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Os hormônios esteroides anabólicos androgênicos (EAAs), também conhecidos comumente como esteroides anabolizantes, compreendem as substâncias ligadas aos hormônios sexuais masculinos, mais precisamente a testosterona e seus derivados22. Estas “drogas masculinizantes23” possuem tanto propriedades anabólicas como androgênicas. Nas suas propriedades anabólicas são responsáveis pelo crescimento e a

20 Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/2009/03/12/new-york-times-questiona-a-seguranca-dos- suplementos-alimentares/

21 Disponível em: http://saude.abril.com.br/edicoes/0309/corpo/conteudo_448564.shtml?pag=2 22 Quimicamente, a fórmula estrutural da testosterona está na base de todos os anabólicos.

23 Cesar Sabino (2004) coloca os EAA, como “drogas masculinizantes” por serem drogas constituídas em geral, por hormônios masculinos, portanto, virilizantes proporcionando a hipertrofia da massa muscular

divisão celular, provocando o desenvolvimento de diversos tipos de tecidos principalmente o muscular e ósseo. No que se refere as suas propriedades androgênicas, são responsáveis pelas características sexuais associadas à masculinidade. Tais propriedades androgênicas dos EAAs em geral, são as responsáveis pela maioria dos efeitos colaterais (SILVA & DANIELSKI, & CZEPIELEWSKI, 2002; SANTOS, 2007). Contudo, já se buscou desenvolver EAA para que se obtenha propriedade mais anabólica do que efeitos androgênicos, porém, não se conhece hoje nenhum composto sintético anabólico (esteroides anabolizante) que não apresente propriedades androgênicas (MOREAU & SILVA, 2003).

É importante ressaltar que qualquer organismo humano (também animal), possui um conjunto de processos metabólicos (positivos) chamados de anabolismo. Os anabolizantes (esteroides ou naturais) são substâncias capazes de auxiliar (acelerar) este processo, ou seja, a construção e crescimento do corpo físico (tecidos corporais), principalmente a massa muscular do indivíduo de um modo geral. Por possuir esta especificidade, os EAAs chegam com a finalidade de gerar uma ação anabólica como arma auxiliar para potencializar a aceleração deste processo de construção da massa muscular.

Os EAAs são medicamentos (drogas) a base de hormônio masculino, sintetizado para que se obtenha o mesmo efeito da testosterona, podendo ser administrado na forma de comprimido24 ou injeção intramuscular25 (SABINO, 2004; SANTOS, 2007). Como características principais podem-se destacar: a sua capacidade de fixar proteínas, de reter água e nitrogênio, de aumentar o número de glóbulos vermelhos, de reduzir os estoques de gordura corporal, dentre outras. Tais condições são indispensáveis para o desenvolvimento e aumento do tecido muscular (SANTOS, 2007).

Os esteroides anabolizantes surgiram por volta dos anos 30 do século passado, mais precisamente na Alemanha e com o passar dos anos expandiu-se pelo mundo. Foram inicialmente sintetizados para sua utilização terapêutica no tratamento de várias doenças. Hoje é utilizado pela medicina no tratamento de algumas doenças e distúrbios tais como: alguns tipos de cânceres, osteoporose, hipogonadismo, estados catabólicos

24 Os EAAs administrados via oral são mais arriscados, proporcionando uma maior probabilidade de aparecimentos de tumores e cistos hepáticos (SANTOS, 2007).

25 A maioria dos esteroides anabolizantes é administrada na versão injetável. Este processo de administração é o menos nocivos em face aos orais, por não passar pelo processo de alcalinização, ou seja, não sendo processados pelo fígado.

(raquitismo, HIV, graves queimaduras), deficiência nos níveis de testosterona, problemas nos testículos, dentre muitos outros26 (SILVA & DANIELSKI, & CZEPIELEWSKI, 2002; SANTOS, 2007). Existem, portanto, historicamente, indicações médicas para a utilização dos esteroides anabolizantes no que se refere ao tratamento de determinadas patologias e doenças27.

