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Estados Sublimes da Mente

No documento Manual Do Budismo (páginas 146-153)

Diz o Sr. Buda:

Benevolência - “Com pensamentos cheios de benevolência , preenche primeiro uma direção, logo uma

segunda direção, depois uma terceira direção, logo uma quarta direção, logo acima, abaixo e todo redor. Ao se identificar com o todo, o discípulo preenche o universo inteiro com pensamentos de benevolência, com o coração que se tem tornado grande, amplo, ilimitado, e purificado de má vontade”

Compaixão - “Com pensamentos cheios de compaixão, preenche primeiro uma direção, logo uma

segunda direção, depois uma terceira direção, logo uma quarta direção, logo acima, abaixo e todo redor. Ao se identificar com o todo, o discípulo preenche o universo inteiro com pensamentos de compaixão, com o coração que se tem tornado grande, amplo, ilimitado, e purificado de má vontade”

Gozosa simpatia - “Com pensamentos cheios de gozosa simpatia, preenche primeiro uma direção, logo

uma segunda direção, depois uma terceira direção, logo uma quarta direção, logo acima, abaixo e todo redor. Ao se identificar com o todo, o discípulo preenche o universo inteiro com pensamentos de gozosa simpatia, com o coração que se tem tornado grande, amplo, ilimitado, e purificado de má vontade”

Equanimidade - “Com pensamentos cheios de equanimidade, preenche primeiro uma direção, logo

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redor. Ao se identificar com o todo, o discípulo preenche o universo inteiro com pensamentos de equanimidade, com o coração que se tem tornado grande, amplo, ilimitado, e purificado de má vontade”

“Exercita a prática da Bondade, pois pela sua prática toda inimizade será abandonada. Exercita a prática da compaixão, pois assim todo vexame será abandonado.

Exercita a prática da simpatia, pois assim todo desgosto e maus entendidos serão abandonados. Exercita a prática de equanimidade, pois assim toda repulsa será abandonada.

O Precioso Corpo Humano:

Diz-se que o corpo humano é precioso porque possui todas as qualidades que se necessitam para consagrar-se à prática do Dharma; tais qualidades se classificam em oito liberdades e dez aquisições.

As 8 Liberdades:

Dizer que o precioso corpo humano tem oito liberdades significa que deve estar livre dos oito estados de existência no qual não há tempo para treinar o Dharma.

Livre dos três estados onde somente existe sofrimento: o dos estados infernais, o dos espíritos ávidos, e o dos animais.

Livre da condição dos ateus que não conhecem nenhum Dharma.

Livre da condição dos deuses de longa vida que estão continuamente distraídos pelos desejos dos sentidos.

Livre da condição dos que não podem ter confiança na Lei do Karma ou, em geral, no Dharma e cujas crenças se opõem a este.

Livre do nascimento numa era escura, na qual não aparece nenhum Buda.

Livre do estado de simples de espírito ou dos cegos e surdos mudos que enquanto à faculdade de compreender o Dharma, tem o fundamento de sua própria enfermidade.

As 10 Aquisições.

Para ter um precioso corpo humano é necessário ademais ter adquirido outras dez qualidades. Cinco que a caracteriza propriamente:

1) A obtenção da condição humana.

2) Um nascimento no centro, quer dizer, num país onde o Dharma esteja difundido. 3) Possuir os cinco sentidos assim como a faculdade de compreender o que é ensinado. 4) A ausência de atividades que se contradigam com o Dharma.

5) Ter fé nas Três Jóias.

Outras cinco que estão relacionadas com fatores exteriores a ele. 1) Deve ter aparecido um Buda.

2) Este Buda deve ter ensinado o Dharma. 3) Sua doutrina deve estar viva em nossos dias. 4) Deve ter numerosos adeptos.

5) E graças a sua bondade e a sua fé, deve-se poder gozar de condições favoráveis para a prática.

Dificuldade de Ter um Corpo Humano Precioso

A rareza deste precioso corpo humano se ilustra de três formas.

1) Considerando sua causa kármica: Ter sabido manter uma conduta ética perfeitamente pura, são raros os que têm sido capazes.

