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REPRESENTATIVIDADE DOS PAÍSES NA ATIVIDADE DE NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL, NA ISO, E CORRELAÇÃO COM INDICADORES

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT

3. REPRESENTATIVIDADE DOS PAÍSES NA ATIVIDADE DE NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL, NA ISO, E CORRELAÇÃO COM INDICADORES

ECONÔMICOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

No sentido de alcançarmos os objetivos pré-definidos nos tópicos 1.1 e 1.2 realizarmos duas pesquisas: a primeira com objetivo de identificar a participação brasileira e de diversos países no processo de elaboração de normas técnicas no âmbito de uma organização internacional, a ISO, e sua correlação com volume de comércio, competitividade, atividade econômica e grau de abertura dos países. Na segunda pesquisa, com base em estudo desenvolvido no âmbito da OCDE, avaliamos o uso de normas técnicas internacionais em regulamentos técnicos no Brasil e comparamos com os resultados apresentados pelo estudo da OCDE.

3.1 OBJETIVO

Identificar a relevância das normas técnicas internacionais no comércio mundial.

3.2 METODOLOGIA

Os dados apresentados foram coletados, consolidados e formatados a partir de informações disponíveis no site da ISO, na base da OMC e do World Economic Forum. Ressalte-se que a informação disponível ao público, no site da ISO, não consolida os dados de forma que se possa identificar e analisar os dados do modo como apresentamos neste estudo.

Os principais resultados estão disponíveis no corpo do trabalho. Informações e tabelas adicionais estão em anexo.

58 No tópico 2.3 abordamos a relevância das normas internacionais, a sua relação com o Acordo de Barreiras Técnicas da OMC e a influência no comércio mundial. O assunto normas técnicas internacionais e o seu impacto no comércio internacional tem sido tema de seminários no âmbito da OMC e OCDE, além de ser objeto de debates recorrentes no Banco Mundial.

A ISO120 é um organismo internacional responsável pela elaboração e aprovação de normas técnicas internacionais. A participação nos comitês da ISO é aberta aos organismos de normalização dos países. Um único organismo, por país, é aceito como membro da ISO. Atualmente (julho de 2010) 163 países são associados à ISO. A ISO tem um portfólio de mais de 18.500 normas técnicas direcionadas às atividades associadas a negócios, governo e sociedade. Além disso, uma série de organismos e entidades nacionais, regionais e internacionais acompanha o desenvolvimento das normas técnicas.

O trabalho de elaboração de normas técnicas é atribuição dos comitês técnicos (TC), caso seja necessário são criados os subcomitês (SC) e dentro dos comitês são constituídos os grupos de trabalho (WG). Cada comitê técnico da ISO deve elaborar o seu próprio Plano de Negócios (Business Plan) e o Programa de Trabalho (Work Programme ), de forma que estejam alinhados às necessidades e às exigências de mercado. Os benefícios econômicos, sociais e ambientais que se pretende alcançar com o desenvolvimento das normas devem ser apresentados nestes documentos.

A participação dos membros na ISO é dividida em três categorias: “member-bodies”, “correspondent-members” e “Subscriber-members”. Dentro da categoria “member-body” os membros são classificados como “participating (P) member”, membro participante, habilitado a participar e exercer pleno direito de voto em qualquer comissão técnica e comissão política da ISO, ou “observer (O) member”, membro observador, o membro participa do trabalhos mas não exerce o direito de voto. Na categoria “correspondent- member”, membro correspondentente, o membro não toma parte ativa do trabalho de desenvolvimento dos comitês técnico e político, mas têm direito a ser mantido plenamente informado sobre os trabalhos de interesse. O “Subscriber-member”, membro assinante, é uma modalidade de adesão estabelecida para os países com economias muito pequenas. Os membros pagam taxas reduzidas de associação que, no entanto, permitir-lhes manter o contato

120 Vide: ISO - International Organization for Standardization. Disponível em

www.iso.org/iso/search.htm?qt=joining+in&searchSubmit=Search&sort=rel&type=simple&published=on (acesso julho de 2010)

59 com a normalização internacional. Além disso cada comitê e sub-comitê é presidido por um “Chair” e assessorado pelo “Secretariat”, Secretariado, escolhido dentre os participantes do comitê ou do sub-comitê.

Neste sentido, buscamos identificar a presença brasileira nos comitês técnicos da ISO e compará-la com a de outros países. Para tanto identificamos a participação dos países nos comitês (incluso joint technical comitee (JTC), comitê que desenvolve um trabalho de forma harmonizada com outro organismo internacional de normalização, a IEC) e sub-comitês da ISO.

Ordenamos os dados levando em consideração a participação dos países em cada comitê ou sub-comitê como Secretariat e p-member. A participação dos países como o- member e outros (correspondent member ou subscriber member) não foram consideradas, pois o nosso objetivo, neste caso, era de verificar a influência de cada Estado no processo de elaboração e aprovação das normas técnicas. Algumas comitês são geridos por mais de uma Secretaria, no sistema “Twined Secretariat”, em que uma país em desenvolvimento co-exerce a secretaria com um país desenvolvido.

Cabe esclarecer que os dados apresentados oferecem somente uma noção de quanto é relevante o papel das normas técnicas na economia de cada país, pois nesta analise são desconsideradas variáveis importantes tais quais: quantificação do impacto das normas na produção industrial de cada país, relação entre normas e regulamentação técnica, relação das normas e pauta exportadora dos países, presenças de industrias transnacionais em diversos Estados, dentre outro fatores.

Observa-se que a participação dos Estados nos comitês e sub-comitês da ISO também refletem a presença de empresas e dos setores industriais vinculados aos respectivo comitês em cada Estado. Trabalhos futuros poderão identificar a representatividade e vínculo de cada empresa, por exemplo as transnacionais, com os comitês nacionais, regionais e internacionais de normalização para que se possa constatar a relevância das normas técnicas e o seu papel econômico como instrumento que restringe ou fomenta o acesso aos mercados.

A Tabela 1 apresenta a participação dos países nos Comitês da ISO (JTCs, SCs e TCs) por função exercida (P-member ou Secretariat):

60 Tabela 1: Participação dos Países nos Comitês da ISO (JTCs, TCs

e SCs) por Função Exercida.

Função P-Member (P) Secretariat (S) P&S

Países 12.106 729 12.835