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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.4 ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RÁPIDA DE IMPACTO AMBIENTAL EM CAVERNAS

4.5.2 Estado das cavernas estudadas

Todas as cavernas estudadas não apresentaram o entorno com heterogeneidade ambiental, com a presença de outras formações cársticas características, não estão inseridas em Unidade de Conservação e em seus meios hipógeos não foram encontradas espécies troglomórficas.

A Gruta Aventureiros possui fauna de vertebrados e invertebrados aquáticos e terrestres, sendo sua riqueza de invertebrados terrestres caracterizada como média, com 57

morfoespécies identificadas. E sua fauna de quirópteros composta por hematófagos, nectarívoros e frugívoros.

Não possui sítio paleontológico e arqueológico. Não é reconhecida como patrimônio cultural pela população do entorno, mas possui beleza cênica média com a presença de estalactites, colunas, escorrimentos e cortinas e é a única caverna da região com presença de corpo d’água permanente.

Seu meio epígeo possui vegetação de Mata Atlântica e é o mais conservado dentre os entornos presentes nas cavernas de Laranjeiras, com estrada asfaltada distando cerca de 1.500 metros da caverna e plantação de cana-de-açúcar com menos de 1.000 metros de distância da caverna. Essas características atribuíram 57 pontos a essa cavidade, sendo assim a segunda mais prioritária para dar início a ações de conservação.

A Gruta da Janela apresenta fauna de vertebrados e invertebrados terrestres, com alta riqueza, apresentando 79 morfoespécies de invertebrados terrestres identificados e fauna de quirópteros constituída por insetívoros, nectarívoros e frugívoros. Não é reconhecida como patrimônio cultural, não apresenta sítio paleontológico e arqueológico, não há descaracterização visível do ambiente interno.

Sua beleza cênica é baixa, mas apresenta estalactites, cortinas e escorrimentos localizados em pontos isolados da cavidade. A área ao seu redor foi reflorestada, estando em regeneração. Localiza-se próxima da área de retirada de calcário da CIMESA, distando do local das explosões cerca de 1.000 a 1.500 metros. Suas características a atribuíram 52 pontos, o que a torna a terceira mais prioritária para se iniciar ações de conservação.

Na Gruta da Raposa há presença de fauna de vertebrados e invertebrados terrestres, com 78 morfoespécies de invertebrados e morcegos insetívoros, nectarívoros e frugívoros. Não possui sítio arqueológico, nem descaracterização visível do ambiente. Sua beleza cênica é média, com a presença de estalactites, escorrimentos, estalagmites, colunas e cortinas e possui sítio paleontológico de vertebrados e invertebrados marinhos do Cretáceo, mas não é considerada pela população do entorno patrimônio cultural.

Em seu entorno encontra-se grandes modificações ambientais, principalmente pastagem para gado. Com esses atributos possui 69 pontos o que lhe torna a caverna mais prioritária para ações de conservação do meio hipógeo e restauração do meio epígeo.

A Gruta do Tramandaí é habitat para fauna de vertebrados e invertebrados terrestres. Possui 68 morfoespécies de invertebrados identificados e quirópteros de alimentação hematófaga, insetívora, nectarívora e frugívora.

Não apresenta indícios de sítio paleontológico e arqueológico, seu meio hipógeo está visivelmente descaracterizado, possuindo baixa beleza cênica, mesmo apresentando estalactites, cortinas e escorrimentos. Seu entorno está em regeneração, com reflorestamento natural, mas apresenta espécies exóticas entre as nativas e uma estrada asfaltada e núcleo urbano localizados a menos de 500 metros de distância. Essas características fazem com que a prioridade de conservação e restauração seja baixa, em relação às demais cavernas, com seus 35 pontos que a colocam em último lugar na lista de cavernas a serem priorizadas.

A Gruta da Matriana é considerada pela população do entorno um patrimônio cultural e possui fauna de vertebrados e invertebrados terrestres e exemplares de invertebrados aquáticos que se utilizam dos interstícios das rochas onde se acumula água. Sua riqueza de invertebrados é a segunda maior para o município, com 91 morfoespécies identificadas.

Não apresenta fauna de morcegos, sítio paleontológico e arqueológico. Sua beleza cênica é media, mesmo com a ausência de espeleotemas. Em seu entorno predomina o cultivo de cana-de-açúcar e dista a menos de 1.000 metros de uma estrada asfaltada. Assim apresenta 47 pontos, o que a caracteriza como a sexta caverna a ser priorizada para ações de conservação e restauração.

A Gruta da Pseudomatriana apresenta fauna de vertebrados e invertebrados terrestres com alta riqueza de invertebrados (89 morfoespécies) e presença de morcegos hematófagos, nectarívoros e frugívoros. Não possui sítio paleontológico e arqueológico, e mesmo não sendo descaracterizada visivelmente possui baixa beleza cênica (com cortinas e escorrimentos como espeleotemas) e não é considerada patrimônio cultural pela população do entorno.

A área ao seu redor é de reflorestamento na parte mais próxima de sua entrada, mas em menos de 100 metros encontra-se plantação de cana-de-açúcar e uma estrada asfaltada passa a cerca de 2.000 metros da caverna. Dessa forma, essa caverna é considerada a quinta prioritária para ações de conservação e restauração, apresentando 48 pontos no protocolo.

Na Gruta dos Orixás encontra-se fauna de vertebrados e invertebrados terrestres, sendo alta sua riqueza de invertebrados (70 morfoespécies) e possuindo morcegos frugívoros e nectarívoros. Não há evidências de sítio paleontológico e arqueológico em seu interior e nem de descaracterização visível do ambiente.

Possui beleza cênica baixa com pequena quantidade de espeleotemas (estalactite, estalagmite e escorrimento) presentes no segundo salão. Seu entorno está em regeneração com reflorestamento, mas possui plantas de espécies exóticas e dista a menos de 1.000 metros de núcleo urbano e a menos de 2.000 metros de local de mineração. Com esses atributos possui

40 pontos o que lhe tornam a sétima caverna mais prioritária para ações de conservação do meio hipógeo e restauração do meio epígeo.

A Gruta Raposinha possui fauna de vertebrados e invertebrados terrestres, apresentando média riqueza de invertebrados (49 morfoespécies) e morcegos nectarívoros e frugívoros. Está inserida em área de agropecuária, seu meio epígeo e hipógeo estão visivelmente descaracterizados, sendo este último de baixa beleza cênica com a maioria de seus espeleotemas (estalactites e cortinas) quebrados. Dessa maneira, é a oitava caverna a ser priorizada para ações de conservação e restauração atingindo apenas 40 pontos no protocolo de avaliação de estado.

A Gruta da Pedra Furada é considerada patrimônio cultural pela população do entorno, mesmo não possuindo sítio arqueológico e paleontológico. Sua beleza cênica é média, com a presença de estalactites (maioria quebradas) e escorrimentos.

Possui fauna de vertebrados e invertebrados terrestres e exemplares de invertebrados aquáticos (gastrópodes). A riqueza da fauna de invertebrados é a maior entre as cavernas do município, com 141 morfoespécies identificadas e apresenta morcegos frugívoros e nectarívoros.

Há descaracterização visível em seus meios epígeo e hipógeo e localiza-se em área de agropecuária, próxima a núcleo urbano e distando cerca de 2.000 metros de área de mineração. Seus 48 pontos a colocam como quarta caverna prioritária para iniciar ações de conservação e restauração.