplinares, como elemento curricular que permite a compreensão e construção de novos conhecimentos, como uma forma de analisar e problematizar a realidade profissional e o próprio ensino.

Durante as observações identificamos do processo formativo da Prática Ensino e o Estágio Supervisionado de Ensino que foram valorizados os projetos de intervenção pedagógica e a socialização de experiências, como aspectos importante da formação, que possibilitou o desenvolvimento profissional. Neste aspecto o Projeto Político Pedagógico considera a docência como atividade intelectual, crítica e reflexiva, tendo a ética como elemento fundamental na formação e na atuação docente.

Nos momentos de socialização de experiências as professoras fizeram a exposição do trabalho desenvolvido durante o Estágio. São momentos de reflexão coletiva. Podemos dizer, que é um momento também de construção do ser professora, da profissão e consolidação da profissionalidade docente.

Verificamos ainda, que até então, a Agência Formadora não possuía na época em que realizamos a pesquisa uma proposta de estágio formalizada. Existia um plano de trabalho que os professores de Prática de Ensino orientavam o estágio. Os objetivos desse plano de trabalho diziam que o aluno deveria:

-Aplicar em situações práticas os conhecimentos adquiridos nas disciplinas do curso de formação para as séries iniciais do ensino fundamental.

- Vivenciar a prática docente na Escola, Campo de Estágio desenvolvido as fases do processo ensino-aprendizagem: planejamento, execução e avaliação. - Operacionalizar a prática docente nas séries iniciais do ensino fundamental a partir de uma proposta pedagógica de intervenção para superação das dificuldades incentivadas em sala de aula (P. P. P., 2001, p. 11).

A partir desses objetivos foram definidas as seguintes fases do estágio:

1-Fase de Observação -Encontros Pedagógicos

a) - Leitura e discussão de textos, visando uma postura crítica, comprometida implicando na operacionalização dos seguintes aspectos:

-A prática pedagógica numa perspectiva dialética para efetuar renovação- transformação ou mudanças.

-Eliminação da Prática Pedagógica como fazer docente pré-estabelecida e normatizada, transformando a atividade docente em mecânica, ritualista, repetitiva, sem crítica, nem avaliação, nem com novidades.

- Prática pedagógica pensada para superar:

- A fragmentação do conhecimento dos especialistas; - Distanciamento de prática pedagógica com a realidade;

- Visão de que o papel do professor como transmissor de conhecimento. b) – Orientação e roteiro para caracterização da escola e elaboração do plano de estágio para ser efetuado, complementado e socializado com os colegas. - Leitura e discussão de textos.

- Montagem do plano de estágio e socialização do trabalho.

- Elaboração de Diário de campo para anotações dos fatos relevantes relativos às atividades do estágio, realizadas na sala de aula.

2-Fase de Regência

- Levantamento das dificuldades da sala de aula para montagem de projetos de intervenção.

- Planejamento das atividades do projeto de intervenção. - Execução do projeto de intervenção.

- Avaliação do projeto de intervenção.

- Outros dados (atividades extraclasse, reuniões, encontros pedagógicos, ciclos de estudo e debates, cursos, etc), ou seja, registro de todas as atividades desenvolvidas durante o período letivo.

- Elaboração do cronograma geral do estágio atividades que foram realizadas em sala de aula.

- Elaboração do relatório final.

- Socialização das atividades realizadas durante o estágio através de seminários, no final de cada período letivo. (PLANO DE ESTÁGIO, 2000, p.4).

Este modelo de formação é uma proposta que vem possibilitando a constituição de um novo agir Profissional, elevando a competência profissional, tendo em vista, que o saber é produzido e socializado entre o conjunto de professoras-alunas e alunos de outras graduações através de seminários abertos para a comunidade Universitária. No quadro a seguir é feita a distribuição da carga horária da Prática de Ensino e Estágio Supervisionado de Ensino.

Matriz Curricular Inicial Carga horária Matriz Curricular (2) Carga horária Matriz Curricular (3) Carga horária Prática Educativa 840h Prática

Educativa (I) 135h Prática Educativa (I) 300h Estágio Curricular 300h Prática Educativa (II) 195h Prática Educativa (II) 300h Oficinas e seminários 120h Oficinas e Seminários 90h Prática Educativa (III) 300h Oficinas e seminários Prática Educativa (III). Prática de Ensino na Escola Fundamental 310h Prática Educativa (IV) 300h

Total 1.260h Total 640h Total 1.200h

Quadro 12 - Distribuição da Carga Horária da Prática de Ensino e de Estágio Supervisionado de Ensino.

Fonte: Projeto Curricular Reformulado (1, 2 e 3) do Curso de Pedagogia – Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental – UFPI, Teresina, 1999, 2000 (Convênio UFPI-PMT).