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BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT

2.6.2 Estados Unidos

O sistema de normalização técnica norte americano compreende a instituição de uma série de atores, mecanismos e atos administrativos que se correlacionam112.

A ANSI é a instituição responsável por acreditar os organismos de normalização setoriais. A ANSI não desenvolve normas técnicas, apenas reconhece a capacidade dos organismos setoriais para desenvolver as respectivas normas técnicas. As normas técnicas elaboradas pelos organismos setoriais americanos impactam fortemente o comércio mundial, dado que tais normas ainda que nacionais, representam e consolidam os interesses de setores e empresas americanas com participação relevante no mercado.

information between ISO and CEN" (Lisbon Agreement) concluded in 1989. The 'codified' Vienna Agreement

was approved by ISO Council and the CEN Administrative Board in 2001. (vide:

http://isotc.iso.org/livelink/livelink/fetch/2000/2122/3146825/4229629/4230450/4230458/cust omview.html?func=ll&objId=4230458&objAction=browse&sort=subtype) Data: 17-Março- 2011.

111 Vide Artigo 2.5 do TBT

112 Forum de Cooperação Regulatória Estados Unidos – União Eurpéia “US-EU High-Level Regulatory

Cooperation Fórum – Report on The Use of Voluntary Standards in Support of Regulation in The United States”, Outubro de 2009.

53 A título de exemplo podemos destacar os seguintes organismos normalizadores113: “American Nuclear Society (ANS)”; “API”, “International of Electrical and Electronic Engineers (IEEE); “National Institute of Standards and Technology/Information Technology Laboratory (NIST/ITL).”

No âmbito do processo legislativo é importante ressaltar dois atos chaves que incentivam o estabelecimento de vínculos entre a regulamentação técnica e a normalização. A medida denominada National Technology Transfer and Advancemen Act (NTTAA114) publicada pelo Congresso dos Estados Unidos em março de 1996, e o Trade Agreements Act (TAA).

O NTTAA orienta a aplicação pelas agências federais, quando pertinente, de normas desenvolvidas por organismos de normalização, que atendam aos princípios do consenso e voluntariedade, para que se alcance os objetivos das políticas públicas. Além disso a Circular A-119115, “Federal Participation in the Development and Use of Voluntary Consensus Standards and in Conformity Assessment Activities” elaborada pelo Office of Management and Budget´s (OMB) reitera esta orientação, incentiva a participação dos órgãos de governo nos fóruns responsáveis pela elaboração de normas, além de recomendar que sejam cumpridos os princípios previstos em acordos, tais quais o Acordo de Barreira Técnicas da OMC.

O TAA também adverte que os princípios dispostos no TBT sejam atendidos, e proíbe que agências regulamentadoras federais se envolvam com atividades que criem obstáculos desnecessários ao comércio.

Ao National Institute of Standards and Technology (NIST) é atribuída a faculdade de coordenar as atividades de incentivo de utilização de normas técnicas voluntárias pelos órgãos federais, estaduais e locais, em consonância com o disposto na Circular A-119. O NIST elabora anualmente balanço das atividades das organizações americanas, agencias reguladoras e órgãos do governo acerca do desenvolvimento de atividades relacionadas a adoção de normas voluntarias e atividades de avaliação da conformidade que são referenciadas ou citadas em regulamentos técnicos.

113 Vide ANSI - American National Standards Institute. Disponível em:

http://www.ansi.org/internet_resources/overview/overview.aspx?menuid=12#national (acessado em 14 de outubro de 2010)

114 Vide STANDARDS.gov (mantido pelo NIST - National Institute of Standards and Technology) http://standards.gov/standards_gov/nttaa.cfm (acesso 14 de outubro de 2010)

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54 O governo permite acesso livre a uma base de dados denominada “Standards Incorporated by Reference (SIBR) Database116”. O Banco de dados inclui os padrões de consenso voluntário, normas do governo, padrões do setor privado, e normas internacionais mencionadas no Código de Regulamentos Federais (CFR). O CFR é a codificação das regras gerais e permanentes publicada no Diário Oficial da União por parte dos serviços executivos e agências do Governo Federal.

Outro organismo, Interagency Committee on Standards Policy (ICSP), instituído pela Circular A-119, secretariado pelo NIST, é o comitê autorizado pelo OMB para fornecer orientações e recomendações à Secretaria de Comércio e outras agencias executivas acerca da Política Federal de Normalização.

Além disso, o ICSP busca promover a integração dos diversos atores: governo, empresas e sociedade com o desenvolvimento das atividades de avaliação da conformidade: certificação, ensaio e inspeção na indústria.

Constata-se, portanto, também, face aos elementos apresentados, a relevância do tema normalização na economia americana.

2.6.3 China

A evolução do processo de normalização técnica na China é apresentada no estudo117 “Standardization Strategy of China – Achievements and Chalenges.”