Não obstante, o uso dos esteroides anabolizantes não ficou restrito apenas ao campo do tratamento de doenças, seu uso também se expandiu para o campo das práticas desportivas (SABINO, 2004, 2007; SANTOS, 2007). Em meados do século passado, os fisiculturistas e halterofilistas norte americanos começaram a utilizar os esteroides anabolizantes para o crescimento do tecido muscular e respectivamente para ganho de força. Além do mais, tinham por objetivos melhorar a estética corporal e o desenho dos corpos (MOREAU & SILVA, 2003; SABINO, 2007; SANTOS, 2007). Porém, segundo Santos (2007), na década de 60 este uso se expandiu para várias modalidades no mundo do desporto, com a intenção de aumentar a força física, a massa muscular e consequentemente o desempenho atlético. Em diversas outras modalidades os esteroides anabolizantes tiveram grande aceitação, seja no boxe, no atletismo, na natação, no ciclismo, nas lutas, dentre outros28 (SILVA & DANIELSKI, & CZEPIELEWSKI, 2002; SABINO, 2007). Ainda para esse autor (2007. p. 30), na atualidade o consumo de esteroides anabolizantes no esporte é ainda bastante elevado, podendo até dizer que vem crescendo devido a “necessidade” de muitos atletas de “vencer a qualquer custo” colocando a saúde, a carreira e até a própria vida em risco.

A partir dos anos 80 o uso dos EAAs sofreu profundas mudanças, efeito do fenômeno do culto ao corpo onde os ideais de beleza e boa forma se acentuaram. Como bem observou Castro (2007), neste período, a preocupação com o corpo alcançou uma visibilidade e espaço no interior da vida social jamais vista anteriormente, fazendo com que os cuidados com o corpo fossem uma prática do cotidiano. Esta realidade contou com o aparecimento e proliferação das academias de ginásticas por todos os centros

26 A terapia androgênica pode ser utilizada também para o tratamento da anemia, problemas renais, estatura elevada, em situações especificas de obesidade, em doença obstrutiva pulmonar crônica, no tratamento de baixa estatura derivada da síndrome de Turner, no tratamento para crescimento peniano, etc.

27 Nos rótulos dos EAAs contêm uma faixa vermelha indicando: “venda sob prescrição médica” e/ou “só pode ser vendido com retenção da receita” (PHILIPPI, 2004, p. 107).

28 A partir de 1976 o comitê olímpico internacional (COI) estabeleceu proibições a certas substâncias endógenas e exógenas que estavam sendo bastante utilizadas na intenção de melhorar o desempenho do atleta em competições oficiais. A utilização de esteroides anabolizantes por atletas são ações proibidas no

urbanos, fazendo com que o uso dos esteroides anabolizantes atingisse (de forma ilícita) um novo segmento da população, como os frequentadores de academias de ginástica ou os Body-Building. Então a partir deste momento, o uso dos esteroides anabolizantes tornou-se uma prática comum não só no campo da medicina e do desporto, como também, ligadas a questões relacionadas à aparência corporal (estético) na busca pela construção e modelação da forma corpórea (SANTOS, 2007; IRIART & CHAVES & ORLEANS, 2009).

Atualmente, o crescimento no uso dos esteroides anabolizantes para fim puramente estéticos tornou-se uma realidade bastante comum alcançando proporções alarmantes como se pode observar em alguns estudos (MANETTA & SILVEIRA, 2000; RIBEIRO, 2001; MOREAU & SILVA, 2003; IRIART & CHAVES & ORLEANS 2009; entre outros). Para Santos (2007, p. 34), o que estamos presenciando em relação ao elevado consumo de esteroides anabolizantes é uma realidade parecida com a que foi o fumo no início do século passado, onde o ato de fumar foi visto como moderno, atraente e os usuários adquiriam problemas de saúde sem que tivessem acesso às informações. Vemos com isso, muitos usuários de esteróide anabolizante com uma aparência de boa saúde e uma bela forma corporal o que de certa forma camufla os riscos e os problemas do uso destes aditivos.

Segundo dados do CEBRID29, nas últimas décadas, houve um crescimento assustador no consumo das “drogas da imagem corporal” (EAA) que incluem os frequentadores de academias de ginástica (Body-Building). Os índices destacam o uso crescente e preocupante no Brasil, não só entre os atletas e pessoas na busca por uma melhor aparência corporal, mas de forma assustadora em segmentos quase ausentes nas outras pesquisas, como é o caso dos adolescentes e das mulheres. Nos adolescentes o uso se torna bastante preocupante pelo fato de existir uma tendência de intensificação do uso, a fim de, obter rapidamente uma forma corporal desejada, não havendo entre tais usuários um conhecimento mais acusado dos ricos. Além do mais, o uso dos EAAs em adolescentes pode descontrolar totalmente o seu desenvolvimento, seu crescimento e o próprio quadro metabólico aumentando o risco dos efeitos colaterais graves. Já nas