2) Por relações quantitativas que indicam que entre todas as possibilidades de existência, o número de estados infernais é comparável ao dos grãos de pó que há em cima da terra. O número de espíritos ávidos é comparado aos grãos de areia do rio Ganges. O número de animais aos de flocos de neve. O número de seres dos três estados de existência superior é comparável ao de estrelas da noite. O número dos que possuem um corpo humano precioso são tão raros como as estrelas que brilham ao pleno dia.

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3) Esta rareza se ilustra com um exemplo: uma tartaruga cega que, vivendo no grande oceano, sai à superfície uma só vez a cada cem anos, teria mais possibilidades de introduzir sua cabeça no buraco de um pedaço de madeira à deriva que as que há para obter este precioso corpo humano.

Seu Verdadeiro Sentido

Assim este precioso corpo humano é tão raro que se agora que o temos obtido não nos consagramos, o desprendernos de todo sofrimento do Samsara seguindo a via da liberação, obtendo assim a beatitude eterna do estado de Buda, nosso comportamento será ainda pior que o de um homem necessitado que despreza tirar proveito de um enorme tesouro que acaba de descobrir.

Pelo contrário, se renunciamos agora a todas as atividades do Samsara, que trazem grandes

preocupações muito pouco justificadas, e, sem pretender ou fingir conhecer a doutrina e meditação, obtemos o elixir do Dharma de um Lama realizado que se converta em nosso mestre espiritual

poderemos, quando tenhamos assimilado os pontos essenciais do Dharma, levar até seu termo as duas acumulações de Karma positivo e de supremo conhecimento, assim como a purificação dos diferentes véus que escurecem nosso espírito; e, uma vez concluídas as práticas das duas fases do processo de meditação, conseguir que este precioso corpo humano chegue a ser suporte de nossa liberação e assim lhe dar seu verdadeiro significado.

A Impermanência

A meditação sobre a impermanência tem o poder de diminuir nosso apego à esta vida e de estimular a prática da virtude.

A Impermanência do Universo

O Universo nos é apresentado como sólido e firme, porém ao término de um ciclo cósmico será destruído gradualmente pelo fogo, água e ar.

A Impermanência manifesta-se igualmente na evolução do tempo, com a mudança progressiva das quatro estações. Na primavera, a terra de cor moreno avermelhada, se enternece e brotam árvores e plantas; quando chega o verão, o terreno de cor verde azulado, torna-se úmido, se expandem flores e folhas; depois a força do outono fortalece o solo, que torna-se de cor ocre, e os frutos maduram; finalmente, ao aparecer o inverno, a terra se congela torna-se cinza, ás arvores e plantas secam e tornam-se quebradiças.

Nada há que seja permanente; o sol e a lua aparecem e desaparecem continuamente; o dia é claro e transparente, porém depois vem a noite que é escura e fosca.

Tudo muda de hora em hora, minuto a minuto, de instante a instante, como o curso de uma cascata que, ainda que nos pareça sempre o mesmo, está mudando continuamente ao se renovar

incessantemente a água.

A Impermanência de Todos os Seres

Todos os seres do universo são mortais; os que pertencem ao passado estão mortos, os que pertencem ao presente morrerão, os que pertencem ao futuro morrerão.

Nós mesmos de ano em ano, hora atrás de hora, minuto após minuto, nos aproximamos do momento de nossa morte. Por muito valentes que sejamos não poderemos avistar a sua presença. Por muito rápido que sejamos ao correr não poderemos fugir dela; por muito erudito que possamos ser, nossas hábeis palavras e eloqüência não mudarão em nada a realidade.

Nem o heroísmo de um exército, nem a influência dos poderosos, nem nenhuma arma refinada, nem a astúcia dos espertos, nem o corpo de uma mulher bela, saberiam como evitar a morte, da mesma maneira que ninguém saberia deter, nem sequer reduzir, a marcha do sol quando desaparece detrás das montanhas.

Ninguém sabe quanto tempo viverá; alguns morrem no ventre de sua mãe; outros ao nascer, outros na infância, alguns na sua juventude, outros na sua velhice.

Também é incerto o que ocasionará nossa morte, e ninguém sabe qual será a sua causa; ela poderia sobrevir mediante o fogo, a água, o vento, o raio, a queda num abismo, um desprendimento, o

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afundamento de uma casa, uma arma, um veneno, um demônio, uma crise repentina, uma enfermidade...