O modelo de normalização chinês se desenvolveu dentro da lógica de economia planificada, na década de 50, contudo apesar de ter evoluído a partir dos anos 70, somente após a entrada da China na OMC, o tema se consolida como estratégico.

O sistema de normalização é regulamentado pela Standardization Law publicada em 1988. Ressalte-se a necessidade de se emendar esta Lei para que atenda e se adapte às exigências da economia de mercado. As normas técnicas na China são qualificadas como normas nacionais, setoriais, locais e empresariais e podem ser classificadas como compulsórias e voluntárias, apesar da contradição terminológica em desacordo com os conceitos pré-estabelecidos em fóruns internacionais de normalização, e no texto do Acordo de Barreiras Técnicas da OMC.

116

Vide STANDARDS.gov (mantido pelo NIST - National Institute of Standards and Technology) http://standards.gov/standards_gov/nttaa.cfm (acesso 14 de outubro de 2010)

117 PING W.; YIYI e HILL J. "Standardization Strategy of China – Achievements and Challenges" Economic Series - East West Center Working Papers nº 107, Honolulu, Janeiro de 2010.

55 O Sistema Chinês118 é coordenado por órgão do governo central: o Standardization Administration of China (SAC). Os seguintes órgãos também compõem o sistema: China Association for Standardization (CAS), China National Institute of Standards (CNIS) e o Standards Press of China (SPC). Além disso, o processo de normalização envolve a ação dos ministérios, governos locais e comitês técnicos nacionais de normalização que estão sob a liderança do SAC e dos Departamentos de governo setoriais.

A política de normalização na China foi impulsionada por medida do Ministro de Ciencia e Tecnologia, no final do século XX, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento cientifico e tecnológico com a adoção de ações estratégicas em três setores: recursos humanos, política de patentes e normalização técnica. Neste sentido foi desenvolvido o programa denominado “major techinical Standards research” que gerou o desenvolvimento de dois projetos “Study on the Strategy of China´s Techinical Standards Development” e “Study on the Construction of a National System of Techinical Standards”. Os resultados redirecionaram a estratégia de normalização do governo chinês.

É importante ressaltar a influência gerada pela entrada da China na OMC em 2003 e o impacto gerado no sistema de normalização. Isto ocorreu principalmente em virtude de prescrições do Acordo de Barreiras Técnicas da OMC. As exigências dispostas no acordo, tais quais aceitação do Código de Boas Práticas de Normalização e as relações observadas entre regulamentos técnicos, normas técnicas internacionais e procedimentos de avaliação da conformidade conduzem o país a uma reforma capaz de proporcionar a integração da indústria e da economia chinesa ao mercado global.

Os estudos estabeleceram uma série de recomendações, entre as quais a importância de se adotar normas internacionais, e uma recomendação ainda mais relevante, transformar as tecnologias desenvolvidas internamente em normas internacionais. Ademais se concluiu que seria preciso estabelecer mecanismos para que a China participasse de uma forma mais competitiva do processo de normalização internacional.

Efetivamente o fortalecimento da estratégia de normalização chinesa passa a ser consolidado a partir de programas desenvolvidos pelo SAC, no período posterior à entrada da China na OMC. Em 2006 o SAC formulou o Décimo Primeiro Plano119 de Desenvolvimento da Normalização para um período de cinco anos. Entre os principais objetivos relacionados

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STANDARDIZATION ADMINISTRATION OF THE PEOPLE REPUBLIC OF CHINA - SAC. Disponível em http://new.sac.gov.cn/sac_en/KnowledgeofStandards/ (acesso outubro de 2010)

119 STANDARDIZATION ADMINISTRATION OF THE PEOPLE REPUBLIC OF CHINA - SAC. Disponível em http://new.sac.gov.cn/sac_en/KnowledgeofStandards/ (acesso outubro de 2010)

56 destacam-se: adotar pelo menos 80% de normas internacionais relevantes; aumentar o número de normas formuladas ou revisadas; redução do tempo médio para aprovação de normas técnicas de 4,7 anos para 2 anos e redução do período de validade das normas técnicas. Adicionalmente foram estabelecidas áreas estratégicas setoriais, prioritárias para a normalização. A estratégia de normalização chinesa é complementada por ações setoriais da indústria e das administrações governamentais locais

Ressalte-se ainda, que o governo chinês publicou documento, após a crise econômica de 2008, que estabeleceu diretrizes para orientar a adoção de medidas que intensificassem o fortalecimento da normalização no país.

As ações implementadas pelo governo chinês evidenciam a relevância e o papel estratégico desempenhado pelas normas técnicas no desenvolvimento econômico e industrial do país, especialmente quanto à atribuição de tornar possível o acesso de produtos competitivos no mercado mundial.

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3. REPRESENTATIVIDADE DOS PAÍSES NA ATIVIDADE DE NORMALIZAÇÃO