29 O CEBRID é o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, que funciona no departamento de Psicobiologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), antiga Escola Paulista de Medicina. É uma entidade sem fins lucrativos. Esse centro ministra palestras, cursos e reuniões científicas sobre o assunto Drogas, publica livros, faz levantamentos sobre o consumo de drogas, mantém um banco de trabalhos científicos brasileiros sobre abuso de drogas e publica um boletim trimestral, sendo constituído por uma equipe técnica composta de especialista nas áreas da medicina, sociologia, antropologia, farmácia-bioquímica, psicologia e biologia.

mulheres, existe uma maior sensibilidade para danos provocados pelos efeitos colaterais no uso dos EAAs por serem hormônios essencialmente masculinos.

Nos últimos anos, o consumo destas drogas praticamente triplicou sendo possível a afirmação de que hoje o consumo de esteroides anabolizantes virou uma epidemia, principalmente entre os frequentadores de academias de musculação. Em pesquisa realizada pelo CEBRID em 2001, cerca de 540 mil brasileiros admitiram o uso destes produtos, número este que passou para mais de 1,3 milhão em 200530. De acordo com os dados desta pesquisa, o esteróide anabolizante foi a droga que ganhou mais espaço entre os jovens superando a maconha, a cocaína e o crack. Ainda segundo esta pesquisa, a principal motivação pela procura destas drogas foi à melhoria da forma corporal no desejo de ficar com o corpo “sarado31”. Para Santos (2007), o crescimento no uso dos esteroides anabolizantes no Brasil já corresponde uma realidade crescente acompanhando os elevados índices de outros países como Estados unidos, Canadá, Suécia, etc. Apesar dos números apontados pela pesquisa do CEBRID serem bastante alarmantes, representando a situação caótica do consumo dos esteroides anabolizantes, acredita-se que os índices apresentados encontram-se defasados na atualidade, devido ao elevado período do último levantamento. Além do mais pouco se tem feito para combater a produção (clandestina), a comercialização (branda fiscalização) e o próprio consumo (com políticas públicas) como acreditam alguns autores (SABINO, 2004; SANTOS, 2007), principalmente em períodos de radicalização do fenômeno do culto ao corpo.

Outras pesquisas (ARAÚJO & ANDREOLO & SILVA, 2002; MOREAU & SILVA, 2003; IRIART & CHAVES & ORLEANS, 2009) também apontam para o crescimento assustador no uso dos esteroides anabolizantes, tendo como principal motivação a preocupação estética na busca por uma melhor aparência corporal. Além do mais, em uma pesquisa feita por Iriart & Chaves (2009), foi constatado que usuários de diferentes classes sociais (classe popular e média) na cidade de Salvador BA, utilizam esteroides anabolizantes por preocupações puramente estéticas. Esta realidade parece

30 Conforme dados desta pesquisa os maiores usuários são homens entre 17 a 34 anos. Porém nos últimos anos o uso dos EAAs vem crescendo entre as mulheres. Normalmente o consumo dos esteroides anabolizantes é uma prática mais comum entre os indivíduos do sexo masculino, isso devido à razão, de os usuários estarem em busca do crescimento da massa muscular, elemento este não muito bem aceito entre as mulheres. Ainda de acordo com dados da pesquisa, a região sudeste foi apontada como a área de consumo maior dos EAAs, apesar de na região nordeste, a utilização deste aditivo ter crescido consideravelmente em comparação com a pesquisa anterior.

representar um cenário mais global diante do fato que nos dias atuais existe uma intensificação da preocupação com a imagem corporal estando cada vez mais disseminadas em diferentes classes sociais, profissões e faixas etárias como bem observou Mirian Goldenberg (2007). Porém, Luc Boltanski (1989) afirma que por mais que diferentes classes sociais se preocupem com a imagem corporal, esta preocupação não é a mesma em todas as classes, pois, as condições materiais e objetivas, as regras e normas dentro da cultura somática enraizadas em cada classe social, tornam esta busca diferenciada.