Esta vida é frágil como a chama de uma vela no vento, como uma borbulha de ar na água, ou um pingo de orvalho na erva.

Quando a morte vem para nós, sem nosso desejo, nos vemos obrigados a abandonar tudo: nossa terra, nossa casa, nossas riquezas, nossos parentes, nossos pais, amigos, filhos, conjugue; e, tendo incluso abandonado nosso próprio corpo, nos vemos sozinhos, sem liberdade e sem amigos, neste espaçoso lugar chamado Bardo (o estado intermediário entre uma morte e um renascimento).

E uma vez mortos, incluso aqueles que nos amavam negar-sem a que nosso cadáver permaneça diante de seus olhos por mais um dia ou dois; olhando-o não

experimentarão mais do que desgosto e temor. Seremos transladados e uma vez tendo saído de nossa casa, nosso corpo será cremado, ou enterrado e ninguém nunca jamais voltará a nos olhar.

É preciso pensar que tudo isto também chegará a nós. Desde agora deveríamos aplicar-nos na prática do Dharma de uma maneira perfeitamente pura, porque nesse momento os únicos amigos que nos poderão ajudar e proteger são os Lamas e as Três Jóias.

Pensemos que além destes nossos amigos estaremos sob a influência do Karma, benéfico o prejudicial segundo se proceda da virtude ou do vício.

A Impermanência de Tudo o Que Nos Rodeia.

Em geral todo o composto é impermanente; também nosso corpo o é pelo fato de ser o resultado da união de diferentes elementos; bom ou mau Karma, semente paterna e sangue materno, os quatro elementos, espaço e princípio consciente.

O que está acima vai para baixo, e o que está abaixo vai para cima. O rico chega a ser pobre, e o pobre rico. O inimigo torna-se amigo, O amigo inimigo. Nada existe algo cuja natureza seja permanente;

E, tomar como permanente, o que é transitório, não é mais do que uma ilusão de loucos.

Mantra, a Palavra Sagrada

No mundo humano as emanações dos Budas e Bodhisatwas realizam uma grande atividade no ensinamento devido a causa das características evolutivas dos seres e sua sensibilidade.

O nascimento humano representa em efeito, a situação mais favorável para o desenvolvimento e o incremento dos ensinamentos mais profundos.

Em particular os ensinamentos tântricos que possibilitam uma transformação profunda da estrutura física, verbal e mental do indivíduo.

A transformação física se efetua através da identificação com a aparência da divindade, a transformação verbal pela recitação dos mantras e a transformação mental por estabelecer a mente em “samadhi”. Isto é realmente possível no mundo dos humanos, e é neste mundo que os Budas e Bodhisatwas podem aparecer e oferecer efetivamente seus ensinamentos. No que se refere aos mantras, há de dois tipos. Um primeiro grupo pode ser criado por seres que possuem inteligência e sabedoria transcendentes. São chamados de “Mantra Nome”, pois a parte central dos mesmos está constituída pelo nome da divindade ou um santo ao qual se implora e sobre o qual se medita.

Por exemplo, o mantra de Milarepa é “OM AH GURU HASA BENSA HUNG”.

As sílabas OM e Ah estão colocadas no principio, e a sílaba HUNG ao final; elas representam respectivamente o corpo, a palavra e a mente, e são comuns a todos os mantras.

A sílaba OM está associada ao corpo “vajra”, ou seja, o corpo imutável. A sílaba AH está associada à palavra “vajra” e a sílaba HUNG à mente vajra.

Guru significa Lama ou mestre espiritual, HASA BENDSA ou HASA VAJRA é um termo sânscrito traduzido em tibetano por “Shepa Dordye”. Hasa significa alegria e Vajra é imutável, este era o nome tântrico de Milarepa. Desta maneira, apenas pela repetição deste mantra se está invocando Milarepa.

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Para citar outro exemplo, podemos tomar o mantra de Vajrapani: “OM VAJRA PANI HUNG”, em sânscrito ou “OM BENSA PANI HUNG”. Aqui estão escritas somente as sílabas do corpo e da mente imutáveis, e no meio o nome da divindade Vajrapani como o componente da palavra.