Em suma, muitas pessoas fazem uso dos hormônios esteroides anabólicos androgênicos (EAAs), na busca de construir um corpo “sarado”, “bombado” em um curto espaço de tempo e com menos esforço. Podemos dizer, de acordo com o levantamento feito pelo CEBRID, que o consumo de esteroides anabolizantes no Brasil já perdeu o controle, tornando-se um problema de saúde pública. Assim, indivíduos na busca de construir, manter ou esculpir o seu invólucro corpóreo para uma melhora da aparência corporal, vêm recorrendo cada vez mais aos esteroides anabolizantes, desconsiderando a automedicação e a superdosagem na tentativa de realização dos objetivos traçados. O problema torna-se mais grave, quando o uso abusivo se faz dentro das academias de ginásticas na intenção de melhoria da aparência corporal, levando muitas pessoas em uma rede de sociabilidade a utilizarem estas drogas ilícitas em dosagens bem maiores das recomendadas pelos médicos em qualquer tratamento terapêutico.

Conforme elucidou Santos (2007, p. 11), existe alguns motivos para os indivíduos fazerem uso dos EAAs. Por questões ligadas ao esporte, com o objetivo de melhorar o desempenho e aumentar a possibilidade de vitória. Por motivos ligados a saúde na utilização dos EAAs em algum tratamento terapêutico. E por fim, por questões puramente estéticas na busca de construir um “corpo perfeito”. Para este autor, as motivações ligadas ao esporte e ao caráter estético são para fins socialmente descartáveis, diferentemente do seu uso com fins terapêuticos. Além destes motivos colocados por Santos, podemos acrescentar aqueles ligados ao mundo do trabalho como é o caso dos “seguranças privados”, ao qual o uso dos EAAs pode potencializar o acesso ao emprego como também a própria manutenção ocupacional.

Muito do consumo dos EAAs está ligado aos seus efeitos esperados, ou seja, na confiança da eficácia das suas substâncias para o aumento da massa muscular em tempo acelerado, para a redução do teor de gordura corporal, para o fortalecimento dos ossos,

para a redução do catabolismo e da fadiga muscular, dentre outros. Para muitos indivíduos, os EAAs, ao serem utilizados proporcionam o aumento da autoconfiança, da auto-estima, da motivação, do entusiasmo, da força, da energia, da explosão muscular, do aumento do desempenho na atividade física em geral, etc. (ARAÚJO & ANDREOLO & SILVA, 2002). Porém, apesar das controvérsias sobre os efeitos “positivos” do uso dos esteroides anabolizantes para fins não terapêuticos, Santos (2007) acredita que mesmo não existindo comprovações científicas conclusivas e informações que comprovem significativamente os efeitos “positivos” do uso, alguma coisa existe de concreto, pois, não haveria sentido utilizar se não tivesse alguma “verdade” do efeito esperado.

Existe uma infinidade de esteroides anabolizantes que podem ser administrados através de cápsula ou via injeção intramuscular. Para citar alguns podemos destacar;

QUADRO 1

Lista de alguns EAA segundo CEBRID

Nome comercial Substâncias Administração

Anabol Anabolicum vister Anadrol Anavar Androxon Hemogenin Deca- Durabolin Decaland Depot Depo-testosterone Durabolin Durateston Parabonan Primobolan Testenat Depot Winstrol Metandrostenolona Quimbolona Oximetolona Oxandrona Undecanoato de testosterona Oxandrona Decanoato de nandrolona Decanoato de testosterona Cipionato de testosterona Undecilenato de boldenona Propionato de testosterona Trembolone Mentelona Enantato de testosterona Estanozolol Oral Oral Oral Oral Oral Oral Injetável Injetável Injetável Injetável Injetável Injetável Injetável/ Oral Injetável Injetável/ Oral

Não obstante, o uso de esteroides anabolizantes pode provocar graves danos à saúde podendo levar a óbito o indivíduo, devido a sua característica essencialmente androgênica, responsável pelos diversos efeitos colaterais conhecidos pelo consumo desses aditivos32. São inúmeros os efeitos colaterais de longo e curto prazo relacionados as “drogas” da imagem corporal”. Para muitos autores (IRIART & ANDRADE, 2002; SANTOS, 2007) os efeitos colaterais se acentuam com o consumo de altas dosagens sendo administradas por um longo período de tempo. Os efeitos colaterais podem ser classificados em dois níveis; os leves e os graves. Os efeitos colaterais leves são: o aparecimento de acne, queda de cabelo (calvície), aparecimento e crescimento exagerado de cabelos pelo corpo, seborréia, dentre outros. Já os efeitos colaterais graves são: o desenvolvimento de doenças coronarianas (infarto, morte súbita, hipertrofia cardíaca), cânceres (fígado e intestino), doenças hepáticas, hipertrofia ou atrofia testicular, dentre muitos outros (SANTOS, 2007).