Existem numerosos exemplos deste tipo de mantras que poderíamos chamá-los de “fabricados”. Isto não quer dizer de forma alguma que possamos começar a criar mantras, pois não possuímos ainda a sabedoria suficiente. Um mestre espiritual pode criar este tipo de mantras que serão completamente válidos, pois estão compostos unicamente a partir de silabas existentes e do nome da divindade ou santo que é invocado.

No caso do segundo tipo de mantras, estes podem ser criados apenas por Bodhisatwas da oitava, nona ou décima terra, ou completamente iluminados. Esta categoria de mantras provêm somente deste alto nível de experiência. É impossível que um ser de realização inferior pudesse criar este tipo de mantras e, se isto ocorresse, coisa que será muito rara, o mantra não funcionará em absoluto.

Com efeito, um indivíduo que não tem a realização, nem a compreensão da natureza dos fenômenos, da natureza da realidade, é simplesmente incapaz de criar um mantra específico, com um fim específico e que seja eficiente. Pelo contrário, para um Bodhisatwa de excelentes qualidades é possível gerar este tipo de mantras que serão eficazes em relação à finalidade planejada.

Este ser possui, com efeito, uma compreensão total e precisa de todos os elementos da situação. Um ser que tem realizado a primeira terra de Bodhisatwa é muito diferente de nós, não é um ser ordinário dado que tem uma compreensão muito precisa da natureza da mente. Sua compreensão possivelmente não seja total, porém é estável. Possui uma grande liberdade interior que lhe permite se expressar com total independência.

Neste nível, que poderíamos chamar inicialmente de realização, a mente pode manter num só instante cem estados de concentração meditativa, sem ser perturbada ou extraviada. Assim mesmo este ser pode encontrar num só instante cem Budas, experimentar cem terras puras, emanar-se de cem formas diferentes, trabalhar para o bem de cem seres diferentes, lembrar cem vidas passadas e olhar cem estados de existências futuros, etc. Tudo isso pode fazer num só instante. Porém, incluso com este extraordinário nível de realização muito avançado, não pode criar mantras desta segunda categoria, pois lhe falta a sabedoria necessária.

Os poderes e qualidades inerentes à primeira terra de Bodhisatwa multiplicam-se por dez no nível da segunda terra de Bodhisatwa e se desenvolve a capacidade de manter mil estados de concentração num só momento. As qualidades e poderes multiplicam-se por dez em cada terra, porém, incluso a realização ligada à sétima terra não permite que um mantra apareça espontaneamente, e dizer, não se pode criar um mantra incluso a partir deste estado de consciência. Na oitava, nona e décima terra de bodhisatwas, chamadas as três terras puras, são obtidas qualidades que se denominam a capacidade de controle ou poder. Estas capacidades são dez. O Bodhisatwa começa a ter domínio sobre a duração da vida, as condições do renascimento, o karma, a riqueza, o poder de realizar atos puros, etc. Por exemplo, um ser de qualquer destas três terras puras tem controle sobre seu renascimento. Isto significa que pode renascer no mundo que deseje, seja dentro ou fora do samsara ou em qualquer reino puro, onde seja necessário.

Assim, o único que tem que fazer é tomar a decisão de renascer nesse lugar particular e o nascimento se produz. Ter o poder de realizar desejos puros significa que pode realizar imediatamente o anseio que aparece na sua mente. O Bodhisatwa que tem o poder sobre as riquezas possui a capacidade de produzir uma chuva contínua de riquezas. Enquanto ao poder sobre o karma, este ser tem a capacidade de eliminar, ou pelo menos diferir o karma negativo de um individuo de tal maneira que este não experimente o resultado kármico imediatamente como deveria fazê-lo. Este tipo de poderes começa a ser manifestado a partir da oitava terra e se desenvolve ao longo da nona e décima terra. Estas qualidades se tornam mais vastas e profundas à medida que o bodhisatwa progride. Para os seres que têm atingido estas terras puras, se efetivam quatro estados de consciência puros e preciosos.

1) Este é o conhecimento puro e precioso dos fenômenos do samsara e do nirvana, de todas as formas de experiência.