Segundo informações do CEBRID, o uso indevido dos EAA pode provocar:

• Nos homens e adolescentes: redução da produção de esperma,

impotência, dificuldade ou dor para urinar, calvície e crescimento irreversível das mamas (ginecomastia).

• Mulheres e adolescentes: aparecimento de sinais masculinos como

engrossamento da voz, crescimento excessivo de pelos pelo corpo, perda de cabelo, diminuição dos seios, pelos faciais (barba).

• Em pré-adolescentes e adolescentes de ambos os sexos: finaliza

prematuramente o crescimento, deixando-os com estatura baixa para o resto da vida.

• Em homens e mulheres de qualquer idade: aparecimento de tumores (câncer) no fígado, perturbação da coagulação do sangue, alteração do colesterol, hipertensão, ataque cardíaco, acne, oleosidade do cabelo e aumento da agressividade que pode manifestar-se em brigas33.

32 Os efeitos colaterais são diferentes no que se refere às questões de gênero. Nas mulheres, são mais agressivos porque elas possuem um nível baixo de testosterona. Nelas, pode-se conter: alteração da voz (efeito irreversível), aparecimentos de pelos no corpo com características masculinas, hipertrofia do clitóris, atrofia da mama, além de alguns efeitos que também são desenvolvidos nos homens. É importante reafirmar, que os riscos no uso dos esteroides anabolizantes nos adolescentes são maiores do que no indivíduo adulto devido às mudanças hormonais a que os adolescentes estão passando. 33 Segundo pesquisa do CEBRID de 2009, o consumo dos esteroides anabolizantes estimula a agressividade. Conforme a pesquisa, não é apenas o dano cerebral que induz à violência. “Aparecida Nappo” uma das responsáveis pela pesquisa, afirmou que a maioria dos usuários está em academias, em

• Os usuários que injetam esteroides anabolizantes com técnicas inadequadas e não estéreis ou dividem agulhas contaminadas com outros usuários, correm o risco de contrair infecções como HIV, Hepatite B e C.

• O consumo destas drogas podem provocar mudanças de

comportamento como: aumentando da irritabilidade, alteração de humor, distração, esquecimento e confusão mental.

• A dependência química pode ser percebida nos usuários que

continuam tomando esteroides anabolizantes mesmo depois de terem tido alguma consequência causada pelo consumo destas drogas.

• Para os usuários que vêm tomando altas doses de anabolizantes por muito tempo além de não ser fácil deixar de usar estas drogas devido a dependência química, podem ocasionar com o fim do uso: fadiga constante dos músculos, perda de apetite, insônia noturna, redução do desejo sexual e até depressão, que em casos extremos pode levar à tentativa de suicídio.

Apesar dos sérios efeitos colaterais colocados acima, o risco do uso destas drogas podem se intensificar, conforme a possibilidade de utilização dos EAAs (principalmente por frequentadores de academia de ginástica) provindas do mercado negro. Desta forma, o tráfico ilegal dos EAAs coloca em dúvida a própria qualidade do produto. Além do mais, muitos dos EAAs que já não são mais fabricados continuam sua comercialização (ilegal), dando forte indício que sua produção é realizada em laboratórios ilegais. Esta realidade proporciona uma imprevisibilidade absoluta dos reais perigos e riscos do uso dos esteroides anabolizantes, pois não se sabe exatamente a sua procedência e os danos que podem causar (principalmente os falsificados).

Em suma, não há dúvida do sucesso destas drogas nos últimos anos, principalmente entre os frequentadores de academias de ginástica, reflexo e efeito colateral do fenômeno do culto ao corpo onde, uma quantidade crescente de indivíduos em busca da perfeição corporal consome ilegalmente estes produtos perigosos.

busca de músculos. A força trazida pela droga tem impacto nas atitudes. A auto-confiança incentiva brigas. Ainda segundo esta pesquisadora, a maioria dos entrevistados apresentou algum sinal clássico do vício. Em suas palavras: “eles reduziam toda vida à malhação, ficavam afastados da família e amigos e suportavam qualquer sequela para atingir o objetivo de ficar maiores”. Informações no sito:

CAPÍTULO III

TRANSFORMAÇÃO DO CORPO ANABOLIZADO: O QUE DIZEM OS USUARIOS?

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