2) Este é um conhecimento puro e precioso da causalidade, é dizer, das causas e condições que produzem o samsara e o nirvana. Este Bodhisatwa pode observar claramente como os diferentes

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fatores de uma situação levam a um resultado particular. Pode olhar o sentido da situação em seu conjunto e ao mesmo tempo ser consciente das partes.

3) Este conhecimento refere-se à comunicação através do som e a linguagem, e a capacidade de produzir uma ação benéfica pelo emprego habilidoso do som. Graças a este particular estado de consciência, os sons e as palavras que emite um Bodhisatwa agem eficazmente em certas esferas de existência.

4) Este tipo de conhecimento permite reconhecer o processo karmico, o resultado de uma ação cometida, tem a capacidade de olhar o vínculo entre a causa e o efeito.

Alguns mantras originam-se na palavra de um Buda completamente desperto. Por exemplo, quando Buda Sakyamuni enunciou um mantra pela primeira vez se converteu num instrumento infalível para a prática espiritual, pois surgia de um estado de consciência completamente desperta. Em ocasiões, Buda pode sugerir um mantra através de uma meditação, transmitindo sua benção ou sua influência espiritual a um ser especial que pronunciará o mantra. Se ocorrer realmente assim, o mantra surgido desta inspiração converte-se num instrumento autêntico para a prática espiritual. Noutros casos, se diz que os mantras não surgem da boca de um Buda e sim de diferentes partes de seu corpo, como, por exemplo, sua protuberância craniana. Desta maneira, algumas pessoas podem escutar o som do mantra que surge do corpo de um Buda, porém não de sua boca. Estas vibrações ou sons são considerados como instrumentos autênticos e infalíveis para o progresso espiritual, pois provém da mente iluminada de Buda.

Alguns mantras associados a certas divindades não têm sido transmitidos em forma verbal senão através da vibração sonora produzida pelo Buda em meditação. Este som é muito doce e melodioso como o canto de um pássaro. O nome das divindades às quais referem-se com estes mantras habitualmente começam com a palavra “Uknisha”em sânscrito ou “Tsuktor”em tibetano. Sabe-se que há cinco ou seis divindades deste tipo. Por exemplo, “Namgyelma”, uma divindade de longa vida, tem como nome “Uknisha Vijaya” em sânscrito e “Tsuktor Namgyelma” em tibetano. Uknisha alude à protuberância craniana de Buda, como a origem miraculosa deste mantra. Ou seja, não é um mantra que Buda tenha pronunciado verbalmente.

Também em alguns sutras encontram-se mantras. No Sutra da Grande Libertação há um mantra longo que começa com a invocação “Namo Budhaya, Namo Dharmaya, Namo Sanghaya” que foi enunciado por Buda quando ensinou este Sutra e recompilado como parte dos discursos que Buda pronunciou. Existe também o famoso mantra conhecido com o nome de “Mantra Gate”, é muito célebre nas tradições Budistas tibetanas e japonesas; “TADIATA OM GATE GATE PARAGATE PARA SAM GATE BODHI SOHA”. Foi pronunciado quando o Buda abençoava o Bodhisatwa da compaixão Arya Avalokiteswara, inspirando-lhe este mantra.

A cena está descrita no Sutra do Coração: o Buda estava em Samadhi e através de sua influência espiritual inspirou o Bodhisatwa Avalokiteswara para que ensinasse este mantra aos outros. Assim houve uma transmissão direta de Buda através do Bodhisatwa. Em todos estes casos trata-se de mantras autênticos surgidos da realização de Buda.

Função dos Mantras

A primeira função que cumprem os mantras é a de purificar-nos do véu da negatividade da ignorância, e por outra parte desenvolver em nós qualidades positivas. Acrescentar o mérito e nos acercar ao despertar.

Alguns mantras estão particularmente associados aos aspectos de nossa existência. Seja a prolongação de nossa vida, a purificação de nossas enfermidades, impedir á mente de cair nos estados inferiores, ou eliminar o medo e a ansiedade, etc.

Porém em geral podemos dizer que todos os mantras têm o mesmo objetivo, eliminar o sofrimento e a confusão, e nos conduzir até o despertar. Por exemplo, existe um mantra muito longo, o de Amitayus;

No documento Manual Do Budismo (páginas 146-153)